Donzela E Guerreira escrita por Scarllett Dark


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

De volta à época do início da saga clássica das doze casas...



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De volta à época atual... 

A atmosfera de todo o santuário se encontrava um tanto tensa há várias semanas, embora muitos dos que lá viviam e treinavam dentre os guerreiros de patente mais baixa, ainda não soubessem o que exatamente poderia estar acontecendo...

Todavia, a despeito de certo clima de tensão que podia ser facilmente percebido por todos, Omena seguia arduamente com seu treinamento cotidiano ao lado de seu dedicado mestre... E entre suas idas e vindas constantes da casa de escorpião, sem ser notada por quase ninguém, já que utilizava o caminho secreto...

Em uma destas ocasiões, retornando à área restrita das amazonas, Omena ainda se encontrava longe do templo feminino de Athena quando se deteve ao ver que duas mulheres guerreiras se enfrentavam ferozmente no campo que lhes era destinado aos treinos...

Aquela não parecia ser uma luta comum de treinamento, pois algumas outras mulheres-cavaleiro acompanhavam em volta, rindo e parecendo se divertir ao torcerem para apenas uma delas...

A menina ficou a observar de certa distância, um tanto receosa e empática com aquela que parecia não receber apoio de ninguém que assistia, enquanto esta falhava em acorrentar a outra que lhe revidava com rápidas e profundas unhadas, desferidas com vontade e que possuíam uma certa carga de cosmo... Enquanto atacava ela gritava, e suas unhas pareciam enormes garras afiadas...

Aquela era Shina de Cobra, que atacava Eríthia de Cassiopéia após esta tê-la desafiado ao sentir-se ofendida quando a outra havia zombado do fato de a amazona advinda da Ilha de Andrômeda não ser oficialmente inclusa nas tropas a serviço do Grande Mestre por não possuir a armadura de sua constelação... O sangue de Erithia fervia de ira quando alguém lhe lembrava tal questão... Porém havia agora se ajoelhado ao chão forçadamente após Shina lhe ter desferido sua técnica: "Garras de Trovão".

- Você deve ser muito ingênua por ter me desafiado... Uma pária estrangeira, que usa uma armadura improvisada, e sem poder de defesa algum para minha técnica...

- Ora, cale a sua boca! Deixe de ser impertinente! Quem você pensa que é? Não pretendi lhe atacar com todas as minhas forças porque nos tempos antigos mulheres guerreiras costumavam se ajudar umas às outras, se unir entre si... Já que entre os homens todas sempre fomos consideradas párias... E até hoje ainda somos obrigadas a ocultar nossa feminilidade e esconder nossos rostos diante dos homens para lutar... Como se ser ao mesmo tempo mulher e guerreira fosse algo ofensivo!

Omena já ia se aproximar e intervir a favor de sua querida amiga, que estava de joelhos...

Ela vestia uma armadura de couro rígido trabalhado, juntamente com a máscara e a corrente ainda trazidas de sua ilha natal - estas últimas sendo os únicos acessórios de prata que de fato ela possuía...

Omena estava preocupada, quando viu Erithia ficar de pé rapidamente... Enquanto ainda falava, e aproveitava um momento distração de Shina para finalmente tentar enrolar-lhe a corrente em volta do pescoço... Porém a mulher-cavaleiro de cobra reagiu se defendendo de súbito, e o longo objeto prateado acabou envolvendo seu pulso, enquanto ela ria de deboche sob a máscara...

Após escutarem as palavras ditas anteriormente por Eríthia, as outras guerreiras aprendizes que apenas assistiam haviam parado de rir e permaneciam apenas observando em silêncio... Enquanto a amazona de Cassiopéia queimava o cosmo e prosseguia, voltando-se diretamente à Shina:

- ...Mas acho que você dever estar mesmo certa ao me chamar de ingênua... Pois de fato é o que sou ao pensar que as mulheres-cavaleiro de hoje poderiam se igualar de fato às valorosas amazonas de outrora!

Ao dizer tais frases com firmeza e convicção, e durante todo seu discurso, Erithia de Cassiopéia não sabia que Omena estava ali... Pois concentrada em sua oponente e em seu sentimento de indignação, era como se não visse mais ninguém à sua volta...

Todavia naquele momento a admiração de uma certa pequena guerreira pela amazona renegada crescia e queimava tanto quanto a cosmo-energia da mesma... Erithia então logo enviou tal energia rapidamente pelos elos da corrente, indo de seu braço ao de Shina e eletrocutando a mesma com uma forte descarga em segundos...

A mulher-cavaleiro de cobra caiu ao chão surpreendida pela força do golpe da amazona de Cassiopéia.... Definitivamente não parecia o mesmo poder limitado de minutos antes, pertencente a uma mulher acuada pelas outras e chamada de pária unicamente por não possuir uma armadura de prata...

...E por isso não ser inclusa nas missões externas para as quais tantos outros guerreiros prateados já haviam sido convocados nos últimos dias, embora nunca mais regressassem... Erithia então olhava Shina levantar-se enquanto sorria sob a máscara dizendo com certa ironia:

- Então minha cara... O que mais vale? Uma armadura e a patente de uma mulher-cavaleiro, ou o cosmo e a força de vontade de uma amazona?(...)

- Deu muita sorte porque ainda hoje partirei para uma missão no oriente e não desejo gastar mais nem meu tempo e nem meu cosmo com você... Porque eu sim sou uma mulher-cavaleiro reconhecida no santuário, e tenho afazeres e missões para realizar!

Após a visível tentativa de sarcásmo, a qual Erithia não respondeu, Shina e as outras mulheres presentes se retiraram sem mais nada dizer... A amazona renegada permaneceu de pé bravamente em posição de luta, com sua corrente em mãos e sendo impossível definir sua expressão sob a máscara...

Omena havia se colocado às costas da guerreira amiga, ainda de certa distancia que lhe permitia não ser vista, até que todas as outras mulheres já se encontrassem longe... Quando viu que elas haviam de fato sumido, ali mesmo a amazona de Cassiopéia deixou-se cair e sentou abraçando os joelhos...

Em instantes, quando pensava estar completamente sozinha Erithia retirou a máscara prateada e ficou alguns instantes a contemplá-la em silêncio... Levando uma das mãos até a própria face enquanto repousava a máscara ao chão com a outra... Neste instante Omena chegou por trás dela de mansinho e a abraçou pelo pescoço entusiasmada, dizendo alegremente e com doçura:

- Você foi incrível , Eríthia!

A jovem mulher se assustou um pouco, porém não reagiu agressivamente ao ser surpreendida, porque logo reconheceu os pequenos braços e a agradável voz infantil que a afagavam... No entanto o entusiasmo da menina logo findou, quando ela percebeu que a amiga mais velha possuía lágrimas na bela face...

Então ela correu para diante de Erithia confirmando que os olhos cor de mel realmente estavam banhados pelas gotículas transparentes...Antes que algo mais fosse dito por ambas a pequena aprendiz sentiu vontade de abraçá-la, e assim o fez calorosamente... Ficou entre suas pernas, enquanto a abraçava com força...

A amazona de Cassiopéia chorou ainda mais, pois não queria de fato que ninguém a visse naquele estado de fragilidade... Contudo entregou-se ao caloroso abraço daquela criança, correspondendo-o de modo especial... E agradeceu mentalmente aos deuses por aquela pequena grega estar ali, presente em sua vida...


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Notas finais do capítulo

O fato narrado neste capítulo ocorre na manhã do dia em que Shina é mandada em missão para o oriente atrás da cabeça de Seiya e dos demais bronze boys :) ...



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