Pov Bella

Um ano se passou, mas eu ainda não esqueci o que aquele crápula fez. Quando eles me deixaram naquela casa abandonada pensei que fosse morrer, e naquela época era o que eu queria mesmo. Vergonha e os olhares de pena me rondavam. Quando Alice me encontrou, quatro dias depois, eu estava em um situação deplorável. Nas duas semanas em que fiquei no hospital, pois estava bastante machucada e precisa de acompanhamento psicológico era Alice e Melanie que me ajudavam a tomar banho, a comer... Eu parecia uma criança. Rosalie, Jasper e Jacob também me ajudaram. Minhas irmãs e meus três amigos foram meu porto seguro, eles me compreendiam. Mesmo assim eu não conseguia me olhar no espelho, sentia vergonha do meu corpo. E mesmo eles estando lá sempre comigo, não consegui contar quem foi.

Quando saí do hospital, me olhei no espelho e pela primeira vez não senti vergonha. Decidi que ia mudar, ia deixar de ser a garotinha gentil, doce e frágil. E passaria a tratar as pessoas do jeito que elas merecem ser tratadas. Apesar de eu amar minhas irmãs, Jasper, Rosalie e Jacob eu não confiava em mais ninguém além de mim mesma. Jurei pra mim mesma, que desse dia a diante, nunca deixaria um homem me machucar, e nunca, nunca mesmo, derramaria uma lágrima sequer por um homem. Aliás quem precisa de um homem pra ser feliz? Eu não preciso de nada e de ninguém. Apenas de mim mesma.

Tentava apagar das minhas memórias aquele cena, aquela voz... aquele rosto, aquele... aquele... monstro.

Logo que voltei do hospital, não posso negar que antes de dormir, no meu quarto sozinha, aquilo vinha a minha mente, tomava conta do meu corpo, e algumas lágrimas chegavam a cair. Sentia aquele nojo novamente ... mas não nojo de mim, afinal eu não tive culpa! Mas sim daquele nojento e de seus irmãos. Mas com o tempo conseguir superar isso. E jurei que nunca mais iria chorar lembrando daquele dia. Eu cresci, passei de menininha ingênua pra uma mulher determinada e de personalidade forte, que sabia muito bem o que queria e como conseguiria.

Aqueles monstros conseguiram de uma vez só acabar com tudo e fazer eu me sentir um lixo, um nada. Mas eu jurei que iria reconstruir minha vida e vive-lá do melhor jeito possível. E do jeito que eu quisesse. Ninguém poderia me parar! Não precisei de um outro amor pra apagar aquelas marcas. Precisei apenas de mim e de bebida... muita bebida. Nada melhor do que bebida pra esquecer do passado.

Aquelas roupinhas cor-de-rosa com lacinhos, sapatilhas foram esquecidas no meu armário. Minhas roupas mudaram radicalmente. Optei por preto e cinza, nada de colorido. Roupas marcantes e maquiagem marcante.

Nunca mais chamei minha mãe de mamãe, aliás não a chamei mais de mãe e sim de Esme. Mal falo com ela, aliás guardo uma mágoa grande por ela ter ido me visitar apenas um dia, depois de uma semana que estava naquele hospital. E o motivo? Estava em uma viajem muito importante pra ela e Phil que traiu ela.

Falando na senhorita Esme, ela resolveu fazer uma viagem pra juntar a família. Um erro já que na "viagem com a família" vamos ficar na casa de um amigo dela. Fala sério, isso é uma viagem em família? Se ela acha que só por que nós vamos pra casa de um amigo dela, eu vou me comportar, ela está completamente enganada. Ela que me aguarde.