You Belong With Me escrita por FreddieMcCurdy


Capítulo 36
Freddie?! No meu prédio?!




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E foi aí que o coração pulou mesmo! Freddie estava lá embaixo? No meu prédio?!?!

–Ah, é... Quer dizer, claro! Eu... eu vou ligar para ele agora mesmo! Te vejo daqui a pouco! - e desliguei, totalmente pirada.

Pulei do sofá e nem peguei o cobertor caído no chão. Eu exigi que seu Esteves deixasse Freddie passar e logo comecei a revirar tudo. Tinha pratos na pia, na mesinha, na televisão e até na sacada! A pizza velha e apodrecida ainda fedia embaixo do sofá, e eu a chutei para a cozinha. E claro, nem me lembrei de olhar no espelho.

As três batidas de Freddie, como sempre, me fizeram dar um pulo. Eu achei que ele ia demorar mais! Foi quando finalmente vi meu reflexo: sem maquiagem nenhuma e um shorts que não cobria nem minha bunda direito! Fiz uma manobra para o sofá e cobri até o meio da coxa com a coberta, depois me deitei e peguei o controle, para fingir que estava simplesmente assistindo TV, e gritei um fino “Entra!”

A porta se moveu lentamente, e a cabeça de Freddie apareceu. Eu soltei um pequeno riso, o que o fez sorrir também. Ele entrou, e estava incrivelmente arrumado. O cabelo, como sempre, penteado para o lado, e usava uma camiseta cinza e bermuda jeans escura. Suspirei, enquanto ele colocava umas sacolas em cima da mesa de jantar na cozinha e voltava para o sofá, à medida que eu tremia feito um velho com Alzheimer.

–Oi, Samantha. - ele sorriu, puxando a coberta e minha perna do sofá, enquanto sentava e as colocava em seu colo. Só gelei com seu toque em minha panturrilha. – Atrapalhei alguma coisa?

–Claro que não, eu só tava aqui pronta pra dormir. Mas o que tem nas sacolas?

–Ah, só algumas coisas que trouxe para a gente comer. Quer?

–E quando eu não quero? – logo, um sorriso apareceu em seu rosto, e ele balançou a cabeça. – Só teve vontade de vir e veio? Em plena sexta à noite?

–Pois é... – pude vê-lo ficando sem graça, mas depois se levantou e trouxe meu pequeno criado-mudo, junto com as duas sacolas brancas. Freddie deu uma piscadinha, depois foi tirando duas caixinhas menores de dentro da sacola. – Tinha pensado em pizza. Mas, pelo que te conheço, deve ter comido a semana inteira.

Eu revirei os olhos, enquanto pegava uma das caixas da sua mão e a abria. Era yakisoba e comida japonesa, juntas num combo. Um sorriso apareceu no meu rosto assim que coloquei a primeira colherada na boca e via Freddie todo atrapalhado com os hashis, fazendo careta toda vez que eles escorregavam quando ele tentava colocar na boca. Simplesmente engoli tudo e soltei uma gargalhada que até o vizinho de baixo devia ter ouvido.

–Isso não é engraçado! Eu acho que preciso de um garfo.

Eu acho que é melhor você continuar tentando, quem sabe você consegue... – e sorri de novo. Freddie só colocou o pote em cima da mesa e ficou parado me olhando. E meu coração voltou a bater muito rápido.

–Não faz isso. – Freddie abaixou o olhar, e eu franzi a testa, ainda sem parar de sorrir.

–Fazer o que?

–Você morde o lábio e se inclina para frente enquanto dá minha risada preferida. – Freddie parecia sem graça. Eu parei de rir, e cheguei mais próxima dele enquanto a televisão ainda estava ligada e passava um programa de entrevistas. Já eram quase oito da noite.

–E desde quando você se importa com o meu jeito escandaloso de dar risada?

–Desde sempre, mas você nunca soube disso.

E me calei. E ele se calou. Por um momento, eu só me concentrei em sua respiração calma e quase inaudível, e na minha ofegante e descompassada. Não conseguia conter meus batimentos, e o ar ficava escasso toda vez que eu tentava mover meus braços para mais perto de seu corpo quente e moreno.

–Eu até ia trazer algumas coisas pra gente fazer um doce qualquer, mas acho que você tem, né? – Freddie me forçou a olhar para ele, que tinha um leve sorriso de lado. Foi quando levantou subitamente e quase levou as cobertas de meu corpo. – Vem, vamos fazer cupcakes.

–Não! Eu... Eu não quero. – olhei para baixo, me cobrindo até os ombros.

