Ver o futuro, em varias culturas é visto como bruxaria, em outras, é mentira, tem até mesmo quem acredite ser uma benção, mas, para mim, é uma maldição.

Como uma criança iria entender quando do nada via algo ruim acontecer, quando voltava a realidade não tinha acontecido, no momento pelo menos,  mas, tempos depois, isso acontecia.

Sabe, nasci com esse dom, de ler o futuro, não um futuro qualquer, mas apenas um futuro triste, de tragédias, tanto grandes quando pequenas; começavam com borboletas se machucando, animais caindo e se ferindo, ah... Coisas pequenas, mas elas iam piorando, lembro-me perfeitamente de um dia , minha mãe me dera um cachorrinho, uma semana depois, tenho uma visão; Ele fugia ,era atropelado e por fim, morto. Depois de ver isso, o chamei, abracei-o chorando, foi quando minha mãe me viu e perguntou o porquê da choradeira, eu a disse do que tinha visto, mas pelo jeito, ela não acreditou, apenas me abraçou e disse que o cachorrinho iria ficar bem, mas infelizmente, ela tinha errado, e eu, acertei. No dia seguinte ele fugio e foi atropelado, exatamente como tinha visto.  Depois disso, as visões ampliaram-se a humanos, mas ainda coisas pequenas, como problemas entre casais, colegas em brigas, pequenos acidentes, bem, isso até meus 13  anos, mas daí sim, foi piorando. Comecei a ver acidentes sério, mortes, assassinatos, mas sempre com pessoas distantes e desconhecidas. Aos 16, começou a ser com familiares e pessoas mais próximas.

Claro que por causa disso, sempre fui uma pessoa fria e triste, ah! Como ser feliz só vendo coisas tristes?! Sabe... Mas a pior coisa que me ocorrera foi quando comecei a ver, aos 18 anos, o meu próprio futuro. Também já tinha notado que não era possível mudar o futuro durante esses anos, então, não tinha muito o que se fazer além de esperar.

Mas, continuando, aos 19 anos, tinha entrado em uma faculdade e lá, conheci na biblioteca da faculdade enquanto pesquisava em uns livros sobre o meu dom e essas coisas, um rapaz muito doce, o Flávio. Eu e o Flávio ficamos amigos, ele era meu único amigo, ficamos os anos de faculdade nos aproximando, ele era a única pessoa que me deixava alegre.

Durante os anos de faculdade, tinha várias visões sobre meu futuro, uma delas, era que eu mudar-me-ia para uma pequena cidade francesa, por isso, trabalhava durante desses anos para ter o dinheiro suficiente para me mudar. Outra delas  era como seria minha casa, cheio de bichos de pelúcia e moveis antigos, visinhos normais entre outras coisas. Poucos meses antes de me formar na faculdade, sonhei a pior coisa da minha vida, foi a visão da minha morte, é, simples assim, seria como ler um livro porem já saber do final sem ao menos ter terminado a leitura.

Faltava poucas semanas para me mudar, já tinha terminado meus estudos, estava tudo encaminhado, e em uma noite, acordei de madrugada e tive a visão de que eu  teria feito o Flávio chorar, por isso mesmo tive medo de dizer o que sentia por ele, sabe... Não tentei ao menos voltar atrás para evitar meu futuro, tive medo do que aconteceria a Flávio.

Faltava uma semana para me mudar, chamei Flávio para me fazer uma visita. Contei tudo a ele, o meu dom, o motivo pelo qual iria me mudar, mas apenas não revelei meus sentimentos. A final, ele disse que acreditava para minha surpresa, apenas me abraçou forte como nunca e foi embora. Confesso que fiquei um tanto quanto triste, mas, é o meu destino.

Passava uma semana desde que parti, lá toda noite de madrugada ia visitar meu futuro tumulo. Ficava horas olhando para aquele espaço vazio, objetivo? Também não possuía, mas apenas em observa-lo me trazia uma sensação boa. Fazia isso todas as noites, menos, claro, na da minha morte. Recebi uma carta de um suposto admirador secreto, um visinho que me observa a semanas, e que ontem tinha me seguido até o cemitério, já tinha invadido minha casa um dia que sai de madrugada, bem daqui algumas horas já vou saindo, ele vai me encontrar em um bosque perto daqui, e vai declarar seu amor, e quando eu negar e virar de costas ele irá me matar com um tiro, na mesma hora que vou no cemitério, amanha iram encontrar meu corpo, encontraram em minha casa minha lade escrita “ Aqui jaz Dinnah, a vidente que prevera a própria morte.” Iram enterrar meu corpo no cemitério e fim, serei esquecida para sempre. Como sei disso? Já disse, eu vi.