A Biblioteca escrita por Amber Brownie


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Bem-vindos e boa leitura!
Músicas que inspiraram o capítulo:
_The Deathly Hallows - Alexandre Desplat (trilha sonora de "Harry Potter e as Relíquias da Morte")
_Opposite Attract - Clint Mansell (trilha sonora de "Cisne Negro")



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[...]

Eu andava dístraídamente, minhas botas de cano alto faziam um barulho estrondoso de um baque abafado contra o chão enquanto andava pela neve densa e fofa. Fitei o céu, o brilho do sol morria no horizonte deixando suaves rastros de fogo morrendo lentamente pela escuridão da noite que o engolia pouco a pouco, como se saboreasse cada segundo com prazer e misericórdia. Continuei a andar observando as árvores secas de galhos retorcidos, sem folhas cobertas pela neve branca como algodão.

Parei ao ouvir o som de um corvo, um pouco distante dali, em alerta. Instintivamente voltei meu corpo para trás buscando a origem do barulho, mesmo sabendo que seria inútil. Meus olhos acabaram por descobrir algo inusitado e interessante entre os galhos retorcidos e mortos enquanto o som de asas batendo tinha capturado a minha atenção nesse momento, o som vinha daquela direção. Me virei ignorando os ultimos vestígios dos raios de sol que se despediam dos meus olhos de forma melancólica.

Se eu soubesse que nunca mais veria o pôr do sol novamente, talvez eu tivesse apreciado o momento com mais admiração.

Andei mais um pouco, me movendo apenas pelo sentimento de curiosidade que havia brotado em mim, mesmo que estivesse com pressa para ir embora eu andava com calma e tranquilidade. Havia uma enorme construção que aparentava ser bem antiga, as paredes eram de um cinza desbotado e riscado na frente haviam várias colunas altas e árvores arbóreas ao redor dando um ar de superioridade e certa elegância a construção. Quem passasse ali diria que se tratava de uma mansão, assim como eu pensei.

Mas, se tratava apenas de uma biblioteca.

Meus pés pareciam andar sozinhos pelo chão de marmore liso enquanto eu passava dentre as milhares de colunas greco-romanas tomadas em parte por plantas trepadeiras, poeira e neve. O silêncio me incomodava ao ponto de nem o baque surdo dos meus sapatos no chão frio conseguir conter o meu sentimento desesperado de alarde. Sabia que precisava ir embora, mas era como se algo me puxasse e eu cedesse involuntariamente, como se tivesse a real consciência para onde estava indo.

Quando parei, meus olhos fitaram uma grande porta de madeira de carvalho antiga, mas não deixava de ser luxuosa. Haviam pequenos detalhes em ouro e ainda restavam vestígios do seu lustre, além da maçaneta que brilhava frente a meus olhos de forma extremamente convidativa. Respirei fundo, apesar de algo me dizer que eu devia ignorar a tudo e seguir de volta ao meu caminho. Um sorriso abriu em meu rosto com a ideia que passou na minha mente em imaginar que poderia haver ouro lá dentro além da maçaneta e que eu poderia levá-lo.

Sim, aquilo deveria ser um prelúdio de sorte.

Com o sorriso nos lábios eu coloquei a mão na maçaneta cintilante e senti com satisfação o ouro puro na minha mão, que logo teria muito mais. Virei a maçaneta e espiei pela brecha me deparando com um cenário na penumbra de um saguão na biblioteca. A iluminação vinha de tochas dando um ar envelhecido ao ambiente. Distrídamente soltei minha mão da maçaneta afim de empurrar a enorme porta, mas para a minha surpresa ela se abriu sozinha e lentamente fazendo um alto rugido ecoar por todo o recinto.

Dei um passo à frente, meus olhos percoriam toda a extensão do saguão avaliando, atento a todo e qualquer detalhe. Um pouco distante, eu vi um brilho fraco em cima de uma mesa longa e velha de madeira. Andei até o brilho passando pelas estantes altas e escuras cheias de livros empoeirados, mas que se destacavam com a escuridão do lugar. O som da porta atraiu a minha atenção como um instinto louco de que algo estava prestes a acontecer desde o início. Eu a fitei e constatei alarmado que ela se fechava também de forma lenta, cada ruído alto em que a mesma se arrastava como se de propósito parecia me esmagar e torturar com prazer. Receoso, andei até ela como se pudesse ter certeza de que sairia dali depois de conseguir o que queria e apenas a vi fechar-se de forma preguiçosa.

Não havia notado que o brilho que tinha capturado alguns segundos atrás era um papel. Senti a textura, mas acabei por perceber que havia alguns rabiscos. Virei-o e li atentamente. As letras estavam rabiscadas de modo a se perceber quem havia escrito tinha muita pressa, porém não deixavam de ter certo requinte.

Regras da biblioteca:


1. Use os livros, se quiser sobreviver.
2. No labirinto, as pessoas mudam.
3. Uma vez dentro da biblioteca não haverá como sair normalmente.
4. Conhecimento na biblioteca, é poder. Mova suas peças.
5. Só há apenas um modo de sair.

Então, arregalando os olhos ouvi com pesar o estrondoso som da porta se fechando completamente ecoando pelo saguão às minhas costas. Aquela tinha sido a última faísca de luz que morreu naquele instante. A minha frente só havia a precária luz vindas das tochas, a escuridão.

E os livros.

[...]
Que o jogo começe.


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Notas finais do capítulo

Desculpem os erros (se houverem), pois eu escrevo no wordpad e eu mesmo reviso. Esse é meu primeiro fic original, então espero críticas, comentários, elogios seja lá o que for. Estou treinando esse novo modo de escrever que eu tentei deixar um pouco realista e obscuro, não sei se consegui, mas eu tentei. Quem quiser me dar alguma sugestão de livro para me aperfeiçoar ou ajudar, sinta-se a vontade :D
Ah, e quando vai sair o próximo capítulo? Bom, isso depende de vocês (risada do mal). Não, sério dependendo dos reviews em uma semana ou mais, porque ainda estou o escrevendo. Então, realmente depende de vocês e da minha inspiração XD
O que você acham? Desisto? Apago?
Beijos!