Eu tinha acordado sobressaltada naquela manhã. Não com medo de ficar sozinha enquanto alguém provavelmente me caçava ou de alguém da minha familia ser pego de surpresa.
O medo era algo que já não me afetava mais. Uma das minhas melhores amigas tinha sido pega desprevinida e torturada por dois Volturis. Eles não a morderam... Apenas a torturaram... Era mais uma prova de que Aro e William estavam tramando muito bem para me ver completamente destruída. Aquilo forá apenas um aperitivo. Iria vir mais. Muito mais.
A sombra da neve que caia lentamente do lado de fora e refletia na parede branca de meu quarto me deu um grande susto... Neve significava estradas bloqueadas e o número de montes que tinha lá fora já me mostrava que a situação estava preta.
Na noite anterior, avisei as meninas o que acontecera com Clover. Todas nós marcamos de ir hoje ao hospital em Seattle após o primeiro intervalo da escola. Não íamos voltar para o segundo tempo... Até que elas gostaram dessa parte, mas em compensação, quase choraram com a noticia da Clover. Eu tinha ligado para Leonard também, afinal, estávamos juntos agora... Bom, ele me pedira para ficar calma e dirigir com cuidado (?), pois não iria a escola no dia seguinte. Bom, acho que ele só está sendo mais cuidadoso agora.
Me arrumei rapidamente e quando vi, já estava no meu Mercedes saindo da garagem. Pude ver que a saída de carros estava limpa e a estrada também. Um pouco mais a frente, avistei meu tio Jasper vindo em direção ao carro rapidamente. Abri o vidro do carro, pois ele parecia querer falar comigo.
– Limpei a estrada. Eles já devem ter resolvido com a rua principal de Forks também. - Ele falou calmamente.
– Obrigada, tio - agradeci, colocando minha cabeça para fora.
– De nada. Você irá hoje em Seattle, não? Visitar aquela menina...
– Vou! Aliás, não me esperem para o almoço. - Brinquei.
Ele deu um risinho:
– Pode deixar!
Eu e ele nos afastamos no momento exato. Fechei o vidro novamente e segui em uma velocidade satisfatoria.
Em poucos minutos, eu já havia chegado ao colégio, que estava com um assustador baixo número de carros. Menos da metade dos carros que ficavam estacionados estavam ali hoje.
Sai do carro e me dirigi a escola correndo. Poucos alunos estavam nos corredores de entrada; a maioria estava nos corredores principais e isso incluía minhas três amigas: Bridgit, Sasha e Jasmine que estavam encostadas na parede ao lado do banheiro das meninas. Cheguei até elas com um passo apertado e lhes dei um "bom-dia".
– Quer dizer "péssimo dia"? - exclamou Jasmine, que se apoiou no ombro de Sasha.
– Ai, não seja tão pessimista! - exclamou Bridgit. - Ela está bem... Apenas cortou a perna direita!
– Cortou ou quase esfolou?! - interviu Sasha.
– Calma, meninas! - eu gritei. - Ela está bem! Está se recuperando nesse instante e se formos ao hospital dessa maneira, as infermeiras nos barrarão antes de entrarmos.
Sasha pigarreou ofensivamente:
– Elas não são nem loucas! Lembre-se que eu ainda sou imperativa! Não é porque entrei no clube de xadrez que deixei de ser barraqueira!
– Fato! - argumentou Bridgit.
No segundo seguinte, uma menina chegou ofegante ao nosso circulo, quase que me derrubando. Karen parecia ter acabado de correr uma maratona.
– Ei, garota, peraí! - exclamou Sasha.
– Desculpa, Nessie! - Karen lamentou.
Eu recompus e deu um risinho para ela:
– Que nada, Karen!
Ela continuou com a expressão seria e preocupada, como se quisesse dizer alguma coisa...
– Bom... O que ouve? - Jasmine cortou o silencio.
Karen pareceu ter acordado de um transe, quase que sobressaltada.
