Trouble escrita por Julice Smolder


Capítulo 4
Forget problems


Notas iniciais do capítulo

Gente, acho que comentei nas notas inicias de Fairytale, mas não vale reforçar né? Então, eu e Ali postaremos agora os capítulos uma ou mais vezes por semana, não será mais todos os dias por conta da escola. Bom espero que gostem do capitulo e postaremos o próximo o mais rápido possível.

Boa leitura.



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Essa noite eu não tive pesadelos, nada me assustou, eu de um jeito estranho me senti segura, eu sabia que se acontecesse alguma coisa Damon estaria ali para me ajudar.

Não vou deixar nada acontecer com você.” Agora eu repetia essas palavras como se eu dependesse delas para viver, para ficar firme e forte, eu me agarrava nelas e acreditava fielmente nisso. Era estranho eu me apegar tanto a uma pessoa que acabei de conhecer, mas Damon era diferente, ele não era como os outros que queriam me usar como sua experiência, ele queria me ajudar a sair daqui, e ele acreditava tanto nisso que eu acabo acreditando também.

Sentei em minha cama e deixei que as pontas dos meus dedos dos pés tocassem o chão enquanto criava animo para levantar e tomar um banho relaxante.Lorena bateu na porta e novamente entrou com seus fieis dois copinhos de remédio.

–Bom dia Elena. –Ela sorriu e eu retribui o sorriso.

–Bom dia, Lorena. –Peguei os dois copinhos das mãos dela.Respirei fundo olhando para as pedrinhas de remédios ali dentro.Esperei que a morena me deixasse sozinha para que eu os jogasse pelo buraco do colchão.

Depois de ter feito o que precisava caminhei em direção ao banheiro.Sai de lá uns vinte ou trinta minutos depois, já vestida com minha leguie preta e camiseta cor-de-rosa, cabelos amarrados em um rabo-de-cavalo alto e nos pés um tênis preto.Contei em minha mente os segundos para a chegada de Lorena em meu quarto, assim que a mesma chegou abriu mais um de seus lindos sorrisos.

–Pronta? –Perguntou e eu assenti sorrindo.

Será que Damon me supervisionará novamente? –Pensei tentando conter um sorriso, mas foi impossível.

–Parece que dormiu bem essa noite. –Lorena disse antes de fechar a porta em suas costas.

–Acho que dormi. –Abri mais um sorriso.

Droga, eu nunca sorri tanto em menos de duas horas, o que ta acontecendo?

– Espero que esse seu bom humor dure quando eu te der uma noticia – Lorena disse e meu corpo se arrepiou por pensar que algo poderia ter acontecido com Jeremy.

– Algo aconteceu com o Jer? – disse já tremula

– Não, não, longe disso – assim que as palavras saíram da boca de Lorena um alivio percorreu por entre minhas veias, me trazendo novamente a paz vista mais cedo.

– Então diga logo o que é – disse a encarando

– Você não irá mais para a aula de ioga, vai caminhar – Lorena falou e antes que eu pudesse abrir a boca pra resmungar ela continuou – Ordens do seu querido e amado doutor Damon – disse sorrindo dando uma piscadela para mim. Não pude evitar de sorrir ao me lembrar dele, pela terceira vez no dia, eu realmente não estou normal, e mesmo odiando caminhar era o que Damon queria, e o que ele queria tinha muita importância para mim.

– Você irá me acompanhar? – cruzei os braços – Nem pense que vou nessa tortura sozinha – franzi a testa

– Suar não é comigo Eleninha – falou me fazendo rir pela quarta vez e agora eu já estava me considerando uma anormal por tantos sorrisos – E eu acho que você vai preferir muito mais o seu novo acompanhante de caminhada – Lorena disse levantando uma de suas sobrancelhas. Assim que suas palavras escaparam de sua boca três batidas foram dadas na porta, assim que gritei um “entre” o rosto de Damon apareceu pelo vão entre as portas.

– Pronta para a nossa caminhada? – sorriu largo para mim.

– Tenho escolha? -Disse fazendo cara de piedade e ele sorriu.

–Não, ira caminhar querendo ou não - falou se aproximando - É para o seu bem, vive muito trancada, precisa de ar livre, de vento batendo em seu rosto - terminou de falar pegando em minha mão e me arrastando até a porta do quarto, apenas sussurrou para Lorena antes de irmos, fiz um esforço gigantesco pra tentar ouvir e sorri pela quinta vez quando entendi sua frase - já perdeu sua paciente pra mim.

Damon não desgrudou sua mão da minha durante todo o trajeto até as portas de vidro que ficavam na parte da frente da clinica. Eu estava gostando daquilo, não posso mentir, mas era estranho andar de mãos dadas com um homem que conheço a menos de uma semana. Mesmo assim a sensação é ótima.

