Momento Infernal escrita por Elizzabeth Haaps


Capítulo 4
Capítulo 01 (parte 1) — Nascimento.


Notas iniciais do capítulo

E sem mais delongas apresento-lhes o inicio de MI. Tive que dividir o capítulo 01 em DUAS PARTES, pelo mesmo ser um pouco grande e para a leitura não ficar tão cansativa.
Espero que gostem das aventuras do meu preferido e unico SK. Qualquer coisa reviews são extremamente bem vindas e importante também lindos.
Apreciem e degustem lentamente, pois os trabalhos apenas começaram.



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05/05/05 – Noite infeliz, noite infeliz...

“Na noite dessa quinta feira (05) a cidade de Monte Alto, interior de São Paulo, pôs-se de luto. A tragédia aconteceu na casa da família Linth; onde os mesmos tiveram sua casa queimada. Não se sabe o estado de saúde da família, mas há boatos de que não sobrevivam...”

“Os bombeiros foram chamados quando os raios do sol ainda nasciam por uma vizinha que, sentindo o cheiro da fumaça, acordou, viu o que estava acontecendo e ligou para a emergência.

Mais cedo, no escritório de edição e revisão das matérias, fora deixado uma carta duvidosa, e nela dizia as seguintes palavras: “Não se preocupem, sei perceber quando uma alma está desesperada. E acreditem, só fiz um favor.” Palavras essas que foram tiradas de jornais alheios e coladas na devida ordem, formando então um bilhete que fora deixado na calada da noite em nosso estabelecimento. Quem seria capaz de um ato tão insano? Atear fogo numa casa com a família dentro...”




Recortes de um jornal antigo era a unica coisa que enfeitava aquela parede. Sem quadros, pintura, janelas, nada... Com uma entrada e saída – e outra feita à ponta pé –, aquela casa, se assim podemos chamar, era triste, vazia, opaca, sem vida... E assim se descrevia a alma que nela habitava. Seus olhos passavam todos os dias por aqueles recortes; logo seu punho fechava-se e dava-se então um soco forte contra a parede... Quantas vezes essa cena não se repetiu... Quantas vezes aqueles mesmos olhos tristes viram, reviram e viram novamente aquelas palavras que só lhe causavam dor, angustia e culpa... Que lhe deixava desconcertado, com raiva, frustrado, desamparado... Que o fazia perceber que perdera tudo, e que aquela era sim a maior dor do mundo...

Os dias passaram; meses vieram e anos os acompanharam.




Aquele que um dia chorou, não chorava mais; que um dia sentiu dor, não sentia mais; que um dia se enfureceu, entristeceu, se culpou... Nada mais era de qualquer importância. Nada mais o fazia sentir dor, ou qualquer tipo de sentimento; tinha morrido. Ele se tornara outro hoje. Forte, indiferente; toda a sua dor virara inteligência, sagacidade. Hoje ele consegue ser feliz, e o prazer que inunda o seu corpo é inexplicável, indescritível, unico.

Descobrira que não há nada melhor do que ceifar uma vida; ver as esperanças das pessoas escorrendo por suas faces; ouvir a melhor melodia do mundo sair das suas bocas – seus belos gritos de desespero –; saber que ele é dono daquela vida, que tem poder sobre; que seus desejos serão satisfeitos quando, onde, como e o quanto ele quiser. E assim ele o fez; assim ele se tornou. Porém, primeiro ele traçou um plano em sua cabeça. Como ele agiria? Como ele faria a seleção? Como as levaria? E para onde? E depois?

Com tudo pronto. Que iniciasse então a caçada!


Sentado no banco do parque Oliver observava com atenção as pessoas ao seu redor. Sua aparência não deixava a desejar, ou melhor, era uma das mais desejadas pelas mulheres – dono de um belo par de olhos verdes, belos e macios cabelos loiros, altura acima da mediana, costas meio largas, forte, de um olhar penetrante –, talvez isso facilitasse um pouco seu trabalhado, ou talvez elas fossem apenas sentimentais demais, carentes demais, estúpidas demais, tudo demais... Até porque, a mulher quando avista uma coisa de uma determinada forma que deseja, ela não enxerga nada além... Nem que uma placa neon estivesse na sua frente dizendo: Ei, ele é um serial killer, se afaste! Mesmo assim ela ignoraria e continuaria; sedenta por atenção, carinhos, elogios, compreensão, respeito... Ele sabia disso. E era nisso que tirava proveito.

Algumas crianças jogavam bola, outras, corriam sem parar de um lado para o outro sorrindo. Os pais por outro lado, tinham expressões cansadas, tristes, estressadas; alguns até sorriam quando os filhos olhavam, mas depois voltavam a pensar naquela conta que tinham pendente, naquele formulário não terminado, naquela cobrança... Em meio a tanto caos, havia uma garota. Ela – sentada em outro banco e com alguns livros em seu colo –, estava de cabaça baixa, pensativa. Olhava em volta uma vez ou outra; seguia com os olhos as crianças contentes, observava os pais aflitos, até as pessoas que corriam pelo parque não passavam despercebidas pelo seu olhar. Seus cabelos louros repousavam levemente em seus ombros, sua pele lisa e branca como de um bebê, suas vestes delicadas, feições frágeis... Ela era perfeita.