– Karen? - eu disse.
Ela me olhou novamente e finalmente começou a falar:
– Bem, eu queria perguntar se... Se...
– Seeee? - perguntou Sasha.
– Bom, se eu podia ir com vocês visitar... A Clover?
Todas nos entre-olhamos. Não havia motivos significativos para Karen não ir, ela era parte do grupo agora. Mas, em parte sobre as outras garotas...
– Bom, eu acho que sim... Se não tiver nenhum problema, é claro? - falou Bridgit, mais para as meninas do que para Karen.
Jasmine deu um sorriso sem graça e se pronunciou:
– Bom, é claro que sim... Desdê que sua mãe não se importe...
– Não, não... Eu já avisei a ela que provavelmente não iria chegar a tempo pro almoço! - explicou Karen.
Eu sorri para Bridgit e me voltei para Karen:
– Ótimo, então! Vamos após o intervalo...
Karen deu um sorriso e se voltou um pouco para meu lado.
– Nessie, não está com frio? - perguntou-me Bridgit.
No mesmo instante avaliei minhas roupas, estranhando seu comentário. Foi quando vi que eu estava apenas com uma blusa preta de mangas curtas e calças jeans. Diferentemente delas, que estavam com roupas de frio pesadas... Bridgit estava até com cachecol.
– Bom... Eu... Estou com calor! Até porque o dia está meio abafado! - falei, tentando me explicar.
Sasha me olhou com um olhar avaliativo:
– Tá nevando lá fora...
Eu sorri sem graça... Todas me olhavam assim.
– Ra ra... É que eu nem percebi! Jura que tava nevando?
– Não estava, está! Você está com febre?
Antes que eu pudesse responder, senti a mão de Karen tocando minha testa e uma alta exclamação de surpresa saindo de sua garganta.
– Você... Tá queimando! Tem certeza que não deveria se consultar quando formos ao hospital?
Antes que Bridgit pudesse me avaliar com sua mão, eu me desviei e dei breves explicações:
– Eu tenho anidrose diagnosticada, isso faz meu corpo ficar mais quente que o normal... Meu avó é medico, eu tomo remédios... Tudo sobre controle!
Elas continuaram com seus olhares duvidosos e questionadores, mas não fizeram nenhuma outra pergunta. O ruim de ser uma vampira era esse: tentar convencer as pessoas a acreditar em algo que nem bem você acredita. Vai piorando ao rumo que as opções vão se esgotando...
Nesse meio segundo em que me perdi em meus devaneios foi tempo suficiente para coisas acontecerem: apenas vi a sombra de uma pessoa se jogando nas costas de Karen e se apoiando pelos ombros... Qual é, escolheram logo hoje para se tacarem nos outros?!
– Emma?! - rosnou Karen, a empurrando de seus ombros.
– Ai! - ela gritou, bamboleando para o lado de Bridgit que a pegou pelo braço. - Iiih... Por acaso alguém te deu um bolo pra cê estar irritadinha assim?!
Sasha revirou os olhos com fúria:
– Garota, você não é bem-vinda aqui! Já não bastam as fofocas que fez da Nessie!?
Emma pigarreou, como um deboche. Ela não tinha medo mesmo da Emma.
– Hellooo?! - Emma falou. - Você por acaso tem provas desse fato? Por que, se tiver, eu estou doida pra checar....
– Fala sério, garota, estamos na escola não na delegacia... - rosnou Sasha, indo para Emma que não recuou - Posso muito bem te dar uns tapas!
Emma dessa vez gargalhou de leve e deu passos em direção a Sasha também:
– Essa eu pago pra ver!
As duas estavam a centímetros do nariz da outra, o único empecilho de uma batalha épica entre rivais assumidas foi Jasmine, que separou as duas a tempo.
– Pelo amor de Deus, querem parar?! Meu histórico já não é muito bom...
– Jasmine, ela que começou!
– Ah, você que veio armando barraco para cima de mim!
