O menino mantinha os bracinhos levantados, esperando o abraço do pai, que não se mexia.

– Elliot, é seu filho.– sussurrou ela, no ouvido dele. Elliot deixou uma lágrima cair, e respondeu, noutro sussurro:

– Mas eu não me lembro. Sorry... – e Olivia teve uma idéia.

Começou a se aproximar do menino, notando que ele abaixava os braços, conforme ela se aproximava.

– Oi, pequeno. - sussurrou ela, agachando ao lado da cama. Eli olhou para ela, interessado. - Podemos conversar?

Ele olhou dentro dos olhos dela, e assentiu com a cabeça.

– Pode falar alguma coisa pro seu pai? - pediu ela. O menino sorriu, com os olhos, e começou:

– Por que você não vem aqui, papai? Você me odeia?

E, depois disso, Olivia sentiu os olhos incharem, e lágrimas surgindo.

– Ele não te odeia, Eli... - sussurrou ela. O menino olhou para ela, com lágrimas descendo incontrolavelmente dos olhos.

– Odeia sim! Por que ele não vem?! - gritou o pequeno batendo nas colchas e cobertores, que estavam ali, mantendo-no aquecido. Elliot fungou, mas não disse nada.

– Ele... Ele não se lembra de nada, Eli. - suspirou ela. O menino olhou para ela, segurando o choro. - Lembra-se que... Vocês sofreram aquele acidente?

– Lembro... - sussurrou o menino, com as mãos nos olhos, secando-nos.

– Então... Seu pai bateu a cabeça, muito forte, e não consegue se lembrar de nada, desde o início de 1998. - suspirou ela, lembrando-se de que eles dois apenas se conheceram em 1999.

– Ele não lemba mais de mim? - perguntou o pequeno, assustado.

– Bem, ele lembrou um pouco de mim, mas só depois de bastante conversa, querido. - sussurrou ela, olhando para ele. Depois, ela estendeu a mão para Elliot, chamando-no. Ele foi, e pegou na mão dela. - Vou deixar vocês dois conversarem...

E dito isso, ela levantou, indo para o corredor, deixando os dois ali, juntos, conversando.

No corredor, ela pegou o celular, e ligou para Cragen, o que ela não deveria fazer, mas não tinha outra escolha.

– Liv, aonde você está? – perguntou ele, estressado. Olivia bufou.

– Venha até o Mercy, capitão. - e desligou.

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Depois de algum tempo, Olivia estava conversando com doutor Carl, sobre o estado de Elliot, e viu Cragen correndo pela porta, perguntando por ela, para a recepcionista.

– Capitão! - chamou ela, num grito. Cragen correu até ela, colocando as mãos no rosto dela, procurando por qualquer tipo de machucado, ou algo do tipo. Carl se afastou, deixando os dois sozinhos.

– Você se machucou? - perguntou ele, colocando as mãos nos ombros dela. Ela sorriu, e respondeu:

– Não, capitão... Não me machuquei. - suspirou ela, sorrindo. - Mas...

– Mas?

– Elliot está aqui. - suspirou ela, sorrindo timidamente.

– Há quanto tempo ele voltou?

– Ele sofreu um acidente, e não se lembra de nada. - disse ela, respirando pesadamente. Cragen arqueou as sobrancelhas.

– Nada, tipo, nada mesmo? - perguntou ele. Olivia negou, e completou:

– Nada, nada mesmo. Capitão, ele não se lembrou nem de mim.

E foi o fim. Cragen olhou para uma parede, e se manteve preso ali, por um bom tempo.