A Ladra De Raios - Brittana escrita por Ju Peixe


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde! Obrigada a todos que comentaram e favoritaram a história!



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De manhã bem cedo, Sam nos levou para treinar esgrima. Ficamos na arena por alguns minutos esperando ele achar as espadas, até que pediu para que treinássemos em duplas.

- Britt! Você treina comigo, já que é a sua primeira vez. – ele disse.

Assenti e fui junto a ele pegar uma espada. Eu não me achava em nenhuma, ou era leve demais, ou muito pesada. Parecia que não havia uma lâmina ideal para mim. Por fim, peguei a que ficou menos pior em minhas mãos e fui me juntar a ele para treinar. Ele me ensinou alguns movimentos básicos e eu nós começamos. Todas as tentativas ele me desarmou com a espada.

Fiquei um tanto desapontada, mas achei que era pelo fato de eu ser nova nisto. Levantei meus olhos e vi Finn me observando num canto da arena. Ele sorriu e se aproximou. Eu ainda não havia me acostumado com suas pernas de bode.

- Hei Sam, que tal uma pausa para água? – ele disse sorrindo e me puxando pela mão sem esperar a resposta.

Caminhamos em direção a um balde cheio de gelo com várias garrafinhas d’água dentro. Peguei uma e estava prestes a tomar quando Finn segurou meu braço.

- Jogue a água na cabeça, B. Você vai se sentir melhor. Além do mais, tomar água muito gelada depois de ficar muito tempo treinando faz mal para a saúde. – ele disse sorridente.

Assenti e fiz o que ele mandou. Instantaneamente, senti-me melhor. Meus sentidos ficaram aguçados e meu corpo parecia recuperado. A espada antes bamba na minha mão agora parecia perfeita. Abri um sorriso e voltei para o treino com Sam.

Ele pegou a espada e começou a investir contra mim. Defendi-me três vezes antes de derrubar a espada de suas mãos e rendê-lo. Fiz isso cerca de doze vezes seguidas antes de sentir o meu corpo pesar novamente. Pedi a ele um tempo e voltei para as garrafinhas d’água. Mesmo efeito.

Depois de cerca de umas duas horas e meia de treino, o sol já havia chego ao ponto mais alto do céu. Sam encerrou os treinos e nos mandou tomar uma ducha antes do almoço. Eu me sentia realizada por tê-lo derrotado tantas vezes, e queria continuar. Mas meu corpo implorava por um banho, e a água me faria bem.

Passado algum tempo, almoçamos e repetimos o ritual da comida. Aquilo para mim era a coisa mais estúpida do mundo, afinal como os deuses iam se alimentar de cheiros? Ou pior, de carvão?

Comi enquanto conversava com outro filho de Hermes, Rory Flanagan. Ele era bem engraçado, e falava com um sotaque irlandês. Eu acho que ele é um Leprachaun

Comemos e logo depois o Sr. Schue me chamou para conversar na casa grande. Um dos meninos se ofereceu para me levar até lá e eu entrei sozinha. Procurei por ele na sala e dei de cara com Santana Lopez. Ela estava sentada calada em um sofá de dois lugares e fez sinal para que eu sentasse ao seu lado. Cogitei relutar, mas achei melhor sentar de uma vez. Fiquei fitando o outro lado da sala ainda irritada. Ela tocou na minha perna e eu a ignorei, então ela puxou meu rosto forçando nosso contato.

- Primeiro, se a princesinha está emburrada porque é uma semideusa, eu sinto muito por você, mas a culpa não é minha, então faça o favor de desfazer essa cara emburrada cada vez que olha pra mim. Segundo, eu não sei bem o porquê do Sr. Schue ter nos chamado aqui, mas provavelmente ele quer que façamos alguma coisa juntas, e isso envolveria uma convivência pacífica, mas devido ao seu humor nada agradável, eu peço apenas que me respeite. E terceiro, hoje temos a Captura à bandeira, e eu estou no seu time. Então trate de parar com essa birra toda, eu nem sei o que eu te fiz pra você me tratar assim! Poxa, qual é o seu problema? – ela disse tudo em um fôlego só, segurando meu rosto com as duas mãos.