– Tá me chamando de barraqueira?!
– Não, só de vaca abusada...
– Oh, agora você apanha...
– Querem parar!!! - meu grito retumbou tão fortemente no corredor, que todos em volta olharam para mim. Procurei um tom mais baixo. - Olhem para vocês? Parecem duas pré-escola!
Emma e Sasha pararam parcialmente, pois Jasmine puxara Sasha para longe e Emma se afastou normalmente, indo para o lado de Karen.
Eu voltei ao normal, me recompondo. Esse dia seria mesmo, movimentado...
– Bom... Emma - eu falei, tentando soar natural. - O que você quer?
Emma suspirou e falou normalmente (ou tentou):
– Bem, é que eu fiquei sabendo que a Clover se machucou ontem a noite e eu queria saber se... Vocês iriam visita-lá hoje?!
Por essa eu não esperava! Emma se preocupando com Clover.... Bom, eu soube que Jasmine e Clover eram do jornal antes, assim como Emma que é até hoje, mas depois dos acontecimentos do começo do ano letivo... Todas as fofocas que Emma fez ou provavelmente fez sobre mim colocaram as garotas em guerra: a maioria estava a meu favor e Karen estava em cima do muro, tentando decidir entre sua amiga de sempre ou nós, amigas que ela fez na 6ª série, provavelmente, tirando eu nessa conta...
– Bem, vamos sim após o primeiro intervalo, mas... Por que você estaria interessada? - Argumentou Jasmine, erguendo uma sombrancelha.
– É que eu queria perguntar se eu poderia ir com vocês? - disse Emma, meio que colocando para fora de uma vez.
No segundo seguinte, Sasha recebeu a mensagem meio que como um insulto. Suas expressões meio que demonstravam incredulidade e raiva.
– O que?! Se acha mesmo que a Clover vai querer ver você?! Faça-me o favor...
– Eu não tava pedindo à sua opinião! - esbravejou Emma, para Sasha. - Estou perguntando à Renesmee...
Sasha ergueo as sobrancelhas:
– E é claro que ela vai dizer...
– Sim.
Naquele minuto, todas olharam para mim com questionamento. Nem mesmo Bridgit acreditara que eu fizera isso... Até Emma parecia surpresa.
– O que? - perguntou Sasha, que não acreditara muito em minha resposta.
– Tudo bem. Emma pode ir. Clover vai gostar... Quanto mais gente, melhor.
– Mas... Mas...
– Bem, o carro é da Nessie! - interviu Bridgit, tentando me ajudar. Seu risinho para mim comprovava tudo.
Em seguida, o sinal tocou, anunciando o inicio das aulas. Eu não sabia se era pelo choque de anunciar que Emma iria para Seattle conosco ou por outro motivo, mas nenhuma delas saiu do lugar, apenas eu e Bridgit fomos andando.
– Acha que eu fiz algo de errado... Em deixar a Emma ir conosco? - sussurrei para Bridgit, enquanto avançávamos pelo corredor.
– Não... Sabe, a Emma... Gosta da gente! Se não gostasse, não faria isso, tenha certeza! - falou Bridgit com um sorriso. - E eu não acredito que ela tenha feito aquela fofoca sua e do Leonard! A Liane tem cérebro o suficiente para fazer coisa pior... Acho que nisso, ela é inocente.
Eu avaliei suas palavras; para mim, Emma também era boa pessoa... Ela me dera aquele gloss no banheiro, que por acaso eu usava hoje, e sempre forá legal comigo... Nunca foi ríspida ou arrogante.
– Então por que cê acha que a Sasha é assim com ela..?
Bridgit deu de ombros:
– Ás vezes nós acusamos sem ter provas, não?! É humano querer ser dono da verdade... Ciúme também conta... Agrupando isso tudo e outros termos talvez venha a ter resultado... Bom, temos que levar em consideração que a Sasha não foi a unica a agir daquela modo; nós duas estávamos agindo daquele geito, e Clover e Jasmine também...
