You Belong With Me escrita por FreddieMcCurdy


Capítulo 39
Insegura like a virgin.


Notas iniciais do capítulo

Super super super SUPER grande, mas não fiquem com preguiça de ler. E não me matem :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/335611/chapter/39

–Acha mesmo que não está apertado?

Carly me perguntou, pela segunda vez, enquanto dava uma voltinha no provador. Era um vestido verde fluorescente que marcava todo o seu corpo e tinha pregas na ponta.

–Apertado, sim, e brega, mais ainda.

–Ai, Sam. Não sei por que ainda me sinto magoada por seus comentários – ela fechou de novo a cortina e se preparou para colocar o décimo vestido e pedir a minha opinião.

Eu já tinha escolhido o meu. Azul escuro, curto e de alças. Nada demais. Mas Carly não decidia entre uma dúzia deles.

–Pelo amor de deus, você ainda tem tempo sobrando! Sai logo daí e vamos embora!

–Não, não e não! Eu preciso escolher isso hoje! Amanhã tenho que ver a decoração, o bolo e o DJ. Isso vai acabar hoje. – e puxou novamente a cortina. Agora exibia um tubinho preto super básico.

–Simples demais. Você é a aniversariante. Leva esse e, quando a gente chegar em casa, nós colamos umas lantejoulas.

–Chata – fechou de novo. A loja de vestidos não estava muito cheia, eu ouvia sua voz com a maior facilidade do mundo. – Mas, me diz, você nunca mais conversou comigo. – Carly disse, lá de dentro. – Eu quero saber da sua vida!

–Não há nada pra saber. Eu continuo indo trabalhar, pagando as contas e odiando vegetais. – me sentei em um pufe roxo, enquanto espreguiçava.

–Fala sério, não aconteceu nada desde que nos falamos? Isso quer dizer, há semanas?

–Ah, sei lá. – dei de ombros. – Eu... acho que voltei com o Freddie.

A cortina foi aberta cruelmente, e quase morri de rir com a cara de Carly e um de seus peitos para fora do vestido todo torto em seu corpo. Vários olhos de uns caras lá de fora da loja voaram para cá, mas tratei de esconder seu corpo.

–Você o quê?!?!

–Eu meio que voltei com ele. – Carly estava tendo aquela síncope de respirar rapidamente e colocar a mão no coração, enquanto ria feito uma hiena.

–Me. Conta. Tudo. Agora.

–Não há nada a contar. Quer dizer, sei lá... A gente se beijou, rolou uma química, ele disse que me amava e eu não respondi nada... Coisa da rotina mesmo. – claro que não era coisa da rotina. Eu pegava fogo internamente. Mas era mais divertido ver Carly dando a louca.

–Samantha Puckett!!

–Tá, tá! A gente se beijou, foi romântico. Foi o melhor dia da minha vida. – ri.

Quase que automaticamente, Carly me deu um abraço e começou a pular e dar gritinhos, como sempre fez. Agora, os homens entraram na loja e nos olharam de longe, por isso fiz questão de empurrá-la para o provador de novo e fechar a cortina, acabando com o espetáculo.

–Sam! Eu quero detalhes! Eu quero saber a roupa que vocês estavam usando, as palavras certas que ele usou, a cor da cueca que ele tinha, o tamanho d...

–Chega, chega, não quero ouvir o resto! – eu gritei, enquanto ela gargalhava. – Shay, que vergonha!

–É sério, pode me falando tudo! Quando foi isso?

–Ahn... Acho que foi na sexta. – acho não, tenho certeza. Mas isso era desnecessário de ser dito. – Ele veio pra minha casa, a gente comeu e fez cupcakes e, no final, acabamos nos pegando na sala de jantar.

–E o que foi que ele disse? – ela parecia nervosa. Abriu uma frestinha do provador e logo fechou quando viu minha careta de reprovação. – Ele foi romântico?

–Foi, e muito. Ficou me falando que eu era o amor da vida dele, que doeu quando me viu com o Harry e blá, blá, blá... – fiz o gesto com a mão, abrindo e fechando. Carly me olhava, pálida. – Ah, sei lá, foi bom. E não, a gente não chegou ao ponto de cair na gandaia. Ele ficou com a viadagem de se controlar.

A morena já estava trocada com sua calça jeans e camiseta branca quando levou a sacola para o caixa. Pagou tudo, pegou as compras e nós andávamos em direção à praça de alimentação. O shopping também estava mais vazio que de costume.

