You Belong With Me escrita por FreddieMcCurdy


Capítulo 55
Convite para a caverna do leão.


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo! Eu fiquei com saudades de fazer roupinhas e pá então tem um link do Polyvore aí no meio, se vocês quiserem. Vocês gostam? Pra mim não faz muita diferença, but....
Enfim, espero que gostem!
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(postei uma fic nova, se alguém se interessar. O nome é Despedida de Solteiro: http://fanfiction.com.br/historia/496636/Despedida_de_Solteiro/)



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Sabe quando você sonha de olhos abertos? Você está acordada e de repente sua mente começa a desviar a atenção da realidade e começa a dar voltas e voltas? E... De repente... Perde a noção do que é a realidade e do que é sonho?

Eu estava me sentindo desse jeito.

Parecia que... eu sabia que era um sonho. Que eu tinha noção de tudo, que eu poderia controlar tudo, mas algo me impedia.





Freddie deu um beijo no meu pescoço enquanto puxava minhas pernas entrelaçadas em sua cintura mais pra cima, sentado no sofá. Eu mordi de leve a sua orelha esquerda, fazendo movimentos com o quadril enquanto sentia aquele membro ereto na calça jeans implorando para que me penetrasse logo, e eu tenho certeza que foi exatamente isso o que Freddie pensou. Se distanciou um pouco de mim, arrancando sua camiseta com agressividade e buscando rapidamente meus lábios.

–Eu... - murmurou. - Eu não posso mais me controlar como antes, sabia?

–O... que? - falei, de olhos fechados. Ele riu.

–Você não pode me excitar desse jeito mesmo sabendo que eu estou atrasado pro trabalho, Sam... - sussurrou. Eu ri.

Freddie apertou mais ainda minha cintura, com medo de se separar de mim, quando deu uma olhadela no relógio da cozinha e ele apontava sete da manhã. Ele arregalou os olhos castanhos e abriu a boca, me tirando de seu colo e pegando a camiseta do chão.

–Ai, porra, eu estou MUITO atrasado!

Eu ri, abraçando os cotovelos. Ia fazer a famosa voz de bebê que eu sabia que ele não resistiria.

–Fica aqui hoooooooooooje, por favor... Você não precisa ir...

Foi divertido ver Freddie todo atrapalhado, pegando a camisa e a maleta preta e colocando-a no braço enquanto me dava um selinho de alguns segundos.

–Até mais, meu amor! Voltarei para o jantar!

Como um furacão, Freddie abriu e fechou a porta rapidamente, em poucos segundos já fora do apartamento. Ah, como eu amo esse homem. Ele faz com que eu me sinta tão... Parece que eu tenho poder sobre ele, como se ele fosse submisso a mim, e não o contrário. Fechei os olhos e sorri, respirando fundo.

Peguei a minha regata cinza que tinha ido ao chão e a joguei em cima do sofá, fechando o botão do shorts jeans que fora aberto enquanto eu me divertia em cima do colo do meu homem, e fiz um rápido coque nos cabelos loiros tentando enganar o calor. Argh, eu tinha que fazer tantas coisas hoje!

Com uma olhada na pia, já descobri qual seria a primeira tarefa do dia. Mas, antes de eu pegar o avental pendurado na cadeira, ouvi o som mais alto e irritante desse mundo que conseguia acabar com o meu bom humor: alguém tinha esquecido o dedo na campainha, já que ela não parava de tocar.

–Tá de brincadeira, né, otário?! – berrei, abrindo aquela porta. Era óbvio de que o síndico queria me ver fora do sério, já que provavelmente tinha ido até lá pra cobrar do aluguel atrasado.

No entanto,meu queixo caiu.

O cara dos cachos entrou com as mãos no bolso do moletom preto, assoprando o cabelo que estava pra fora da touca.

–Ele já saiu? – Harry perguntou, passando os olhos pela casa inteira. – Eu vi alguém entrar apressadamente no elevador de serviço, mas não achei que fosse ele. Estava meio atrasado hoje, né?

Arregalei os olhos, ainda petrificada. Harry levantou as sobrancelhas.