Oliver ficou ali observando-a atentamente; e em meio a tantos já a tinha escolhido. Frágil e delicada, seria fácil, talvez até demais... Ele decidiu então agir. Levantou-se e saiu dali despercebido, caminhou levemente, cuidadoso – não queria assustá-la –, seguia pela direção onde o levava até ela... Se foi coisa do destino ou não, coincidentemente quando estava próximo o bastante para iniciar uma conversa amigável e sem nenhuma intenção oculta, é claro, uma bola de futebol desgovernada vinha em sua direção, atingiria a moça distraída se Oliver não tivesse pegado-a em tempo.

— Oh meu Deus! — Exclamou a moça assustada. E assim que olhou para Oliver com aquela bola nas mãos com uma feição assustada – mas não tanto quanto a dela –, corou e um pequeno sorriso tímido formou-se em seus lábios. Olhou-o de cima para baixo rapidamente e depois se virou. Ficara imóvel.


— Você está bem? — Oliver perguntou, mas a moça não respondeu, ela nem se quer se moveu.

— Me desculpe, mas a bola lhe atingiu de alguma forma?

— Ah... Não... Estou bem. — Disse a moça finalmente. Um pouco a frente tinha um menino que corria desgovernado na direção deles, provavelmente o garoto que chutara a bola. A criança chegou um pouco se ar, porém viva, colocou as mãos nos joelhos para descansar um pouco e logo falou meio timidamente.

— Me desculpem... Não foi minha intenção... Me desculpe... — O menino falava entre uma respiração e outra. Oliver o olhou sereno.

— Não se preocupe. Aqui está a sua bola, só tome mais cuidado da próxima vez. — Ele entregou a bola para o garoto, que agradeceu lhe devolvendo um sorriso e depois saiu correndo novamente.

— Não foi por nada. — Por um instante a menina não disse nada, mas depois voltou a olhá-lo e corou novamente.

— Não fiz por mal, isso de não lhe responder, digo. Estou tendo um dia ruim...

— Brigou com o namorado? — Ele disse. Só podia ser. Sempre tinha homem envolvido.

— Bem, foi. Mas de qualquer forma, obrigada. Realmente não esperava. — De repente a menina quase muda resolve falar. Sua voz estava meio falha, e olhando mais de perto agora podia-se ver seus olhos vermelhos e meio inchados. Porque será que alguma coisa a dizia que podia confiar nele? Ou seria na sua aparência? Ah como ele amava as mulheres...

— Não esperava que uma bola desgovernada batesse em você?

— Não esperava um super herói para me salvar. — Com essa resposta Oliver sorriu.

— Super herói? Acho que um bom ato não exclui qualquer outro. — Respondeu sentando-se.

— Isso seria uma confissão? Você é o vilão da história? — Sim! Sim! Sim!.

— Sim. — Oliver sorriu e continuou: — Mato todos os dias aquelas malditas formigas, confesso que jogo lixo no chão e não uso nada que tenha “bio” antes. — A menina riu.

— Acho que sou pior que você. A propósito, eu sou Natália. Natália Albuquerque.

— Lucas. Lucas Ferreira.

— Um prazer conhecê-lo Lucas, mas o que o traz aqui? Filhos?

— Trabalho.

— Fotografia?

— Pesquisa. Sou curioso.

— E o que você pesquisa exatamente? Comportamento infantil? Ou quem sabe a direção dos ventos? — Com essa ultima afirmação Natália balançou um pouco as mãos, talvez querendo simbolizar as direções que os ventos tomavam, ou só estava sendo idiota mesmo.

— Na verdade, estou pesquisando as pessoas. Seus comportamentos. Sou escritor.

— Escritor? Que legal! Acredita que estou fazendo faculdade de jornalismo? Não que tenha tanto haver... Sobre o que você esta escrevendo?

— Ainda são apenas pesquisas. Mas pretendo finalizar.


E em meio a tanta conversa jogada fora, a menina acabou por contar um pouco sua história. Ela era de Nova Serrana, Minas Gerais mesmo, tinha vinte anos de idade, fazia faculdade de jornalismo havia dois anos e namorava a um. Ela tinha visto o namorado a traindo em um tipo de festa lá, o que não era uma boa informação para Oliver então a deixou de lado, e eles brigaram feio; sua mãe foi internada, diagnosticada de câncer pulmonar, e sua melhor amiga era uma “piranha”. Com tanta coisa de ruim acontecendo ao mesmo tempo, a menina não viu o porquê não aceitar o convite de um cara que tinha salvado sua vida, ou atrasado o acidente pelo menos, para acompanhá-lo num sorvete. Depois dali, veio a troca de telefones, mais conversa fiada, mais informações e finalmente um endereço.