Fitei seus olhos escuros por alguns segundos. Ela estava séria, mas tinha um olhar suplicante e ao mesmo tempo parecia que queria me bater.

- Desculpe. – murmurei – Você está certa, eu não devia ter te tratado assim.

Ela ficou presa no meu olhar por mais alguns segundos, como se quisesse decidir se eu falava mesmo a verdade. Por fim, assentiu e voltou a pousar a mão na minha perna.

- Você está bem? – ela perguntou.

- Na medida do possível. – respondi com um sorriso fraco. – escute você ainda não me disse o que eu falei durante o sono...

Ela sorriu um pouco mais relaxada e abriu a boca para responder quando o Sr. Schue entrou na sala e sentou na poltrona a nossa frente.

- Meninas! Bom ver vocês! Brittany, você já está sentindo-se melhor? – ele perguntou com um largo sorriso.

- Sim, Sr. Schue. – respondi.

- Ótimo... Então, eu chamei vocês duas aqui porque eu queria apresenta-las formalmente. Brittany Pierce, esta é Santana Lopez, sua nova, Ahn... Tutora, digamos. Ela irá ensinar a você basicamente tudo. Ela é melhor professora do que Sam Evans, e ela te encontrou, então nada mais justo do que passarem um tempo juntas, certo? Ótimo, agora saiam e peguem esses horários novos, vocês começam hoje mesmo. – ele disse sem nos deixar responder.

Saímos da casa grande e eu segui Santana até o seu chalé. Começaríamos com Grego Antigo, depois defesa pessoal e por fim arco e flecha.

Ela sentou no meu lado em uma escrivaninha dourada e pegou um livro enorme e antigo. Abriu em uma das páginas e começou a me ensinar a ler.

Ficamos por cerca de uma hora no exercício, no qual eu consegui algumas palavras, e depois saímos para a arena. Ela pegou uma espada e me entregou outra. Sem dizer uma palavra, investiu contra mim várias vezes seguidas. Defendi-me como pude, até que em um movimento rápido consegui desarmá-la e derrubá-la no chão. Caí de joelhos ao seu lado, esgotada. Ela ainda tentava normalizar a respiração, caída de costas no chão da arena.

- Isso tudo foi porque eu te tratei mal? – perguntei atordoada.

Ela riu baixinho. Seus olhos voltaram para mim com uma expressão mais suave.

- Agora passou. – ela respondeu.

Caí de costas ao lado dela. Ainda estava sem fôlego e meus pulmões queimavam. Santana virou o rosto para me encarar melhor e abriu um sorriso fraco. Tentei devolver o sorriso, mas a dor que sentia em meu corpo me impediu de fazer qualquer coisa.

- Eu te machuquei? – ela perguntou ficando em cima de mim e procurando algum arranhão no meu corpo.

Tentei levantar, mas assim que apoiei minha mão no chão senti uma dor aguda. Eu havia me cortado na lâmina da espada ao tentar me erguer. Santana arregalou os olhos ao ver que o corte era profundo e me ergueu do chão.

- Vem, eu vou te levar na enfermaria. – ela disse me fitando com preocupação.

- Não... Eu... Água. – disse tentando formular uma frase.

Ela me sentou no chão e correu para buscar uma garrafinha d’água. Abri e joguei o conteúdo na minha cabeça. No mesmo instante comecei a me sentir melhor. Meu corpo recuperara a energia e o fôlego. Sorri para Santana, mas ela fitava atentamente a minha mão.

- Como...? – ela disse baixinho.

Fitei minha mão e descobri que o corte não estava mais lá. Fiquei tão surpresa quanto ela, mas achei que a água podia ter algum poder mágico, tipo os unicórnios.

- Brittany... Isso... Isso não é bom. – ela disse levantando.

Ergui-me do chão e a segui. Ela caminhou em silêncio para o chalé de Hermes, que estava vazio. Provavelmente estavam no treino de arco e flecha. Sentei no meu colchonete e ela ficou ao meu lado.

- É melhor encerrarmos por hoje. Desculpe por ter te atacado, mas você me tirou do sério. – ela disse abrindo um sorrisinho.

