If I Lose Myself escrita por Ana Clara


Capítulo 7
A culpa é das estrelas


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Desculpaaaaa, eu sei que eu demorei mais de um mês pra postar mas cada vez algo me impedia de escrever. Eu tive dengue, trabalhos atras de trabalhos, semana de provas, eu não sabia o que escrever enfim, uma confusão. Mas agr eu voltei e espero que gostem do capítulo.



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Piper andava apressadamente em direção ao refeitório quando trombou de frente com alguém.

-Desculpa – disse ela rápido sem nem olhar para a pessoa.

-Mclean, sempre a lerda – debochou Reyna.

-Ah, então foi em você que eu trombei? Que pena, devia ter te empurrado de uma vez querida.

-Por falar nisso o que foi aquela ceninha de quinta ontem na festa? Prefere morenos? Acho que não Piper, você só está cansada de ser sempre a segunda opção dos meninos – respondeu Reyna saindo do caminho da garota e voltando a andar sorrindo, mas Piper não a deixou ir – Vamos ver, eu namorei o Leo e o Jason primeiro, e quando eles já não me tinham mais foram correndo pra você, um prêmio de consolação.

- Você já percebeu o quanto é idiota? – começou Piper – O Leo te amava e você o trocou pelo Jason só porque queria se vingar de mim. Você perdeu a amizade dele por uma coisa ridícula. E prêmio de consolação? Pelo menos eu ainda sou amiga deles e vou continuar sendo porque eu não sou uma menina infantil que nem você.

-Não acredito que um dia você já foi minha amiga – respondeu Reyna ainda chocada com as palavras da garota.

-Pois é, isso só prova o quanto mau gosto eu tinha no passado.

Leo e Jason chegaram no meio da discussão mas não conseguiram interferir em muita coisa. As duas meninas se encaram mais uma vez e saíram para lados opostos. Leo pensou em ir atrás delas, mas sabia que ambas precisavam pensar. Jason enfiou as mãos no bolso sem coragem de encarar o amigo. A cada minuto ele descobria que era o responsável por coisas ruins da vida dele e mesmo assim Leo sempre estava do seu lado quando ele precisava.

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O sábado começou nublado e antes do meio dia uma grande tempestade veio obrigando os alunos a se divertirem na parte de dentro do colégio. Travis e Katie estavam deitados na cama da garota sozinhos no quarto conversando.

-O Connor está completamente a fim da Miranda. Não para de falar dela nem por um minuto.

-Também acho que a minha prima gosta dele, vou ter que dar um empurrãozinho pra isso dar certo.

-Pois é, o meu irmão é muito lerdo com esses assuntos – respondeu Travis e Katie gargalhou – O que é?

-Isso é mal de família né? – começou ela – Porque o senhor demorou quatro anos pra dizer que gostava de mim.

-Nosso caso é diferente, eu achava que você me odiava Gardner

-Como se você me desse outra escolha Stoll, você só sabia implicar comigo.

-Ok, você venceu amor – respondeu ele por fim dando um beijo na testa da namorada.

-O que você acha que vai acontecer com o triangulo amoroso? – perguntou Katie e Travis a olhou confuso – Jason, Piper e Reyna.

-Tá mais pra quadrado amoroso né? Leo, Jason, Piper e Reyna – o garoto pensou mais um pouco – Mas pode até ser um pentágono se a gente colocar a Bianca ali no meio.

-Ainda acho que alguém vai sair machucado nisso tudo.

-Você acha? Eu tenho certeza – respondeu Travis.

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Percy jogou o livro de matemática em cima da mesa enfurecido. Nenhuma daquelas letras e números faziam sentido pra ele. Annabeth costumava ajudá-lo, mas a partir de agora o garoto teria que se virar sozinho para conseguir passar de ano. Depois de dez minutos frustrantes em que Percy tentava fazer as equações entrarem em sua cabeça o garoto se irritou e se jogou na cama bufando. Ficou ali de olhos fechados e quando já estava quase pegando no sono escutou seu celular tocar.

-Alô – disse ele sem nem ver quem era.

-Er... oi Percy – disse Annabeth envergonhada do outro lado da linha.

O garoto deu um pulo da cama. Não esperava que Annabeth fosse ligar.

-Ah, oi Annie.

A linha ficou em silêncio por alguns segundos.

-Annabeth? Tá ai?

-Aham – respondeu ela com apenas um sussurro.

