Más Intenções - Litor escrita por Mari W
Notas iniciais do capítulo
Link de utilidade (pra quem não lembra quem é o Loiola na Malhação, que era do elenco de apoio): http://tvg.globo.com/novelas/malhacao/2012/por-tras-das-cameras/noticia/2013/03/seus-lindos-confira-um-ensaio-mara-com-os-meninos-do-elenco-de-apoio-3.html (é o da primeira foto)
Aquilo não podia ser sério. Lia devia estar jogando com ele. A imagem dela abraçando Dinho acabou por desaparecer de sua cabeça nesse momento. Não tinha como pensar em mais nada a não ser no que estava na frente dele.
- O Sal me convidou pra ver o apartamento. Daí eu decidi passar aqui pelo seu quarto, ver como você tá. - Disse ela, entrando no quarto. Vitor ainda estava sem reação. - Você tá bem? - Se estar a ponto de perder o controle total, ele estava bem. Estava como nunca esteve antes.
- Ah, eu.. Eu tô melhor. - Disse ele. Lia sentou na beira da cama, apoiando uma das mãos sobre a borda do colchão.
- Sua boca tá bem melhor. - Comentou Lia, tocando com a ponta dos dedos a boca de Vitor, analisando o corte que era horrível há 2 semanas atrás.
- É... Tá. - Disse Vitor, tentando desviar os olhos de Lia. Foi quando, nessa tentativa, os olhos dele pousaram nas pernas de Lia. Tarde demais pra disfarçar alguma coisa.
- Dá pra você parar de me olhar assim?
- Tá difícil. Olha essa roupa.
- Cala essa boca. - Disse ela. - Mas, então... Quais as últimas notícias das suas pernas?
- Ah, depois das férias já posso estar até livre de muletas. Depende do meu desempenho na fisioterapia.
- Vê se não falta.
- Não vou. Acredite, ninguém quer que eu volte a andar mais do que eu mesmo.
- Ah! Lembrei. Você não me disse que era rico. - Ela riu, mudando de assunto.
- Eu não sou. - Disse ele, sério. - Minha mãe é. Eu não quero ninguém andando comigo por causa da grana dela.
- Calma, calma, raivosinho. Pelo jeito você não aprova muito o estilo de vida do seu irmão.
- Ah, o normal é a gente se acostumar com o dinheiro dos pais. Mas eu não quero. Eu quero conquistar tudo com o meu dinheiro e desde cedo tento me acostumar com a ideia.
- Quem diria...
- O que? - Perguntou ele.
- Uma coisa sensata vindo de você.
- Ha ha, engraçada. - Ele riu debochadamente.
- Eu nem suspeitava, sério.
- Porque eu não sou playboy ou porque pai violento ocorre em família de qualquer classe social?
- Porque você não é tão playboy. Mas é mais convencido que qualquer um.
- Mas me diz uma coisa... - Vitor ignorou completamente a última frase de Lia, para irritá-la. - Voltou com seu ex? - Disse ele, com um sorriso irônico nos lábios.
- E porque eu faria uma coisa dessas?
- Tava conversando com ele lá na festa, bem felizinha. Você me usou bem, né.
- Você também, né. - Ela o olhou com raiva. - Não voltei, se te interessa. Ele vai ir embora daqui a umas semanas, vai voltar pra Miami. Só quis avisar.
- Ahh, que peninha. - Disse Vitor, ironico. - E porque você não tá lá na cama dele?
- Você é ridículo. - Disse ela, não acreditando no que Vitor disse. - Nem sei porque me dei ao trabalho de vir aqui. Lia olhou pra ele com raiva e ameaçou levantar, mas foi puxada pela mão dele.
- Só não faz isso.
E sem aviso, apenas impulsionado pela sua vontade, Vitor segurou o rosto de Lia e a beijou. Por mais que Lia se esforçasse para não corresponder, Vitor conseguiu passagem para sua língua entrar na boca de Lia. Ele a segurava pelos pulsos com força, já que Lia ameaçava bater muito nele caso soltasse. Lia conseguiu jogar a cabeça pra trás e gritar por socorro mas Vitor só riu e a puxou contra ele, não conseguindo segurar um dos braços dessa vez, que batia em seu ombro com força. Mesmo assim, Vitor não ligou e continuou esperando que Lia apenas cedesse ao beijo. Coisa que não aconteceu. Lia deu uma mordida no lábio machucado de Vitor e ele soltou um grito de dor, permitindo que ela levantasse e se afastasse da cama.
