Trouble escrita por Julice Smolder


Capítulo 1
I'm crazy


Notas iniciais do capítulo

Oi lindas, essa fic seria Stebekah mas decidimos mudar para Delena, espero que gostem e comentem, não deixem a fic morrer :)

Boa leitura.



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– Você está louca e essa clinica ajudará você querida –Isobel, alguém que eu costumava chamar de “mãe” disse a mim na ultima noite que passei em casa.

–Não sou louca, eu não sou. –Gritei sentindo meus olhos queimando. –E parem de tentar me levar para essa maldita clinica. –Senti minha “mãe” pegar meus pulsos e acariciar os cortes que estavam sobre eles.Se doía?Sim, mas era uma dor suportável, gostava sim de sentir aquela sensação de dor.

–Querida, você precisa se tratar, isso vai curar. –Poderia jurar que Isobel estava com lágrimas nos olhos, mas eu deveria estar enlouquecendo mesmo, por que a ultima coisa que Isobel faria era chorar pela filhinha problemática.

Naquele mesmo instante minha casa foi invadida por dois enfermeiros bombados, vestidos de branco e com cabelos loiros.Meus olhos se arregalaram e abri minha boca esperando o grito agudo sair pela mesma, mas não aconteceu, nada saiu por ela, nem um suspiro se quer e foi nesse mesmo instante que eu cai na escuridão, sentindo os braços firmes de um dos médios me segurar.

Acordei assustada.Sempre tinha esse mesmo sonho, sempre a mesma lembrança da minha ultima noite com minha família. Aquele dia me assombrava fazia anos, no inicio eu achava que era saudades de casa, mas não, eu não tenho saudades daquele lugar, não tenho saudades da minha família por que todos menos Jeremy me abandonaram naquela maldita clinica de reabilitação. Nunca se quer se importavam em vir me visitar, em saber como eu estava.Minha família não queria manchar o nome Gilbert, então Isobel convenceu todos meus parentes que eu era problemática e que deveriam manter distancia desse local, claro que como eu Jeremy não a ouvia e vinha sempre que podia me visitar e me dar apoio.

Sobre meu problema, bom, quando cheguei nessa clinica disseram que eu tinha depressão,mas minha mãe insistia em dizer que isso era loucura, que esses nomes estranhos só queriam camuflar o que eu realmente era louca. Admito que com o tempo acabei acreditando em tudo isso. Agora se me perguntarem o porquê estou aqui eu lhes respondo com as seguintes duas palavras “sou louca”.

Todos os meus dias eu passo trancada em meu quarto branco, rodeada por quatro paredes e duas janelas, tenho apenas uma cama de solteiro e um armário de madeira aonde guardo minhas poucas roupas. Todos os dias tenho aulas de artes, ginásticas e outras inúteis, tenho também duas horas para ficar passeando no gramado coisa que eu evito muito.

Minha enfermeira entra no quarto usando seu vestido branco e nas mãos dois copos de plásticos, um com água e o outro com meu coquetel de remédios. Respirei fundo e me sentei na cama esperando à morena me entregar os copos.

–Senhorita Elena, aqui está seus remédios. –Lorena a médica me entregou os dois copinhos e com um sorriso saiu do quarto.Peguei os remédios e os escondi em um buraco no meu colchão, eu parei de tomar meus remédios a vários meses e passei a esconde-los ali.Ninguém jamais desconfiava e por isso não me vigiavam sempre que traziam os dois copos de plásticos.Rodei o copo vermelho pelas minhas mãos e virei o liquido pela minha boca, sentindo a água gelada refrescar meu corpo.Suspirei e pousei minha cabeça novamente contra o travesseiro duro em minha cama. Contei em minha mente, um, quatro, vinte minutos e Lorena volta a abrir a porta agora carregando sua fiel prancheta.

–Querida, como se sente? –Perguntou com um sorriso amigável no rosto.

–Bem. –Menti.

–Ótimo, devo lhe avisar que hoje um novo médico vira trabalhar com você –Passou seus olhos pela folha de papel presa em sua prancheta e novamente me encarou. –Seu nome é Damon, ele está na faculdade e sua vinda aqui será a trabalho, espero que o receba bem. –Lorena passou a mão pelos cabeços escuros e voltou seus olhos para a janela.

–Ele me usara como experiência, pode falar, eu sei que é verdade. –Soltei notando os olhos de Lorena se arregalar.

–Esta um dia lindo, acho que deveria sair. –Lorena mudou de assunto e eu revirei meus olhos cansada daquele mesmo papo furado todos os dias.

–Gosto do meu quarto. –Respondi seca e Lorena apenas assentiu saindo do quarto e me deixando novamente sozinha perdida em pensamentos como todos os dias.

Eu costumava sonhar com minha vida fora dessa prisão, em tudo o que poderia construir, tudo o que poderia ser. Os diferentes países que poderia conhecer,as diferentes pessoas com quem poderia me socializar.Aquilo fazia com que me sentisse livre, mas quando abria meus olhos e enxergava o mesmo teto manchado aquilo me machucava e eu sentia uma vontade louca de machucar alguma parte do meu corpo com algum objeto afiado, notando o sangue escorrer e manchar os lençóis da minha cama.

Não sei quantas horas se passaram desde que Lorena entrou aqui pela ultima vez, mas ouvi minha porta sendo aberta muito antes do tempo, me assustando sentei-me na cama e mantive minhas mãos inquietas em meu colo esperando para que Lorena apareça com mais um coquetel de remédios.

