Acid Guy escrita por Sky Pizzo


Capítulo 2
2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/333094/chapter/2

   Depois que as pessoas do CSI ou algo do tipo levaram minha mãe para a análise e estudar nossa casa, nós ficamos na casa do Liam. Eu e meu pai pegamos todas nossas roupas, colocamos na nossa mala de viajem e dormi-                                mos na casa dos Mursh. Meu pai ficou no quarto de hóspedes e eu fiquei no quarto do Liam. Eu tinha ido tantas vezes lá quanto você vai à casa da sua melhor amiga, mas eu nunca tinha reparado nos pequenos detalhes do quarto, como um retrato nosso que a gente tirou o ano passado na festa de final de ano da escola. Devo admitir que fiquei um pouco feliz de ver que ele ainda tinha essa foto e que tinha a colocado em um porta-retratos e posto ele no criado-mudo ao lado da sua cama.

- Sav? – Ouvi a voz do Liam, mas ele não estava no quarto. – Eu estou no banheiro! – Disse ele colocando sua cabeça para fora do banheiro. – Você pode passar meu pijama, por favor? Ele está na cama. – Olhei para trás e o pijama dele estava quase caindo. O pijama tinha escrito Lakers na camisa, o time de basquete favorito dele. Peguei e dei para ele na porta entreaberta do banheiro. Eu já estava de pijama. Uma camiseta larga e branca de manga curta com um shorts preto apertado. Quando Liam saiu do banheiro, ele sentou diretamente na cama comigo, depois olhou para mim do mesmo jeito que você olha para a pessoa que ama: Você a encara por uns cinco segundos e depois abaixa a cabeça. Ele se levantou e apagou a luz e ficou me encarando enquanto eu deitava na cama.

- Sabe Sav, - Disse ele se aproximando da cama – você... Fica muito mais bonita com só duas partes de roupa do que várias garotas com umas 50 e 90 quilos de maquiagem.

- E porque você está falando isso agora, Garibaldo? – Disse, me arrastando até a beirada da cama e puxando Liam para sentar na cama.

- Sei lá, eu... – Falou Liam deitando de barriga para cima – Estou sem assunto.

 Eu também queria falar a mesma coisa para ele, só que seria meio estranho já que nenhum homem que não trabalhe com cinema usa maquiagem. Deitei-me do lado dele e bufei. Acredite, eu estava de muito bom humor para uma pessoa que acabou de perder a mãe. Olhei para Liam e percebi que ele estava quase dormindo. Comecei a abraçar ele do mesmo jeito que você vê aqueles casais bonitinhos da TV que tem dois filhos fofinhos e nenhuma preocupação na vida. Porém eu tinha preocupações. Várias preocupações. O senti fazendo carinho na minha cabeça e ele colocando o braço que lhe sobrava na minha cintura, me abraçando.

Sim, quando eu acordei nós tínhamos que ir á escola. Como nossa escola podia ir sem uniforme, eu coloquei uma camisa do KISS, um short jeans e um All-Star. Eu não estava muito acostumada em tomar café da manhã porque sempre estava atrasada porque eu dormia demais. Liam estava com uma camisa do Ramones verde. Eu fui para a cozinha da casa dos Mursh e a mãe dele me deu um Donut de chocolate e fomos para o ônibus da escola. Um cara chato e irritante, Tristan Storn, estava batendo no cara novo, Logan Danies.

- Aí, retardado! – Tristan olhou para mim – Para de implicar com o novato!

- Do que você me chamou, moreninha? – Disse ele jogando Logan num banco do ônibus qualquer. Pelo menos isso eu consegui fazer.

- Além de irritante e boboca é surdo, vê se pode. – Disse fazendo deboche e rindo, e o ônibus inteiro fez o mesmo, menos a panelinha de Tristan. Ele fez uma cara feia olhando para mim e parecia que ele ia enfiar a mão de brutamontes dele no meu rosto. O ônibus passou em um buraco gigante e ele literalmente voou, caindo para fora do ônibus graças à janela aberta do lado de Liam. – Adorei – Disse fazendo um sorriso inocente de criança enquanto o ônibus continuava andando, chegando até a escola.

Quando chegamos à escola, eu e Liam saímos de mãos dadas e tínhamos que aguentar as pessoas olhando para nós até que chegássemos à frente da sala de aula de história e nos sentasse cada um na sua cadeira. E pelas próximas 6h nós tínhamos que ficar naquele inferno de sala, só com 20 minutos de intervalo. Já era mais ou menos duas da tarde quando o sinal de for embora bateu.

- Sav, você quer ficar lá em casa em vez de ir para a central? – Disse Liam colocando o braço esquerdo pelo meu ombro. Fiz que sim com a cabeça. Eu estava quase dormindo, com a imagem da minha mãe estendida pela mesa de jantar quebrada e com todos os cálculos da aula de matemática atrapalhando meus pensamentos. Quando chegamos na casa de Liam fomos direto para a cozinha para comer alguma coisa. Fizemos pipoca doce para assistir TV. Nós colocamos em um canal de TV e estava passando o jornal local. A dupla de jornalistas, Johnny Queen e Matthew Box estavam falando sobre o Acid Guy.