A garota morava a poucas quadras do parque. Ela dividia o apartamento com duas colegas, porém, como era tempo de férias de verão, ambas tinham ido visitar suas respectivas famílias e ela acabou por ficar sozinha. Já em frente ao apartamento, Oliver pode visualizar bem o local. Dois andares; quatro janelas laterais e cinco na frente; uma porta de abertura dupla – porém com uma grade um tanto reforçada na frente –; a tinta vermelha estava um pouco descascada, já via-se um pouco do cal que cobria as paredes de tijolos; a fechadura estava desgastada, assim como a madeira que rodeava a porta da frente e das janelas. Certamente era um imóvel velho.



— Não deixe que lhe digam como agir e o que fazer. Se você for se arrepender, se arrependa de verdade, e não porque uma pessoa lhe disse que era o certo, ou o errado.


— Você falando assim Lucas só destaca o quanto eu fui estúpida esse tempo todo. De como me deixei influenciar... Você tem razão...

— Com certeza. Agora que você está entregue vou indo.

— Você me ligará certo?

— Claro. — Disse Oliver sorrindo largamente e lhe dando um beijo sutil na bochecha que deixou Natália novamente corada.

— Vou ficar esperando. — Claro que vai, pensou Oliver.


Com essa despedida rápida Oliver deixou-a na porta de seu apartamento sorrindo bobamente. Combinaram de se encontrar no dia seguinte para um jantar não formal e depois andariam por ai... Por lá... Lá onde? Lá na casa de Oliver onde ele a trataria com todo o carinho que ele estava necessitado; com todo o respeito que ela merecia, e a faria muito feliz novamente... Ah, como a vida é bela não? O ser humano já nasce dependente, não consegue desapegar; não consegue seguir sozinho, não consegue trilhar o seu caminho. E com isso vem a necessidade de ter alguém, a necessidade do outro, de aprovação, de compromisso, de cumplicidade, de simplesmente olhar em volta e ver que não esta só, de ver que existem outros como você. Outro que deseja as mesmas coisas que você, que compartilha das mesmas afeições, gostos... Então, do que reclamar? Se a vida lhe entrega de bandeja as armas e as caças, porque desperdiçá-la criando laços? Bem... Já com o seu plano esquematizado, Oliver volta pra casa para deixá-lo pronto, apenas esperando o prato principal.



Bem afastada do movimento urbano, sua casa era protegida tanto de aparições repentinas, quanto de vizinhos insuportáveis. Com uma sala equipada especialmente para seu trabalho, Oliver busca por colocar tudo em ordem. Ali, onde as paredes estavam enfeitadas de vários recortes de um mesmo jornal, se iniciaria mais uma etapa, mais um passo dado; ele seguiria em frente trilhando seu próprio caminho. Era verdade que a sala era um pouco pequena – e porque não dizer apertada e desconfortável –, mas acontece que ele não se importava; tinha tudo de que precisava ali... Mas espera ai... Desde quando a morte é pra ser uma coisa confortável? Por a caso foi confortável quando você perdeu um familiar ou amigo?




Sentado numa poltrona, visualizava as etapas que viriam a seguir: primeiro ele iria busca Natália para o encontro... E depois? Apenas sorrisos, gargalhadas e pura felicidade. No canto direito daquela salinha ficava uma mesma cumprida, porém curta; nela, todos os ingredientes para preparar a melhor das refeições. Tudo que poderia cortar repousava ali, desde uma simples lâmina de barbear, a uma katana; todos bem afiados e prontos para serem usados e abusados. Com muito carinho, todos os dias Oliver lustrava e limpava aquelas armas, apreciando-as, imaginando quando iria usá-las...



Depois de ficar analisando seu plano, fazendo anotações e escolhendo as armas que serão utilizadas no dia seguinte, ele fora descansar. A noite fria daquele dia em particular passara rápido, e antes dele se dar conta os raios solares intensos já invadiam a unica janela da casa, penetrando o vidro e clareando todo o quarto. Oliver, ainda meio sonolento, pegara seu telefone celular – estava em cima da mesinha de canto do lado direito da cama de casal de madeira –; era uma hora da tarde de uma quarta-feira, ensolarada e esperada; ainda com o celular em mãos lentamente ele se levantou, fechou os olhos respirando profundamente e sorriu. Hora de uma ligação importante, pensou. Rapidamente procurou o número do telefone de Natália em sua agenda e o discou; chamou algumas vezes e então aquele doce som passou pelo seu ouvido...



— Alô.


— Natália?

— Quem é?

— O Lucas. Lucas Ferreira.

— Ah, oi Lucas. Então você ligou mesmo...

— Queria confirmar o jantar de hoje à noite.

— Estava pensando bem e não sei se...