–Eu não tô acreditando. – disse, quando sentamos em uma mesa.

–É verdade. Nem me deixou tirar uma casquinha de seu tanquinho. – dei de ombros. – Como eu queria pegar naquela barriga...

–Não, Sam. – Carly me chacoalhou, olhando no fundo de meus olhos. – Eu não acredito que você não está dando a mínima pra ele. Quando foi que vocês se viram?

–Nos vimos? – aí ela me pegou. N verdade, não me lembrava direito. – Acho que anteontem. Mas Freddie me liga todos os dias, falando o mesmo de sempre. Que quer me ver, que quer ficar comigo, fica perguntando que roupa que eu estou... Ele está diferente. Pelo menos, diferente da época que a gente...

–Namorou? – eu assenti. Carly ficou em silêncio por um instante, quase como se estivesse esperando para que eu juntasse as peças de algum quebra-cabeças imaginário.

–Onde quer chegar?

–Sam, o Freddie te ama! Ele sempre amou! – revirei os olhos, e ela me deu um empurrão. – Pára de tratar como se isso não fosse nada! Ele se declarou para você, esqueceu desse pequeno fato? Ou será que aquela garota depressiva por causa dele não era você? Que chorava porque ele não te queria, não era você? Agora que ele está aos seus pés, você não valoriza.

Suspirei, e ela pareceu não gostar. Então, fiquei nervosa.

–Ei, agora eu que sou a culpada? Devo te lembrar da retrospectiva Seddie, Carly Shay? – ela ficou em silêncio, e eu fui batendo na mesa enquanto falava. – Eu o amava, ficava em silêncio com medo de expressar meus sentimentos. Eu me declarei, a gente namorou, a gente terminou. Você se foi e voltou depois de só três meses, mas mesmo assim nossa amizade não foi a mesma. – percebi que ela tinha ficado meio sentida com a frase, mas não parei. – A tal Madisen já tinha aparecido, ele preferiu ela a mim. Ele me deixou. Ele parou de falar comigo por inteiros dois anos. Vinte e quatro meses. Seiscentos e... Sei lá, tanto faz, muitos dias que eu não parei de sofrer. E quando, subitamente, ele pensa que eu estou com um outro alguém, Freddie vem e diz quem me ama, que me quer para sempre. Sou eu a única que acha essa história muito estranha?

–Olha, eu admito. – Carly passou a mão nos cabelos. – Freddie errou feio. Ele pisou na bola. Mas tenho certeza que ele pediu desculpas, e é isso que importa. Ele está arrependido, Sam. Ele te procura e você o evita. Ele te quer e você corre na direção contrária. Eu te apoio completamente, está com medo de se decepcionar mais uma vez, mas Freddie pediu desculpas! Ele pediu desculpas!

–Carly, meu anjo, eu entendo. – observei o sorriso irônico se formar em seu rosto enquanto a chamava de meu anjo. Ela odiava isso. – Mas em momento algum eu disse que o perdoei. Não, não perdoei, não vai ser fácil e ele sabe disso. E eu não disse que o amo. Eu quero que ele me mostre que o antigo Freddie ainda está aqui. Que o MEU Freddie me ama, não apenas está com ciúmes. Quero que ele mostre que o que eu estou pensando é mentira.

–E o que está pensando? – estava plenamente paciente. Suspirei.

–Eu acho que ele só “me ama” quando vê que eu estou com outro. Só ele me ver com alguém que o amor volta.

–Você deve se valorizar, Sam. E valorizá-lo. Para de ficar achando que o que Freddie sente não é sincero. – segurou em minha mão. – Ele te ama sim. Só você não percebe isso.

–Eu acredito nisso. Eu tento acreditar, e quero muito acreditar. Mas tem essa “barreira” entre a gente. Acho que é meu mecanismo de defesa. Não quero me apaixonar e me machucar de novo.

–Sei disso. Mas tenho certeza que Freddie está dizendo a verdade. Conheço aquele cabeça dura. Acha que não me lembro de quando ele me enchia o saco porque gostava de mim? – eu ri. – Era exatamente a mesma melação. De uma coisa eu sei: todo mundo fica pedindo provas de amor e blá blá blá, mas não há como provar um amor. Você tem que confiar nele. – Carly deu uma pausa amigável, deixando no ar que o assunto tinha sido encerrado. – Mas então, que história é essa de não ter rolado nada? Tá, acredito que você ainda não está decidida sobre ele, mas quem em sã consciência recusa um sexo?

