A Ladra De Raios - Brittana escrita por Ju Peixe


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Boa noite! Que bom que gostaram da história! E muito obrigada a todos pelos comentários, foi ótimo ler a opinião de vocês!



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Saí cidade a fora com o Finn. Ele parecia aflito todo o caminho de volta para a minha casa. Mesmo depois de ter pulverizado a minha professora que tinha virado um bicho extremamente medonho com uma caneta-espada e não receber uma mísera explicação, eu estava mais do que ansiosa para reencontrar minha mãe.

Susan Pierce. Loira, olhos grandes e azuis como os meus. Tinha um sorriso doce e era a melhor pessoa do mundo. Ela trabalhava em uma loja de doces e morava com o meu padrasto estúpido e fedorento. Gabe Cheiroso, como eu havia o apelidado. Ele é a pessoa mais nojenta de todo o planeta. É simplesmente grosso, estúpido... Tudo o que há de ruim neste mundo. Trabalhava como vendedor numa lojinha de eletrodomésticos há um mês. Aquele porco preguiçoso vivia desempregado e jogando pôquer com os amigos.

Finn e eu paramos na entrada do meu prédio. Peguei as chaves que eu sempre carregava comigo e abri a porta. Subimos os três lances de escada e entramos no apartamento. Assim que abri a porta, fui presenteada com o insuportável cheiro de Gabe e sua tropa de amigos imbecis jogando pôquer na sala e bebendo cerveja. Tinha um pedaço de pizza que parecia estar ali há uma semana.

- Olha só quem está em casa! Foi expulsa de novo, geniazinha? – Gabe perguntou ironicamente.

Pensei seriamente em avançar nele por alguns segundos, mas mudei de ideia e o ignorei.

- Onde está a minha mãe? – perguntei.

- Responda a minha pergunta, cérebro de ameba. E sua mãe não está. – ele disse olhando para Finn com uma cara de nojo – e esse troço ai, é o seu namorado?

Senti o sangue subir na minha cabeça. Não aguentei.

- Não fale assim com ele, seu porco inútil! – rosnei.

Gabe levantou da mesa e veio em minha direção, me pressionando contra a parede. Quando estava prestes a me bater, deu um urro de dor. Finn havia batido nele com suas muletas. Ele se afastou, com o corpo encolhido e caiu no sofá ofegante.

- Mas o que foi isso? – perguntei incrédula.

- Eu sou seu protetor, Britt. Mas não temos tempo, partiremos sem sua mãe. – ele respondeu.

Olhei para ele incrédula. Partir? Para onde? E sem a minha mãe saber? Isso era loucura. Meu dia não podia melhorar.

- Brittany? – ouvi uma voz suave chamar da porta.

Virei-me e abri um largo sorriso. Minha mãe estava com o uniforme azul claro da loja em que trabalhava. Tinha uma sacola com alguns doces dentro e uma expressão suave, porém confusa. Corri em sua direção para abraça-la.

- Querida, está tudo bem? – ela perguntou.

- Susan, não temos tempo. Temos que partir agora. Eu explicarei no caminho. – Finn disse nos puxando para a porta.

- Espera um pouco, você conhece a minha mãe? – perguntei.

- Outra longa história, te explicamos no carro. – Finn respondeu.

Suspirei e corremos para a garagem. Sentei no banco do passageiro, ao lado de minha mãe. Eu estava muito confusa. Era muita coisa para a minha mente assimilar.

Andamos por cerca de uma hora antes de alguém tomar a iniciativa de falar.

- Britt... – Finn começou – Aquilo que te atacou no museu era uma Fúria.

- UMA O QUÊ? – Perguntei incrédula – Tipo aquele monstro da mitologia grega? Ai Finn, não me confunde...

- Tipo não, Britt. É a da mitologia grega. Eu só não sei bem o por quê. Mas isso fica pra depois. Britt, você é uma... Uma semideusa.

Olhei para trás, ainda tentando digerir suas palavras. Uma semideusa. Um ser mitológico. Uau, isso era demais para a minha cabeça.

- Isso... Isso é sério, mãe? – perguntei fitando-a.

- Sim, Brittany. É sério. Seu pai... Ele é um Deus mitológico. – ela respondeu.

Não disse mais nada. Fiquei apenas olhando para a janela. Sempre me disseram que o meu pai fora um homem corajoso que se perdera no mar. E eu tolamente acreditei. Tudo era uma mentira. E eu não sabia lidar com o fato de ser uma... Uma semideusa. E o meu melhor amigo era meu protetor. Protetor do quê, exatamente? Finn usava muletas! Eu que o protegia!

Andamos por longas horas de carro. Quando a noite chegou, eu não aguentei mais aquele silêncio.

- Para onde estamos indo? – perguntei.

- Para um acampamento com pessoas como você, meu amor. – minha mãe respondeu.

- Pessoas como eu... Certo. E você, Finn? Você também é um semideus? – perguntei.

- Bem, na verdade eu sou um... SUSAN, CUIDADO! – ele gritou.

Olhei para frente e vi uma vaca vindo à direção do carro. Voando.

Minha mãe virou a direção do carro e nós descemos capotamos. Desprendi meu cinto e tentei abrir a porta. Emperrada.

- Vocês estão bem? – perguntei.

- Sim, Britt. Você se machucou? – Finn perguntou, começando a tirar as calças.

- Finn, que diabos... – comecei, mas vi pernas peludas como as de um bode e cascos no lugar dos pés.

Aquilo estava demais para mim. Finn começou a chutar o vidro da frente do carro e ele se partiu em mil pedaços. Nós três saímos e começamos a correr colina acima.

- Finn! Você é um bode? – perguntei.

- Béé...! – ele disse magoado – não Britt! Eu sou um sátiro!

- Certo... Mas o que diabos é aquilo vindo em nossa direção? – perguntei.

Finn e minha mãe viraram-se em direção ao monstro que corria rapidamente para nós. Tinha as pernas humanas, mas da cintura para cima tinha o musculoso corpo de um touro.

- Foi ele que jogou aquela vaca em nós? Será que eles brigaram? – perguntei fitando o monstro.

Finn me puxou e começamos a correr ladeira acima. Mas o bicho era mais rápido que nós, então Finn e minha mãe começaram a parar quando estávamos quase no topo.

- O minotauro é veloz, mas é lento para mudar de direção. Quando eu gritar corram, vão para o lado oposto. – Finn disse.

Ficamos parados e ele veio na nossa direção. Quando estava quase nos alcançando, Finn gritou para corremos e foi o que fizemos. Mas ele pegou a minha mãe com uma só mão e começou a apertá-la até ela evaporar no ar.

- NÃO! – gritei, instintivamente puxando a caneta que estava no meu bolso e destampando-a. A espada reluziu na minha mão e eu corri em direção ao monstro. Meus sentidos estavam aguçados, e eu enxergava cada mísera folha, mesmo estando em um breu.

Avancei no minotauro e em um impulso me joguei em suas costas. Ele bufou e eu arranquei um de seus chifres com a espada. O monstro urrou e me derrubou no chão, longe da lâmina reluzente. Eu certamente havia quebrado um braço na queda, pois a dor era enorme. O monstro veio correndo em minha direção e, por instinto, agarrei o chifre e enterrei em sua barriga. O monstro urrou antes de virar pó.

Senti minha visão ficar turva e meu corpo doer. Finn estava caído em um canto do gramado, desacordado. Vi algumas pessoas vindo em nossa direção, e a última coisa de que me lembro é de uma menina morena me apertando em seus braços.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? De que deus vocês acham que a Santana é filha?



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