- Tem certeza que você não quer que eu fique? – perguntou Lua

- Tenho minha linda. Pode ir. Eu resolvo – disse a abraçando – Vê se cuida dela em Senhor Daniel – Daniel riu

- Pode deixar. – ele disse rindo

- Vou sentir sua falta – disse o abraçando

- Também vou – ele retribuiu

- Vê se vem visitar mais a gente, hem?

- Pode deixar – ele disse rindo

- E você dona Luana, vê se não ficar de frescurinha com a noiva dele e vai me esquecer hem?

- Own, minha amiga tá com ciúmes – ela disse apertando minha bochecha – para de ser boba. Em uma semana eu estou de volta.

Atenção senhores passageiros do voo nº 547 com destino a Londres, por favor embarcar pelo portão 6.

- É nosso voo Lua. – disse Daniel

- Ok, me liga qualquer coisa. – disse Lua me abraçando e logo em seguida Daniel – estou deixando a chave da minha casa com você. Qualquer coisa vai pra lá

- Tudo bem. Agora vão – disse e eles foram. E eu fiquei os observando embarcar.

Daniel estava voltando para a Europa, e Lua iria com ele para passar uma semana. Ele queria que ela conhecesse sua noiva antes do casamento. É dessa vez acho que o Daniel tomou jeito. Eu estava feliz por ela está indo se divertir, mas estava triste pois ainda teria que enfrentar a situação Charlie. E agora nem o apoio presente de Lua eu tinha. Depois deles decolarem fui para casa me arrumar, para em fim colocar um ponto final nessa história.

- Está indo onde cabeçuda? – perguntou Jordan

- Estou indo resolver minha situação – disse

- Quer que eu vá junto? – perguntou Jordan

- Não, não obrigada. Isso é uma coisa que eu tenho que resolver sozinha – disse – depois eu vou para a casa da Lua

- Tudo bem. Mas tome cuidado. – disse e eu me aproximei dele e lhe deu um beijo. Sai e fui andando e pensando como eu falaria com o Sr. Hugo.

****

- Hazel! Tudo bem? – disse Sr. Hugo me cumprimentando

- Oi Sr. Hugo. Tudo indo na medida do possível. Eu gostaria de falar com Sr. – disse reunindo toda a coragem que me restava

- Tudo bem. Vamos no escritório – disse ele me direcionando. Ao chegar no escritório ele indicou a cadeira para que eu sentasse e depois foi se sentar atrás da mesa – então, sobre o que a senhorita gostaria de falar?

- Em primeiro lugar eu queria agradecer a oportunidade por tudo. O Sr. não imagina o quanto ajudou minha família.

- De nada. Mas não estou entendendo onde a senhorita quer chegar.

- Me desculpe por isso. Não sei qual será sua reação. A do Stephan não foi muito boa. e eu quero acabar de uma vez por todas com essa história e seguir em frente. – ele me olhava como quem diz “do que você está falando” – eu sou o Charlie – disse e ele riu. Eu comecei a contar toda a história para ele. Do meu tio doente, da perna quebrada do meu irmão e da dificuldade em casa. A expressão do Sr. Hugo era indecifrável. Mas ele me deu a chance de explicar e para mim isso já era o suficiente. – por isso eu fiz isso e me passei por menino – concluir. Sr. Hugo me encarou e suspirou

- Olha Hazel, não posso dizer que fico feliz por você. Estou de um certo ponto decepcionado com você. Mas entendo o porque de você ter feito isso, talvez eu faria o mesmo. Se bem que eu daria uma mulher bem estranha – nós rimos – mas em fim. Eu lhe agradeço por ter sido honesta e sincera.

- Obrigada pela compreensão Sr. Hugo. E me desculpa por qualquer dano que tenha causado – disse

- Tudo bem querida.

- Mais uma vez obrigada pela oportunidade. – disse me levantando para sair – foi um prazer conhecer o Sr. e sua família e trabalhar aqui.

- Igualmente – ele disse e sai.

