Amor Nas Entrelinhas escrita por Miss Nowhere, Alice Collyns


Capítulo 6
Entre Música e Livros, a Amizade.


Notas iniciais do capítulo

Vocês são INCRÍVEIS. Eu amei cada um dos reviews. Obrigada povo. Esse capítulo eu dedico a Duda(not me) minha melhor amiga, que leu e gostou.
PS: Nesse cap rola um coisa entre os dois, mas... Ah tá parei, não vou falar mais nada.



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POV Pietro.

–Como?

Pedro não existe? Naquele momento eu pensei que ela fosse fazer um discurso de que "Pedro é tão perfeito que parece que não existe." Mas o que eu ouvi foi bem diferente.

–Por favor não me interrompe. Vou te contar, eu preciso, não posso ser sua amiga com essa... Essa coisa entre nós.

Eu fiz cara de confuso mas não interrompi.

Num segundo Alice me fitava meio chorosa, no outro falava sem parar. Quando ela terminou eu demorei um tempo pra ingerir a informação. Pedro não existe. Literalmente. Alice inventou ele. Eu deveria ficar puto da cara, mas não, eu só sorri. Agora nós dois estávamos solteiros. No segundo seguinte já estava normal, lembrei que nada Alice poderia querer com um cara como eu, ela é tão bonita, deve ter um monte atrás dela, ela certamente não ia dar atenção ao menino da camiseta xadrez.

–Alice... Tudo bom. Você tinha acabado de terminar um namoro, e me viu com a Maiara, sei que deve ter sido meio difícil. Acho que você simplesmente lembrou dos bons momentos com o seu ex e ficou meio exasperada.

–Então... Você tá me perdoando por ter te mentido?

–To sim. Considere-se perdoada. Tão perdoada que ganha o direito de ser abraçada.

Aquilo saiu da minha boca sem que eu percebesse. Corei no mesmo instante, mas Alice se aproximou de mim, e como uma criança faria depois de fazer as pazes com a mãe faria ela se enroscou em mim e sussurou um "obrigada".

Alice era com certeza uma menina de se valorizar. Se ela ficou daquele jeito por ter mentido pra mim, deve considerar isso péssimo mesmo. Lembro-me das quantas vezes Maiara mentou pra mim em 4 meses. Foram muitas, não sei nem se consigo conta-las. Iam de inocentes a perversas e bem boladas. Teve a vez em que ela me disse que ia pra academia. Um tempo depois resolvi pegar o carro e ir busca-la. Quando cheguei no lugar, nada de Maiara nas proximidades. Fiquei esperando numa lanchonete na frente da academia (que ironia não?) e vi quando ela voltou, sem nem ao menos estar de roupa de ginástica, do lado de um menino bombado e com cara de idiota. Claro, ela inventou qualquer coisa, que tinha ido ver com o amigo(Lucas) se ele não tinha deixado a torneira aberta, e quando eu disse que não acreditei ela começou a chorar no meio da rua, dando a impressão pra quem passava que eu tinha acabado de espanca-la. Deixei por isso mesmo, até porque, se eu terminasse com ela o período em que passei noites em claro pensando em Alice voltaria. Alice... Ah Alice...

–Você poderia me levar pra casa?

A voz doce e fininha me despertou dos pensamentos.

–Claro. Já está tarde né?

–Sim.

Então ela sorriu. Um sorriso tão perfeito.

–Acorda Pedro, se contenta com a amizade da menina que já at de bom tamanho.

–Cala boca Pietro.

==========

No carro Alice escolheu um dos meus cds e botou pra tocar.

Quando Taylor Momsen começou a cantar "You" Alice suspirou.

–O que foi?

–Sempre quis aprender a tocar violão.

–Sério?

–Ahan.

–Eu sei. Poderia te dar umas aulas!

–Jura? Não ta zoando comigo? Você realizaria meu sonho?

–Claro! Não é muito difícil, e ficar na sua companhia é sempre bom.

–Aaah Pietro, você é o melhor amigo do mundo!

–Viu? Entrou pra frindzone. Agora já era.

–Shh vozinha, sh.

Alice me abraçou por cima do console do carro e sorriu de novo.

