Dois Irmãos: Conflitos, Amores E Grandes Momentos escrita por ga bi


Capítulo 7
Capítulo 7




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O tempo se passou. Já era dia 30 de janeiro. Eles iriam para o quarto ano. Porém não na Escola Mundial. Só para a Marcelina. Paulo foi para o colégio interno. Que ficava há uma hora de sua casa. Paulo estava nervoso e ansioso em relação a essa tal de escola militar. “O pior é que diz que nem da pra tocar o terror por lá.” Pensou o garoto.

Narr Paulo

Não foi tão ruim o internato. Até que fiz alguns amigos por lá. Odeio ter que admitir, pois sou muito orgulhoso, mas no internato descobri que realmente precisamos de regras e elas nos ajudam a viver bem em comunidade. No início foi terrível. Comecei a ficar mais revoltado achando que meus pais me colocaram lá porque não gostavam de mim, mas eles queriam me dar uma lição. Lá aprendi até a estudar kkk. As vezes eu ficava com saudades de casa... era ruim ficar lá sozinho e ter que estudar muitas vezes. Muitas vezes não consegui dormir. Mas isso era só no início até me acostumar. Ah ,as depois que me acostumei... acho que comecei a gostar mais do internato que de minha casa. Lá também era legal, a gente jogava tênis, futebol, fiz alguns amigos. Tinha hora pra diversão também. Podiamos ir pra casa nos finais de semana, mas eu preferia ir só nas férias, pois confesso que ainda estava um pouco magoado com minha família. Mas então... nas férias de julho, fui pra casa depois de seis meses sem ver minha família. Minha mãe foi me buscar e quando me viu me abraçou emocionada.

–-- Que bom te ver de novo, meu filho!

Eu: Estava com saudades, mãe!

Narrador Paulo

Eu estava bem mudado depois desse tempo fora. O antigo Paulo Guerra, talvez não diria que estava com saudades da mãe. Minha mãe gostou de ouvir isso. Nós chegamos em casa. Marcelina me viu surpresa e exclamou:

–-- Paulo!

Marcelina se levantou feliz ao me ver e veio me abraçar. Eu não sabia como reagia, pois eu era muito orgulhoso e não queria admitir que estava mais mudado, e bem que quis recusar o abraço da minha irmã por causa do orgulho. Mas minha irmã já o estava abraçando e eu não pude recusar o abraço, aprendi no internato a não demonstrar frieza. Eu retribui o abraço sem escolha, mas pra não mostrar que eu estava mole de mais, me afastei do abraço 2 segundos depois.

–-- Chega Marcelina, já ta bom mana.

Fui ver meu pai. Chegou a hora. O reencontro entre meu pai e eu. A gente nunca se deu muito bem e chegou a hora de reencontrá-lo depois de muito tempo.

–-- Oi.. pai!

Ele me abraçou e disse em tom de brincadeira:

–-- Eu estava com saudades, por incrível que pareça, meu filho. Você cresceu. Está ficando o belo garoto.

Eu sorri. Meu pai era sério. Ele dizia com a voz firme, mas demonstrando carinho. Eu cheguei em casa meio tímido, confesso. E esse tempo que fiquei longe percebi que gosto da minha família. Só que não gosto muito de admitir. Por exemplo, eu percebi que gosto da Marcelina, mas mal tive coragem de abraçá-la. Com meu pai foi a mesma coisa. Depois de tanto tempo sendo traquina e mau, é difícil mostrar que mudei. Sim, é o orgulho. Não gosto de ser orgulhoso, mas sou.

Fui reencontrar o pessoal da patrulha salvadora. Eles me acharam quieto de mais, foi muito ruim ouvir os comentários deles sobre mim, falando que eu estou diferente e todos aqueles bla bla bla. Depois de reencontrar meus amigos, voltei pra casa com a Marcelina e ela ficava puxando assunto comigo.

Marcelina: Como é estudar em um colégio interno, Paulo?

Eu: É legal. Tem até sala de jogos. E a gente aprende várias coisas lá.

Marcelina: Você ficou com saudades de mim?

Não gostei da pergunta. Eu não queria admitir. Respondi meio gaguejando:

–-- Ah ... eu... sei lá... talvez.... senti falta de te irritar.