- Hum... Sav, quer que eu mude de canal? – Disse Liam pegando o controle remoto. Balancei minha cabeça em negativo.

-... Ontem a esposa do oficial do FBI, Ian Vingartte, foi assassinada pelo serial-killer Acid Guy. Quando que ele irá parar? Ou melhor, quando que os policias, agentes do FBI ou mesmo da CIA irá parar esse assassino? – Dizia Johnny Queen. Eu sempre achei incrível a capacidade dos repórteres criticarem os policiais. Sim, é o trabalho deles. Não, não é fácil. E como minha mãe dizia: “Faça melhor antes de criticar”.

- Johnny, eu na verdade acho que eles nunca irão fazer isso. O homem escolhe os vestígios muito bem! – Dizia Matthew. Matthew Box sempre foi aquele jornalista idiota que só acrescenta uma frase em uma notícia inteira de seu companheiro. Deve ser por isso que os produtores o amam. Quanto menos falar, melhor. Certo?

Quando estava prestes a começar a previsão do tempo com talvez a 20ª moça do tempo nesse mês, todas as luzes se apagaram. Merda. Pensei. Olhei pela janela, dessa vez foi no quarteirão todo e também estava chovendo muito forte. A menos que o Acid Guy fizesse uma limpeza geral do quarteirão da casa de Liam e quisesse fingir que foi um apagão, agora era um de verdade, não proposital como na minha casa.

- Ei Sav, – Disse Liam cutucando meu ombro direito – vamos brincar de esconde-esconde?Deve ser legal brincar no escuro.

Virei minha cabeça para ele:

- Você tem o que?Cinco anos?Quer mamadeira? – Disse debochando

- Não – Disse ele fazendo bico – Não quero mamadeira, mas eu quero brincar de esconde-esconde!

- Tá bom... – Disse levantando do sofá revirando os olhos – Você conta! – Na hora que ouvi Liam começando a contar, corri para a cozinha e me escondi debaixo da mesa de jantar. Uns minutinhos depois, estava ouvindo Liam dizendo “Preparada ou não, lá vou eu!”. Também ouvi perguntando onde eu estava. Mas é claro que eu vou dizer meu esconderijo. Ouvi os passos deles na cozinha chegando perto da mesa. Comecei a rir silenciosamente e nem percebi que tinha feito uma cadeira se arrastar, fazendo um barulho alto. Só consegui ver o rosto de Liam na minha frente, gritando “Te achei!” e depois ele pulando em cima de mim e me fazendo rolar no chão até eu ficar em cima dele e no centro da mesa. Quando nós paramos de dar gargalhadas, ficou um silêncio mortal em toda a casa. Encaramos-nos por uns longos minutos e quando Liam pôs as mãos no meu rosto e me puxou para mais perto dele, eu podia ter certeza que eu ia surtar. E quando ele me beijou, aí eu tive certeza. Ficamos naquela mesma posição debaixo da mesa vários minutos. Até que ouvimos um vidro sendo quebrado.

- Isso tinha que acontecer agora? – Sussurrei, sentindo minha bochecha corar. Bom, eu não posso reclamar, já que tinha acontecido desta vez... Certo?

Saí debaixo da mesa e fui ver o que tinha acontecido. Quando cheguei à sala, ouvi um barulho atrás de mim.

- Droga! – Disse Liam. Vi que ele tinha derrubado alguma coisa na camisa verde do Ramones. Quando olhei de volta para a sala, tinha um homem se atrapalhando para atravessar a janela quebrada. Não. Pensei. Não de novo.

- Liam, - sussurrei – onde está a chave do carro da sua mãe?

- No cha... – Fiz um shhh para ele falar mais baixo – No chaveiro. – Ele pegou a chave e já ia direto para a sala de estar sair pela porta da frente quando eu puxei ele pela camisa do Ramones e fomos pela porta dos fundos.

Quando chegamos ao BMW X6 Tuning preto da Sra. Mursh, liguei o carro e o ouvi o fazer um barulho alto. Olhei para a casa. O homem que invadiu estava olhando para a janela. Não dava para ver o rosto dele. De novo. Estava acontecendo tudo de novo. Quem seria morta dessa vez? O pai de Liam? Ou talvez a mãe? Comecei a correr direto para a central.

- Liam, liga para sua mãe ou seu pai para eles não irem para casa. – Disse, sentindo um cheiro ruim.

- Ok... Ah, droga! – Me virei para Liam. Ele estava segurando o celular e batendo a cabeça em cima do porta-luvas. Vi que o celular dele estava molhado. E a camisa também.

- Porque sua camisa e o seu celular estão molhados? – Disse parando em um ponto de ônibus, onde tinham alguns orelhões.

