German acordou sozinho na manhã de segunda-feira. Olhou para o lado e pelo estado em que a cama se encontrava, sabia que Angie dormira com ele. Levantou-se e foi ao banheiro, porém o cômodo estava vazio. Estranhando o fato da mulher ter levantado tão cedo, German tomou um banho rápido e se arrumou em questão de minutos. Encontrou Violetta no corredor e desceram a escada juntos.

            - Bom dia, papai.

            - Bom dia Vilu, você dormiu bem?

            - Bem... Nem preciso perguntar como você dormiu...

            - Violetta... – German falou sorrindo e a repreendendo com o olhar ao mesmo tempo. – Você viu a Angie?

            - Não, – a menina respondeu sorrindo radiante. – Acabei de acordar também.

            Chegaram a mesa onde apenas Ramalho estava tomando café da manhã.

            - Bom dia Ramalho – Violetta cumprimentou o homem alto e sentou no seu lugar de sempre.

            - Bom dia.

            - Ramalho, você viu a Angie?

            - Eu não a vi hoje, German.

            German estranhava mais ainda. Onde Angie estava?

            - Ô Olga – a empregada foi chamada.

            - Sim, senhor German.

            - Você viu a Angie hoje?  

            - Não, não a vi senhor German. Mas hoje pela manhã, quando cheguei na cozinha, tinha uma xícara usada e o leite estava em cima da mesa.

            German fez menção de levantar da mesa, mas Violetta segurou seu braço e disse:

            - A Angie não fugiu, papai. Ela só...

            Nesse momento, um barulho veio da porta. German reconheceu a voz de Angie entre risadas.

             - Eu é que estou fora de forma? – Ela falou entrando na sala.

            - Sim, da próxima vez, vou fazer você suar mais para ver se volta na sua forma de antes.

            A segunda voz era de Pablo. Quando eles apareceram na sala, dava-se para perceber que os dois estavam se divertindo muito. As roupas que ambos trajavam, denunciava o local em que eles estavam. Angie estava com o cabelo preso, um shorts (curto de mais aos olhos de German) de corrida e um top de ginástica.

            - Bom dia – Angie falou sorrindo, ainda de pé na frente da mesa.

            - Bom dia – eles responderam um uníssono.

            - Espera aqui Pablo, que eu vou pegar os papéis para você.

            Angie subiu as escadas com m pouco de pressa.

            - Você não quer comer alguma coisa, Pablo? – Violetta ofereceu.

            - Não, não, obrigado Vilu, eu preciso ir para casa.

            German ainda olhava para Pablo com um olhar de ciúmes e um pouco de raiva.

            - Aqui está – Angie voltou, dessa vez vestindo uma camiseta. – Andrés, Leon e Nathy.

            - Certo, vou ver e depois conversamos sobre. Eu já vou – Pablo falou, sentindo que não era bem vindo por German.

            - Certeza Pablo que não quer tomar café com a gente? – Dessa vez foi Angie quem insistiu.

            - Sim, se eu não for para casa agora, não chego a tempo no Studio.

            Pablo se despediu com um aceno de cabeça e foi seguido por Angie até a porta.

            - Temos que fazer isso mais vezes. – ela falou alegremente.

            - Você tem razão, é sempre bom ganhar de você.      

            Ela deu um tapinha discreto no ombro dele e o abraçou.

            - A gente se vê no Studio.

            Quando Pablo saiu, Angie fechou a porta e voltou a sala.

            - Eu vou tomar banho e já venho.

            Violetta esperou Angie subir para repreender seu pai.

            - Papai, você não pode continuar fazendo isso pelo resto da vida.

            - Isso o que, Violetta?

            - O Pablo é importante para a Angie e você sabe disso.

            - Mas não é por isso que ela precisa...

            - Eles faziam isso sempre. Ela gosta de sair correr com o Pablo, por que a gora isso vai mudar?           

            German resolveu não discutir com sua filha. Eles continuaram tomando café em silêncio até que Angie voltou. Ela ainda estava sorrindo alegre.

            - Bom dia... Estou morrendo de fome.

            - Quanta alegria... – German falou em um tom de deboche.

            - E por que eu não estaria, meu amor?

            O fato de Angie não se importar com outro ataque de ciúmes de German, o deixou mais estressado ainda.

            - Ramalho, precisamos ligar para o Qatar.