–Fala baixo!- sussurrei, e Carly riu. – Eu não recusei, ele que não quis. “Eu respeito você, Sam, eu não quero pressionar nada, eu sou um viado que não vai te comer a menos que você implore”. – disse, com a voz mais grossa, e foi a vez de ela me dar um tapinha para eu falar mais baixo. E, logo, caiu a ficha dela.

–Mas você não contou a ele que não era mais virgem?

–E como se conta a alguém que outro já passou pela sua cama? Eu não tenho a menor idéia de como fazer isso! Freddie é todo esquentadinho. Eu me lembro de quando ele quis fazer isso, na noite que a gente terminou, mas eu recusei. Falei que queria o cara certo, etc. É provável que Freddie mate o Harry quando souber!

–Mas Sam, você não vai conseguir esconder isso por muito tempo. Aliás, isso é outra prova de que Freddie liga muito para você e sua opinião. Plim, mais um ponto para ele. – ela sorriu, e eu sorri também, cedendo. – E aí, vai contar quando?

–Provavelmente, depois que rolar com a gente. Mas, pra falar a verdade, eu me sinto como uma completa virgem aqui. Esses arrepios não são normais para alguém que já perdeu a pureza. Sei lá, o Freddie tem esse jeito dele que me faz com que eu me sinta totalmente infantil, como se fosse atrasada ou algo assim.

–Pelo jeito, ele também. – sussurrou.

–Quê?

–Me fala: ele te agarra toda hora? – fiz que sim com a cabeça, lembrando do jeito que ele fica desesperado quando me vê e depois só cai fora todo nervoso, dizendo que talvez não possa se controlar. – A mão dele é suada e trêmula? – afirmei de novo. – E, pra completar, sem você fazer o menor esforço, a barraca dele já tá armada?

–A todo o momento. Às vezes, eu até acho que aquilo possa explodir.

–Sam, eu sou cúmplice para falar alguma coisa, já que os caras que saíam comigo na época da escola sempre se encaixavam nas três situações. Freddie está, literalmente, subindo pelas paredes. Ele tá louco. Eu queria ver essa cena. – Carly riu. – Sério. É capaz de ele te quebrar no primeiro dia.

–Carly Shay! Que pouca vergonha é essa? – gargalhei, e ela também.

–Ué, é a verdade! Pena que minha primeira vez foi com aquele frouxo do David. Mal começamos e ele já tá todo cansado. Mas, me fala, o que você vai fazer? Você tem que fazer alguma coisa!

–Tipo o que?

–Ah, sei lá! Tem que irritar ele de algum jeito! Faz aquele tipo de garota-virgem-inocente-porém-super-mega-atraente-e-sensual-louca-para-transar. Todos ficam loucos. Você tem que provocá-lo. Ai meu Deus, eu preciso ver essa cena!

–E vai ver, eu disse a ele pra me encontrar aqui no shopping. – os olhos da Carly brilharam.

–Ele tá vindo aí. Ai, amiga, você ganhou na loteria.

–Hein? – não deu tempo de dizer mais nada, Freddie já estava parado ao nosso lado.

–Oi, gente. – disse a frase para nós duas, mas seus olhos não saíram de mim.

Agora sim entendi a fala de Carly. Freddie provavelmente tinha acabado de sair do banho, pois os cabelos estavam molhados e meio despenteados. Usava a sua velha camisa xadrez aberta, e calça jeans escura. Mas o rosto estava diferente. Ele sorria, os olhos brilhavam como os de Carly o admirando. Parecia estar feliz. Feliz ao me ver.

–Eu estava morrendo de saudades de você. – Carly soltou um riso com uma mistura de “eu te avisei” e “que inveja, queria um desses para mim”. – Sei que tô meio meloso ultimamente, eu juro que vou melhorar.

–Não, não precisa melhorar. – por incrível que pareça, essa voz saiu da boca dela. Freddie riu, ainda sem tirar os olhos dos meus. – Olha, eu já vou embora, não quero atrapalhar nada.

–E desde quando você atrapalha, Carls? Pode ficar, eu não me importo.

–Não, Sam. Olha, vamos fazer assim: Freddie me deixa em casa e aí vocês curtem a tarde. – deu ênfase na palavra “curtir” de propósito, e eu não segurei um riso estridente. Ah, como eu queria curtir a tarde.

Freddie assentiu, e nós andamos até o estacionamento enquanto ele contava coisas sobre seus dias como professor na faculdade e seu trabalho como se eu realmente estivesse interessada em escutar. Carly entrou no banco de trás do Cruze e eu fui na frente, junto com ele.