Eu estava me sentindo leve e muito bem. Não tinha mais aquele peso dentro de mim. Me veio na cabeça todos os momentos que tivemos juntos. O parque com o Alex, o dia da piscina na casa dele, o churrasco e principalmente o passeio de barco. Por que o Stephan não era igual ao pai? Eu ainda gosto muito dele, não é com meia dúzia de palavras que o sentimento que nutri durante esse tempo por ele vai acabar. Mas vou tentar esquecer e seguir em frente. Eu sei que errei, mas todos erram. E acho que deveria ter tido ao menos a chance de explicar tudo. Fui para a casa da Lua. Queria fica um pouco sozinha só eu e meus pensamentos.

Stephan ON

Cheguei em casa correndo e fui direto para o escritório. Se eu estivesse certo ela estaria ali como o Charlie. Larguei minhas coisas na sala e fui para o escritório. Quando abri só meu pai estava lá.

- Pai, cadê o Charlie?

- Pediu demissão hoje cedo. – falou ele. Antes que eu falasse qualquer coisa ele continuou – e me contou tudo

- Tudo? Tipo tudo mesmo? – perguntei perplexo

- Sim. Que não verdade era a Hazel o tempo todo. – meu pai disse – sabe filho, eu me decepcionei um pouco. Mas a admiro muito por isso. Não é qualquer garota da idade dela que passaria por tudo só para ajudar a família. Eu realmente a admiro por isso e ficaria feliz de saber que eu posso ter alguém assim na família – não sei porque, mas senti que meu pai estava meio que mandando uma indireta para mim.

- Eu preciso encontrar ela – disse já me virando para sair

- Stephan? – meu pai me chamou e eu me virei para ele – boa sorte

- Obrigada, vou precisar. – disse saindo dali

- Stephan ainda tem aquela sorveteria aqui perto? – perguntou Laíz. É, ela veio passar um tempo aqui em casa. Segundo ela, era bom conhecer novas pessoas (lê-se novas boates)

- Sim, tem. Mas agora estou de saída – disse pegando as chaves do carro

- Ótimo você pode me deixar lá – ela disse

- Laíz, eu tenho que resolver um problema

- Tubo bem, mas antes você pode me deixar lá ué – suspirei alto, sabia que não ia adiantar discutir com ela. Entramos no carro e fomos.

Stephan OFF

Estava na casa da Lua jogada no sofá vendo televisão. Não tinha nada para fazer e estava muito quente. Resolvi sair e ir na sorveteria. Nada como um bom e gelado sorvete num dia quente. E nada melhor também para curar um coração partido. Levantei do sofá desliguei a televisão e sai. Coloquei os fones de ouvido e coloquei a musica The Lazy Song do Bruno Mars. Ela sempre me animava, mesmo a musica falando de preguiça (kkkkkkkk’). Eu estava caminhando tranquilamente. Quando eu ia atravessar a rua para entrar na sorveteria vi um carro parar próximo a calçada, um carro conhecido. Olhei para dentro e era Stephan e uma menina, muito bonita por sinal. Meu coração se apertou, ele já tinha me trocado. Eu queria sair dali, mas só consegui ficar parada e os observando. Eles ficaram um tempo falando, depois ela o abraçou e começou a beijar ele. Meus olhos já estavam cheios de lágrimas. Lua está longe e não pode me ajudar nessa situação. Enxuguei e sai andando o mais rápido que conseguia. Não tinha ideia de para onde eu estava indo. Só sei que queria andar, porque ali não dava para eu ficar. Não encarando aquela cena.

Stephan ON

- Pronto Laíz – disse parando na frente da sorveteria

- A obrigado. Stephan?

- Oi Laíz – já estava um pouco impaciente. Queria ir logo falar om a Hazel

- Você pode me deixar no shopping?