            - Qatar, papai? Por que?

            - Para deixar nossa fuga preparada.

            Ele falou e foi em direção ao escritório. Os três que restaram na sala riram.

            - Vou lá antes que German prepare mesmo um escape do país. – Ramalho levantou da mesa e foi atrás do chefe.

            - Angie, posso saber que papeis eram aqueles que você entregou ao Pablo?

            - Umas músicas que foram escritas a muito tempo atrás, quando eles entraram no Studio... Vilu estamos atrasadas. Vamos.

            Angie pegou mais duas torradas e as duas saíram da mansão. Quando a loira terminou de comer, Violetta puxou assunto.

            - Angie, posso saber por que você está tão feliz?

            - Eu apenas acordei de bom humor. Então fui correr com Pablo e meu humor melhorou. Cheguei em casa e vi que você e seu pai esperavam por mim, o que me deixou mais feliz ainda.

            - Parece que nada vai estragar seu humor hoje.

            - Nem o ciúmes de German. – Angie falou rindo, na realidade ela não parava de sorrir em nenhum momento.

            - Mas ele tem motivos para estar com ciúmes.

            - Isso é verdade, mas já dizia minha mãe, palhaço sem atenção não tem graça.

            - Não sei se o ciúmes do papai vai passar tão fácil assim – Violetta falou duvidando do que sua tia acabara de dizer. Ela conhecia German, ele tinha uma personalidade muito forte.

            - Eu sei disso, mas eu escolhi ele, não foi? Eu o amo. Só que ele tem que entender que o Pablo é meu melhor amigo.

            - Infelizmente o papai só entende o que ele quer.

            - Ele vai ter que aprender a confiar em mim.

            Elas pararam de conversar pois haviam chegado ao Studio.

            - Bom Vilu, eu vou falar com o Antonio, sobre a festa. Sua primeira aula é comigo então a gente já se encontra.

            Angie foi em direção ao escritório do diretor a procura de Antonio, enquanto Violetta conversava com seus amigos sobre a festa.

            - Oi Pablo, você viu o Antonio?

            = Ele está na sala dos professores. Pensei que você fosse chegar atrasada.

            - Por que diz isso?

            - Nada...

            Ela olhou desconfiada para ele e disse:

            - É bom ter meu melhor amigo de volta.

            E saiu da sala. Pablo ficou lá, organizando os papéis, pensando nos efeitos que as palavras de Angie teriam em sua vida daqui para frente.

            - Antonio? – A professora perguntou entrando na sala.

            - Angie! Bom dia!

            - Bom dia, podemos conversar?

            - Claro, claro. Diga.

            - Ontem, foi o aniversário da Violetta...

            - Sim, Angélica me falou.

            - E a Vilu queria fazer uma festa amanhã na mansão. Eu queria saber se dava para dispensar os alunos...

            - Claro! Eu sei o quanto isso é importante para Violetta. Avise os alunos que amanha eles não precisam voltar para o período da tarde.

            - Obrigada Antonio.

            Angie saiu do escritório e foi em direção a sua sala. Preparou todas as partituras e esperou os alunos. Em um primeiro momento, a aula seguiu normal. Claro que como sempre, Ludmila tinha que dar uma de estrela, mas ninguém se importou, o que fez a menina sair estressada da sala.

            - Bom, Vilu, você já falou com todos?

            - Já.

            - Certo, eu conversei com o Antonio, e ele disse que vocês não precisam voltar amanhã para o período da tarde. – Eles comemoraram e Angie continuou – Então, por hoje é isso. Lembrem-se sempre de aquecer a voz e de manter a calma, assim tudo vai dar certo na hora de vocês cantarem.

            Os alunos se despediram da professora e saíram da sala alegres comentando sobre a festa do dia seguinte. Angie estranhou que nenhuma outra turma entrou na sala e quando olhou seu horário, notou que não tinha aula agora. Ela tinha uma hora livre, mas não era tempo o suficiente para ir até a mansão. Angie encarou o violão e não pensou duas vezes, pegou o instrumento começou a produzir uma melodia que a dias estava em sua cabeça. Ela compunha a melodia calmamente, escutando a voz do seu coração. Um pouco antes de dar o horário ela parou e foi arrumar as próximas aulas. Já estava na última aula antes do almoço e Angie não aguentava de fome.