–Quer entrar Pietro?

–Hm... Tem ainda bolo?

–Não. Você só vai se tiver bolo?

–Só- Brinquei.

–Poxa...- Alice fez biquinho.

–Ah, com esse biquinho eu vou até o fim do mundo. Vamos.

Subimos até o 12(de elevador é claro) e em nenhum momento Alice parou de sorrir. Isso me deixou extremamente feliz, e sorrindo também.

Quando Alice entrou em casa me puxando pela mão dona Marieta me cumprimentou e olhou de forma expressiva pra filha. Alice piscou pra mãe ainda sorrindo e me arrastou pro 2ª andar do apartamento.

–Não repara na bagunça.

Ela parou na frente de uma porta branca no fundo mas cheia de letras pretas em EVA coladas. Sorri ainda mais, isso só comprovava o gosto dela por leitura.

–Juro que não reparo.

Na verdade, nem tinha muita coisa pra reparar, a bagunça era miníma. Uma xícara ali e um casaco no chão ali, e era isso.

O papel de parede era incrível. Branco com citações de livros, músicas e filmes por todo lado. Me perguntei se ela tinha escolhido todas elas. De repente e dei por conta que algumas tinham um lugar específico e programado. Em cima do relógio de parede tinha a seguinte: Alice: Quanto tempo dura o eterno? Coelho: As vezes, apenas um segundo.

Não conseguia conter meu sorriso.

Perto da escrivaninha a fala de Dumbledore: Palavras são, na minha nada humilde opinião, a nossa inesgotável fonte de magia, capas de formar grande sofrimento, mas também de remedia-los.

Nos interruptores as palavras Lumus e Nox se destacavam.

Os livros estavam por toda parte, nas estantes, na escrivaninha, no roupeiro, nas prateleiras, na cabeceira e até mesmo nas postas.

Eu devia estar parecendo extremamente idiota com a boca aberta e lendo o quarto de Alice, porque ela ria baixinho.

–Gostou?

–É incrível. É o quarto mais incrível que eu já vi.

–Não exagera. Eu gosto muito dele sabe. Se pudesse nunca sairia.

– Ué, se fosse meu eu também não saberia.

Passei o dedo numa prateleira de livros e puxei com cuidado um exemplar de Fronteiras do Universo.

–Gosta?

–Li quando era menor, mas não lembro mais.

–Quer emprestado?

–Sério?

–Sério. Aulas de violão por livros.

–Parece uma boa pra mim.

–Ótimo.

–Alice, seu quarto é estonteante, mas, o que a gente veio fazer aqui? A sua mãe pode entender as coisas errado.

–Ah, ela não vai entender nada errado, te juro. Eu te levei aqui porque achei que você fosse gostar.

–Acertou.

–É. Mas não é só por isso.

Alice me pegou pela mão de novo e saímos do quarto. Ela parou na frente de outra porta e com muito cuidado abriu.

Foi aí que pela segunda vez eu fiquei de boca aberta.

Era uma sala de paredes brancas abarrotada de CD's e DVD's.

–O que é isso Alice?

–É a " CDteca" da minha família. Acontece que eu tava olhando seus CD's no carro e achei que pudesse ter alguns pelos quais você se interessasse aqui.

–Claro. Posso levar qualquer um, ou tem restrições?

–Qualquer um, menos Queen.

–Okay.

Eu parecia criança em loja de brinquedos. Andava pela sala com os olhos saltados e um sorriso bobo na cara. No final acabei levando 4( AC-DC, Nirvana, Legião Urbana e Green Day).

========

–Bom Alice. Isso foi muito divertido. Sério. Obrigada pelos CD's.

–De nada, toda vez que quiser, só vir aqui.

–Perfeito. Assim te visito, pego CD's e vejo seu quarto de novo.

–Isso-ela riu- Na próxima eu aproveito e te mostro o resto da casa.

–Se for do mesmo jeito das partes que conheci eu gostaria de morar aqui.

Então aconteceu. Alice se botou na pontinha dos pés pra me dar um beijo de tchau na bochecha e eu virei a cara sem querer e acabamos num selinho de canto de boca.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Deixem reviews com suas opiniões. Até a próxima.



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