–Tá tudo bem? – disse, se aproximando de mim. Eu não pude evitar de dar um empurrão em seu peito e dar um passo para trás, encostando na porta fechada. Ele pareceu achar graça do meu ato, já que deu um sorrisinho e coçou o queixo. – Ah, tá... Você quer bancar a difícil hoje. Certo.

–Quê?! Quer dizer, mas que diabos você está fazendo aqui, Styles?!

Ele deu de ombros, chegando mais perto de mim enquanto eu tentava atravessar a porta de tanto que empurrava meu corpo para trás.

–Você gosta desses joguinhos, não gosta? Certo, eu entro nele. Vamos fingir que você não sabe e eu não sei o que vim fazer aqui. E, então, vamos descobrir juntos. – sua mão estava prestes a tocar meu rosto quando eu apertei os olhos, prendendo a respiração.

–Não! Harry, vai embora! O que... Por que eu estou sonhando com você?! Você não deveria estar aqui! Eu... Eu amo o Freddie! É ele que dev...

–Shhh... – sussurrou perto do meu ouvido. – Eu preciso beijar cada parte do seu corpo. Eu não consigo ficar nem mais um minuto separado de você.

–Harry, não faça is...

–Eu amo você, e o amor é a única coisa verdadeira na vida. Quando você diz a uma pessoa que a ama, e você realmente a ama, você dá a ela uma parte de você que ninguém mais pode receber. Uma parte que é mais preciosa que qualquer coisa nesse mundo. Você dá a ela...

–Seu coração. – completei. Ele sorriu. – E o que ela faz com seu coração é ela quem decide inteiramente.

Sua íris verde penetrou na minha enquanto eu puxava seu pescoço para mais perto, e finalmente colava seus lábios nos meus. Subitamente, aquilo não parecia mais tão errado assim. Aqueles olhos exalando luxúria e aquelas enormes mãos me tocando não parecia uma má ideia.

Harry me puxou para si e se sentou no sofá, no mesmo lugar que Freddie tinha ocupado cinco minutos atrás, e eu me encaixei perfeitamente com as pernas em sua cintura, ainda sem separar nossas línguas. Mas, de repente, ele segurou em meus ombros e me afastou, ofegante.

–Lembra quando você pisou em cima de mim quando me escondeu sobre minha mãe? Ou quando me despedaçou quando disse que não correspondia ao meu amor e escolheu ele? Que eu não estava apaixonado por você? Que me humilhou? – eu assenti. – Eu te odiei. Eu te odiei por não me amar do jeito que eu te amei. Eu nunca pensei que você ficaria com os dois ao mesmo tempo.

–É, mas isso é um sonho. Em sonhos e fantasias não há impossibilidades. A única coisa que existe é aquilo que a gente escolhe. A gente quebra as regras e ainda assim tudo fica bem. Agora cala a boca e me beija, Harry.

–Você quer que eu te beije? - perguntou, sorrindo.

Em vez de respondê-lo, simplesmente arranquei a regata cinza de meu corpo e joguei-a em direção à cozinha enquanto apertava meus seios com vontade e assistia a Harry me olhando como se estivesse prestes a atacar um pedaço de carne. Ele admirava meu sutiã preto calmamente até eu pegar suas duas mãos e colocá-las no fecho, forçando-o a abri-lo. Harry mordeu o lábio de excitação.

–Não... Não, Harry...







–Não, não, não... Não! Harry, me larga!

Foi como se eu tivesse ficado um minuto sem respirar, porque abri a boca ofegante e minha respiração estava acelerada. Por quê?! Por que eu estava sonhando que traía meu namorado?! Minha mão trêmula e gelada percorreu meu rosto e depois meu pescoço, sentindo algumas gotinhas de suor que tinham escorrido enquanto eu dormia. Não, isso nunca iria acontecer. Eu nunca seria capaz de deixar alguém sem ser Freddie tocar meu corpo desse jeito. Não faz o menor sentido.

Abracei mais meus joelhos, sentada na cama cor-de rosa, enquanto mirava a parede da mesma cor. Depois de uns vinte minutos que eu decidi não dormir mais, simplesmente não conseguia prestar atenção no que estava acontecendo, apesar de não estar acontecendo exatamente nada.

