Desabotoei sua blusa, botão por botão com bastante calma, enquanto ele respirava ofegante. Tirei a minha blusa também, deixando meus sutiã à mostra, sem medo de me sentir diferente. Era uma cena de filme, eu quase conseguia ouvir a música lenta e romântica ao fundo, enquanto nos beijamos calmamente, era tão harmonioso. Puxei suas calças para baixo sem ao menos tirar os meus olhos dos seus, ele estava desesperado e eu apenas queria sentir cada momento como se fosse o último, talvez porque fosse. Eu mesma tirei as minhas ao sentir uma sensação de adrenalina me invadir.
- Prometa que não irá me machucar. - pedi no seu ouvido.

- Prometo.
Ele subiu em cima de mim e tirou as últimas peças de roupa que nos faltavam, pronto para começar. Finalmente, me invadiu de um modo tão prazeroso e ao mesmo tempo tão doloroso, que tive vontade de desmaiar, mas me contive. Um milhão de sensações explodiam dentro de mim e com o tempo, apenas as boas ficaram, expulsando as más para longe. Era estranho como apenas alguns movimentos podiam me controlar, me faziam perder a cabeça e me movimentar de forma sincronizada, como uma dança, era mágico. Depois de tanta dor e sofrimento, era bom saber que eu tinha um pouco de amor e prazer me esperando.
- Nathalie...
Josh gemeu no meu ouvido e senti todos os meus pelos se arrepiarem, era um gesto muito prazeroso. Eu estava suando e me contorcendo, o prazer aumentava e eu sentia que a qualquer momento poderia explodir, mas eu sabia o que estava acontecendo. Era como tocar o céu ou estar a beira de um abismo, quase caindo. Um gemido teimoso saiu de meus lábios e me entreguei para Josh, sem me importar se iria aguentar, pois sabia que iria. Acabou, a sensação se foi e ele deitou-se ao meu lado, eu estava tão cansada quanto uma pessoa que correu na maratona, era impressionante. Agora, eu poderia me considerar um pouco mais normal, ou pelo menos mais amada, eu queria dormir, mas tinha medo de quando abrisse os olhos novamente, poderia não ser real.
- Você está bem?
Sua voz doce ecoou nos meus ouvidos e involuntariamente, sorri, por que? Ele estava a poucos centímetros de mim, eu conseguia sentir toda sua pele encostando na minha, mas não era algo do qual eu pudesse reclamar.
- Estou. - respondi com voz falha. - Só estou um pouco cansada...
- Então é melhor irmos dormir.
Ele nos envolveu no lençol fino que estava por cima da cama e me abraçou por trás, me trazendo segurança de um modo diferente, de um modo amoroso. Fechei os olhos devagar e caí em um mar de pensamentos: Será que eu fiz a coisa certa? Na maioria das vezes, eu não me importo com isso, mas dessa vez é diferente, eu tenho o Josh e ele entrou na minha vida para nunca mais sair. Fui atingida pelo cansaço e adormeci.

***

- Nathalie?
Acordei em um susto, olhei no meu relógio, eram quatro da manhã e Josh dormia tranquilamente. Eu ouvi ela me chamando de novo, a cada letra que ela pronunciou me fez arder em medo. Tentava buscar a segurança nos braços de Josh novamente, mas não funcionava, ela estava me deixando apavorada.
- Não gostei do que você fez comigo, Nathalie...
A voz ecoava calmamente e por mais que eu olhasse, eu não a achava. Ela estaria brava ou apenas curiosa? Do mesmo jeito, ela poderia me matar e me fazer pagar por eu ser a encarnação de uma pessoa que ela tanto odeia. Decidi me levantar cuidadosamente da cama e andar pelo quarto no pleno silêncio, estava escuro, mas eu não estava sozinha.
- Não banque a corajosa, nós duas sabemos que você não é...
Peguei um pé de cabra que estava encostado perto da lareira e fiquei atenta a cada ruído. Eu sentia a presença dela, mas não estava na cama, nem nas paredes, cada canto estava vazio. Ela está atrás de mim, não está? Acertei. Assim que me virei, vi seus olhos azuis outra vez e quase larguei o pé de cabra no chão, mas me mantive forte, tinha que falar com ela.
- Você é a Alessa?
- Sim.
- Por que está fazendo isso?
- Você ainda pergunta? - seu tom de voz aumentou e meu coração acelerou. - Você dormiu com ele!
- M-Me desculpa?
- Não, você não consegue parar de ser má, não é Beatrice? - não suportava quando ela me chamava desta forma.
- Eu não sou Beatrice Gilbert! - alterei meu tom de voz também.
- É claro que é! Eu vou destruir você!
- Não vai, não...
- Como pode ter tanta certeza disso? - por um momento, senti como se a alma que me controlava na minha resposta, fosse de outra pessoa, eu estava fora de mim.
- Porque eu sou você...