A morena mal tinha saído do carro e entrado no Bushwell quando sua mão foi parar na minha coxa. E ele me beijou pela primeira vez no dia, sem me deixar respirar.

–Ai, vai com calma. – brinquei. Lembrava das palavras soando na praça de alimentação. “Ele está louco por isso.” “Eu estou subindo pelas paredes!” e não conseguia parar de sorrir. Freddie se ajeitou no banco e voltou a dirigir rapidamente para meu prédio.

–Desculpa. Às vezes eu esqueço de que você é frágil, apesar de tudo. – sorriu também. E ficou sério. – Sam, olha, faz tempo que eu tô querendo te perguntar isso, mas nunca sei como... – eu o esperei acabar, mas Freddie se calou e segurou o volante mais forte.

–Desembucha.

–Tá. Então... – pigarreou. – Nós somos agora como... namorado e namorada?

–Que pergunta besta, garoto! – dei um soco de leve em seu braço, que o fez rir de nervoso. – Cadê meu anel banhado a ouro branco? – tentei fazer aquilo soar o mais sério possível, mas acabei sem conseguir segurar uma risada. Freddie não riu, só sorriu para disfarçar.

E a outra frase invadiu minha cabeça de novo. “Sério. É capaz de ele te quebrar no primeiro dia”. Eu senti uma vergonha imensa quando Carly tinha dito isso. Talvez porque eu não imagine Freddie desse jeito selvagem. Mais uma vez, dei uma olhada simples em seu rosto.

Ele parecia tão... sereno, carinhoso, homem. Nunca conseguiria pensar em nós dois nos mais ousados lugares. Como num capô de carro.

O celular apitou, uma nova mensagem. Harry avisando que tinha chegado de Manhattan e queria marcar para tomarmos um café. Respondi rapidamente, só teclando algumas teclas de que eu estava meio cansada e gripada, mas que ele não precisava se preocupar que até o fim da semana nós nos encontraríamos, de preferência numa hora em que eu tenha certeza que Freddie estaria no trabalho e sem chance alguma de ele nos ver juntos.

O trajeto só não foi mais silencioso porque a minha respiração não deixou. Eu não sei por que, mas odeio ser observada. E Freddie fazia isso perfeita e irritantemente bem. Ele segurou em minha mão e entrelaçou nossos dedos, me levando até o elevador.

Lá dentro, sua mão pousou na minha cintura e a apertou. Eu dei um pulo com seu toque, e ele tirou rapidinho.

–Não, não, pode... – pigarreei, me embolando com as palavras. Freddie riu da minha cara, voltando a segurar no mesmo lugar de antes.

Por um instante, pensei que ele pararia o elevador e me pegaria ali mesmo, mas se comportou e esperou até eu sair do elevador. Assim que a porta se fechou atrás de nós e estávamos em frente à minha porta, Freddie me encostou na parede e roubou um beijo carinhoso. Assim que se separou de mim, voltou a me encarar com aqueles olhos brilhantes e castanhos, enquanto mordia o lábio de baixo. Não agüentei, e puxei sua cabeça pela nuca, o beijando de novo.

Freddie apertava mais ainda minha cintura, me esmagando na parede. Tá, não vou dizer que eu estava lá, parada, deixando-o fazer tudo isso. Pode ser que eu, por algum momento, tenha roçado minhas pernas nas suas, sentindo meu corpo vibrar com nosso contato. Ele mordeu minha boca, minha bochecha e passou para meu pescoço quando ouviu um ruído sair de minha boca.

–Pára – sussurrei,mas acho que ele não ouviu. Claro, fazendo a tal garotinha inocente de antes, como Carly havia dito, mas se ele não descesse mais e acabasse logo com isso eu juro que não ia conseguir seguir esse papel por muito tempo. – Pára, Harr..

Freddie me largou na hora, soltando minha cintura e me olhou. Quê?! Eu ia dizer Harry?! Por que eu ia dizer Harry?!

–Termina a palavra. – ordenou. Os olhos não brilhavam mais. Eu não conseguia respirar. – Fala o que ia dizer, Sam!

–Eu não... – chacoalhava a cabeça freneticamente, sentindo minha garganta doer. – Eu não sei...

–Fala, Sam! Ele te beijava desse jeitinho que eu fiz agora?! Ele fazia isso com você, Sam?! – seus gritos poderiam ser ouvidos até nos apartamentos vizinhos.