E Freddie? Ele conseguiu escapar? Ele entendeu o que eu quis dizer? Será que tinha mesmo um túnel embaixo da casa? Ele está bem? Será que conseguiu chegar em casa? E se ele nem mesmo saiu dessa mansão ridícula? E quanto ao Harry? E Goran?

Passei as mãos nos cabelos loiros, e senti alguns dos fios embaraçados se enroscarem em meus dedos. Claro, não tem um pente sequer nesse quarto cor de vômito. Antes de eu me levantar para andar até o banheiro da suíte, ouço algumas batidas na porta.

–Entra! – digo, mal-humorada.

–Oi, Samantha! – ouço uma voz fina e desagradável antes mesmo de a maçaneta virar, e já sinto meu estômago reclamando. Simplesmente não acredito.

Claire entra no quarto com uma mala enorme vermelha, a empurrando com dificuldade até a cama. Ela dá um sorriso, depois tira o capuz da blusa azul de sua cabeça e senta-se perto de mim. Eu ergo as sobrancelhas.

–O que está fazendo aqui mesmo, colega? – pergunto, a voz mostrando desprezo total. Ela finge não ligar.

–Ah, eu só vim te trazer algumas coisinhas que Marconny mandou. Umas roupas, eu acho. – Claire coloca o cabelo atrás da orelha. E, lentamente, ela olha para baixo. – E eu vim te pedir desculpas.

–Pelo quê? – suspiro.

–Você sabe muito bem pelo quê. – ela levanta as sobrancelhas. – Acho que, se agora somos parceiras, não podemos ficar brigando feito menininhas. Chega disso. A partir de agora, nós estamos trabalhando juntas. A partir de agora, eu preciso confiar em você. Não temos mais assuntos inacabados, certo?

Nós duas sabíamos que aquilo não era verdade. Claire, a gorda que emagreceu, estava ali na minha frente me olhando nos olhos enquanto pensava: “Na primeira oportunidade, Puckett, eu vou te pegar.” Eu conseguia ver isso através de suas pupilas. Ela sempre me odiou e sempre vai me odiar.

–Claro – sorri. Claire fez o mesmo.

–Ótimo – disse, se levantando e puxando a calça para cima. – Então, já que estamos bem, acho que podemos ser... amigas. Acho que eu nunca tive uma amiga, e ficarei feliz em saber que você será uma.

–Seremos grandes, grandes amigas.

Claire ergueu uma de suas sobrancelhas, depois deu as costas e andou até a porta.

–Venha. – falou, sem se virar. – Sir Marconny quer falar com você.

Claire me esperou levantar da cama para colocar o braço direito sobre meus ombros e andar comigo pelo corredor até o hall principal e depois à sala de jantar. Falsa. Essa garota me dá nojo.

Era estranho não saber se estava à noite ou de manhã por conta daquela casa totalmente fechada, mas algo me dizia que era mais ou menos meio-dia quando vi Marconny sentado numa mesa incrivelmente grande com frutas e bolos espalhados de ponta a ponta. Foi a única vez que eu o vi sem o chapéu de Michael Jackson na cabeça. Marconny deu uma olhadela em mim e apontou para a cadeira à sua frente enquanto cortava o queijo com garfo e faca. Argh, como eu odeio pessoas educadas.

–Bom dia, doce srta. Puckett. – disse ele, com o sotaque britânico impecável.

Não respondi, continuei petrificada à sua frente. Marconny deu um sorrisinho, olhando para os outros homens de terno que rodeavam a sala de jantar, e eles logo saíram de lá, fechando a porta. Claire tinha sumido.

Lá estávamos nós. Só eu e ele.

–Eu disse bom dia, Samantha. – comeu outro pedaço de queixo. Eu suspirei.

–Bom dia, Sir Marconny.

–Melhor assim. – colocou os talheres na mesa. Finalmente, depositou seu olhar sobre mim. – Bom, eu tenho boas notícias. Meus homens já estão começando a viajar para a Europa e, logo em breve, será a nossa vez, doce Samantha. O jato estará à nossa disposição. Ficaremos em uma antiga casa de Brighton, na Inglaterra.

