POV Edward

Sou Edward. Edward Anthony Masen Cullen. Minha vida nunca foi lá aquelas coisas... Mas eu era muito grato pela vida que tinha. Meu pai: Carlisle, minha mãe: Reneé e meu irmão: Emmett eram tudo pra mim. Eu e Emmett sempre fomos aqueles irmãos unidos, que onde um tá o outro está atrás... brigávamos bastante... mas que irmãos que não brigam? Mas logo fazíamos as pazes. Mamãe era uma mulher linda, doce, gentil, amável. Era uma mulher e mãe perfeita, de não colocar defeito. Meu pai trabalha demais, as vezes trabalhava o dia inteiro no hospital, sempre pra nos dar uma vida confortável e feliz. Eu não o via muito, pois ele trabalhava demais, mas sempre que podia estava lá junto a gente. Ficava o dia inteiro com mamãe. Ela era uma mãe exemplar, sempre me ajudava nas lições de casa, me colocava pra dormir e até lia uma história para mim.

Eu não tinha noção do quanto minha vida era perfeita. Tinha uma família feliz, unida e que me amava muito. Era tudo muito perfeito. Até que um dia mamãe e meu pai resolveram fazer uma viagem em família. Estava chovendo muito, eu tinha 10 anos. Raios em tom metálico,que pareciam destruir tudo que tocassem, gotas grossas de chuva que escorriam pelo vidro do carro, e trovões com barulhos apavorantes compunham o caos naquele dia.

Não podia imaginar que naquele dia a vida de todos nós mudaria radicalmente. Me lembro daquele infeliz dia como se fosse hoje. Já se passaram sete anos depois do ocorrido, mas mesmo assim não consigo apagar aquele dia de minha memória. Penso que poderia ter impedido a viagem, e mamãe poderia estar aqui conosco hoje. Toda vez que me lembro de seu rosto angelical, de seu perfume doce, de seus sorrisos maternais... lágrimas escorrem pelo meu rosto. O sentimento de culpa me invade totalmente e meu corpo fica trêmulo.

Poderia ter sido eu no lugar dela. Aliás por que não me levara ao invés dela? Por que não deixara minha mãe viver? Todas essas perguntas ficaram embaralhadas em minha cabeça. E nunca achara respostas pra elas.

Eu tinha apenas dez anos... e fora minha primeira perda. Uma criança vendo sua mãe morrer na sua frente e não poder fazer nada. Aliás por que aquela merda de carro teve que capotar? Por que mamãe tinha que estar sem cinto? Achei que minha vida tinha acabado. Não tinha mais força pra lutar, achei que minha vida acabara ali quando ela me deixou.

Mas não pude me entregar, sabia que tinha que continuar vivendo, ajudar meu pai e meu irmão a superar isso. Mesmo que não tenha conseguido, sempre quis me mostrar forte perto deles, mas no meu quarto, quando estava sozinho, chorava em silêncio. Alguns dizem que homem não pode chorar, mas quando estou sozinho, não me sinto como um homem de 17 anos e sim o menino de 10 anos atrás que perdera a mãe.

Me lembro de suas últimas palavras:

– Filho seja forte, cuide de seu pai e de seu irmão, eu sei que você é o mais forte deles. E não se esqueça que esteja aonde eu estiver eu sempre vou te amar - Disse com a voz trêmula, e lágrimas escorriam por seu rosto que estava com grossos filetes de sangue que escorriam de sua cabeça até o pescoço.

A cena volta pra minha cabeça.

– Mamãe por favor, não se vá, a gente precisa de você. Seja forte, daqui a pouco a ambulância chega.

–Meu príncipe, saiba de uma coisa: eu te amo.

E assim ela se foi, em meus braços.