Eu não agüentei, abri a porta e entrei em casa, totalmente desesperada. Eu não acredito que ia dizer Harry! Por quê?! As lágrimas desciam sem parar do meu rosto, e o corpo que antes tremiam de prazer agora tremiam de medo. Porque eu não sabia o que ele era capaz de fazer.

–Não adianta chorar, Puckett! – gritou mais uma vez. Eu desabei no sofá, segurando os cabelos pelo couro cabeludo. – Olha pra mim e repete o que ia dizer!

–Freddie, eu... – a cabeça não pensou, mas resolvi negar até o último segundo. Seu rosto parecia uma pimenta de tão vermelho que estava. – Eu não sei o que ia falar, mas não era o nome dele...

–Eu tenho certeza que era. Não adianta se fazer de louca. Você sabe disso. – cada vez mais, meu medo aumentava. Eu só engoli o choro quando ele saiu de perto de mim e segurou a cabeça com as duas mãos, depois jogou os papéis de cima da mesinha no chão. Freddie ia socar a parede, mas suspirou e enxugou a testa. – Eu não tô acreditando nisso.

O medo não tinha passado, mas as lágrimas pararam. De jeito nenhum ia deixar Freddie saber que eu ia dizer, sim, o nome dele. Porque Harry adorava fazer isso no meu pescoço. Foi meu subconsciente que falou. Mas, se tem uma coisa que Freddie não suporta é me ver machucada. Eu ia apelar.

–Eu que não acredito que você está duvidando de mim. – abaixei a cabeça. Em poucos segundos, ele estava ali na minha frente. Suspirava, coçava a cabeça. Prestes a explodir.

–Olha pra mim. – seu tom de voz soou autoritário e assustador. Obedeci. Freddie estava paralisado. – Eu vou ser franco com você. Se tem uma coisa que eu odeio sentir é ciúmes. Eu odeio isso, Sam. Isso acaba comigo. As poucas vezes que te vi com esse babaca tive vontade de bater nele até ele parar no hospital. Eu sei que, quando eu disse que te amava, você achou que não passava de ciúmes, mas são duas coisas completamente diferentes. Quando estou com você, me sinto feliz. Me sinto completo. Mas, quando você está com ele, eu sinto como se fosse um otário, que está sendo humilhado, que não vale nada. Eu... não quero sentir ciúmes de você. E confundir meu nome com o dele é o cúmulo pra mim. Não vou aceitar isso.

–Não, não, não! – não pude me controlar, pulei em cima de Freddie. Ele tentou sair de cima de mim, mas acabou cedendo e se sentando no sofá. Fiz o mesmo. – Freddie, acredita em mim. Acedita em mim do mesmo jeito que eu acredito em você. Eu não sei o que eu ia falar, mas tenho certeza que não era o nome dele.

Pude ver ele que não estava acreditando, mas pelo menos parou para considerar o que eu dizia. Logo, tratei de continuar.

–Você precisa acreditar. Eu não faço idéia do que aconteceu, mas eu disse que Harry – o vi torcendo a boca quando ouviu a palavra completa – e eu nunca namoramos. A gente mal se beijou, não faz sentido. Eu nunca confundiria seu nome com o dele. Ele mal me tocou, Freddie! O que eu sei é que ele nunca me fez sentir o que eu sinto com você.

Me senti suja, me senti podre por estar mentindo assim para ele. Mas, tecnicamente, não era totalmente uma mentira. Nós nunca namoramos de fato. Freddie ainda tinha a cabeça baixa, ouvindo tudo atentamente. Eu peguei sua mão direita, e a acariciei. Depois, a movi para meu pescoço.

–Tá sentindo minha pulsação? – ele me olhou. – E essas tremidinhas que eu sempre dou? – pude ver um sorriso fraco aparecer em seu rosto. – Só aconteceram com uma pessoa a minha vida inteira. Isso porque ninguém me toca do jeito que você me toca. E... – considerei por um momento, mas não voltei atrás. – Isso... – lentamente, arrastei a mão dele para cima de meu seio esquerdo. Freddie arregalou os olhos, tremendo também. Eu apertava e me massageava com sua mão. – é o efeito que você causa em mim. Ninguém nunca chegou perto disso.

Se eu estava mentindo sobre tudo, não ia fazer diferença se mentisse melhor. Passei para o outro seio, observando Freddie se remexer no sofá, mordendo o lábio com força. Ele estava delirando com aquilo. E, quando abaixei mais sua mão chegando ao fim de minha barriga e perto de minha virilha, ele a tirou rapidamente.

