Depois, Olivia não conseguiu conter Cragen, de correr até o quarto, quase arrebentando a porta.

Elliot, ao ver o homem ofegante, ali, levantou-se e ficou na frente de Eli, segurando a mão do filho.

- Daddy, I'm scared... - sussurrou o menino, arquejante. Elliot assentiu, e apertou ainda mais, a mão do menino.

- Elliot, imagino que não lembre de mim, também. - suspirou Cragen. Elliot olhou para Olivia na porta, que negou com a cabeça, e Elliot sentou ao lado do menino, novamente.

- Não. Eu não me lembro. - admitiu. Cragen riu, irônico, e disse, sem nenhuma delicadeza:

- Eu sou seu capitão, de mais de dez anos, e, acho que você não está tão incapacitado assim, a ponto de não lembrar nem de seu próprio filho. - e depois saiu.

Elliot se manteve quieto, olhando para a parede, fixamente. Olivia olhou para ele, com certa pena, e voltou para falar com Eli.

- Eli, eu posso falar com seu pai, por um instante? - pediu ela.

- He'll come back? - perguntou o pequeno, sorrindo. Olivia sorriu de volta, e respondeu:

- Yup.

O menino assentiu, e Olivia o puxou, pelo braço, para fora do quarto, onde Cragen esperava.

- Capitão... - começou ela.

- Olivia, eu não quero saber. Como ele pode ser tão insensível, para não lembrar do filho?! - perguntou ele, gaguejando. Elliot corou.

- Ele perdeu a memória, dos últimos treze anos, capitão, ele não têm como lembrar! - suspirou ela. - Ele não se lembrou nem de mim.

Elliot sorriu, e colocou as mãos no rosto dela, impedindo-a de olhar, para qualquer outro lugar.

- Seu nome... Seu nome é... Olivia, e... - começou ele. Cragen sorriu, e Olivia se manteve sem reação. - Olivia Benson, e você foi minha parceira, por doze anos... Até o tiroteio...

Ele retirou as mãos do rosto dela, com medo, de continuar. Algo, dentro dele, disse que, se ele continuasse falando, iria falar algo que não deveria.

Um sentimento oculto, talvez.

- Como você lembrou de tudo isso?! - perguntou Cragen, Elliot negou com a cabeça.

- Não sei... Eu só... Lembrei. - gaguejou ele. Olivia passou as mãos pelo pescoço.

Elliot apenas observou os movimentos dela.

- Eu... Preciso voltar pro quarto. Não estou me sentindo bem... Olivia, você pode avisar ao Eli, que, amanhã eu volto? - perguntou ele. Olivia assentiu, e seguiu para o quarto do menino.

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- Ei, menino. - sussurrou ela, entrando no quarto.

- Where's daddy? - perguntou o menino, com o olhar perdido.

- Ele estava muito cansado, e estava com machucados... Ele precisava dormir. - suspirou ela, sorrindo, passando as mãos pelo rosto delicado, do menino.

Eli pediu para que, ela ficasse com ele, até ele adormecer, o que demorou um pouco.

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Elliot se encontrava sozinho, no quarto. Cragen disse que, se Olivia ficasse, ele entenderia.

Ele não pensava em mais nada, a não ser, no pensamento, que o impediu de continuar falando. Sua voz falhou, e o coração acelerou, quando ele tocou o rosto dela.

- Tão... Tão macio, tão... - sussurrou ele, fechando os olhos com força.

Ele não pensava mais, não conseguia mais raciocinar, e, quando ela entrou no quarto, para desejar-lhe boa noite, uma pergunta, inapropriada, escapou de seus lábios:

- Nós já namoramos?