–O quê? Espera... Europa? – franzi a testa. Ele fez que sim com a cabeça. De que diabos ele estava falando?

–O próximo ponto de encontro será lá, minha querida. Vamos reunir todos os chefes de quadrilha para decidirmos quais os sequestros que faremos esse... Coisa de rotina. Acostume-se. Sempre estaremos viajando. – deu de ombros, bufando.

Não! Eu não vou pra Europa nenhuma! E quanto ao Freddie?! Eu preciso arrumar um jeito de vê-lo, contar a ele sobre esse plano da viagem. Ele não sabe de nada!

–Ahn... – estralei os dedos da mão esquerda, nervosa. Teria que ser uma atriz profissional agora. – Ok, Sir Marconny. Mas... – fechei um dos olhos, dando uma risadinha. – Eu estava pensando se eu poderia dar uma palavrinha com aqueles prisioneiros... Freddie, sabe? Freddie Benson? Queria só conversar com eles por um tempinho...

Marconny continuou com seu sorrisinho de serpente, e nem que eu quisesse eu poderia saber se aquele sorriso era verdadeiro. Pegou o chapéu pendurado na cadeira e o colocou na cabeça.

–Perdão, doce Puckett, mas não poderei permitir isso.

–Por quê? Aconteceu alguma coisa? – perguntei, sentindo o fogo aumentar dentro de mim. Era isso! Freddie tinha escapado! Por isso, não ia ter como eu falar com ele!

–Eles são prisioneiros, Samantha. Não há jeito de contatá-los, agora. E eles ficarão aqui enquanto nós partiremos para a Europa. Todos os três.

Ok, era óbvio que Marconny não me contaria se eles tivessem conseguido fugir. Ele saberia que não tinha como me manter mais aqui dentro dessa mansão e eu fugiria também. O que é exatamente o que eu vou fazer. Ele se levantou da cadeira, dando a volta na mesa com passos lentos, e veio em minha direção. Os pelos do meu braço se eriçaram.

Marconny estendeu a mão para mim, e eu logo segurei nela e me levantei da cadeira também, vendo-o olhar intensamente dentro de meus olhos. E, segurando a minha mão, me fez dar um giro na sala de jantar. Dei um sorrisinho por educação. Ele era repugnante.

–Abra sua mala e siga as instruções que estão no bilhete, meu amor. – sussurrou perto de meu ouvido. Com o nariz bem próximo do meu, consegui sentir o hálito de café que vinha de sua boca.

E, rispidamente, Marconny largou minha mão e abriu a porta da sala de jantar, saindo do ambiente. Eu passei a mão que tinha o tocado na coxa, limpando-a, e umideci os lábios com minha língua.

Não me resta mais nada a não ser fazer o que ele mandou.

...

Era estranho tomar banho naquela banheira enorme que tinha na suíte. Nunca me acostumei com essas coisas de rico. Cuidadosamente e sem pressa, saí da água quentinha e pisei no tapete branco peludo, pegando uma das toalhas de cima de um pequeno balcão e fazendo da toalha um vestido, enquanto soltava meus cabelos que tinha prendido para tomar o banho relaxante. Assim que andei até o quarto e me vi no espelho, dei um sorriso. O primeiro banho do dia em uma banheira de hidromassagem.

Isso é demais.

Ok, mas vamos logo com isso. Prendi bem a toalha no corpo para ela não cair e, logo em seguida, me abaixei no chão, pegando a mala e colocando-a em cima da cama. Parecia bem pesada para algumas roupas. Mas, é claro, eu não poderia esperar nada de Marconny, não fazia ideia do que tinha lá dentro.

E, assim que eu a abri, meus olhos se arregalaram. Sem. Chance. Eu nunca vou usar isso. Simplesmente NUNCA.

Era uma camisola vermelha de alcinhas e com um pouco de renda em algumas partes. Marconny só poderia estar de brincadeira. E, assim que eu tirei aquele pedaço de seda, vi vários cremes e loções com um envelope vermelho grudado em um dos cremes e logo me apressei em abrir. As oito letras de forma pequenas e delicadas formavam uma palavra – SAMANTHA – e parecia que ele, além de falar como alguém do século XVIII também escrevia com aquelas penas de antigamente, já que os traços eram finos e precisos. Marconny gostava de ser à moda antiga.