–Oi? –Uma voz máscula e doce invade meus ouvidos e ecoa pelas paredes brancas do quarto. –Elena Gilbert? -O homem entra em meu centro de visão, ele é alto, cabelos escuros, olhos azuis, e com um físico muito bom. Esta vestindo um jaleco branco e em suas mãos tem uma prancheta. –Er...Eu sou Damon o seu novo “médico”. –Fez aspas com os dedos e abriu um sorriso lindo que por alguns momentos serviu para me deixar ainda mais sem fala.

–Você não fala ou? –Ele sorriu sem jeito e passou a mão pelos cabelos em um sinal de nervosismo.

–Falo. –As palavras saltaram da minha boca.

–A que bom por que não sou muito bom em língua de sinais. –Sorriu me arrancando um sorriso involuntário.

Um silencio estranho se instalou entre nós.É estranho ficar próxima de outra pessoa que não seja Lorena ou Jer.Respiro fundo sentindo as palmas de minhas mãos suarem, tento apertar com mais força o tecido do meu vestido rosa em meio aos meus dedos.

–Você me acha louca? –As palavras pularam de minha boca antes mesmo que eu conseguisse raciocinar.

Damon suspira, e sentasse em uma cadeira a minha frente, ele me encara por um longo tempo e logo depois suspirou.

–Não, não acho que você seja louca. –Um suspiro de alivio sai de mim e em seguida esboço um sorriso fraco.

–Não é o que todos dizem. –Sussurro.

–Essas pessoas são idiotas, não sabem absolutamente nada. –Ele quebrou o contato visual e eu entrelacei meus dedos em meu colo.

Mesmo querendo acreditar no que aquele homem estava dizendo, eu não permitia minha mente a isso, por que sabia que esse deveria ser mais um dos métodos para ganhar minha confiança e me drogar com seus remédios novos.

–Desculpa, mas não acredito em você. –Sussurrei notando seus olhos se arregalarem.

–Pode confiar em mim Elena, não irei te fazer mal. –Ele diz olhando dentro de meus olhos castanhos, me sinto constrangida e quebro a ligação de seu olhar.

–Quando todas as pessoas que você costumava confiar te apunhalam pelas costas, você passa a pensar duas vezes antes de confiar na primeira pessoa que aparece na sua frente. –Levantei-me da cama e caminhei até a janela, colocando minhas mãos nas grades que cobrem a mesma, abro as cortinas e sinto o ar gelado bater em meu rosto.

–Elena? Se importa de dar uma volta comigo? Gostaria de te fazer umas perguntas. –Soltei uma risada seca e respondi:

–Não, dessa vez eu não serei a experiência de mais um médico que acha que pode achar a cura para a depressão, mas se ainda não notou eu nunca vou arrumar uma cura. –Rosnei entre os dentes e voltei a me sentar na cama. –Você pode voltar mais tarde? –Perguntei encarando a porta.

–Claro, desculpa se eu falei algo que não devia. –Ele se levantou e caminhou até a porta. –Volto mais tarde. –Sai e fecha a porta em suas costas. Respiro fundo e me jogo contra a cama.

Lorena chegou ao meu quarto com mais uma dose de remédios, e antes que eu pudesse jogar fora me engasgo obrigando-me a engolir o comprimido, depois de alguns minutos os remédios que Lorena me deu começaram a fazer efeito, fazendo com que aquele quarto quadrado virasse um circulo e girasse sem parar, fechei meus olhos com força me movimentando para frente e para trás tentando afastar aquela sensação ruim de mim, apoiei minha cabeça em meus joelhos, fazendo com aquilo o meu próprio casulo, onde nada poderia me atingir, a sensação angustiante só aumentava o que fez sair um berro de minhas gargantas.

–Elena, o que houve – uma voz masculina conhecida me arrancou daqueles pesadelos, levantei da cama correndo e o abracei forte contra mim.Não me importava em estar abraçando uma pessoa que acabei de conhecer, por que no momento tudo o que eu precisava era de um abraço.

– Eu sou louca, eu sou loca Damon, louca – falei soltando todas as lágrimas presas

– Shh, não fale bobagem – falou acariciando meus cabelos – Quer que eu fique aqui até que adormeça? – perguntou preocupado, assenti com a cabeça e ali ele permaneceu cumprindo sua promessa, por mais irônico que pareça.

Adormeci com aquele perfume de homem no ar, uma tranqüilidade absurda reinava em mim quando Damon estava por perto, não me sinto... Tão louca. Lorena me acorda as oito em ponto para mais uma dose de remédio, como sempre finjo beber, mas o comprimido vai direto para de baixo do colchão. Pela primeira vez em anos tenho vontade de deixar aquele quarto e ir ao jardim, ver pessoas, respirar o ar puro, eu precisava daquilo, precisava me sentir uma pessoa normal, precisava acreditar em Damon dizendo que eu não sou louca, mas existe fortes evidencias que mostram o contrário. Chegando a área externa da clinica levei minhas mãos ao rosto tampando aqueles raios de sol fortes, andei até os bancos onde se encontrava apenas uma mulher, em poucos minutos uma aglomeração se formou ao meu redor, minha cabeça rodou e senti algo dentro de mim querer explodir, essas pessoas me encaravam, me olhavam curiosas, passavam as mãos em meus cabelos e eu não consegui agüentar me joguei ao chão e meu corpo se debatia por vontade própria, eu queria me machucar, precisava descontar em mim os olhares dessas pessoas, queria ver meu sangue escorrendo por todo meu quarto, pensamentos horrorosos passaram por minha mente, mas foram logos afastados de mim pela voz de Damon, seu poder para me acalmar era tão incrível que chegava me assustar, quando dei por mim já estava em seu colo indo para o meu quarto.



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Notas finais do capítulo

Gostaram?Odiaram?Comente e faça duas escritoras felizes.xx