“Pude ouvir a sua voz enquanto lia a carta, vi o seu rosto, senti como se ela estivesse ali, do meu lado, falando comigo. Não pude conter as lágrimas que caíam e molhavam meu rosto.

Sarah me protegera até mesmo depois de ter partido. Ela se importou até o fim.”

Boston, Massachusetts – 08/12/2008

Oi Sarah,

Ambas de nós erramos, mas apenas uma terá uma segunda chance.

Você sabia que eu terminaria fazendo o mesmo, não é? Por isso o seu pedido injusto. Sim, é muito injusto pedir para que eu viva por você depois de tudo o que aconteceu. É injusto da sua parte negar-se uma segunda chance e pedir-me para que eu agarre a minha.

Nós duas demos atenção às coisas erradas e esquecemos-nos de reparar no mais importante: nossa amizade. Tudo poderia ter sido muito diferente.

Tive um alívio enorme ao saber que você sempre pensou o melhor de mim, você não tem idéia do quanto fiquei feliz. Mas essa felicidade é ofuscada pela minha frustração em não ter podido te dizer o quanto você importava o quanto te fazia de referência, um modelo a seguir. É frustrante Sarah, sinto raiva de mim mesma por não ter sido capaz de te dizer isso antes, sinto vontade de sangrar, de chorar.

Por mais que seja injusto o seu pedido, eu te devo essa. Vou tentar amiga, vou tentar viver com todas as minhas forças. Não uma vida qualquer, mas uma vida bonita, uma da qual você se orgulharia. Minha vida não será inteiramente minha. Não poderei mais sangrar, não poderei mais desistir dela. Viverei uma bela vida por ti, Sarah.

Se eu te dei vida por todo esse tempo, você me deu a vontade de viver. Você salvou a minha vida.

Obrigada por tudo Sarah. Lembrarei de você todos os dias, felizes ou tristes. Te levarei para sempre comigo.

Até algum dia, amiga.

Lisa Kent