— Devo sair da rotina? — Oliver completou a frase da moça. Como ela ousaria não vir? Depois de todo o sacrifício... — Se devo parar de chorar por alguém que não me merece? Se devo sair da minha vidinha? Parar de deixar as pessoas me usarem, como o meu namorado fez? São esses os seus questionamentos? É isso? — No outro lado da linha fez-se um silêncio. Natália estava pensando e Oliver aguardava ansioso depois de intimidá-la.

— É... Talvez você tenha razão...

— Talvez? O que nós conversamos ontem?! Você acha mesmo que ele está se importando com o seu sofrimento? Que liga se você chora antes de dormir ou sai com um amigo para se divertir?

— Você tem razão sim! — Eram essas as palavras que ele desejava ouvir. Isso! — O jantar está mais do que confirmado. Então às 20:00 você pode me buscar. Tudo bem pra você?

— Ótimo! Às oito horas estarei batendo em sua porta. Não atrase.


Feito!



Oliver então decidiu escolher suas veste para a ocasião. No guarda-roupa que ficava perto da janela, estavam as peças que ele usava apenas para ocasiões mais especiais, por assim dizer. Ternos, de todas as cores neutras possíveis, pendurados em cabides de ferro; em outra porta vários perfumes, alguns importados, um ou outro produto de beleza e os sapatos. Olhando bem para as roupas acabou por escolher o clássico terno preto, sem gravata é claro, afinal, quem queremos enforcar aqui não é o homem, mas sim a mulher.

Escolhida a roupa, os sapatos e acessórios, Oliver decidiu que era hora de fazer a reserva para o jantar; ligara para o melhor restaurante da cidade, o Alimentaire Brésilien, estabelecimento que só servia comida brasileira refinada. Feito isso, era só esperar as horas passarem... E o que melhor do que investigar?


Com suas luvas já envoltas em suas mãos, pegara seu carro e saiu dali ansioso. A caminho do apartamento de Natália, Oliver viu que não seria preciso inventar qualquer desculpa para que ela saísse dali, já que a mesma estava numa praça conversando com uma amiga ou colega, ou quem quer que fosse. Perfeito! O destino não quer mesmo Natália Albuquerque andando mais nas ruas e sendo um tédio ambulante, ele pensou. Bem na hora certa, assim ele poderia sondar o apartamento dela e ver quais segredos aqueles olhos guardavam.


Seguiu pelo caminho contrário para que Natália não o visse e partiu direto para o apartamento da menina; lá ele pularia a janela lateral – como a madeira estava fraca, seria aparentemente a mais fácil de burlar. Chegando perto do destino desejado, estacionara ali, não queria deixar nenhum vestígio.


Em frente ao apartamento, Oliver o observa e acaba concluindo que era mesmo a janela lateral a mais vulnerável. Com apenas uma pequena pressão e força, ele consegue desencaixar o trinco que fechava a janela e cria uma entrada e saída. Sem tanto esforço assim, ele salta e consegue se segurar na barra da janela, colocando suas pernas para dentro; logo depois a casa era só sua.

A pequena sala estava enfeitada por alguns quadros abstratos; um sofá de três lugares e outro de dois, ambos na cor vermelha – sua cor preferida –, uma mesinha de centro fazia o papel de uma parede entre os dois; mais adiante estava a cozinha, modesta, assim como todo o apartamento pelo visto. Servida de uma mesa com quatro cadeiras, alguns armários pequenos... Nada de interessante na geladeira também, Oliver checou. Mas o mais esperado era o quarto, onde toda mulher esconde os seus segredos, e eram esses segredos que ele queria.



Perto da cozinha tinha uma escada, e o que ele desejava estava no andar de cima. Dito e feito. Em um corredor, à direita, tinha duas portas, ambas abertas. Oliver invadiu a primeira entrada; naquele cômodo não tinha nada de interessante – à vista pelos menos. Uma beliche qualquer, mais um guarda-roupa qualquer, uma escrivaninha qualquer e só... Bem que esse quarto combinava com Natália, tão sem graça quanto sua dona.
Ele começou pela escrivaninha. Procurava alguma anotação, ou melhor ainda, um diário. Mulheres adoram diários; é onde elas descontam seus desapontamentos, decepções, frustrações, medos... Uma bomba nuclear, se usado devidamente.


Bem rápido, ele procura por algo semelhante e logo encontrou uma agenda meio velha, bem rabiscada, porém, para sua frustração era de uma tal de Amélia Santos. Bem, Oliver poderia ter seguido para outro quarto logo, se não tivesse evidente que outra garota dormisse ali. Procurou mais adentro das coisas guardadas e teve outra decepção: um currículo no nome de Amanda Soares... Se bem que, informações dessas duas garotas até poderiam ser interessantes, mas elas não eram o seu alvo no momento, mas sim o outro quarto.


