Vitor e Luana foram logo vistos por Lia. Os dois estavam conversando bem pertinho um do outro e Lia chegou do nada, fazendo eles perceberem a presença dela e se afastarem um pouco.

– Oi. - Disse ela, visivelmente bêbada.
– Oi, Lia. - Disse Vitor.
– Não vai me apresentar? - Lia disse, se referindo a Luana. .
– Peraí, você tá bêbada?
– Não. - Lia começou a rir.
– Desculpa, Lu. Com licença. - Disse Vitor, puxando Lia pra fora do Misturama.
– O que você tem na cabeça, Lia? Volta pra casa, você vai fazer besteira.
– Essa é a Luana então? Bonita ela, né...
– Lia...
– Calma, garanhão. Sabe de uma coisa, eu nunca entendi porque você ficou comigo. Se você só gosta dessas meninas dondocas aí.
– Lia, deixa eu te levar de volta pra casa. - Disse Vitor, tentando puxar ela pelo braço.
– Me solta! - Disse ela, se desprendendo. - Me responde.
– Pra mim, você é muito mais linda que qualquer uma delas, tá bom? - Disse Vitor, calmamente, fazendo ela dar uma trégua. - Agora deixa eu te levar, Lia... Por favor.
– Não! Eu vim acabar com essa festa.
– E você acha que vai se sentir bem amanhã, quando acordar?
– Não importa.

Lia entrou no Misturama e pegou o copo da primeira pessoa que viu na frente e subiu no palco. E começou a pedir a atenção.

– Ei, pessoal! - Todos prestaram a atenção nela e Nando baixou o volume. Agora todos, sem exceção, olhavam pra ela, esperando algo acontecer. - Queria propor um brinde. - Lia levantou o copo. - Um brinde ao Dinho. - Dinho e ela se olharam, Dinho sabia que algo muito ruim estava por vir.
– Lia, para! - Disse Vitor, fazendo Lia apenas o ignorar.
– Um brinde a ele, que ama muito seus amigos, que liga muito pra todos que estão a volta dele... - Todos no ambiente ficaram constrangidos por Dinho. - E principalmente... Que gosta de viver cada momento como se fosse o último, não importando se vai machucar ou decepcionar outras pessoas... Porque isso não importa, né? - Lia já lacrimejava nesse momento, mas com raiva. - E essas são as boas vindas que você merece. - Disse ela, descendo do palco, e saindo.

Ninguém no ambiente falou nada por alguns segundos, todos estavam bastante chocados e tensos com a situação. Exceto Orelha, que filmava tudo pra não perder um segundo TV Orelha da Lia bêbada.

– Que droga, eu preciso ajudar ela. - Disse Vitor à Luana.
– Tá tudo bem, tá tensa a situação... Eu pego um táxi, não se preocupa.
– Você é a melhor. - Disse Vitor, dando um beijo no rosto dela. - Mil desculpas.

Vitor alcançou Lia quando o elevador de seu prédio estava quase fechando. Ele botou a mão, impedindo que ele fechasse e olhou pra Lia, que estava chorando muito. Apertou o botão do andar dela e a abraçou. Tatá ouviu quando Lia saiu de casa e acordou Raquel. As duas estavam na sala quando Vitor e Lia entraram.

– Lia, o que você acha que tá fazendo? - Disse Raquel, irritada.
– Doutora, eu já te explico... - Disse Vitor, levando Lia pro quarto rapidamente.
– Você fica aqui ou a coisa vai complicar. E você já tá mal. - Lia concordou e Vitor foi pra sala.
– Raquel, a Lia foi na festa de boas vindas do Dinho e você sabe como ela é... Deu problemas. Por favor, não briga com ela, não hoje. Foi bem feio o negócio. - Disse Vitor, com a maior paciência do mundo.
– Tudo bem... Pelo menos ela não bebeu dessa vez. - Disse Raquel. Vitor a olhou estranho mas ficou aliviado de Raquel não ter percebido que Lia estava (muito) bêbada.
– Eu vou lá acalmar ela. - Disse Vitor, se dirigindo ao quarto.
– Vitor! - Chamou Raquel, Vitor se virou. - Obrigada por ser amigo dela. - Ele apenas deu um sorriso sem vontade e foi pro quarto.