Angel escrita por Dayane Alves de Oliveira


Capítulo 29
Capítulo 29




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A noite, apesar do consolo que havia recebido de Raphael, Angélica se revirava na cama. Estava sem sono e a conversa que ela havia ouvido entre a vó e a mãe a tinha perturbado mais do que ela podia controlar. A mãe não á queria lá e a vó não á queria aqui. Uma breve ideia de fugir lhe veio á mente, mas logo descartada, ela não podia fazer isso, era muita coisa envolvida e ainda por cima ela tinha prometido á Phillip que não fugiria.

-PHILLIP!!!!! –Gritou ela em um sussurro, e logo tapando a própria boca. Se virou para ver se Natália havia acordado e se distraiu um pouco ao ver como Natália dormia tranquila. Como ela consegue? –Pensou Angélica. Pra ela dormir parecia tão fácil, tão bom, enquanto pra Angélica era difícil e ruim, que vinha acompanhado de terríveis pesadelos.

Rapidamente, voltou seus pensamentos novamente para Phillip. Com certeza ele á ajudaria. Com essa ideia fixa, ficou acordada pelo menos mais uma hora, até que dormiu.

No dia seguinte, ela ligou pra ele na volta da escola:

-Alô? –Atendeu ele.

-Phillip!!! É a Angélica!

-Hello Darling....

-Você não me ligou então...

-Desculpe... –Ele suspirou impaciente.

-Estou atrapalhando alguma coisa?

-Não Darling, você nunca atrapalha. Só que eu não estou num bom dia.

-O que houve?

Ele suspirou de novo:

-Sua mãe não te contou?

-Não... –Mas ela sabia do que ele estava falando.

-Nós estamos separados.

-Ah... –Angélica tentou mostrar surpresa.

-Na verdade, desde que você foi pra casa da sua vó eu também saí.

-Onde você está morando?

-Na casa de um amigo.

Ela ficou um pouco em silêncio, agora pensando em como pediria para ele o que havia planejado, quando ele continuou:

-Foi bom mesmo você ter ligado. Eu preciso me despedir.

-Despedir? –Dessa vez ela não precisou fingir estar surpresa.

-Eu estou voltando para os Estados Unidos.

-O que?

Ele tentou buscar as palavras certas, mas era inevitável dizer a verdade:

-Eu preciso ir Angélica.

Ela engasgou com as palavras e a única coisa que saiu foi:

-E a Angelina?

-Ela vai ficar com a sua mãe. Eu vou dar toda a assistência que eu puder. Eu não quero entrar numa disputa judicial.

Angélica conseguiu organizar os pensamentos e disse:

-E eu?

-Você?

-Vai me deixar assim?

-Eu não estou te deixando.

-Está. Você vai ir embora e me esquecer.

-Eu nunca vou te esquecer meu anjo.

-Me leva com você!

-O que?

Angélica começou a chorar:

-Por favor, me leva, minha mãe, nem minha vó me querem, por favor me deixa ficar com você.

-Angie...

-Eu prometo que se você me levar eu me comporto, fico boazinha, eu juro!

-É impossível! Você é de menor, não dá pra te tirar do país assim.

-Você é advogado, consegue!

-Eu não posso...

-Claro que pode.

-Tenta entender...

-Não! Você é igual a elas! Igual ao meu pai! Não me quer.

Ele ficou calado enquanto, entre soluços, Angélica dizia todos os tipos de xingamentos que lhe vinha á mente, e desabafou.

Irritada pela falta de palavras dele, ela desligou e foi correndo pra casa.

Entrou batendo a porta, a vó, que calmamente tomava um chá com a tia, pediu que ela voltasse e fechasse a porta direito já que esta bateu e voltou. Angélica apenas voltou e disse ainda chorando:

-É uma punição né?

-Eu só mandei você fechar a porta.

-Ela não querer falar comigo. É uma punição.

O silêncio e surpresa da vó disse tudo. Angélica virou as costas  e foi se trancar no quarto.

Ela não queria chorar, mas a sensação de que tinha sido abandonada de novo praticamente á enlouqueceu. Mordeu o travesseiro para não gritar de raiva, bateu nele, ainda xingando mentalmente a todos que lhe fizeram mal. Por fim, se encolheu na cama, abraçando o travesseiro, lembrando que se Miguel estivesse alí, seu abraço seria a única coisa que á confortaria. Ela sentia muita falta daquele abraço. Principalmente nesses momentos que ela sentia que não tinha pra onde correr.

Aos poucos, foi adormecendo, enquanto ignorava as batidas da vó na porta.

Fielmente, as quatro da tarde, Raphael estava esperando por ela na cachoeira. Ficou preocupado com a demora dela e entrou na cacheira para nadar um pouco. O tempo foi passando e nada de Angélica chegar, olhou no celular e já eram cinco e quinze. Ela não havia mandado nenhuma mensagem. Se vestiu e resolveu ir embora, pois estava muito frio.

Angélica não saiu do quarto pra jantar. Nem tomar banho. Emendou a tarde com a noite e dormiu direto. Mas não tão bem. Teve vários pesadelos a noite toda, e no dia seguinte acordou com tanta dor no corpo que parecia que a briga com Phillip havia sido física. Ela tentou de todas as maneiras convencer a vó a deixa-la faltar na escola, mas não teve acordo.


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