Ele me olhou torto, depois tentou puxar a coberta de mim à força, mas eu segurei forte e o olhei, sem conseguir parar de sorrir. Foi aí que ele se sentiu mais desafiado ainda e não sossegou enquanto não tirasse aquele cobertor de mim e me levasse pra cozinha!

–Sai, Fredward! Sai! Eu não... quero! – eu praticamente gritei, mas ele não parou. – Sai, idiota! Não, eu... – e foi quando ele conseguiu finalmente tirar o cobertor, que eu rolei para trás do sofá e tentei esconder minhas coxas desnudas.

Claro que ele foi lá atrás, o que não adiantou nada fugir. Ele me olhou por três segundos, o tempo exato para eu decidir que não ia me esconder. Ele já me conhecia desde o nove anos, e fomos para a praia mil vezes. Só levantei e passei ao seu lado, caminhando até a cozinha. Freddie veio logo atrás.

–Parou de drama, senhorita Puckett? – zombou, mas eu revirei os olhos e abri o armário mais alto da cozinha, tirando todos os potes de lá de dentro.

–Acho que não tem farinha...

Mal pisquei quando ele apareceu do meu lado, pegando um saco branco e colocando na minha frente, soltando um sem-graça “Tem certeza?” e dando um riso falho. Só ignorei,e voltei a pegar os tais ingredientes para fazer os cupcakes. Ele foi acompanhando, e obedecendo sem resmungar sobre as ordens que eu dava. Freddie misturou tudo na batedeira, untou a forma e a colocou no forno. Eu fiz o que geralmente fazia: sentei na bancada e fiquei observando a tudo, enquanto lambia a panela de massa crua.

–Isso me dá ânsia.

–Eu não ligo. É a oitava maravilha do mundo. – sorri, enquanto jogava o resto das coisas na pia. Freddie já ia se arrumar para lavar a louça quando eu coloquei meu dedo lambido na sua bochecha, e o assisti reclamando e me chamando de nojenta. – Não, não, eu menti. Massa de bolo é a nona maravilha do mundo. A oitava é ver você dando ataque.

–Extremamente engraçado. – franziu a testa, sem limpar a bochecha.

–Fala sério agora, por que você veio? – soltei uma risada fina, mas Freddie jogou a colher na pia. Dei um pulo no balcão que quase caí, e aí sim ele se virou para mim. Sua expressão parecia um pouco alterada, que me fez gelar a espinha.

–Como assim, por que eu vim? Tinha outras coisas para fazer, como ficar com o idiota de olhos verdes? Desculpa, da próxima vez eu ligo antes.

Dessa vez, ele exagerou. Respirei fundo, contei até três, e enfim abri a boca, mas de lá não saiu nenhum som.

–Tô vendo que atrapalhei de novo, não é? – Freddie falou, e só limpou o lugar onde antes eu tinha tocado e andou em direção à porta, mas não deixei barato. Segurei firme em seus ombros, o fazendo parar na hora. – O que é?

–Tá com ciúmes por acaso, Benson?

–E se eu estiver? Isso não tem nada a ver com você!

Eu dei uma gargalhada, parte irônica, parte verdadeira.

–Tá ficando retardado? Você tá com ciúmes de mim e isso não tem nada a ver comigo? – ele tentou tirar meus braços de seus ombros, mas o forcei para trás, fazendo-o recuar um passo. – Larga de ser besta, eu não tenho nada com o idiota de olhos verdes. Nunca tive! E nada a ver você ficar com ciúmes.

–Me deixa ir embora.

–Antes você me explica o que aconteceu agora. – aquilo estava ficando cada vez mais divertido. E, nesse exato momento, vi seus olhos fraquejarem e seu corpo amolecer. Freddie piscou, depois bufou. – Vai, pode começ...

–Quer saber por que eu vim? Porque eu quis ficar com você! É tão difícil de acreditar? Pô, Sam! Eu tô tentando, mas você não colabora!

–Do que você tá falan... – mal pude terminar a frase e ele fez o que amava fazer, tirou a jaqueta e jogou em cima do sofá.

–Eu tô tentando há dias! Eu tô... Eu tô ficando louco! Eu tô pirando! Será que você nunca vai perceber que eu tô tentando me reaproximar de você?

Me calei. É claro que tinha percebido. Freddie só continuou a falar, mas botou a jaqueta de volta no lugar e coçou a cabeça.

–O que eu quero saber é: por que agora? – no fundo, eu tinha vontade de sair correndo e fugir desse papo. Mas eu tinha que escutar.

–Que saco, Sam. Porque eu senti o que você sentiu. Eu senti aquele aperto no coração que dói mais do que quando a gente pisa em vidro. Que dói mais que um tapa na cara. Aquilo de te ver com outra pessoa. Eu senti ciúmes, eu senti raiva. Mas eu não sabia ao certo se isso que eu senti era paixão.