- Você não queria a sorveteria? Eu tenho um assunto sério para resolver Laíz – disse irritado

- Eu sei. Mas por favor, juro que não demoro mais que 5 mim lá dentro – ela disse – por favorzinho Steph, faz isso pela sua priminha favorita

- Tá bom Laíz, 5 mim se passar eu vou em bora e você vai se virar hem – disse me rendendo

- Ai obrigada – ela disse me abraçando, depois segurou meu rosto e começou a beijar minhas bochechas

- A tá bom. Chega de melação. Anda logo, vai logo antes que eu desista – disse e ela saiu correndo do carro. Tive a sensação de ter alguém olhando. Olhei pela janela do carro para o outro lado da rua mas não vi ninguém em especial, só pessoas passando. Dei de ombros e esperei Laíz. Já tinham se passado mais de 5 mim, eu estava ligando o carro para ir em bora quando ela entra pela porta apressada.

- Desculpa, estava lotado lá dentro.

- Já estava indo em bora – disse e sai com o carro. Deixei ela no shopping e fui para a casa da Hazel. Torcendo para que ela aceitasse falar comigo. Estacionei em frente a sua casa. Toquei a campainha e quem atendeu foi o Jordan.

- O que você está fazendo aqui? – ele perguntou

- Preciso falar com a Hazel – disse

- Por que você não deixou ela se explicar? Você sabe o quanto ela gosta de você e está sofrendo? Pessoas cometem erros, ninguém é perfeito. E ela pelo menos estava fazendo isso por uma boa causa. – ele parecia irritado

- Eu sei e sou um idiota tá bom? Um babaca de marca maior. E quero que ela saiba disso. E quero que saiba também, que eu gosto muito dela e não consigo pensar em futuro sem ela ao meu lado. – disse – por favor Jordan, ela está?

- Desculpa, mas ela não está. – ele disse e eu perdi minhas esperanças – mas ela está na casa da Lua. Eu posso te dar o endereço se você quiser – ele disse e eu abri um sorriso

- Obrigada cara

- Mas se você a magoar de novo, sinta-se um cara morto – Jordan disse sério. Ele me passou o endereço e eu fui o mais rápido possível. Cheguei lá e toquei a campainha, mas ninguém atendeu. Resolvi esperar um pouco.

****

Já estava parado em frente aquela casa encostado no carro à muito tempo e já estava escurecendo. Será que era essa mesmo a casa certa? Liguei para Jordan, descrevi a casa e ele disse que era essa mesma. Disse que ninguém atendeu e que eu estava esperando. Ele disse que a Lua tinha ido para a Europa com o irmão e que deixou a casa com a Hazel. E que ela também não tinha voltado para casa. Agradeci e desliguei. Bom já que a melhor amiga estava em outra continente, ela pode ter se sentido sozinha e saído. Mas a onde será que ela foi? Um estalo na minha cabeça e eu me lembrei de algo.

- Eu sei exatamente onde ela está – disse entrando no carro. Dei a partida e fui ao meu destino. Parei o carro e comecei a andar, de longe eu a avistei.

Stephan OFF

Narrador ON

Stephan parou o carro próximo a calçada e saiu. Começou a andar pelo parque, que ele lembrara que ela gostava de ir para lá para ficar sozinha e pensando, a procura dela. Hazel estava sentada em um banco perto ao lago com lágrimas nos olhos. Ela tentava encarar tudo sozinha, pois não tinha sua amiga no momento para lhe dar conforto.

Stephan a avistou e seu coração disparou. “É agora ou nunca” ele pensou e começou a se aproximar da menina. A cada passo que ele dava seu coração batia mais forte. Ele chegou a imaginar se ela não poderia ouvir o coração dele bater. Ela não sabia como começaria a falar, mas sabia que tinha que fazer algo. Ele pisou num galho seco, fazendo assim um barulho. Hazel olhou para trás e se assustou com a presença de Stephan ali. Ela pensara que estava sozinha.

- O que você está fazendo aqui? – ela perguntou tentando disfarçar a voz de choro e limpando as lagrimas que caia sobre suas bochechas.

- Eu estava te procurando – ele disse

- Já achou – ela disse um pouco seca. Estava magoada por ter visto ele com outra em tão pouco tempo.

