Violetta chegou em casa com pressa.

- Meninas, vocês podem ir subindo que eu só vou falar com o meu pai antes.

As três subiram as escadas entendendo a situação em que sua amiga se encontrava. Violetta entrou no escritório de seu pai sem bater na porta.

- Vilu aconteceu alguma coisa?

- Papai, chegou a sua vez de provar que confia na Angie. E para ajudá-la você vai ter que mostrar que não sente ciúmes e que consegue manter a calma.

- Violetta, o que está acontecendo?

- Rafa Palmer está lá fora.

Essas palavras foram suficientes para que German tomasse uma atitude. Ele se levantou e saiu da mansão com passos apressados.

- Que bom que ele entende o que é manter a calma – Violetta pensou alto e foi para seu quarto.

Pov. Angie

Violetta foi para a mansão, mas me passou um olhar de segurança.

- Rafael o que você está fazendo aqui? – Fui andando para trás, porém ele acompanhava meus passos.

- Eu queria saber se você não queria sair para tomar alguma coisa.

- Não Rafa, obrigada.

- É que sabe, eu fui tão rude da última vez que nos vimos – ele se aproximou cada vez mais e eu continuava recuando – Bom, eu queria pedir-lhe desculpas.

- Desculpas aceitas – falei batendo no muro da casa vizinha. Eu chegara ao meu limite, não tinha mais para onde fugir.

- Eu não sei, você realmente me desculpa? – Rafael mantinha seus olhos fixos aos meus. A distancia entre a gente diminuía cada vez mais, e quando Rafa passou a mão no meu rosto de uma forma carinhosa, fiquei sem reação. Não por estar gostando, mas por que estava abismada.

- Angie, meu amor – quando distingui de quem era a voz, me aliviei. Rafa olhou para trás e avistou German se aproximando sorrindo. Eu sabia que seu sorriso era forçado, mas pelo menos ele tentava manter a calma. – não adianta você tentar espiar os vizinhos porque essa casa está vazia faz dois meses.

Estava tão grudada ao muro, tentando manter a maior distancia possível do Rafa, que eu realmente parecia estar interessada em escutar o que acontecia do outro lado do muro. German caminhou com passos lentos e parou exatamente ao lado do Rafa. Meu noivo me olhou com aquele sorriso mais lindo do mundo e disse:

- Linda, não? – Ele perguntou sem tirar os olhos de mim.

- O que? – Rafa Palmer estava desorientado.

- Minha noiva – German explicou dando uma ênfase em “minha”.

- Não vejo nada seu aqui – Rafael se fez de desentendido.

- Sua é que ela não é...

German e Rafa já se encaravam de peito. Obviamente, meu noivo era mais alto, porém o músico não se deixava intimidar.

- Angie, meu amor...

- Não chame ela de “meu amor” – German começara a ficar nervoso.

- Eu queria te mostrar uma foto, que guardei comigo por anos... – Rafa não se importou com a crítica que havia sido feita sobre ele.

- Então mostre-me logo Rafael e...

- Mas infelizmente, esqueci na minha casa, - conseguia sentir claramente a malícia em seu tom de voz. – o que você acha de...

- Já chega! Quem você pensa que é para falar assim com a Angie?

- Eu sou o primeiro amor dela, e o primeiro amor a gente nunca esquece!

- Você pode ter sido o primeiro amor, mas nunca será mais nada dela. O noivo dela sou eu, o futuro marido dela sou eu e você nessa história toda, aonde se encaixa? Em um passado que foi apagado por ter apenas péssimas lembranças.

Rafa fez menção a partir para cima de German então, pela primeira vez, desencostei-me do muro do vizinho e pus entre os dois.

- Não existe, nunca existiu e nunca existirá nada entre a gente Rafael.

Falei olhando para ele, mas não esperei qualquer resposta que fosse. Puxei German pela mão e juntos voltamos a mansão. Ninguém olhou para trás e o silêncio prevaleceu. Já em casa, fomos direto para o escritório.

- German, me desculpa...

- Não Angie, você não precisa se desculpar por nada. A culpa é dele.

Eu não queria prolongar o assunto, simplesmente me aproximei dele e selei nossos lábios.

- Eu te amo. Obrigada por confiar em mim.

Estava me virando para sair, contudo German me puxou pelo braço rapidamente, de modo que minhas mãos foram parar involuntariamente em seu peito. Estávamos tão próximos que conseguia sentir sua respiração.

- Aonde você pensa que vai, princesa? – Abri a boca para falar alguma coisa, mas nada saiu. German se aproximou mais ainda e nos beijamos novamente.

German confiava em mim, minha mãe aceitava meu romance e Violetta agora era oficialmente minha família. Tudo estava perfeito para mim. Nada mais era necessário. Tinha minha felicidade bem a minha frente, e estava disposta a aproveitá-la até o último dia de minha vida.