Foram meses de preparação psicológica pra isso. E mais alguns meses pensando em cada milimétrico detalhe, pra tudo sair exatamente do jeito que eu planejava. E, bem, digamos que levou algumas semanas pra eu finalmente ter coragem de botar todo o plano em prática. E mais três dias para deixar tudo perfeito. E então, finalmente, o dia chegou. Tudo estava perfeito e dando certo até agora, o que, pra mim, era quase um milagre. Pelo trabalho que eu tive, isso tem que sais, no mínimo, maravilhoso.

Às seis e meia em ponto eu estava na porta do prédio dela, esperando-a descer. Sim, eu estava muito, muito nervoso. E ela percebeu isso. A primeira coisa que me disse foi que eu estava estranho. Mas eu tentei ao máximo disfarçar. Não disse aonde a estava levando ou porquê, mas ela não pareceu se importar com isso, mas ficou bem desconfiada. À medida que nos aproximávamos do lugar, eu ficava mais nervoso ainda. E se alguma coisa desse errado? E se eu começasse a gaguejar? E se ela não gostar? Pior, e se ela disser que não? Pare com isso, ordenei-me mentalmente. Vai dar tudo certo. Você planejou tudo, vai sair tudo perfeito. Seja otimista, Nathan.

Assim que estacionei, nós saímos do carro e fomos de mãos dadas até o lugar: um jardim incrível em um lugar um pouco mais afastado da cidade. Assim que chegamos, ela abriu um sorriso enorme. Eu nunca a tinha trago aqui durante todo esse tempo, mas eu simplesmente adorava aquele lugar. Ainda vou lá sempre que posso. É um ótimo lugar pra pensar.

- Nathan, esse lugar é lindo - ela disse, ainda com o sorriso no rosto.

- É, eu sei - concordei, retribuindo o sorriso. - Eu adoro vir aqui. Vem, vamos dar uma volta.

Mostrei a ela todo o jardim, que era bem grande, pra falar a verdade. Ela não parava de perguntar por que eu a tinha levado ali, mas eu sempre dizia o mesmo: ela iria ver. A cada passo mais próximo do fim do lugar, meu coração batia mais rápido. Se eu continuasse assim, ia ter um enfarte. Assim que chegamos ao final, ela ficou em estado de choque. Não se mexia, não falava nada, apenas olhava fixamente pra frente com a boca aberta. Bem à nossa frente, estava uma parte consideravelmente nova no jardim. Na verdade, eu a coloquei ali. Organizado perfeitamente, um canteiro de rosas brancas, dentre as quais se destacavam algumas azuladas que formavam a frase "QUER CASAR COMIGO?". Aquilo me deu bastante trabalho, mas valeu a pena. O sorriso no meu rosto não podia ser maior. Ela logo saiu do "estado de choque" em que se encontrava e abriu um sorriso tão grande quanto o meu, as lágrimas riscando seu rosto. Me abraçou tão forte que eu mal podia respirar e ficamos assim por algum tempo, até que ela desfez o abraço e chegou um pouco para trás, com os olhos vermelhos nos meus.

- E então? - perguntei.

- Mas é claro que sim.

Depois de nos beijarmos até ficarmos sem fôlego, eu peguei a caixinha no bolso e pus o anel no dedo dela. Era pra valer. Estávamos noivos, iríamos nos casar. E eu nunca me sentira tão feliz em toda a minha vida.