–Você é quem pode me tocar, Freddie. Só você. – segurei firme em seu rosto, enquanto ele parecia estar assustado e voltando a ficar normal de novo. – Você é quem eu amo. Eu amo você, Freddie. Você. E quero fazer o que for possível para te convencer.

–Já fez o suficiente. – sua voz saiu trêmula e em tons variáveis, o que me fez rir. Ele pigarreou, e voltou a me beijar. “Graças a Deus ele acreditou”, pensei. Nem imagino o que ele seria capaz de fazer se não acreditasse nisso.

Freddie me deitou no sofá enquanto eu entrelaçava minhas pernas em suas costas, e pude ouvir um gemido sair de sua boca quando arranhei de leve a barriga definida. Pela primeira vez, percebi que sua respiração estava tão ofegante quanto a minha. Mas lembrei do que Carly me disse, e resolvi fazer o jogo que ela sugeriu.

Como um furacão, me desvencilhei de seu toque e levantei do sofá, relutante.

–Me... Me desculpa, eu... Eu acho que hoje não vai dar. – falei, baixinho. Ele se sentou no sofá, colocando os cabelos para trás.

–Não, eu que quero pedir desculpas. Acho que passei... Passamos um pouco dos limites. – com alguns passos, eu fui de encontro a ele, mas Freddie pulou o sofá e se se encostou à parede a uns dez metros de distância. – Sam, espera eu me estabilizar de novo. Depois você vem.

–Não, Freddie, está tudo bem. – disse, me aproximando dele. Freddie agiu como se estivesse com medo de mim, depois segurou forte em seu membro por cima da calça. Tá, juro que quase deixei a risada sair, mas me segurei. Em vez disso, provoquei mais ainda. – Por favor, não tenha medo de me tocar. Você pode tocar onde quiser, não é nada demais.

–É sim, é sim. – riu, nervoso. Eu ri junto, pegando na mão que não estava em sua calça. – Não sei até aonde posso me controlar. Eu juro, não quero passar dos limites, mas eu tenho medo de perder a cabeça e...

–Me forçar a transar com você? – ele assentiu, e eu ri como se isso fosse impossível. – Claro que não, besta. Você nunca, nunca faria isso.

–Sam, eu não sei...

–Mas eu sei. Você tem autocontrole. Eu sei disso.- sorri. Ele olhou para cima, respirou e apertou os lábios. Esperei, atentamente. Logo, voltou a olhar para mim.

–Não sei por que isso acontece. Eu só me sinto muito... Você sabe. O negócio vem com tudo. – dessa vez, não segurei o riso e abracei Freddie, que correspondeu muito bem. – Nunca mais me assuste desse jeito. E nunca mais... pegue minha mão para... por favor. Eu ainda não acredito que me controlei... Você... É sério, nunca mais faça isso.

–Você não pode me obrigar. – mordi o lábio, e ele ergueu as sobrancelhas, sorrindo.

–Samantha, não brinca com fogo. – fez aquela voz de narrador bonitão de tevê e eu ri de novo, segurando seu rosto entre minhas mãos. – Eu amo você. Eu amo muito você.

–Eu também amo você, meu amor. – dei um selinho rápido, com dor na consciência. Mas tive que dizer algo. – Eu nunca quis, nem nunca vou querer machucar você. Você é meu anjo. Pode não acreditar em uma palavra do que eu diga mas, por favor, acredita nisso.

–Claro que acredito, eu acredito em você. Sam, você é meu mundo. – dessa vez, ele foi quem segurou em meu rosto, depois me abraçou. Freddie estava calmo de novo. – Eu queria ficar mais, mas não posso. Odeio ter que me distanciar de você. – revirou os olhos. – E, por favor, não pense que eu estou te pressionando. Não estou. Mas juro que vou esperar. Vou esperar até você estar pronta para dar esse passo adiante. Deve ser muito importante para você, e é muito, muito, muito importante para mim.

Olhar naqueles olhos me fizeram sentir pior do que eu já estava. Como se eu fosse a vilã, a naja, a cobra da vez. Mas não, eu ia continuar mantendo a minha palavra. Não ia dizer a verdade, não mesmo. Freddie me olhava sério.

–Eu vou esperar por você.

–Obrigada. – sorri.

Essa sua espera não vai durar muito tempo, eu prometo, Benson.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

jsfbsdggjudgiud amei escrever esse capítulo kkkkk Vamos entrar na Carly's Party no próximo! E aí, gostaram de Seddie?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "You Belong With Me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.