Acid Guy escrita por Sky Pizzo


Capítulo 1
1




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 Havia semanas que estavam falando sobre esse novo serial-killer na cidade. Orlando sempre foi uma cidade bem calma. Bom, para mim. Meu nome é Savannah. Tenho 16 anos. Meu pai, Ian, oficial do FBI de Orlando, fica 24h por dia estudando o caso desse novo assassino. Haviam dado um nome ridículo a ele. Acid Guy. O apelido veio dos colegas de trabalho do meu pai. O assassino, depois de matá-los violentamente, pegava ácido sulfúrico e jogava nas mãos, nos pés e no rosto da vítima para ela não ser reconhecida. Minha mãe ficava preocupadíssima. Meu pai já teve que operar uma de suas pernas por causa de um maníaco estuprador que queria pegar a minha mãe. Ele tinha uma arma. Eu tinha oito anos e estava assistindo o filme da Branca de Neve junto da minha irmã, Summer, atropelada e morta dois anos depois. Detalhe: Ela estava comigo. Minha família já tinha enfrentado muitas tragédias. E os meus pais não suportariam perder mais um filho. Por causa disso, depois da escola eu ia direto para o trabalho do meu pai, e lá, eu encontrava os filhos dos outros oficiais. Tinha um em especial que chamava minha atenção. Liam Mursh. Um garoto loiro bonito de olhos verdes esmeralda. Ele sempre me pegava olhando para ele. Ele era muito fofo, e sempre estava com sua jaqueta de couro preta. Quando eu tinha 14 anos, uns quatro mafiosos foram à central do FBI para vingar um de seus “sócios” que tinha sido morto pelo FBI. Liam agarrou minha cintura e me levou para o almoxarifado. Tivemos que ficar horas perto de um esfregão que tinha chicletes grudados nele, colados, nos olhando fixamente em um silêncio mortífero entre nós. Tudo que ouvimos eram tiros. Gritos dos outros filhos dos oficiais. Depois de um tiroteio interminável, ouvi meu pai me chamando. Pulei para fora do almoxarifado segurando a mão de Liam e corri para ver se estava tudo bem. Mas isso ter acontecido era o menor dos problemas.

Mais ou menos ás nove horas da noite, eu e Liam estávamos na minha casa estudando para um teste de geografia. Eu o pegava olhando para o decote do meu vestido toda a hora. E eu ria sem parar. No final do dia não conseguimos nem ler uma frase do livro. Mas tudo bem o teste era só daqui uma semana. Decidimos assistir o filme Zodíaco. E a energia acabou na metade do filme, mas eu pude ver pela janela que era só na minha casa que tinha acontecido isso.

- Eu acho que a energia acabou. – Disse Peter me abraçando.

- Jura? – O afastei de mim. Levantei do sofá e fui direto para o meu quarto, seguida por Liam. Peguei meu celular que estava no bolso da minha calça jeans e comecei a iluminar meu quarto, procurando pela minha lanterna. A achei dentro do meu guarda-roupa, misturada com minhas roupas. Acendi a lanterna estreando a falta de energia, peguei a mão do Liam e o fiz sentar na minha cama, e eu sentando junto com ele.

- O que você vai fazer? – Disse Liam chegando mais perto de mim – Contar uma história de terror? Chapeuzinho Vermelho estilo irmãos Grimm?

- Não. – Disse ele empurrando ele para trás e dando a lanterna para ele. – Você vai.

- Ok então – Liam revirou os olhos – Era uma vez... – Bati no braço dele – Tá certo me desculpe. Faz umas semanas que existe esse novo serial-killer na cidade, certo? – Concordei – A primeira vítima dele, Reynald Limmer...

- Como você sabe que esse era o nome da vítima? – Interrompi Liam.

- Fica mais interessante se inventarmos um nome, agora cala a boca – Disse Liam sorrindo e balançando a cabeça.