Arrumando as coisas como encontrou, Oliver deixa o quarto de Amélia e Amanda e parte para o seu verdadeiro alvo. Assim que entra é surpreendido por várias fotos ampliadas de bandas, tanto nacionais quanto internacionais, assim como atores e atrizes e um quadro de ferro onde se colocava fotos idiotas de você e suas amigas idiotas. Oliver revirou os olhos. Como o outro quarto, os móveis eram do mesmo gosto e posicionados igualmente, então ele foi direto à escrivaninha. Revirou tudo, nada de agenda, rascunho ou o que quer que seja, apenas alguns livros de literatura brasileira, outros que o tema caminhava junto com jornalismo, alguns trabalhos da faculdade e algumas contas, nada demais – claro que ele tomou cuidado de colocar tudo no mesmo lugar depois. Droga! Onde pode estar?, pensara. Fechou então seus olhos tentando relembrar todos os movimentos e palavras de Natália desde que se encontraram. Ela não tinha dito nada que pudesse relevar ou de interessar, apenas besteiras de uma longa fase adolescente, estendida demais até, mas com certeza ela guardava algum tipo de diário. Era o escape daquilo tudo... Tinha que ser. Onde ela guarda seus segredos? pensou novamente.



É isso!

Abriu os olhos para que pudesse investigar o guarda-roupa, é claro que tinha que ser lá, qual lugar seria mais óbvio? Ele olhou em todos os lugares, nas roupas, sandálias, acessórios, gavetas e... Nada. Talvez debaixo do colchão... Mas não tinha nada lá também. Então, Oliver com raiva, decepcionado, girou seu braço com força e bateu em um enfeite que estava em cima da escrivaninha; por sorte cairá no tapete, o que amorteceu a queda. Colocou-o no seu lugar e voltou a se concentrar, respirar fundo. Pelo visto Natália não era tão óbvia assim. Pensando, ele se focou num ponto na parece e acabou vendo que ali na lateral do quadro de ferro era meio elevado, bem pouco deve-se destacar, mas tinha que ter algo ali. Com um sorriso nos lábios Oliver foi direto ao quadro e supimpa! Encontrara alguma coisa. Finalmente! Um diário.


Folheando-o vagarosamente a fim de obter o maior numero de informações possíveis, Oliver se depara com algo um tanto quanto interessante.ㅤ



08/05/2011


Querido diário, é verdade que não admito ser traída numa relação, mas confesso que o Matheus insistiu tanto, e ele é um gostoso. Acabei caindo em tentação e dormindo com ele. Tudo bem que não é nenhum problema tão grande assim... Se não fosse o fato dele namorar a um ano minha amiga Jéssica; e sendo também no mesmo dia em que ele completam aniversário de namoro. Droga. O que ela vai pensar de mim?

28/07/2011

Querido diário, aconteceu algo terrível! Descobri que estou grávida do Matheus. Isso não podia ter acontecido... Foram apenas duas vezes...

02/09/2011

Querido diário, hoje fui ao um hospital e fiz um aborto. Não podia continuar que aquela coisa crescendo na minha barriga, uma coisa indesejada, não programada, que só traria desgraça para minha vida. Confesso que hesitei na hora, mas acabei concluindo. Afinal, um filho não vale mais do que uma amizade... Contei ao Matheus e ele estava de acordo, até me deu o dinheiro...


Inacreditável... Quem diria que uma menininha como aquela fosse capaz de tal ato? Oliver passou mais rapidamente aquelas folhas e uma palavra o interessou novamente: aborto.



18/06/2012


Querido diário, novamente não me contive e transei com o Matheus. E engravidei novamente... E fiz um aborto novamente... Que tipo de pessoa eu sou? Que tipo de ser eu me tornei?



— Parece que a pequena Natália não é tão pequena assim... — Oliver disse pra si mesmo. Tomando o cuidado para arrancar as folhas que lhe interessavam e as colocando no bolso, ele pôs de volta o diário no lugar e saiu dali sorrindo. Aquilo era algo interessante, finalmente.


Já pulando a janela no seu salto final, Oliver tem sua camisa rasgada por um prego mal colocado, porém ele tinha tanta pressa que nem percebeu. Estava ocupado demais pensando em como iniciaria e terminaria seu trabalho mais tarde, em como saciaria sua vontade, em que logo seria dono de mais uma vida... Cruzara toda a praça, o parque, e foi para o lugar onde deixara seu carro estacionado. O local era pouco conhecido pelas outras pessoas, afastado, por isso que ele se sentia confiante ali. Seu Antônio, o dono do estacionamento, era conhecido de Oliver há muito tempo já, de outras longas datas; se pudesse acontecer algum dia de ter, aquele homem seria o unico provável amigo dele.



— Seu Antônio. — Oliver o cumprimentou.


— Boa tarde meu filho. Caminhada em plena luz do dia?

— Manter a forma seu Antônio. — O mesmo que estava sentado num banquinho descascando sua terceira laranja sorriu meio torto, balançando a cabeça negativamente.

