Esperei até ser umas cinco da manhã e então liguei para a Alice, a essa hora a Kris já devia estar dormindo, a hora perfeita para aquela vampirinha danada me dar umas explicações!

            – Olá Jake!

            – Pensei que não tivesse visões dos lobisomens.

            – Não mesmo. Para essas coisas que serve o identificador de chamadas!

            – Ah, que seja! Então explique o que foi tudo isso hoje?

            – Você já sabe! Eu te avisei faz tempo que era para você largar aquelas duazinhas, eu adoro elas como cantoras, mas não são para você!

            – Isso não explica nada!

            – Ai, como você é lento! Está tudo explicito! A Kristen voltou. Voltou porque ela tem um maldito mal gosto e te ama! Então é para você largar aquelas lá e ficar com a Kris! Simples assim!

            – Alice, quantas vezes eu tenho que dizer que eu não posso ficar com ela?

            – Umas 57 vezes! Mas agora é vez de você dizer isso para ela e não para mim, está na hora de você ouvir os argumentos dela já que os meus não contam por estar numa situação parecida com a sua... Marca na sua agenda próximo sábado a noite lá no karaokê, não falte ou eu te mato! Então ela desligou o telefone.

Às vezes (ou quase sempre) eu tenho vontade de esganar a Alice. “Mas e então? Eu deveria ir no karaokê?”.

KRISTEN P.O.V

            Quando eu acordei senti que alguma coisa estranha estava acontecendo. Tinha um cheiro estranho no ar, parecia o cheiro do café misturado com cheiro de combustível, mas eu não me lembrava de ter nenhum posto de gasolina por perto.

Fui par a sala e encontrei a Alice com uma garrafa na mão, o cheiro de gasolina era insuportável agora.

            – Alice o que está acontecendo? O que você está fazendo?

            – Ele está vindo para cá... respondeu ela com o olhar vago e dando um gole daquele liquido estranho.

            – Minha nossa! Você está bebendo gasolina?

            – Gasolina é muito bom! 

            – Bom para que? Para se matar?

            – Bom para embrulhar o estomago... Faz qualquer desejo por sangue desaparecer. “Minha amiga vampira pirou, o que eu faço?”. Antes que eu pudesse pensar em alguma coisa. Ela se levantou e apenas disse:

            – Oh, não! Ele está chegando! Eu preciso ir! Desculpe Kris, depois eu volto!  Ela saiu correndo pela porta numa velocidade sobre-humana. Eu não estava entendendo nada, que seria a pessoa que a ela estava falando? Sem ter o que fazer, resolvi tomar café.

            Depois do café senti o tédio me dominando, olhei para a janela e estava nevando suavemente, resolvi dar uma volta para apreciar os flocos caindo.

Logo que sai da porta da casa da Alice fiquei admirada com a paisagem toda branca, fiquei ali parada por um bom tempo, até que uma movimentação estranha do outro lado chamou minha atenção. Um cara estava levando caixa para dentro da casa ao lado, devia estar se mudando para cá. Então ele olhou para mim e eu pude reconhecê-lo, era o Edward. Atravessei a rua e fui falar com ele.

            – Oi Edward!

            – Oi, é Kristen né?!

            – Isso! Desculpe a indiscrição, você está se mudando para cá?

            – Ah, sim! Trabalho novo, morada nova! “Agora eu sabia de quem a Alice estava falando, ela me contou que gostava dele, mas ao mesmo tempo não conseguia ficar perto dele porque o sangue dele era muito atrativo para ela conseguir resistir”.

            – Hum! Percebi belo tanto de caixas, quer que eu ajude a pega-las?

            – Se não for nenhum incomodo, seria ótimo!

            – Sem problemas! Rapidamente trouxemos todas as caixas do carro para dentro da sala dele.

            – Acho que acabou! Eu deveria ter contratado uma transportadora para fazer isso, mas eles sempre quebram alguma coisa, e normalmente algo que gostamos!

            – Ah, é verdade!

            – Obrigado por me ajudar!

            – Por nada! Mas agora eu vou indo Alice já deve estar em casa... 

            – Alice está morando por aqui?

            – Sim, na casa aqui ao lado.

            – Hum! Ele esboçou um pequeno sorriso.

            – Bom, até a próxima... Mas quando eu me virei para ir embora acabei tropeçando numa caixa, que tombou esparramando um monte de livros revistas e recortes.

            – Oh não! Desculpe-me! Será que estraguei alguma coisa? Abaixei-me para colocar as coisas no lugar, não pude deixar de notar que todo aquele material falava sobre bruxos, vampiros, etc.

            – Acho que não, não tinha nada que quebrasse nessa!

            – É material de inspiração? Ele riu.

            – É, um pouco, eu adoro interpretar essas criaturas. Enquanto você atua é como se vivesse nesse mundo fantástico de verdade. Você vai me achar louco, mas eu acredito que eles existam em algum lugar, pelo menos é o que eu gostaria que acontecesse, adoraria ser um vampiro de verdade.

            – Serio? Você abriria mão de tudo par ser um vampiro?

            – Acho que sim, claro que eu não iria querer ser um sanguessuga matador, mas eu queria ser um vampiro como meu personagem em Twilight!

            – Hum! “Será que a Alice está vendo isso?

            – Nossa você deve estar achando que eu sou lunático!

            – De forma alguma, eu também acredito nessas coisas, só que eu prefiro os lobisomens! Nós rimos.

            Quando eu voltei Alice estava mais inquieta que o costume.

            – Kristen, você é louca!

            – Eu sei! Mas qual a loucura que eu fiz dessa vez?

            – Não fez, mas pensou em fazer!

            – E o que eu pensei em fazer?

            – Você ia me dizer: Alice você não precisa mais se preocupar, o Ed adoraria ser um vampiro, você pode transformar ele e ser feliz para sempre! Eu gargalhei.

            – Eu tenho medo do seu dom! Mas o que achou da minha ideia?

            – É nessa hora que eu digo Kristen você é louca!

            – Você bebe gasolina e eu sou a louca? Ela me lançou um olhar maligno.

            – Eu não faço isso com frequência! Já você é sempre problemática!

            – Ei! Isso está ficando pessoal! Foco! Qual o problema de você ficar com o Edward?

            – Simples: Eu posso matá-lo!

            – Ai, você também com essa superproteção... Até parece o Jake, culpa disso que estamos separados há tanto tempo...

            – Ah, mas o Jake é idiota, releva, ele tem muito mais alto controle do que ele pensa... Já eu não! O Ed corre perigo se tiver ao meu lado, mas mesmo que eu vá transformar ele é pouco provável que eu consiga transformá-lo sem matá-lo.

            – E você não pode ver o que vai acontece?

            – Eu só posso ver quando a pessoa toma uma decisão, neste caso ele ainda não recebeu o estimulo para tomar qualquer decisão então não tem como saber, eu estou completamente confusa! Ficou um momento de silencio, mas depois ela voltou a falar agora mais animada.

            – Mudando completamente de assunto. Alice sorria maliciosamente enquanto falava.

            – Temos um novo evento para ir!

            – O que é dessa vez? Perguntei desanimada com o uso da palavra “evento”.

            – Um karaokê!

            – Como assim? Eu não canto! A gasolina que você bebeu subiu para a cabeça?

            – Ah, você canta sim, e vai cantar, eu vi!

            – Posso pelo menos saber que música?

            – E estragar toda a surpresa? Não! Não!

            – Você é do mal sabia?

            – É eu sei! Mas você vai me agradecer.