Quando abri o envelope de carta, tirei de lá metade de uma folha sulfite.

“Quero que venha ao meu quarto essa noite, já vestida. Preciso urgentemente tocar sua pele, amor. Não me faça esperar.”

Marconny não assinou, só deu cinco pingos na folha e os ligou, formando um grande M, o que me trouxe de volta pensamentos ruins do passado, como a morte de Annie. O assassinato da mulher que Marconny amava só porque o seu inimigo, Goran, também a amava. Aquele homem era capaz de tudo.

E eu estava prestes a ir pra cama com ele.

Hoje não ia ter como fugir. Não ia ter outra saída. Eu vou ter que fazer isso. Peguei rapidamente a camisola vermelha e a coloquei, deslizando-a por meu corpo já seco com facilidade, e peguei a ridícula calcinha vermelha fio dental, colocando-a também. Que vergonha de mim mesma.

Sem conseguir mais fugir, me olhei no espelho. É, até que eu estava bonita, considerando que eu estava me arrumando pro pior monstro de todos. Soltei o cabelo, peguei o perfume e dei três borrifadas em meu pescoço. Pronto. Agora é a hora.

Eu consigo fazer isso. Eu posso fazer isso.

Girei a maçaneta e coloquei os pés descalços para fora do quarto, fechando a porta atrás de mim. Pronto, estou do lado de fora. Mais perto de conseguir.

Com passos lentos mas determinados, andei aquele corredor inteiro. Meu coração simplesmente não poderia bater mais rápido. Naqueles corredores, que sempre estavam cheios de homens engravatados com revólveres nas mãos agora pareciam mais vazios do que nunca. Eu aposto que foi Marconny quem os mandou ralar dali. Balancei a cabeça, nervosa. E, assim que coloquei a mão direita sobre a maçaneta, senti um vento quente sobre minha nuca. Estava completamente arrepiada. É agora ou nunca.

Cuidadosamente, vire a maçaneta e coloquei um dos pés lá dentro. Era óbvio que eu nunca tinha entrado no quarto de Marconny antes, e eu não sabia o que esperar. No mínimo, uns quadros de terror com as paredes negras e um lustre de cristal iluminando tudo, mas foi exatamente o contrário que eu vi. Um quarto com lâmpadas fluorescentes, paredes brancas e a cama bege. Relativamente vazio, não tinha muitos móveis. Era bem grande, dava para encaixar meu apartamento inteiro naquele cômodo, mas eu não esperava que fosse diferente.

Marconny estava já deitado na cama, com uma camiseta cinza e os braços cruzados atrás da cabeça. Deu um sorrisinho quando me viu parada na porta do quarto.

–Você está deslumbrante, doce srta. Puckett.

Eu sorri falso, entrando lá. Marconny se descobriu e me pediu para deitar com duas batidinhas na cama, e eu obedeci prontamente. Em poucos segundos, já estava deitada e coberta com o lençol de seda branco encarando os olhos dele em silêncio. Marconny passou o dedo indicador por toda a lateral de meu rosto, da testa ao queixo, depois acariciando de leve meu lábio inferior. E, enfim, começou a falar com um fiapo de voz britânica.

–Poucas que eu conheci tinham essa pele tão branca e macia, srta. Puckett. E os lábios rosados tão bons de serem tocados.

Olhei para baixo, em silêncio. Mas Marconny não queria que eu deixasse de olhar para ele, então levantou meu queixo e sorriu, mas eu não fiz o mesmo.

–O que te chateia, meu amor? – perguntou, enrugando a testa.

Eu fechei os olhos. É claro que eu não podia dizer que aquele estava sendo o momento mais assustador da minha vida – estar literalmente deitada na cama do inimigo sem sutiã e de fio dental. Eu precisava inventar alguma coisa, qualquer coisa, para despistá-lo e ainda ser inteligente. Até que minha cabeça fez um “plim” e eu automaticamente sabia o que dizer.

–Por que eu não posso só ver meus amigos, senhor? Eu sinto muito a falta deles.

