Because, I Love You. escrita por


Capítulo 37
Viagem.


Notas iniciais do capítulo

Queria deixar claro que esse é o penultimo capítulo da ficccc )):
JÁAAA??? Sim... E vai ter segunda temporada >



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(...)

Um mês depois.





Nada tinha mudado, e nada iria mudar. A Ana tinha decidido botar um fim mesmo no nosso relacionamento e me afastado de vez.

Eu havia sido até transferido de ONG. E isso não me importava, eu não iria ficar aqui por muito tempo. O Augusto tentava falar com ela e pelo que me parecia eles estavam em uma “amizade” muito bacana.

Era um sábado a tarde eu estava deitado na cama pensando no que eu realmente deveria fazer... Eu podia ir até lá e fazer uma chantagem emocional, ou simplesmente não fazer nada e ir embora. Fazer com ela que ela sinta minha falta ou se sinta aliviada de saber que nunca mais vai me encontrar...

– Tony? – era minha irmã, a olhei. – posso sentar aqui? – ela perguntou sentando na ponta da minha cama.

Eu rolei pro lado e ela me olhou.

– Fala. – eu disse baixo.

– Adoro brigar com você. – ela deitou do meu lado, eu sorri de lado, mas ela continuou séria. – quando você era normal, quando você estava normal...

Eu fiquei sério.

– Não vai fazer um discurso não né? – eu disse baixo.

– Vou, mamãe tinha me pedido pra conversar com você faz semanas, e eu só tomei coragem agora. – suspirei. – por favor, me ouve? – eu virei de barriga pra cima e coloquei a mão no rosto, controlei a raiva e a olhei.

– Tá, fala. – ela sentou na cama.

– Lembra quando eu tinha quatorze anos? – eu a encarei. – quando eu me apaixonei por aquele garoto que era da faculdade. – meus músculos ficaram rígidos. – a gente só brigava, odiávamos pertencer a mesma família e tudo mais... – ela riu baixo. – lembra daquela noite em que eu... – ela pigarreou. – fiquei mal porque ele ficou com outra garota na minha frente?

– Claro que eu lembro, aquele animal. – franzi os lábios.

– Lembra como você ficou bravo quando eu cheguei chorando em casa e você me abraçou... – sorri de lado. Ela também sorriu. – lembra quando você foi lá bater nele e disse pra ele que eu era a garota mais linda e mais perfeita do mundo, que eu era sua irmã e que se ele chegasse perto de mim de novo, você ia o matar. – ela riu e levou uma mão pro meu rosto. – me sinto no dever de fazer a mesma coisa por você. – eu fechei os olhos quando ela acariciou meu rosto. – não fica mais assim. – ela pediu, eu abri os olhos. – semana que vem eu vou para os EUA.

Eu sabia onde ela iria chegar.

– E? – perguntei incentivando ela a continuar.

– Vamos comigo? – ela perguntou.

E de repente tinha aquela maldita luz no fim do túnel, eu podia sumir. Desaparecer, nada de viajar para outra cidade, ir viajar para outro pais, ir embora... Conhecer novas pessoas, viver o meu sonho. Mais uma vez.

Conhecer cada cidade dos Estados Unidos, rever alguns familiares, beber pra caralho. De repente eu me senti animado com aquela ideia. Com a ideia de lagar a dor e ir embora, mais uma vez.

– Eu sei que você estava planejando ir pro Rio, o Augusto comentou com a gente. – eu e encarei com um fio de esperança. – então eu comprei isso. – ela tirou duas passagens do bolso de trás. – primeira classe, voo das cinco da tarde na segunda feira, eu e você. Papai liberou a cobertura, você pode ficar lá comigo... A gente pode ficar no mesmo lugar sem se matar. – ela sorriu.

– Você está me convidando para foder com sua vida em outro país? – eu sorri maliciosamente.

– Talvez tenha algo que você realmente possa me ensinar. – ela sorriu animada.

– Se eu for eu nunca vou vê-la. – eu disse baixo.