- Ok, eu mereço isso – ele disse devido ao tom de voz usado por Hazel

- Fala logo o que você quer – ela disse meio impaciente e controlando as lágrimas. No fundo ela queria estar nos braços dele

- Você, eu quero você – ele disse se aproximando dela – Hazel você não imagina a falta que você me faz. – ele disse e uma chama se acendeu dentro dela. – eu quero que você saiba que eu sou um idiota e babaca.

- Eu tentei explicar. Te liguei varias vezes e você não me atendeu e nem me retornou.

- Eu sei. Devia ter deixado você se explicar.

- Você disse que eu usei você igual a Melissa e isso não é verdade.

- Eu sei, agora eu sei. Me desculpa por ter dito que você era igual a ela. Você nunca foi e nem vai ser igual a ela. Você é única. – ele disse e ela abriu um sorriso tímido – me desculpa pela minha atitude idiota? Você não tem noção o quanto eu sofri durante esse tempo.

- Eu também sofri, e muito. Eu gosto muito de você. Mas acho que diferente de mim, você conseguiu seguir em frente nesse período – ela disse triste olhando para o chão

- Que?

- Eu vi você e sua namorada nova, na frente da sorveteria. Ela é bem bonita. - Hazel disse – eu te perdoo Stephan, mas assim como você agora eu tenho que seguir em frente. E desejo que você seja feliz.

- Namorada? A Laíz? – Stephan começou a rir e se aproximou de Hazel. A abraçou pela cintura e lhe deu um beijo. No começo Hazel não queria, mas depois não aguentou e cedeu. Quando ele se distanciaram Stephan disse:

- Sua boba, ela é minha prima.

- Prima? – Hazel perguntou – então quer dizer que você e ela não tem nada?

- Claro que não. – ele respondeu e Hazel abriu um sorriso esperançoso. Stephan se aproximou mais uma vez e selou os lábios de Hazel.

- Senti sua falta – disse Hazel entre os beijos – e tive vontade cortar a cabeça da sua prima, quando a vi com você – ela confessou a Stephan que sorriu diante ao ciúmes dela.

- Ai meu Deus. Mais uma ciumenta na minha vida – disse Stephan brincando e eles riram. Depois mal entendido e de tudo. Ele se sentarem no banco. Stephan abraçava Hazel e as vezes a beijava. Ele ficaram um bom tempo ali. Tempo o suficiente para ver o nascer do sol.

- Hazel? – Stephan a chamou sério

- Oi – ela disse

- Eu tenho que te falar um coisa muito importante – ele disse ainda sério

- Fala – ela disse preocupada

- Num desses dias que eu estava fora, eu fui numa boate com minha prima. Uma menina se aproximou de mim e começou a puxar conversa comigo. No fim de tudo, acabamos nos beijando. – Hazel abaixou a cabeça triste

- E por que você está me contando isso?

- Olha para mim – ele pediu e ela olhou – durante o beijo eu só pensava em você. Não conseguia tirar de jeito nenhum você dos meus pensamento. Nesse dia cheguei em casa cedo e tive um discursão com a Ariela. Foi quando descobrir o porque de tudo isso que aconteceu. Nesse momento eu percebi uma coisa muito importante. Sabe o que é?

- Não

- Que eu nunca vou encontrar uma garota tão especial como você. Quando imaginava meu futuro sem você, eu só via algo deprimente. Por isso eu perguntou: Quer ser minha, só minha e de mais ninguém? Hazel Charlie, quer ser minha namorada? – os olhos de Hazel estavam marejados, mas dessa vez de felicidade. Ela o abraçou pelo pescoço e selou seus lábios com os dele num beijo apaixonado.

- Sim, eu quero – ela disse sem conter o sorriso, ele passou a mão pelo rosto dela

- Eu te amo – ele disse

- Eu também te amo – ela disse

Nesse momento, ao nascer do sol. Ele firmaram um compromisso de que um seria do outro.