- Eu... Sem querer derrubei suco de azeitona em cima de mim enquanto você estava indo para a sala. Maldita mania da minha mãe de deixar tudo aberto pela casa.

- Tira a camisa. – Disse batendo minha cabeça na buzina.

- Que?! – Gritou Liam com os olhos verdes esmeralda arregalados.

- Ah, vai logo seu marica! Eu não vou te molestar! – Na hora que Liam tirou a camisa verde e deu para mim, eu joguei ela para fora do carro.

- Ei! Minha camisa! – Disse ele saindo do carro.

- Liam, tem coisas mais importantes que sua camisa suja de suco de azeitona. Ainda mais, você tem umas 15 camisas de banda. Liga para sua mãe e fala para ela não ir para sua casa! – Um homem loiro-quase branco de rosto bruto com mais ou menos 30 anos se aproximou do carro enquanto eu tentava ligar para o FBI para falar com meu pai e o Sr. Mursh. Ele bateu no vidro fechado do carro da Sra. Jannel. Eu abri o vidro enquanto olhava para ele fixamente. Quando o vidro estava 100% abaixado, o homem de rosto bruto enfiou as duas mãos dentro do carro, colocando-as no meu pescoço, e o apertando. Eu estava ficando sem ar quando ele pegou uma das mãos para abrir a porta e me jogar no chão. Quando Liam correu para ver o que estava acontecendo, o homem deu um soco no rosto dele e ele caiu no chão.

- Agora passa tudo de valor! – Gritou o homem. Eu estava olhando uma para Liam quando o homem chutou minha barriga e depois a do Liam. – Anda! Passa o celular!

- Se você quer um celular molhado e com cheiro de azeitona, pode pegar o meu. – Debochou Liam, e eu vi que tinha um pequeno machucado que estava começando a sangrar em cima da sobrancelha. O homem me pegou pelo meus braços e me encostou no carro, que foi com tanta força que acabou trincando o vidro.

- Ei, garoto. Onde está o celular dela? Me fale! Ou a bonitinha vai ficar com o rosto cheio de sangue... E não vai ser só ela. – Liam levantou, e eu pude ver que ele pegou o celular dele e uma arma de choque no porta-luvas. Ele limpou o celular dele e o entregou a o homem. Ele guardou no bolso sem ao menos olhar. Burro. Olhei para ele e pisquei meus olhos longamente. Ele pegou a arma de choque e colocou no pescoço do homem e ele caiu.

- Pode me ajudar a levá-lo ao carro? – Disse Liam abrindo a porta de trás. Nós o levantamos e o colocamos no banco de trás. Liam foi ao Porta-Malas e pegou corda e fita adesiva. Ele me deu a fita adesiva e disse para colocar na boca dele, enquanto ele amarrava as mãos e os pés dele com a corda.

- Você por acaso já sequestrou alguém? – Ri. Voltamos á frente do carro e começamos a dirigir para a central.

Minutos mais tarde estávamos na central. Você ficaria surpreso quantas pessoas trabalham no FBI em tempo integral.

- Você ligou para sua mãe? – Perguntei a Liam, que ia correndo comigo em direção aos nossos pais.

- Sim, liguei. – Disse ele pegando minha mão me fazendo correr mais rápido. Quando chegamos perto do meu pai, ele olhou estranho para Liam e colocou as mãos na cintura:

- O que você está fazendo aqui?Com o... Liam. – Fiz uma careta. Balancei a cabeça para esquecer essa frase perturbadora. Porque meu pai diria nome de Liam com tanto... Ódio?

- Pai, eu tenho 50% de certeza que o Acid Guy estava na casa do Liam. Aconteceu a mesma coisa! Um apagão, o cara de preto olhando para mim enquanto fugíamos e...

- Não esquece que nas duas vezes nós estávamos... – Dei um tapa na cara de Liam e fiz uma cara de eu-vou-te-matar-se-você-tocar-nesse-assunto.

- Savannah, filha, posso falar com você um minuto? – Disse meu pai me puxando para perto do bebedouro. – Eu não quero que você ande mais com o Liam.

- Por quê?Você sempre o adorou! – Disse batendo meu pé no chão.

- Lembra quando o Will estava chorando na porta da nossa casa ontem? – Fiz que sim com a cabeça. – Ele... Sua mãe e ele... Estavam tendo um caso.

- Ok, mas o Liam não tem nada a ver com isso!

- Savannah, é para o seu bem.

- Como que isso vai fazer bem para mim? – Gritei. Podia sentir os olhos dos colegas do meu pai me fuzilando. – Como? – Podia sentir a raiva tomando conta de mim. Se eu não saísse, eu teria um ataque. Ao sair da central do FBI, agarrei Liam pela sua mão e o beijei. Novamente. No meio de todas as pessoas trabalhando, que olharam diretamente para meu pai.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Acid Guy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.