Más Intenções - Litor escrita por Mari W


Capítulo 7
Capítulo 7 - Se é Que Te Faço Falta




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/335490/chapter/7

Vitor entrou no quarto de Lia sorrindo como sempre e assim que o viu entrar ela jogou uma almofada na cara dele.

– Essa doeu.
– Você quer me irritar, tá conseguindo. - Disse ela, se jogando na cama. Vitor se sentou na cama de Tatá.
– Mas, ein... Não tinha me dito que minha sogra era tão bonita!
– Cala essa boca. - Lia olhava para o teto enquanto Vitor sentava mais pra trás da cama, se escorando na parede. - Sinceramente, Vitor. Achei que você ia parar de me perseguir depois que conseguiu o que queria.
– Depois que eu consegui o que eu queria?
– É, você queria me “pegar”, não era? Conseguiu. - Lia se sentou na cama e Vitor levantou sorrindo, sentando na frente dela. - E se quer saber, eu me arrependo demais. - Lia mentiu. Mas parecia estar falando sério.
– É mentira, eu sei. - Vitor queria acreditar que era mentira, mas Lia tinha sido bem convincente. Raquel entrou no quarto.
– Desculpa se atrapalho... Filha, eu vou indo para o hospital. Vou levar sua irmã, tá bem? Vou deixar a porta aberta.
– Tá. - Lia nem olhava nos olhos da mãe.
– Vitor, foi um prazer te conhecer, volta sempre que quiser. - Despediu-se Raquel.
– Obrigado, Raquel. - Os dois ficaram sozinhos novamente, e o clima tenso voltou ao quarto.
– Qual foi, Vitor... Você tá querendo mais, né? Pois saiba que não vai conseguir mais nada. - Vitor se levantou, impaciente.
– Olha Lia, você não é tudo isso. Você foi na real a mais fraca do Quadrante. - Vitor mentia melhor que Lia, tanto que ela acreditou sem duvidar.
– Cara! Como alguém pode querer ficar com você? Você é ridículo. Deve fingir que é um cara legal pra pegar todo mundo mas é um babaca. Se eu pudesse voltar no tempo, eu teria fugido é de você! - Lia falava cada palavra bem seriamente. Vitor não tinha o que responder. Pegou suas coisas e saiu porta a fora. Era hora de parar de falar com Lia. Estava perdendo o controle.

Lia achou que Vitor ia continuar ali, provocando ela. O que ela não sabia é que ninguém no mundo conseguia falar coisas que o deixassem mal, além de seu pai. Se sentiu mal, queria correr atrás dele, mas ela nem sabia direito o que tinha acontecido. Lia deitou de novo na cama e sentiu que o cheiro de Vitor havia ficado pelo quarto. No dia seguinte, Vitor só chegou na aula depois do intervalo, na aula de Marcela. Lia estava sentada na arquibancada, acompanhada de Ju e Gil. Vitor se sentou com Orelha, Pilha e Fera e logo depois foi chamado por uma menina que estava sentava bem mais acima, do segundo ano. Lia decidiu ir falar com ele enquanto a professora não chegava, ignorando totalmente a garota.

– Vitor, posso falar com você?
– Não tá vendo que eu to ocupado?
– Tudo bem, Vitor... - Disse a menina. - Tenho que voltar pra aula mesmo. Às 16h então? - Ela sorria boba para Vitor.
– Marcado. - Ele sorriu de volta e Lia revirava os olhos assistindo a cena.
– Tá tudo bem, Lia. - Perguntou ele, perdendo o sorriso.
– O que?
– Tá tudo bem. Eu não quero mais te irritar e farei esse favor de parar de falar com você, tá bem?
– Vitor, eu não quero parar de falar com você. Eu só quero saber se aquele cara daquela noite ainda existe. - Vitor decidiu apenas ignorar Lia e ficar em silêncio.
– E o nosso trabalho? - Continuava Lia, que só queria um motivo pra não parar de falar com ele.
– Você não precisa se preocupar com isso. - E foi a última frase que disse antes de voltar ao lugar onde Orelha, Fera e Pilha estavam sentados. Se tinha uma coisa que fazia Lia se irritar mais do que o normal era quando a deixavam falando sozinha.

Pilha percebeu a irritação de Vitor e o perguntou o que estava acontecendo.

– Vocês prometem que não contam pra ninguém? – Perguntou Vitor ao trio.
– Claro, né. – Respondeu Fera.
– Eu fiquei com ela esses dias. – Orelha arregalou os olhos. – Então resumindo ela tá ficando com o Gil e ficou comigo...
– Garanhão! – Disse Orelha. – Esse sim é pegador. Conseguiu pegar a Lia, que começou a te odiar em um dia, rápido assim. Me ensina, cara! – Vitor ignorou a brincadeira de Orelha.
– Tá, mas... Que milagre você fez? - Perguntou Pilha.
– Ah, cara... – Vitor não achava outra saída além de mentir. – Tratei ela bem, inventei coisas familiares pra ela achar que eu estava me “abrindo com ela” até ela ceder, sabe como é. Acho que ela percebeu e agora tá me irritando.
– Gênio, parece simples, Vitinho! Só que não. – Disse Pilha.

Ao chegar em casa, Lia foi pro quarto e se deparou com o trabalho pronto, em cima de sua cama. Pegou o trabalho, sentindo uma tristeza. Provavelmente seria o jeito sutil que Vitor preparou de mostrar que não queria mais nenhum envolvimento com ela. No dia seguinte, Lia decidiu terminar algo que nunca devia ter começado.

– Oi, Gil.
– Oi, Lia! – Gil tentou beijar o rosto de Lia, que se afastou.
– Gil, a gente precisa conversar sério. - Gil sentiu o olhar de Lia, já sabia o que estava por vir.
– Que droga, eu conheço esse olhar. - Disse ele, olhando pro lado.
– Gil... Não dá mais, cara. Eu tentei, tentei mesmo. Espero que você entenda e a gente possa ser amigos, você significa muito pra mim.
– Tudo bem, Lia. Mas se puder me fazer um favor, não me dá mais falsas esperanças se você sabe que não quer ficar comigo. - Lia só olhou pra baixo, constrangida com a situação. Gil saiu dali sem falar mais nada.

Na aula, Vitor nem sequer olhava pra ela. Pelo menos não quando ela estava olhando também. Lia odiava admitir que preferia mil vezes que ele estivesse tirando com ela ou brigando do que aquilo. Vitor se segurava muito pra não ir falar com Lia, mas achava que era melhor assim. Isabela apresentou uma aula sobre Caio Fernando Abreu e pediu para que Vitor lesse um pequeno poema na frente da turma. Vitor se encaminhou para perto do quadro, virou para a turma e antes de ler, olhou para Lia. Então começou:

"Mas não te procuro mais, nem corro atrás. Deixo-te livre para sentir minha falta, se é que faço falta… Tens meu número, na verdade, meu coração, então se sentir vontade de falar comigo ou me ver, me procura você."

– Obrigada Vitor, pode se sentar. - Disse Isabela.

No intervalo, todos começaram a receber mensagens no celular, com o novo vídeo da TV Orelha. Grupos se formavam pra fofocar sobre o vídeo e assim que o celular de Vitor tocou, antes que pudesse pegá-lo, viu Lia andando depressa em sua direção e dando um tapa em seu rosto.

– Você tá louca?!? – Disse Vitor.
– Você é um idiota mesmo, nem sei porque me dei ao trabalho de tentar pedir desculpas! – Os olhos de Lia começavam a ficar marejados, de tanta raiva. – Espero que esteja feliz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!