Paixão. De novo essa palavra.

–Sabe o que eu acho, Freddie? Eu acho que você não sabe o que é paixão. Eu passei dois anos amando você. Pensava em você toda noite, antes de dormir e ao tomar meu banho. Eu tinha que te agüentar o dia inteiro enquanto a gente saía e fazia o iCarly sem pedir para que me abraçasse forte e não me deixasse ir. E, quando finalmente tive a coragem de te beijar, umas semanas depois a gente terminou! Eu achei que aquelas palavras eram pra valer, Freddie! Achei que aquele “eu te amo” que você me disse queria dizer “me desculpe por tudo, não quero terminar”. Mas no dia seguinte, acordei sozinha.

Cocei o cabelo, sentindo a garganta esquentar e as lágrimas subirem, mas não deixei nem um pingo cair.

–Eu agüentei firme, e achei que era suficiente só ficar ao seu lado como amiga. Mas aí a Carly foi embora, e depois de uma semana você arranjou outra. Aquela que deveria ser eu. Durante dois longos e duros anos. E, quando eu finalmente achei alguém para te substituir, aprendi a não te amar mais. Aprendi que você nunca daria a mínima para mim, e abri meu coração pra ele. E esse seu ciúme possessivo, que você chama de paixão...

–Sam, pelo amor de Deus! – seus braços grudaram nos meus, e ele me chacoalhou. Estava prestes a chorar. – Será que não enxerga? Eu amo você. Eu amo você com todas as minhas forças, e tive que passar pelas mesmas coisas que você passou! Tive que te ver com outro, e sofrer por causa disso. Eu terminei com ela na mesma hora que soube que nunca tinha parado de te amar! Desde sempre! Se você me pedisse algo, eu iria correndo pra te dar! Eu estou tendo que me controlar desde o dia em que te vi naquele ponto de ônibus, com os cabelos bagunçados pelo vento! Eu me controlo a todo tempo para não te agarrar e te fazer minha! Deus do céu, o que tenho que fazer para você acreditar em mim?

Freddie estava muito próximo. Seu hálito desesperado batia na minha boca e voltava, e eu já estava encostada na parede, perto do vaso de margaridas. Ele teria que fazer muito mais para me provar isso. Ele me trocou, me trocou pela primeira que apareceu. E só voltou a sentir algo quando viu que tinha que me perdido. Eu não acreditava no que ele me dizia, mas não poderia fugir. Não poderia fugir aquilo que almejei por tanto tempo. Daquilo que sonhei.

Ele pareceu ler meus pensamentos. Mirou meus olhos, depois minha boca. E voltou aos meus olhos.

–Eu preciso que você acredite em mim. Eu amo você, não quero te deixar ir de novo. Não quero te perder. Me sinto verdadeira e intensamente apaixonado, como nunca estive antes. E, de algum jeito, eu preciso que você me aceite, Sam. Eu conheço você, não vai ser assim tão fácil. – ia respondê-lo, mas Freddie se apressou. – O quê? Eu devo colocar café com biscoitos numa bandeja em sua cama? Ou te acordar com as palavras que ainda não disse? Ou então – ele hesitou, mas colocou uma mecha de meu cabelo atrás da orelha, e segurou firme em meu rosto. – te tocar, só pra mostrar como me sinto? Ou até mesmo fingir que não ligo pra nada, como se isso não fosse grande coisa?

Não conseguia mais me controlar. Eu precisava beijá-lo, e fazê-lo meu. Eu precisava dele mais perto.

–Só me diga. Eu faço na hora. Eu só quero que saiba que você é a pessoa mais especial pra mim. Que eu não vou conseguir viver sem você perto de mim, me chamando de idiota e passando dedos lambidos na minha bochecha. Ou com esse shortinho, me fazendo subir pelas paredes de vontade de te agarrar.

Ri, sem graça, e ele fez o mesmo. Quando, então, seus lábios só pousaram em cima dos meus, sem se moverem. Freddie colou nossas testas, e voltou a me observar. A televisão estava ligada, mas eu simplesmente não ouvi nada.

O coração apertou quando vi Freddie se distanciando. Ele não quebrou o olhar, mas foi em direção à porta.

–Não precisa prometer que vai me deixar te amar, só prometa para mim que vai sempre me manter loucamente apaixonado por você. Porque, sim, isso é paixão. É mais que paixão, e não adianta você contestar. – Freddie estava prestes a abrir a porta, quando eu a fechei.

–Eu prometo. – e selei nossos lábios, com um beijo decente.


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