— Tudo certo meu filho?

— Tudo certo seu Antônio. — Tudo bem que não era um diálogo de amigos... Mas analisando o histórico de Oliver aquilo era o mais próximo de amigo que ele poderia ter.


Então seguira dali confiante. Certo do que fazer. Feliz por fazer. O sol já mostrava seus primeiros indícios de adeus, o vento uivava baixinho; dali a algumas horas uma nova sensação percorreria pelo seu corpo, e está seria a melhor de todas. Sua casa, bem afastada de todas as outras e pequena, finalmente estava à sua vista. Ele abriu a porta cuidadosamente e sentou-se sorrindo... O que seria melhor do que chegar, tirar as botas, pegar um bom uísque e o apreciar com as pernas no alto? É claro que não podemos incluir Oliver nessa equação, para ele existe sim coisa melhor do que isso, muito melhor.



A lua cheia já iluminava o céu quando Oliver foi se organizar para o jantar com Natália. Perfumara-se e arrumara-se todo, afinal uma ocasião especial como está, merecia certa atenção obviamente. Ele entrou em seu carro e saiu rumo ao apartamento daquela doce e meiga menina, onde ali seus sonhos se tornariam realidade. Embora não tivesse muitos postes para iluminar aquela estrada em particular – um caminho descoberto por Oliver, onde ele poderia mover-se tranquilamente –, ele conseguia passear por entre as matas densas tranquilamente, a luz da lua cheia o ajudava. Seja lá quem for, foi muito útil. Logo hoje hein... – Oliver pensou se referindo ao estado da lua.




Quando o ponteiro maior do relógio apontava para o numero doze e o menor para o oito, Oliver tocou a campainha do apartamento de Natália ansiando profundamente que ela se pronunciasse. Depois que o ponteiro dos segundos deu uma volta completa, ele aperta aquele botão novamente, e de novo. Alguém aqui poderia ser um pouco pontual... Depois perguntam-se porque fulano morreu... Ele fitava a calçada quando a porta se abriu lentamente e a luz que iluminava a sala invadiu o passeio. Finalmente sua espera se cessaria...



— Você deve ser o Lucas. Bem, ela está se arrumando ainda entre e espere. — Era só dar um passo a frente e quebrar aquele pescoço fácil, rápido, sem drama. Mas ao invés disso Oliver respirou fundo, sorriu agradecendo a atenção e sentou-se no sofá escarlate.


A mulher foi para o outro sofá, cruzou as pernas e ficou olhando para as unhas... Ah, já mencionei o jeito irritante da mesma mascar o chiclete? Ela vestia uma regata um pouco cumprida, com alguns furos propositais (aquilo era moda?) na cor verde e um short curto; era de estatura mediana, cabelos lisos, curtos e olhos na cor preta, pele branca.


— Me parece que estou em desvantagem aqui, já que você sabe o meu nome e eu não sei o seu. — Oliver disse puxando conversa; aquilo era irritante pra ele, mas pensando por outro lado, aquele poderia ser um bom investimento... Para o futuro, sabe...



A menina pareceu estar em outro mundo, ou apenas ignorando Oliver mesmo – o que irritou-o profundamente. Com um de seus pés balançando no que parecia um ritmo meio incerto, o mesmo jeito irritante com que ela mascava seu chiclete, ela não parava de olhar suas unhas. Maldita! Posso matá-la agora! Quem ela pensa que é? – Oliver pensou olhando para a moça. Ele não falou mais nada; olhou no relógio: eram oito horas e dez minutos, Natália estava demorando muito... Se ele não estivesse com tudo preparado em sua casa com certeza já teria ido embora, ou feito um trabalho descuidado mesmo. Cada tic-tac parecia se estender mais e mais; ele respirava cada vez mais fundo, tentando sugar, obter, toda a paciência que ainda lhe restava, se é que houve alguma algum dia.



— Marcela. Marcela Barros. — A irritante finalmente se pronunciou. Oliver apenas a olhou ignorando-a. Ele estava ocupado demais imaginando o que veria a seguir para prestar atenção no que aquele ser estaria falando... Embora um bom investimento sempre seja viável...


— Pelo menos agora estamos empatados.

— Embora a Natália esteja em vantagem, né? — Com esse comentário Oliver mostrou um sorriso de canto e viu que aquela seria uma próxima vítima possível. Como mulheres eram confusas; ora fala, ora não fala...

— Nada que não possamos resolver. — Oliver disse olhando para Marcela sorrindo. A mesma levantou-se; sentaria no colo de Oliver se Natália não chegasse para pará-la.

— Vejo que não ficou mesmo sozinho. — Natália disse olhando para Marcela. Seu olhar foi intimidador, daquele que diz: “Agora você pode sair daqui.” Marcela por sua vez, bufou alguma coisa e foi para a cozinha se certificando de passar bem perto de Oliver e dá uma piscadela pra ele. Sua colega revirou os olhos e respirou fundo.