- Você tá maluca?? - Disse ele, checando com o dedo se o lábio sangrava.
- Você que tá maluco! Perdeu a noção, Vitor! - Ela mostrava muita raiva nos olhos, como se fosse avançar nele a qualquer instante.
- Tá doendo demais, cara. - Disse ele, fazendo cara de dor. Lia demonstrou um pouco de compaixão, se aproximando pra ver se realmente machucou Vitor. Quando ela estava próxima o bastante, ele a puxou no susto para um selinho, fazendo ela se afastar novamente, limpando a boca. - Pronto, passou. - Disse ele, sorrindo.
- Que nojo! Porque você não some! - Lia se dirigia até a porta para sair.
- Cuidado com o que deseja, Lia! - Ele gritou, em tom de vitória.
- Vai se ferrar! - Respondeu ela, batendo a porta com força.
Lia se sentou no sofá da sala, unindo forças para não voltar ao quarto de Vitor e socar sua perna machucada. Sal, que tinha ouvido os gritos de algum lugar da casa, tentou se apressar para sair do banho. Lia apoiou as mãos nos joelhos e abaixou a cabeça. Precisava manter o controle. Ele tinha ido longe demais e nem ela sabia porque ainda se preocupava com o bem estar dele, já que aparentemente ele usava disso pra usar e irritar os outros. Sal saiu do banheiro às pressas, com uma camiseta na mão.
- O que houve?? Tá tudo bem?
- O idiota do seu irmão! - Gritou Lia, querendo que Vitor ouvisse.
- Desculpa, Lia. Eu devia saber que se ele te visse, ia rolar encrenca. Não sei porque, quando ele cisma com alguém, ele age que nem um moleque. Mas não liga, tá bom?
- Tô tentando. - Disse ela, com os olhos fixos no chão.
A recuperação de Vitor foi mais rápida que o normal, o levando na semana seguinte a andar de muletas. Ele pegou jeito rápido, sem passar por dificuldades. Lia, Sal, Fatinha, Ju e Gil acabaram por formar um grupo de amigos, bem inesperado, para passar as férias, viajando para outras partes do litoral do Rio, acampando e fazendo trilhas. Mesmo nos momentos antes dessas viagens, Lia mal via Vitor quando ia ao apartamento de Sal, já que ele se encontrava ou no hospital ou trancado, a sete chaves - para evitar qualquer briga com Lia, à pedido do irmão - no quarto. Era estranho ficar longe dele, se não existisse tanta raiva, ela poderia até dizer que sentia falta de querer bater nele a todo momento.
Quando as aulas voltaram, logo antes da primeira começar, Lia estava com Ju, sentada no banco da quadra. Quando Gil pediu permissão para roubar a namorada de um pouquinho, Lia ficou lá sozinha. Decidiu levantar e ir pro bar tomar alguma coisa. Mas pra quem estava observando ela de longe e esperando um momento pra falar com ela, aquela era a deixa.
- Oi, Lia! - Disse Loiola, um dos meninos que observava Lia na festa antes das férias. Estudava na mesma turma que ela, mas os dois nunca foram próximos. Ele acabou interrompendo o caminho de Lia, já quase no bar.
- Oi, Loiola! E aí, tudo bem? - Ela perguntou, educadamente.
- Sim, sim. Eu queria falar com... - Os dois foram interrompidos bruscamente por Vitor, que escondia sua raiva atrás de um sorriso irônico. Lia ficou primeiramente contente de ver ele com muletas e se estabilizando bem, mas logo voltou a si e percebeu o quanto ele andava passando dos limites.
- Bom dia. O que você pensa que tá fazendo? - Disse Vitor, fuzilando Loiola com o olhar.
- Como é que é!? - Respondeu Lia.
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