As portas se abriram e assim a minha mão e a de Damon se desgrudaram e passamos a andar lado a lado.Eu com os braços cruzados e Damon com as mãos enterradas nos bolsos de sua calça jeans.

–Então... –Ele começou e soltou uma risada nervosa.

–Então, doutor aonde iremos? –Perguntei erguendo uma de minhas sobrancelhas e abrindo um sorriso idiota.

–Até uma pracinha aqui perto. –Ele sorriu e continuou andando enquanto eu estava congelada do mesmo lugar. Não eu não posso sair assim da clinica, não posso aparecer em uma pracinha cheia de adultos e crianças curiosas, não vou agüentar e terei outro ataque, eu sei que terei. Minha respiração esta descompensada e minhas mãos tremendo.

–Lena? –Damon corre em minha direção passando as mãos pelos meus braços petrificados ao lado do meu corpo. –Meu Deus o que aconteceu? –Perguntou olhando dentro dos meus olhos.

Eu tentava falar, responder a pergunta dele, mas as palavras não saiam da minha boca, como se a mesma estivesse costurada ou trancada com um cadeado sem chaves.

–Droga, por que eu contei que iríamos ao parquinho? –Ele resmungou passando a mão pelos cabelos. –Por favor, Elena fala comigo. –Ele implorou.

–Não posso. –As palavras vazaram da minha boca mais baixo que um sussurro.

–Tudo bem, vamos voltar, isso foi um erro. –Ele segurou meus braços e começou a me arrastar em direção as portas de vidro que tínhamos acabado de sair.

Até quando eu iria me esconder? Até que ponto eu conseguiria sobreviver sem ver as pessoas? Sem conversar, rir, tocar, sentir?Não posso mais me esconder atrás das quatro paredes do meu quarto. Se eu quiser sair dessa clinica eu tenho que começar a tentar, e talvez a pracinha não seja uma má idéia.

–Não –Protestei. –Me solta. –O mesmo tirou a mão do meu braço. –Eu vou. –Comecei a caminhar em direção oposta de Damon.

–Você ainda vai me deixar louco. –Ele passou as mãos pelos cabelos escuros e correu em minha direção. Comecei a rir do beiço que se formou em seus lábios, ele parecia uma criança emburrada.

O parquinho realmente não era afastado, mas assim que as pessoas começaram a aparecer no meu campo de visão, eu me agarrei ao braço de Damon e escondi minha cabeça no vão do seu pescoço. Respirei fundo, uma, duas, cinco vezes e abri meus olhos encarando aquele parque lotado de pessoas caminhando e conversando por todos os lados.

– Tem certeza de que quer fazer isso? – Damon sussurrou em meu ouvido – Não pense que eu estou te forçando, se você não quiser nós voltamos ainda dá tempo de você ir para sua aula de ioga e... – antes que ele pudesse terminar eu o interrompi

– Eu tenho certeza – disse me soltando de perto dele e me sentando em um dos balanços que ali se encontravam sem ninguém por perto, dentro de alguns segundos Damon se juntou a mim se sentando em um balanço ao meu lado.

– Gosta disso? – perguntou me fitando

– Do que? – perguntei desentendida

– Balanço – respondeu rápido

– É, me lembra minha infância, de quando eu não tinha problemas, de quando eu não era louca – sorri de canto para ele – E de uma certa forma, me lembra o Jer.

– Você tem uma ligação forte com ele né? – Perguntou ainda sem tirar os olhos de mim

– Ele é meu único irmão, o único que sempre esteve ao meu lado. – disse inclinando meu corpo para trás relando as pontas de meus pés no chão criando um impulso para o balanço se mover. – E você tem irmãos? – sorri terna para ele aumentando minha velocidade no balanço.

– Dois – falou sorrindo e impulsionando seu balanço para balançar juntamente a mim. – Um irmão e uma irmã – o sorriso que estava em seu rosto foi tomado por um semblante dolorido, como se doesse falar sobre seus irmãos.

– Nomes? – sorri para ele

– Stefan o mais novo, meu pirralho – sorrimos e ele continuou – E April, minha irmã gêmea – seu sorriso novamente se quebrou e entendi da onde sua dor vinha.

– Nossa, então existe uma copia feminina de Damon? Ela deve ser linda – sorri para ele

– Ela era muito linda sim – sorriu dolorido e diminuiu sua velocidade no balanço até parar. – Podemos passar na sorveteria antes de voltarmos, quer ir? – disse se levantando.

– Claro – parei o balanço e fomos juntos até a sorveteria que se localizava na esquina da clinica, meu estomago se embrulhou de pensar que voltaria a me trancar no meu quarto, eu estava me sentindo tão normal, tão viva, não queria voltar a rever meus problemas diários.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Comentem e deixem duas escritoras felizes.xx