– Tudo bem, eu mereci mesmo... – respondi sorrindo de volta.

Ela ficou alguns segundos fitando meu rosto. Observei suas curvas, seus traços, sua pele... Ela era tão perfeita! Eu não queria que ela saísse do meu lado. Mesmo sem conhecê-la muito, me sentia bem perto dela.

- É melhor irmos, Brittany. Daqui a pouco é o jantar e teremos a captura à bandeira. Você está no meu time, lembra? – ela perguntou sorrindo.

- Sim... Mas eu não tenho a menor ideia do que é esse jogo, San! – exclamei.

E eu havia acabado de chama-la de San. Será que tinha algum problema nisso? Ela riu e me puxou para ficarmos de pé, indo em direção às mesas de jantar e me explicando tudo sobre o jogo. Sentamo-nos à mesa de Hermes e ficamos um bom tempo conversando. Ela era adorável, e extremamente inteligente. Eu gostei do jeito que ela descreveu a arquitetura e do jeito que ela via o mundo. Eu gostei dela.

Logo as pessoas começaram a chegar e ela se despediu, seguindo para sua mesa. Fiquei com um sorriso bobo no rosto até o jantar.  A comida fora “desperdiçada” mais uma vez e depois corremos para jogar. O Sr. Schue repetiu todas as regras e mandou que nos arrumássemos. Santana veio para o meu lado.

- O que devo fazer? – cochichei em seu ouvido.

- Apenas me siga. Vamos buscar a bandeira. – ela respondeu baixinho.

Assenti e fiz o que ela pediu. Assim que todos começaram a se atacar, nós duas corremos floresta adentro e fomos em direção a um lago. Ela corria rápido, mas eu não tinha dificuldades em alcança-la, pois minhas pernas eram maiores e meus passos mais largos.

Corríamos lado a lado quando fomos atacadas por uma menina enorme, filha de Ares. Lauren alguma coisa, eu acho.

- Ora, ora... Se não é a latina geniosa e seu bichinho novo... Achou essa aí aonde, Lopez? – a menina perguntou com um sorriso irônico.

- Não fala assim dela. – Santana rosnou.

- Cale a boca, garota idiota. Eu cansei de conversar. Vou acabar logo com isso. – ela respondeu sacando a espada.

Lauren chutou o peito de Santana com força, antes que ela pudesse sequer pensar em se defender. A morena caiu no chão gemendo de dor e se encolheu quando Lauren avançou nela. Senti meu corpo arder em raiva e avancei na garota sem pensar duas vezes. Ela saiu de cima de Santana e partiu para cima de mim, quase me derrubando no chão com sua espada.

- Está pensando que é melhor do que eu, filinha bastarda? – ela disse abrindo um sorriso irônico.

A raiva havia me dominado por completo, eu já não podia mais me controlar. Agia somente por instinto, golpeando sua espada diversas vezes. Lauren riu e acertou meu rosto com um soco, me derrubando dentro do lago. Minha visão ficou turva por alguns segundos, mas logo senti meu corpo se recuperar. Santana já havia se levantado e sacava a espada, pronta para atacar. Lauren a ignorou e voltou para cima de mim. Eu pude avistar a bandeira rapidamente logo acima de minha cabeça, na árvore. Saquei a espada novamente e dessa vez acertei o golpe diretamente na armadura da garota, que caiu com a força do impacto. Ela tentou levantar, mas eu a imobilizei no chão. Logo várias pessoas começaram a chegar e assistiam a cena. Eu já podia sentir meu corpo voltando a pesar, então simplesmente derrubei a bandeira com a espada e entreguei a Santana. O meu time vibrou, e todos vieram nos cumprimentar. Eu estava dolorida e tonta, e logo me arrastei de volta para a água.

Senti meu corpo melhorar e voltei meu olhar para todos, que me fitavam surpresos. Logo começaram a se ajoelhar na minha frente e eu olhei para cima, bem a tempo de ver um tridente verde como o mar flutuando acima de minha cabeça. Tridente, água... Não, eu não podia ser...

- Salve Brittany Pierce, - todos disseram em coro – filha de Poseidon, deus do mar.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Preciso melhorar em alguma coisa?



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