Percy sorriu. Ele sabia que ela só fazia isso por um único motivo.

-Tem uma aranha ai?

-Aham – respondeu ela com medo.

Percy começou a ir em direção ao quarto da menina, mas mesmo assim não desligou o telefone. Ele sabia que a garota tinha fobia de aranhas e tentou acalmá-la ainda pelo celular. Abriu a porta sem bater e encontro Annabeth toda encolhida em cima da cama. Olhou para a parede e encarou o pequeno bicho.

-Pode abrir os olhos Annie, eu já matei.

A garota abriu os olhos ainda receosa, mas mesmo assim ela estava vermelha de vergonha. Percy sorriu.

-Não precisa sentir vergonha – disse ele e a garota relaxou um pouco – Bom, vou indo tentar estudar matemática. Qualquer coisa me ligue.

Quando o garoto já estava fechando a porta Annabeth o gritou de volta.

-Quer ajuda? – perguntou ela.

Percy sorriu e aceitou a ajuda de bom grado. Annabeth disse que não era necessário o garoto buscar o livro no quarto, já que eles poderiam usar o dela. O garoto sentou na berrada da cama e tentou se focar apenas nos livros, mas a todo momento seus olhos se encontravam com os da loira e ambos se sentiam envergonhados.

Percy encarou o corpo da garota e sentiu um calor subir por seu corpo. Ela usava um curto short e uma blusa de moletom. Os cabelos presos em um coque com vários fios soltos e com seus óculos de graus, que ela raramente usava já que preferia as lentes de contato.

Sem pensar muito nos seus atos Percy retirou o livro das mãos da garota e colocou-o de lado. Annabeth o olhou surpresa. Ele chegou mais perto para poder tocá-la. Retirou os óculos da garota e acariciou sua bochecha de leve. Annabeth devia tê-lo parado, mas não disse nada, apenas deixou Percy fazer o que quisesse. Ele fez Annabeth se deitar e ficou em cima dela. Tirou rapidamente o moletom da garota revelando uma blusa azul claro sem mangas. Annabeth rapidamente jogou a camisa de Percy para longe e admirou os músculos do garoto. A garota soltou um gemido quando ele apertou suas coxas enquanto beijava seu pescoço. Eles inverteram as posições e Percy aproveitou para retirar de vez a blusa da garota deixando-a apenas de sutiã. Annabeth sorriu marota e traçou um caminho de beijos em Percy saindo de sua boca até sua barriga. Mas então ela parou e Percy protestou. A garota o olhou marota se levantou da cama vestindo suas roupas novamente.

-Annabeth? – perguntou Percy indignado.

-Você veio aqui estudar matemática Percy, e isso não é estudar.

-Não tem problema, a gente muda pra biologia e vem aprender reprodução – respondeu ele malicioso.

Annabeth gargalhou, mas ainda sim lhe deu um tapa.

-Se você for um bom aluno eu posso te recompensar no final – respondeu ela arranhando as costas do garoto.

-Você não era assim quando a gente namorava – disse ele encarando a loira.

-Assim como?

-Toda maliciosa – disse ele – se eu soubesse que era só terminar com você teria feito isso antes.

-Idiota – respondeu ela ainda rindo – Mas isso é errado Percy, a gente terminou.

-É errado, mas ainda sim é gostoso, admita Annabeth Chase, você está morrendo de saudade do meu corpo nu só pra você.

Annabeth acertou uma almofadada na cabeça do garoto.

-Vamos fazer assim, a cada problema de matemática que eu acertar você tira uma peça de roupa.

-Percy, você veio aqui estudar.

-Mas nós vamos estudar, isso é só um incentivo extra Annie.

Por fim a garota aceitou a ideia. E Percy foi um aluno bem aplicado, pois não errou uma pergunta se quer.

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Piper pagou o taxista e saiu do carro andando em direção a praia deserta.Era fim de tarde e o sol se punha. Ela estendeu a toalha na areia e se sentou. Passou protetor solar e se deitou. Ela saiu do colégio sem avisar ninguém para onde ia. A garota só queria passar um tempo sozinha. Mas ela acabou pegando no sono e acordou com a voz de alguém a chamando.

-Piper, acorda pelo amor de Deus.

Ela abriu os olhos e tentou focalizar a pessoa a sua frente.

-Jason? O que você tá fazendo aqui?