— Me desculpe... Eu realmente não queria demorar... Só estava ansiosa, nervosa na verdade.

— Não há com o que se preocupar. Você está linda. Não acha possível haver algum perigo em um jantar, certo? Bem, só se você é alérgica a comida brasileira... — Natália sorriu.

— Você se esqueceu que está falando com uma patriota? — Oliver sorriu, pegou Natália pela mão e a conduziu para fora.

— Até outro dia Lucas. — Ouviu-se então uma voz quase familiar vindo de dentro do apartamento. Marcela gritou se despedindo quando viu que eles já tinham deixado o local.

— Tenho que lhe pedir desculpas por isso também. Marcela as vezes saber ser...

— Inconveniente?

— Podemos dizer que sim. — Oliver sorriu e auxiliou Natália até onde o seu carro estava estacionado e seguiram dali. Foram os dez minutos mais mal gastos da minha vida. Tomara que ela me compense gritando muito, Oliver pensou enquanto colocava o sinto de segurança e ligava o carro.


Natália estava dentro de um belo vestido bordado simples, escarlate – o que caia perfeitamente com sua pele branca e seus cabelos louros –, e um penteado simplório deixando alguns fios caindo em seu ombro, pelo menos a cor ela tinha acertado... Existe cor mais bonita? Mais viva?... Se você quer emanar vida, saúde, vista-se de vermelho.


Suas mãos estavam meio suadas e ela estava com um tique nervoso, piscava os olhos constantemente. Sentou-se no banco do carro e calada ficou, ambos na verdade. Não demorou muito e chegaram no restaurante; Oliver por sua vez abriu a porta do carro para sua vítima – como nada de fato estava concluído, ele tinha que empenhar-se. A garota sorriu encantada. Era bom saber que depois de ser “humilhada na frente de todos”, palavras usadas por ela mesma, traída, ainda era desejada; ainda era tratada com respeito; ainda existiam cavalheiros nesse mundo de preconceitos e julgamentos.


— Sabe, antes de vim senti alguma coisa, um pressentimento. — Natália disse depois que ambos estavam sentados na mesa reservada com o menu em mãos.


— Pressentimento? — Oliver disse levantando a sobrancelha esquerda.

— É. Você sabe... Não te conheço direito Lucas... Na verdade nem sei se estou mesmo fazendo a coisa certa, sabe?

— Coisa certa? Como você estaria fazendo qualquer coisa errada? É errado sair para jantar, ter uma conversa agradável, se distrair, se desligar dos problemas...

— Não sei... — Nesse momento Oliver pegou nas mãos de Natália o que a fez calar-se. Ele olhou em seus olhos por alguns segundos, tentando quebrar toda aquela duvida que ainda a envolvia como uma névoa, bloqueando a sua persuasão. Ele acariciou algumas vezes aquelas mãos macias e depois sorriu. Aquele gesto com certeza desarmou Natália.

— Você acha mesmo que posso, ousaria, permitiria alguma coisa lhe acontecer? Você acha que eu sou o que? Um serial killer?

— Não é isso... É que...

— Temos um jantar para comer, o garçom provavelmente chegará em instantes para anotar os pedidos; mas é claro que você pode levantar-se e me deixar sozinho aqui, que diferença vai fazer pra você? Claro que nenhuma. Você é a jornalista, a menina de coração quebrado, que não liga se...

— Claro que eu nunca te deixaria aqui Lucas!

— Não é o que parece. Você fala de um jeito... Como se eu fosse te matar. Olha pra mim, você acredita mesmo que eu sou capaz de tal ato? De tanto...

— Claro que não... Ninguém... Nunca...

— Então qual a sua desconfiança?

— É que a Marcela me disse que eu tinha sido muito precipitada...

— Ela me contou algumas coisas sobre você também. — Oliver disse interrompendo-a. — Na verdade me deu o número do telefone celular dela; me disse que podia me ligar qualquer hora, que na verdade seria bem melhor ter ela aqui que você, ou como ela disse: “aquela magricela mimada e dramática” E ainda acrescentou: tem muito mais aqui. — Oliver fez aspas no ar.

— Ela disse isso? — Natália falou incrédula.

— Realmente não se deve confiar nas pessoas.



É como dizem mesmo, a mulher realmente tem um sexto sentido. Consegue perceber quando está em perigo, quando algo de ruim vai acontecer; porém, também faz do uso de outros sentimentos – amor, compaixão, esperança, solidariedade – que deixam-nas fracas e vulneráveis como crianças.



Tantos são os modos de preencher o vazio que sentem – o ser humano digo. Não conseguem caminhar sozinhos; precisam ver alguém caindo também, alguém mais miserável que ele, assim, ele se sentirá superior, inatingível, com o direito de pisar nas outras pessoas. Mas qual o gosto se você faz isso em conjunto? Qual o sentido de ir tão longe se tem que dividir com outra pessoa? Qual o sentido disso? Porque não fazer sozinho? Porque não apreciar de todos os ângulos e ter a certeza de que isso será apenas pra você? Bem, era essa dependência que Oliver não compreendia...