            - Então por hoje é isso, para a próxima aula não se esqueçam de trazerem as partituras para os duelos.

            Os alunos do primeiro ano se despediram e saíram da sala. A mulher pegou sua bolsa e foi em direção ao Resto. Sentou em uma mesa e esperou Lucca se aproximar para fazer o pedido.

            - Olá Angie, o que você vai querer?

            - Eu quero um sanduíche integral e um suco de laranja, por favor.

            - Claro, eu já trago para você.

            Lucca saiu deixando Angie sozinha  brincando com um sachê de açúcar. Ela estava com muita fome, mas seu humor continuava inabalável.

            - Angie – Pablo falou sentando-se na mesa com ela, - está esperando alguém?

            - Não, pode ficar. – A loira notou que seu amigo estava mais feliz do que o normal e perguntou. – Posso saber o motivo de tanta felicidade?

            - Acabei de receber uma ligação do produtor do teatro. Eles querem fazer uma adaptação de Mamma Mia e estão procurando alguém para fazer o Sky.

            - Pablo isso é maravilhoso! Você vai poder voltar aos palcos!

            - Mas para isso eu teria que me afastar do Studio.

            - Isso vai fazer muito bem para você e você não vai sumir, eu espero.

            - É claro que eu não vou sumir.

            Logo o almoço de  Angie chegou e ela comeu tão rápido que não foi tempo suficiente para o sanduíche de Pablo chegar.

            - Lucca, você pode trazer mais um sanduíche para mim, por favor?

            - Claro Angie.

            - O que foi? – ela perguntou notando o olhar que Pablo lançava.

            - Nada... Pelo jeito a corrida de hoje mexeu com o seu metabolismo...

            - Ai Pablo, me deixa almoçar em paz!

            Eles riram e voltaram a conversar descontraidamente. Depois que Angeles terminou seu segundo sanduíche, eles voltaram ao Studio. Angie foi direto para sua sala, ela queria terminar de escrever sua música.

            Estava pronta. Angie olhou orgulhosa para seu trabalho e checou o relógio. Ainda tinha um tempo para começar a aula, tempo o suficiente para tocar pelo menos uma vez sua música. Ela começou seguindo principalmente as batidas de seu coração e pensando em uma pessoa. A pessoa que era o principal motivo de sua felicidade.

Hoy descubri que estoy cambiando

Y desperte pensando em ti

No se que hare, como empezar, pero es la hora de ser yo

Y ya sabre que hacer.

Secretos, misterios que va encontrando el corazón.

Historias de cuentos, nuevos caminos del amor

Y ya sabre que voy hacer

En el camino encontrare, si estamos tu y yo.

Hoy descubri que estou cambiando

Encuentro cosas que hay en mi

No se que hare, como empezar, pero es la hora de ser yo

Y ya sabre que hacer

Secretos, misterios que va encontrando el corazón

Historias de cuentos, nuevos caminos del amor

Y ya sabre que voy hacer, en el camino encontrare

Amor es lo que siento, tu amor es lo que quiero, amor es lo que voy a ser.

Secretos, misterios, que va encontrando el corazón

Historias de cuentos, nuevos caminos del amor

Secretos misterios que va encontrando el corazón

Historias de cuentos, nuevos caminos del amor

Y ya sabre que voy hacer

Siento que vamos a poder

            Quando Angie abriu os olhos, encontrou seu príncipe na sua frente, a admirando. German chegara enquanto sua amada cantava distraidamente. Ele se surpreendia com a perfeição daquela mulher. E quando ela cantava era como se eles fossem transportados para outro mundo, no qual só existisse os dois.

            - German! – Ela exclamou feliz com a surpresa. – Eu pensei que você...

            - Que eu estava chateado com você? – Ela assentiu com a cabeça. – Você sabe que eu não consigo, não por muito tempo.

            Angie largou o violão e se aproximou mais do seu noivo.

            - Você precisa tirar essa ideia maluca da cabeça de ir para o Qatar.

            - É que...

            - Eu te escolhi não foi? Eu te amo, e é só isso que importa.

            - Desculpa-me por ser tão egoísta. Eu te amo muito, não suporto ver você com outro cara.

            - Apenas confie em mim. Tudo vai dar certo.

            Então, no meio da sala de canto, cinco minutos antes da aula dos veteranos começar, eles selaram seus lábios, provando mais uma vez que o amor vence qualquer barreira.