-O que eu to fazendo aqui? Bom, digamos que são duas da manhã e a escola toda está atrás de você, nada de mais – respondeu o garoto irritado

Piper arregalou os olhos. Ela não tinha planejado dormir tanto tempo.

-Eu peguei no sono – disse ela envergonhada

-Percebi.

-Como me achou?

-Só rastreei o sinal do seu celular.

Os dois ficaram em silêncio. A lua estava linda no céu e o único barulho ali eram os das ondas no mar.

-Aqui é bonito – disse ele quebrando o silêncio.

-É, meu pai costumava me trazer aqui quando eu era pequena, mas agora ele não tem mais tempo pra mim.

-Pode até não ter tempo, mas quando ele soube que você tinha sumido só faltou contratar o FBI pra te achar – disse Jason e Piper soltou um leve risinho – Vem, vamos embora.

Os dois foram até o carro do garoto e ficaram a maior parte da viajem calados, até que Jason parou o carro no acostamento.

-Que foi? – perguntou Piper preocupada.

O garoto não disse nada, apenas a puxou para mais perto e a beijou ferozmente. Piper levou as mãos até os cabelos loiros do garoto enquanto Jason a puxava para seu colo. Mas Piper parou o beijo de repente.

-Não, Jason isso é errado, você namora a Reyna... – mas o garoto a interrompeu

-Ela terminou comigo hoje.

-Que? – perguntou Piper chocada – E agora você vem correndo atrás de mim, como um prêmio de consolação? Você é um idiota Grace.

-Você não entende Piper, eu sempre senti algo por você, mas eu não podia terminar com a Reyna.

-Por que não?

Jason mordeu o lábio inferior preocupado.

-Não posso te dizer. – começou ele e Piper saiu do carro descrente da desculpa do garoto. Ele foi atrás dela – É sério Piper, você tem que acreditar em mim.

-Tchau Jason – gritou ela sem olhar pra trás.

A escola já estava a vista e Piper foi correndo tentando segurar algumas lágrimas e pedindo ao máximo para que Jason não fosse atrás dela.

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O domingo foi monótono e sem vida, assim como estava sendo aquela manhã de segunda-feira.

Piper tentava prestar atenção na aula de redação, mas estava quase dormindo.

-Quero alguém para ler a redação que eu mandei você fazerem sobre algum livro que mudou sua vida – disse a professora, mas nenhum aluno se pronunciou – Ok, então eu escolho senhora Garcia, pode vir.

Reyna arregalou os olhos quando viu a professora chamar seu nome. Ela foi até a frente da sala e encarou os alunos. Suas mãos tremiam e suavam. Piper a olhou intrigada. Reyna era uma líder nata, e nunca teve medo de falar em frente a uma platéia.

-Eu fui até a livraria em busca de alguma leitura interessante para o momento em que eu estava vivendo – começou a garota – Até que uma linda capa azul com algumas nuvens me chamou atenção – ela faz uma pausa e respirou funda – A Culpa é das estrelas. Hazel é uma garota de 16 anos. Sua vida está ligada a um tubo de oxigênio e a uma droga revolucionaria que detém a metástase em seus pulmões. Em simples palavras, ela tem câncer, e pode morrer a qualquer momento – Reyna começou a ficar branca e se apoiou no quadro atrás de si.

Quando Piper deu por si todos já estavam em volta da garota que ainda permanecia acordada, mas parecia prestes a desmaiar. Seu olhar se encontrou com o de Piper e a garota apontou a cabeça para a redação que tinha caído de baixo da mesa da professora. Piper a olhou confusa, mas não pode perguntar nada já que os alunos começaram a levá-la a enfermaria.  O resto dos alunos foram dispensados, mas Piper permaneceu lá para pegar o papel. A garota ainda se perguntava o que de tão importante aquilo tinha e resolveu terminar de ler o texto. Ao terminar sentiu um enorme aperto no coração.

Esse livro me ensinou várias coisas, mas eu me senti ligada a protagonista porque nós temos uma coisa em comum, eu também tenho câncer. 


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Notas finais do capítulo

Eai, o que acharam? Eu demorei quase uma semana pra escrever esse capítulo e realmente não achei que foi um dos melhores, mas enfim. Alguém ai já leu a culpa é das estrelas? É perfeito, recomendo muito. Mesmo que a protagonista tenha câncer é um livro de romance, não se enganem. Espero que tenham gostado. Beijos