O que seria um desconforto acabou sendo muito propício. A duvida que Natália tinha se esvaiu e deixou-a mais confiante e Oliver se aproveitou disso, claro. Depois aproveitaram o excelente jantar – picanha à brasileira para o homem, e para a mulher frango à passarinho, ambos acompanhados por um bom vinho tinto –, uma boa conversa, risadas, bochechas coradas, desvios de olhares, mais risadas, o desenrolar de uma boa conversa novamente, carinhos tanto nas mãos, quanto nas bochechas macias e rosadas... Assim ocorreu o jantar. No termino, Oliver se apressou em fechar com chave de diamante aquela noite tão desejada.

Uma coisa que você deve entender antes que qualquer coisa seja acrescentada é motivo dessa noite ser tão almejada: Jejum. Como a mudança de Alvorada, Rio Grande do Sul, para Nova Serrana, Minas Gerais, lhe ocupou muito tempo; muito foram os detalhes a serem vistos, revistos; selecionar as pessoas certas, ceifar as pessoas certas, afinal Oliver era um serial killer, não um estúpido. Ele sabia que qualquer deslize e lá estava o desenho da sua face espalhado por toda a região sul... E por conta desses detalhes, ele continuava no jejum; logo, estava faminto, ansioso, obstinado. Depois de alguns poucos e inocentes assassinatos, suspeitas começaram a aparecer e foi então que ele soube que teria que partir. Nova vida, novas caças, novas possibilidades, nova cidade. Tem coisa melhor do que respirar novos ares?



— Devo dizer que gostei muito do jantar. — Natália disse depois que ambos já estavam na calçada do restaurante.


— No fim o temor foi em vão.

— Me sinto envergonhada agora. Você desde o início foi tão carinhoso, prestativo, amigo... E eu com um pé atrás em sua relação. Me desculpe. Não devia ter desconfiado.

— Não se preocupe — Oliver disse passando a mão pelos cabelos macios dela. — Você não fez por mal.

— Estou tão confusa enquanto aos meus sentimentos, sabe?

— Não há o que explicar. — Ele aproximou-se dela ainda mais, agora seus rostos estavam quase colados. Olhos nos olhos, respiração lenta... — Você é tão gentil, meiga...


Então de uma vez Oliver a beijou. Seus lábios se encontraram, e como se uma sinfonia tocasse, havia uma sincronia em especial; os toques em ambos os corpos completavam a composição tão esperada. Um beijo demorado, suave e quente, tudo ao mesmo tempo. Depois ficaram se olhando alguns segundos, Natália sorriu. Seus olhos estavam iluminados, suas bochechas coradas e sua respiração acelerada, assim como seus batimentos cardíacos. Como posso ter desconfiado dele?, indagava-se. Oliver segurou a sua mão e juntos foram pra o carro, que estava estacionado meio distante, embaixo de uma árvore grande e cheia de flores. Natália teve sua porta aberta – que cavalheiro, ela pensou.



Quando ele estava dando a volta no carro tirou algo no seu bolso. Um pedaço de algodão envolto em um plástico, e se olharmos bem o algodão estava diferente... Úmido, encharcado. Com ele fora do saco, atentou-se em mantê-lo distante de seu rosto; abriu a porta com o cuidado para não deixar cair o que tinha em mãos e sentou-se sorrindo, com uma das mãos atrás das costas.



— O que você tem ai atrás? — Natália disse sorrindo também. — Não é uma flor né?


— Algo muito melhor.


Então Oliver cuidou de pressionar o algodão encharcado de éter no nariz de Natália. Ela por sua vez, tentou impedi-lo segurando seu braço com as duas mãos, puxando-o para trás; porém ela era muito fraca se comparada a ele. Aqueles segundos seguintes foram de agonia, desespero. De um lado a doce e meiga vítima lutando com tudo o que lhe restava; lutando com toda a força que ela ainda tinha, lutava para manter-se de olhos abertos, viva. O outro lado era só alegria. Com um sorriso contagiante Oliver continuava a pressionar o algodão com éter contra as narinas dela, e quanto mais ficava pressionado, melhor o resultado. Natália começara a ver as coisas embaçadas, turvas, não respondia mais a suas expectativas de lutas, não raciocinava tanto quanto antes... O efeito estava tomando o seu corpo, e como uma bonita canção de ninar a colocava para dormir. Finalmente seus olhos haviam fechado. Agora seriam apenas flores, ou melhor, dores.



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Notas finais do capítulo

Comentem, roam unhas, especulem, imaginem... É isso que faz de vocês leitores de fato. E claro, aguardem surpresas para o fechamento dos primeiros trabalhos.
Obrigada ♥