– É, vendo por esse lado...
– Somos humanas... - Bridgit sorriu para mim fazendo uma careta, que me provocou risadas também. - Ou quase isso!
Ela me abraçou pelo o ombro e eu a envolvi pala cintura... Minha melhor amiga tinha resolução da vida também... Ela poderia ser filosofa, se não tivesse tanta pinta de comediante.
– Renesmee, eu não vou com aquela garota fofoqueira, sem noção e brega no carro!!!! - um estrondoso grito ecôo pelos corredores. A voz de Sasha nunca sôo tão natural naquela altura.
E eu e Bridgit entramos rindo na sala de aula, indo nos sentar em nossos lugares de costume.

~ x ~

Nós seis já estávamos entrando na cidade de Seattle quando a neve parou de cair por um tempo. O carro estava em uma velocidade agradável, que nos fez chegar rapidamente sem deslizes ou obstáculos. As pistas já estavam sendo preparadas para serem limpas já de madrugada.
O que mais incomodava de vez em quando eram os murmúrios que vinham do banco de trás, onde estavam esprimidas Emma, Karen, Jasmine e Sasha, que não paravam de fazer comentários altos.
Eu e Bridgit olhávamos para trás rotineiramente para dar uma olhada na posição das garotas: Emma e Sasha sentadas em janelas opostas e Jasmine e Jaren no meio do fogo cruzado. Um pensamento alto, e uma briga de palavrões épica se formaria. Por um milagre, Sasha conseguio se conter e Emma era cooperativa em um todo. Evitava olhar para elas ao máximo, só que tudo era muito cômico. Eu apenas imaginava quão grande deveria ser o amor delas uma pela outra...
Quando me dei conta, já havíamos estacionado o carro no estacionamento do hospital e saímos com velocidade do carro.
– Foi a viagem mais longa que já fiz na vida! - Comentou Sasha, em uma indireta ríspida.
– Calma aí, amorzinho, ainda tem o elevador! - Argumentou Emma de volta.
Eu e Bridgit nos entre-olhamos com um risinho no rosto. Era impossível não se divertir. Até Jasmine e Karen que nunca se deram muito bem, davam risadas juntas naquele momento, comentando as indiretas de Sasha para Emma e Emma para Sasha.
Emma tinha razão quanto ao elevador, mas era apenas um andar até a recpção. Que sorte!
Nos dirigimos até a bancada e a recepcionista nos infirmou que o quarto de Clover Schetz ficava no decimo sétimo andar. Merda!
Fomos todas ao elevador e logo de cara pegamos um vazio. Ele logo ficara cheio pelos egos de Sasha e Emma. Só a presença delas era de arrepiar, e nem aquela musiquinha estilo ópera acalmava o clima tenso. Era como se elas fossem se matar a qualquer momento! E o fato das duas estarem se encarando não ajudava!
Finalmente chagamos ao andar desejado e fomos até o quarto 416, em que Clover estava alojada. Antes de encontrarmos o quarto, uma enfermeira vinda de um amplo corredor veio à nosso encontro e nos perguntou:
– Posso ajuda-las, senhoritas?
– Bom, é que...
– Não se preocupe, Lucinda, eu sei o que elas preocuram. - Uma voz que soava angelical ecôo detras da enfermeira, que chegou para o lado para encarar o dono da voz. Meu avô, Carlisle, vinha em passos rápidos a meu encontro.
– Vô! - exclamei, em um tom não tão alto, dando-lhe um abraço que ele retribuiu.
– Bom, vou indo dr.Cullen... - se despediu Lucinda, seguindo seu caminho.
Eu e meu avô nos separamos, e ele falou:
– Sua amiga está no 416... Vamos vou leva-las até lá!
Eu assenti e quase me esqueci de anunciar:
– Ah, meninas, esse é meu avô: Carlisle Cullen!