-... Reynald Limmer, um caixa de um supermercado perto daqui, estava saindo do seu trabalho quando levou uma bela de uma pancada na cabeça. Quando ele acordou com bandagens na boca, na mão e nos pés, e estava em um quarto. Mas não em seu quarto. O quarto tinha uma decoração de quarto bebê. Era um quarto de bebê. Reynald estava em um berço. Quando ele viu um homem...

- Como você tem certeza que era um homem e não uma mulher? – O interrompi.

- Quantos seriais-killers mulheres você já viu? – Disse ele pendendo a cabeça para o lado e fazendo cara de deboche.

- Bom, na verdade duas: Aileen Wuornos e Myra Hindley. – Sorri.

- Me deixa continuar a história? - Suspirei e fiz um gesto para ele continuar – Continuando, ele viu um homem abrindo a porta do quarto. Reynald começou a gritar, mas a bandagem o impediu. O homem colocou as mãos com luvas no interruptor. Ele chegou mais perto de Reynald e falou: “Hora de você morrer, companheiro.”.

- Como você sabe que ele disse isso? – o interrompi de novo.

- Quem que tá contando a história? – disse Liam parecendo estressado. Fiz um sinal para ele continuar.

-...  Na hora que o Acid Guy terminou de falar isso, tirou uma faca do bolso, chegou mais perto de Reynald, e o esfaqueou 28 vezes, a idade do simpático caixa de supermercado. Depois que espalhar todo o sangue da sua vítima no quarto, o Acid Guy pegou ácido sulfúrico e jogou por todo o rosto, mãos e pés do Sr. Limmer. E esse mesmo jeito de se matar as pessoas, ele matou mais oito vítimas. Cinco mulheres: Justine Hendrix, Pam Morgan, Catherine Argin, Jessica Zane e Amanda Levund. E três homens: Peter Ford, Corey McChanks e James Simpson. E aí... Ficou com medo? – Disse Liam, com um sorriso inocente no rosto.

- Nunca fiquei com tanto medo na minha vida. – Disse balançando a cabeça em negativo

- Público difícil – Disse Liam jogando o cabelo para o lado, o que ficava um pouco estranho, já que ele tinha topete. – Então – Disse Liam lambendo o lábio e chegando mais perto de mim – O que fazemos agora? – Depois daquele dia na central, Liam começou a ter uma queda por mim. E o meu precipício por ele só aumentava. Ele estava a mais ou menos meio centímetro da minha boca e eu podia sentir meu coração bater a mil por hora e senti as mãos de Liam se entrelaçando na minha cintura. Quando ele tinha roçado a boca na minha boca, nós ouvimos um barulho.

- Agora que eu vou ouvir isso? – Levantei da cama e fui fora do meu quarto. Na sala. Tinha um homem todo de preto, não mostrando o rosto, estava um breu na sala por causa do apagão. Calei a minha própria boca e fui de fininho para o meu quarto. – Liam – Sussurrei – a gente tem que sair daqui.

- Por quê? – Falou Liam umas 30 vezes mais alto que eu

- Fala baixo! – Sussurrei – Tem um homem de preto na sala, – Disse olhando para trás – vamos sair pela janela. – Coloquei a mão na trava da minha janela, e sem nenhum barulho a abri. Quando passei a primeira perna para sair, o homem de preto apareceu no meu quarto. Ele estava andando como aquela pessoa-lesma que você vê na rua, que não tem nenhuma preocupação. Eu já tinha descido e estava puxando Liam. Quando chegamos ao meu jardim, o homem de preto estava na janela. Eu não conseguia ver os olhos dele, mas eu podia sentir que ele estava olhando para mim.

- Sav, vamos para a central. – Disse Liam me puxando enquanto eu estava hipnotizada olhando para o homem. Ele me puxou para começarmos a correr para a central. Depois de mais ou menos dois minutos chegamos ao lugar de trabalho do meu pai, eu fui correndo até ele, gritando que um homem tinha invadido a casa enquanto eu e Liam estávamos estudando e Li fez a mesma coisa com o pai.

- Calma, Sav, calma, respira – Disse meu pai colocando a mão nos meus ombros. – Agora com calma, me diz tudo que aconteceu.