– Qual a diferença? – mamãe disse parada na porta, eu a olhei. Ela se aproximou e parou atrás da Fernanda. – vai embora daqui meu filho, você vai ter outras oportunidades, conhecer outras garotas, eu e seu pai vamos mandar dinheiro para vocês se manterem lá... – ela sorriu. – você pode fazer o curso de fotografia que você tanto quer. – eu sorri de lado.

– Sério? – perguntei incrédulo. – vocês nunca me apoiam em nada. – ela fez careta, a Fernanda segurou minha mão.

– Estamos te apoiando agora, se você disser sim. Vamos embora depois de amanhã. – eu a olhei e depois olhei em volta.

Não estava perdendo nada.

– Então é sim. – respondi.

– Sim? – Augusto perguntou da porta do quarto, me encarando sério.

– Sim. – respondi sério.

– Sim! – mamãe disse sorrindo e sentou na ponta da cama apertando minha perna.





POV Ana.


Segunda – feira.






A campainha tocou duas vezes, eu estava no meu quarto lendo mais uma vez meu livro predileto, quando olhei pra porta, nem sinal de ninguém.

Levantei da cama com uma careta e desci as escadas lentamente a abri e porta, quando o vi, meu coração acelerou e minhas pernas bambearam, eu senti minhas mãos soando.

– Posso falar com você dois minutos? – ele perguntou.

– Não... Não... – ele me encarou.

– Vai ser a ultima conversa que vamos ter. – ele disse sério. – eu prometo, eu sai e fechei a porta atrás de mim, ele parou na minha frente de costas.

– Pode falar. – eu disse de braços cruzados.

– Vim me despedir. – meu estomago girou.

– De mim? Por quê? – ele se virou pra mim.

– Passagem, Estados Unidos. – ele me mostrou a passagem, meus olhos marejaram.

Meu estomago girou, minhas pernas amoleceram, precisei forçar a vista para ter certeza que era mesmo uma passagem, tinha o nome dele e tudo mais.

– Vai embora? – forcei minha voz a sair.

– Vou, daqui a três horas e meia. – ele riu baixo, um riso forçado. – então eu vim despedir.

Tinha como perder meu coração duas vezes? Se tivesse, esse com certeza teria sido o motivo, eu queria chorar, eu mal conseguia me manter em pé, ele fixou os olhos em mim por vários minutos e eu virei o rosto para o outro lado.

– Boa sorte. – murmurei.

– Só boa sorte que você tem pra me dizer? – ele sussurrou.

Não! Meu coração gritou. Não, por favor, não vai, fica aqui. Mesmo que não fique comigo, fique aqui, por favor, por favor, por favor, não vá embora! Não me abandone, não faça como os outros.

– É. – eu forcei minha voz a sair.

– Ok. – ele disse sério. Então ele saiu andando pela escadaria e eu forcei minha voz a sair uma última vez.

– Não imaginei que ficasse, você nunca fica. – ele parou de andar e virou pra mim.

– Me dê um motivo pra ficar. – ele subiu os degraus. – um só e eu fico aqui.

– O que você quer, eu não vou falar. – não aguentei e as lágrimas começaram a cair, ele encarou meu rosto por alguns segundos e abaixou o rosto sorrindo forçadamente.

– Então não vou ficar, e não vou cogitar a ideia de ficar aqui por nada. – eu solucei alto. – suas lágrimas são motivo do seu orgulho.

Eu levantei o rosto para encara-lo.

– Para... – pedi.

– Eu errei, mas pedi perdão... Mesmo que seja imperdoável. – ele virou as costas. – e eu vou embora Ana, não vou ficar aqui vendo você ser feliz com outra enquanto eu vou infeliz pra caralho porque a única garota que eu amo me odeia. – ele segurou meu rosto, beijou minha testa e sussurrou. – eu amo você.

Então ele saiu dali, e levando meu coração junto.

Meu peito todo queria explodir e minhas pernas cederam no chão, o choro era silencioso e diziam que o choro mais silencioso, era o mais doloroso e agora eu tinha certeza disso.

Eu o tinha deixado ir. Era o fim.


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Notas finais do capítulo

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