As meninas olharam com incredulidade para Carliste, que retribuiu com um sorriso amigável:
– Muito prazer!
– O prazer é todo nosso! - Jasmine exclamou, exaltada.
Meu avô e riu e foi a frente, nos guiando até o quarto em questão. Seguimos ele meio lentas, pois elas não paravam de cochichar algo.
– Renesmee, tá de brincadeira que esse é seu avô?! Que gatoooo... - sussurrou Jasmine em meu ouvido, que foi empurrada por Bridgit.
– Ai, Jasmine, e você fala isso com a neta dele?!
– Fala serio, ele é um gato mesmo! Quantos anos tem?!
Eu sorri, constrangida, sentindo o rubor em minhas bochechas:
– Ele é velho demais para você!
– Não é o que parece... - pronunciou-se Karen, dando um risinho sapeca.
E elas continuaram comentando logo atras de mim. O mais constrangedor naquilo tudo não era o fato delas estarem falando do meu avô, mas sim o fato dele estar ouvindo tudinho que elas falavam... Com certeza ele iria comentar mais tarde.
Logo ele parou em frente à uma porta e a abriu lentamente, logo em seguida fez um sinal para nós entrarmos e entrou. Fomos rapidamente a porta e entramos meio atrapalhadas, pois todas queriam entrar juntas.
– Sr. E Sra. Schetz, com licença?! Clover tem visitas.
Logo após adentrarmos a sala, avistamos um casal sentado ao lado da cama retratil que Clover estava sentada. Clover ficara com uma expressão realmente feliz, mas a palidez em excesso não dava idéias disso.
– Oh, devem ser suas amigas... Não, Clover? - A mulher falou se levantando da cadeira e vindo até nós. Clover disse um breve "sim". - Obrigada por virem visita-lá, meninas. Ele realmente valoriza suas amizadas... Como vai Jasmine?
A mulher, que era a mãe de Clover, tinha traços orientais fortes e um sotaque quase interceptivel na voz. Ela era baixa, mas um pouco alta de que Alice, e tinha cabelos lisos negros como a noite.
– Vamos dar licença à elas, então! - exclamou o pai de Clover, que era um homem baixo, pórem mais alto que eu, tinha olhos castanhos e usava óculos. Tinha cabelos curtos de tom castanho claro. - Vamos lá...
Ele trocou olhares simples com a mulher e os dois saíram do quarto com meu avô, que me dera um sorrisinho.
Assim que eles passaram por nós, corri para me sentar na cadeira ao lado de Clover. Bridgit chegou em segundo e conseguio pegar a segunda cadeira, mas puxou essa um pouco para trás, deferente de mim que chegou mais perto.
– Está se sentindo melhor? - sussurrou Jasmine, se aproximando de Clover do outro lado da cama.
Clover assentiu e deu um meio sorriso:
– Estou, sim! O dr. Cullen é um ótimo médico... Cuidou muito bem de mim... Só poderia ser seu avó mesmo, Renesmee.
Eu não sorri, ou melhor, eu estava sem expressão até agora! Pensei que visitá-la seria algo bom. Produtivo. Mas só agora pude perceber que quanto mais eu fazia isso, mas eu as colocava em perigo. Colocava a vida delas em jogo também.
– Também, pudera! Gato do geito que é... Com todo o respeito, Renesmee! - exclamou Sasha, tão exaltada que todas riram... Menos eu.
Aquilo não era algo para ser ignorado. Era algo monstruoso... Qualquer uma delas poderia ser uma das próximas vitimas.
– Emma... É você mesma aí?! - Dessa vez, Clover se pronunciara com uma alta exclamação.
Emma pareceu acordar de um longo devaneio, pôs o pulo que dera foi realmente acusador.
– Bem, é... Pode ficar tranquila... Não vim fazer nenhuma matéria para o jornal da escola!
– É, e ninguém sabe o que veio fazer! - exclamou Sasha, afiando as palavras.
– Sasha, por favor..? - advertiu Bridgit. - E então, Clover? Que dia volta para casa?