- Eu e o Liam tínhamos acabado de estudar e nós estávamos no meu quarto contando histórias, depois que a história acabou nós estávamos conversando e ouvi um barulho, eu fui ver o que era e tinha um homem vestido de preto! Eu não consegui ver o rosto dele porque estava muito escuro, depois ele veio andando até meu quarto e eu e o Liam saímos pela janela!

- Ele tinha alguma arma na mão, querida? – Disse meu pai colocando uma mecha de cabelo atrás na minha orelha.

- Não que eu tenho visto. – Disse olhando para o nada e balançando minha cabeça em sinal de negativo.

- E a mamãe, querida? – Perguntou meu pai tomando um gole do seu café

- A mamãe... – Eu disse levantando da cadeira – Papai, a mamãe! Ela deve estar voltando do hospital agora! – Disse pegando o telefone e ligando para minha mãe. Meu pai e a minha mãe se conheceram no hospital. Ela era enfermeira na época, e por um golpe de sorte, minha mãe pegou o caso do meu pai, que ficou se gabando toda a hora de ser do FBI, arriscar a vida para salvar pessoas e etc. Eu já estava ligando para o celular da minha mãe, mas ela não atendia. Finalmente alguém atendeu. Alguém.

- Mãe? – Falei com lágrimas nos meus olhos – Mãe... Me responda... Por favor... Mãe... Mãe! – Já estava chorando a essa altura, e tudo que eu ouvia do outro lado da linha era uma respiração pesada. Desliguei o telefone. Podia sentir os olhos de Liam e o pai dele, William.

- Will, – Disse meu pai colocando a mão sobre o ombro de William. Ele amava minha mãe. Ele iria desabar se perdesse mais um membro na família. – vamos até a minha casa. Liam, você pode ficar aqui com a minha filha?

- Claro Sr. Vingartte – Disse Liam vindo mais perto de mim. Os nossos pais já estavam no carro indo para minha casa quando eu senti o braço de Liam em volta de mim. Encostei minha cabeça no ombro de Liam e lacei meus braços pela cintura dele.

- Aí Sav, sua mãe tá bem, ok? – Disse ele fazendo carinho na minha cabeça.

- Assim espero – Disse eu quase deitando em seu peitoral. – Me leva para lá?

- Lá aonde? – Disse ele parando de fazer carinho em mim e se posicionando a minha frente. – Na sua casa? – Fiz um sinal de afirmativo com a cabeça – Savannah, você tá maluca? Eu não vou te levar para lá! – disse ele se levantando, porém ele continuava frente a frente comigo.

- Por quê?

-Porque pode ser traumático para você se sua mãe estiver realmente morta!

- Então prove que ela não está!

- Savannah, eu não vou te levar lá! Já não bastam seus avós, sua tia, seu tio, sua irmã, e você ainda quer ver mais tragédia acontecer?!

- Liam... Por favor – Disse colocando meus braços em volta do pescoço dele e o encarando com meus olhos azuis... Iguais os da minha mãe. Peter suspirou:

- Sav... E-eu não posso... – disse ele tirando meus braços e pegando na minha mão. Fiquei um pouco decepcionada. Não só porque ele não quis me levar para minha casa, mas porque passou dois anos e ele não conseguiu me beijar. Ia acontecer isso hoje, mas foi estragado por aquele cara de preto. Droga. Mas... Espera aí. A história de Liam. O cara de preto. Ele estava de luvas.

- Liam! A história! – Disse eu pulando com os olhos arregalados. Liam ficou com uma cara de: “Você por acaso enlouqueceu?”.

- A história...? A do Acid Guy? – Liam colocou a mão no meu ombro para eu parar de pular. – O que isso tem a ver?

- Li, é o seguinte: Lembra que você falou que o Acid Guy usava luvas e roupa preta? O homem também não usava máscara, usava? Olha Liam, parece conversa de louco, mas eu acho que ele é o...

- O Acid Guy? Savannah me desculpe, mas eu acho que isso não é muito provável. O cara é um serial-killer, ele não ia deixar a gente sair pela janela! Além do mais, como eu ia saber que ele usava isso?!Foi só uma dedução!