Marconny desfez o sorriso, ficando sério. Essa era a hora perfeita para eu descobrir se Freddie e os outros tinham conseguido escapar ou não, e eu finalmente poderia pensar em um jeito para dar o fora daqui. Marconny soltou uma risada falha, deitando-se de barriga para cima.

–Você sabe que não me enganou nem por um segundo, Samantha. Eu sabia que você escolheria aquele quarto por conta da passagem secreta. Não banque a estúpida. Não faz o seu tipo.

Tudo bem, eu já esperava essa resposta. Foi a minha vez de rir e de virar de barriga para cima, desistindo de olhar para ele.

–Então eles escaparam?

–Certamente.

–E por que você está me contando isso? – ele virou a cabeça, me olhando. – Não faz o menor sentido.

–Do que está falando, srta. Puckett? Eu não entendo.

–Por que está me contando que eles escaparam? Isso faz com que automaticamente nada me prenda aqui. Só tinha dois motivos para eu continuar aqui, e um deles era porque você mantinha meus amigos como reféns aprisionados. E eles estão livres agora. Consequentemente, a única razão pelo qual eu estou aqui com você ainda é porque eu não consegui sair, mas a primeira oportunidade que aparecer eu com certeza fugirei. Não faz sentido você me contar que eles fugiram!

Ouvi sua risada ecoar pelo quarto. Marconny coçou o nariz e colocou o chapéu em cima do criado-mudo enquanto eu ainda esperava a resposta.

–Pelo que me parece, - comecei – você não é tão esperto assim, não é? Acabou de me dar a certeza de que não preciso mais bancar o seu bichinho de estimação. Eles fugiram. Não pode mais me chantagear.

Ele se divertia enquanto eu falava, balançando a cabeça de tanto rir como se eu estivesse contando uma piada. Simplesmente esperei em silêncio até ele parar com aquela palhaçada e tomar fôlego.

–Olha... – Marconny apertou a área entre os olhos. – eu não pensei que você seria tão ingênua assim.

–Ingênua? – ri, ironicamente. – Do que está falando?

–Ingênua ao ponto de achar que são os reféns que te prendem aqui.

–Mas são eles. – ergui uma sobrancelha. – Se eles fugiram então eu não preciso mais trabalhar pra você. Meu acordo acabou no momento em que eles fugir...

–Não. – ele me interrompeu. – Seu acordo não acabou. Seu acordo nunca vai acabar. Você vai trabalhar comigo, vai participar das quadrilhas e vai ser minha vagabundinha até o último dia de suas vidas. Não acaba, Samantha. Porque, se você se atrever a tentar fugir, eu não vou ter dó de achar seu precioso Freddie Benson e atirar nele sem pensar duas vezes. E você será a próxima da lista, seguida por Goran e aquele bastardinho.

Minha garganta secou e eu senti meu coração parando de bater só de ouvi-lo falando o nome de Freddie. Marconny puxou a cordinha do abajur ao lado da cama, apagando a luz e deixando o quarto iluminado somente pelo abajur que estava do meu lado da cama.

–Você... me mataria? – sussurrei.

–Ou não, se você preferir. Você pode viver o resto de sua vida pensando na dor e na culpa constante por causar a morte daquele que mais ama. Não faz a menor diferença pra mim. Agora durma, meu bem. Temos um dia cheio amanhã.

Ele virou pro outro lado, cobrindo sua cabeça com o lençol. Senti a lágrima quente percorrendo minhas bochechas quando apaguei o abajur também, e apertando os olhos desejando que eu pudesse abri-los e descobrir que tudo aquilo foi um grande pesadelo.


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Notas finais do capítulo

HÁ, vocês acharam que ia ter hot deles, mas ~ ops! ~ não foi dessa vez (eca). Não consigo shippar os dois. (eca). Eles não nasceram pra ficarem juntos (eca).

O QUE ACHARAM???? Sim, odiaram o mini hot do começo, eu também odiei. Feliz Páscoa pra ocêis ♥♥♥♥ LARA MEU AMO DEUS ABENÇOE VC E SUA PACIÊNCIA BJ TE AMO
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Reviews pra uma futricada ;)



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