Clover pensou bastante antes de responder a pergunta:
– Bem, o dr. Cullen disse que eu provavelmente terei alta no sábado... Mas se tiver alguma complicação...
– Não vai ter complicações. - eu falei, convictamente.
Ela me olhou afetuosamente, em um gesto de "obrigada", mas era informação demais para minha cabeça naquele momento... Pensar que ela quase morreu por minha causa, que ela teria morrido se os Denali não estivessem passando por ali naquele exato momento, com a unica intenção de fazer uma visita a meu avô.
– Desculpa perguntar, mas... Quem te fez isso?! - perguntou Karen, timidamente, apontando para a clara perna enfaixada de Clover, que estava por debaixo dos lençóis.
– Ah... Isso? - Clover falou, balançando um pouco a perna e fazendo uma careta de dor - Bem, não me lembro... Só que levei uma pancada na cabeça e... Fiquei desorientada... Em alguns momentos eu só conseguia sentir dor e berrava pra noite. Quando recuperei os sentidos, eu já estava no hospital. Foi tudo muito estranho, muito rápido!
É, quando um vampiro te ataca costuma ser rápido mesmo... Ao menos que ele esteja empenhado em te torturar...
– Bom, o que importa é que todas vieram me visitar hoje, não?! - disse Clover, com um sorriso no rosto.
– É, faltamos as ultimas aulas para te visitar... - falou Bridgit, se levantando de sua cadeira e indo parar ao lado de Clover sentando-se na cama.
– É, vocês devem ter me amado muito, mesmo!
– Nós te amamos!! - exclamou Bridgit, à abraçando.
Todas riram, e até eu sorri... Aquela era a verdade que superava qualquer medo e duvida: nós nos amávamos mesmo, e superaríamos tudo juntas! Nada nos pararia... Nem se arrancassem nossas pernas!
– Bem, Clover... Trouxemos isso para você - Jasmine começou então a tirar de dentro de uma bolsa de plástico que eu não tinha visto, um porta retrato que continha uma foto que logo notei ser com nós cinco: eu, Bridgit, Sasha, Jasmine e Clover. Coladas para a foto, na festa do pijama na casa de Jasmine. - Aqui tem um para você e outro para Nessie. As outras já pegaram os seus.
Bridgit me passou o meu e Jasmine deu a Clover o retrato diretamente. Eu apreciei a foto e vi como nossa amizada era poderosa e invencivel. E seria sempre assim.
– Gente, eu quero um abraço em grupo.... Com todas vocês, viu?! - exclamou Clover, e até Karen e Emma se juntaram a nosso abraço. Posso admitir, aquilo era bom.
Voltamos ao normal e Clover me perguntou:
– Nessie, não tá com frio?!
Eu avaliei minhas roupas novamente: dessa vez eu estava com um casaquinho preto, que encontrei no porta malas ao colocar a mochila das garotas.
– Bem, é que eu...
– Ela tem anidrose! Tá sobre controle, relaxa! - exclamou Bridgit, o que provocou risadas em todas.
Eu também sorri, mas não por achar engraçado, e sim por vergonha: minhas desculpas não funcionavam mais... Eu tinha que treinar um pouco com meu pai!
O tempo passou e passou, conversamos até não poder mais até que deu a hora de irmos. Beijos e abraços em Clover foi o que não faltaram, pedidos de melhoras também. Depois nos despedimos dos seus pais, que agradeceram nossa vinda. Por fim, Sasha se despediu de meu avô e elas foram me esperar na porta do elevador, enquanto eu dava uma palavrinha com meu avó.
– Pode ficar tranquila, ela está se recuperando bem e sábado terá uma alta, provavelmente. Tudo está sob controle!
Agora sim, um motivo para sorrir.
– Tudo bem, vô, confio na sua capacidade de medico! Só cuide bem de minha amiga!
– Pode deixar! - ele sorriu e me deu as costas.