- O cara é lento, Liam! Ele não anda rápido, corre, sei lá!

- Savannah! Ele é um serial-killer! Você tá me ouvindo? Ele mata as pessoas com inúmeros golpes de faca! E depois joga ácido nelas! Ele é doente, Savannah! – Liam estava me dando um pouco de medo por causa do tom dele. Depois de uns segundos constrangedores de silêncio, meu pai chegou com água nos olhos.

- Savannah... – Disse ele entrando lentamente na delegacia – O... Acid Guy... Sua mãe... – Olhei para Liam com uma cara de: “Eu disse.”. E por ele não ter me escutado, minha mãe estava morta.

- Mas pai, porque você não vai me levar para casa? – Disse fazendo birra.

- Filha, lá está uma carnificina! – Disse meu pai jogando as mãos para o alto.

- Pai... Por favor... – Disse fazendo bico

- Ah, qual é! Você faz a mesma coisa com seu pai? – Disse Liam impaciente

- Cala a boca, Garibaldo. – Eu acho que me esqueci de mencionar que esse era o apelido dele. O Liam sempre foi muito alto para a idade dele. Quando nós tínhamos catorze, era bem fácil de confundir ele com um universitário. E agora com 16... Uau. Uma vez na escola uma menina o confundiu com um professor. Mas não era somente a altura dele. O rosto dele parecia de homem, mas o jeito de agir era de um moleque de cinco anos.

- Ah, ok – Suspirou meu pai – Vocês querem ver? Ok, vocês vão ver! – Disse ele pegando nos nossos ombros e nos colocando na viatura da polícia. Enquanto íamos para casa, um monte de pessoas bêbadas e drogadas da nossa escola passou na frente do carro e falaram coisas tipo: “Ih, olha lá, a Sav e o Li se ferraram!” e “Não seu idiota, o que tá dirigindo é o pai da Sav, e eles nem estão com algemas!”. Sinceramente eu gostei mais da segunda frase.

Chegamos em casa e o pai do Liam estava na frente da casa, sentado à frente da porta com a mão esquerda no rosto. Quando saímos do carro,         Will se levantou, eu pude ver que ele estava chorando também.

- Oi pai. – Disse Liam pegando na minha mão e eu pude ver meu pai olhando para nossa mão. Ele fez uma careta, mas depois ele se tocou que existem coisas mais importantes do que fazer uma cara feia cada vez que alguém toca em mim. Como ver minha mãe banhada em sangue e com o rosto, mão e pés queimados em ácido sulfúrico.

Quando abrimos a porta, meu pai ficou parado de novo com a cara de: “Eu não quero ver isso de novo”. Senti um cheiro forte e meus olhos começaram a arder. Alguma coisa grudenta ficou presa no meu sapato. Quando vi, era uma mancha vermelha e parecia sangue. Mamãe. Comecei a procurar minha mãe pela casa inteira. Cozinha, quarto de hóspedes, banheiro, até que chegamos à sala de jantar e vi que o teto em cima da gigante mesa que cabe oito pessoas estava começando a ficar com uma coloração vermelha.

- Pai? – Gritei olhando fixamente para o teto.

- Eu? – Disse ele com a voz abafada, já que estava longe.

- Vocês acharam o... – Senti um nó na minha garganta – O cadáver da mamãe?

- Sim... Nós achamos o... Corpo da mamãe. – Quando ele pronunciou a palavra “corpo” a voz dele falhou. O teto em cima da mesa estava começando a rachar. Puxei Liam mais para trás quando o teto se rachou completamente, deixando o corpo da minha mãe cair sobre a mesa de jantar. Era horrível ver aquilo. Era horrível pensar que um ser humano teria coragem de fazer aquilo. Meus olhos estavam ardendo e eu sentia que ia desabar em lágrimas a qualquer segundo. Mamãe ainda estava com a roupa do Florida Hospital, o cabelo dela estava bagunçado e alguns fios queimados pelo ácido sulfúrico, assim como todo o rosto, pés e mãos. Esse assassino filho da mãe já estava me enchendo o saco.


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