Marcelina: Eu estou tão feliz de você ter voltado bonzinho Paulo!

Eu: Ah Marcelina, chega de falar bobagem. Eu nunca fui bonzinho.

Marcelina: Admite que você mudou só um pouquinho, vai... e que você gosta de mim e até do papai. Você me abraçou hoje, Paulo. Você nunca tinha me abraçado na vida!

Paulo: Para Marcelinaaa...por favor, não causa conflitos emocionais na minha cabeça.

Marcelina: Você aprendeu a gostar de mim e tem dificuldade de admitir por causa de antigamente quando você era mau. Olha nos meus olhos e diz que me odeia igual antigamente.

Até que tentei, mas no internato percebi que não era verdade. Eu não odiava nem meu pai nem a Marcelina. Olhei nos olhos dela e tentei dizer que eu a odiava, mas...

–-- Marcelina, eu já mandei parar! Eu te amo maninha, pronto! Tá feliz? Eu não te odeio, não mais!

Ela sorriu feliz. Eu estava muito tímido e com vergonha de ter passado por cima do meu orgulho. Eu nunca disse eu te amo a ninguém. Só pra minha mãe. A Marcelina me abraçou.

–-- Para Marcelina, eu to com vergonha!!

Eu saí correndo, não consegui continuar ali. A Marcelina estava morrendo de rir de mim pois eu voltei muito tímido desse internato.


Três anos depois


Fiquei três anos no internato. Fiquei lá o 4º, 5º e 6º ano. Voltei pra casa no 7º ano. nesses anos fora, quando eu vinha pra casa, eu levava uns papos com meu pai, minha mãe e com a Marcelina. Mas eu preferia não render muito, pois ainda tinha aquela coisa de ter dificuldades de demonstrar que realmente gosto deles. Dificuldades de demonstrar o que sinto, exatamente isso que me definia nesses anos todos.

Agora que estou de volta, o 7º ano me aguarda na Escola Mundial.

Eu estava me arrumando pro primeiro dia no 7º ano, quando chega minha irmã no meu quarto.

–-- Paulinho, Você já beijou?

Eu: que pergunta é essa? Você acha que dava pra fezer isso na escola militar? Até que as vezes dava vontade, mas tinha câmera em todo lugar, menos no banheiro.

Marcelina: Eu também sou bv, Paulo.

Eu: Quando você perder, você vai me contar?

Marcelina: E você, vai me contar?

Eu ri, mas não respondi. Ela fez o mesmo e saiu.

Narr. Marcelina

Eu estava feliz porque o Paulo voltou bem melhor do colégio interno e isso me deixa muito feliz, eu sempre quis que ele me aceitasse como irmã. Mas o Paulo voltou de lá muito fechado, ele não gosta de se abrir com ninguém. Acho que ele tem vergonha de expressar seus sentimentos. Deve ser por isso que quando a gente já criou afinidade em alguma conversa nossa, ele cai fora. Como aquela vez que ele morreu de vergonha ao dizer que não me odeia mais. Êita irmãozinho genuíno, hein? Acho que o que não mudou foi a personalidade forte dele.

A gente retornou à escola e o Paulo se tornou melhor amigo do Jaime. Puxa, eu sempre tive uma quedinha pelo Jaime, mas ele nunca me deu bola. Será que o Paulo me ajudaria com o Jaime? O Jaime não pensa muito de ficar, namorar, essas coisas. Quem eu percebo que pensa nisso é o Jorge. Ele fica me olhando de um jeito que eu não gosto muito, não sinto nem um pouco a vontade. A Alícia diz que ele gosta de mim. O Jorge mudou um pouco desde o terceiro ano, mas ainda acho ele um pouquinho metido. Eu queria ficar com o Jaime. Mas quem quer ficar comigo é o Jorge. E a Alícia...de quem será que ela gosta? Ela é minha melhor amiga, mas nunca me conta.

–-- Ah, por favor, Alícia, me conta... – insisti.

Alícia: Não insiste, Marce. Eu não posso te contar?

Eu: Por que não?

Alícia: Porque não Marcelina Guerra, sua teimosa, eu não vou te contar.

Narr Alícia

Eu não podia contar pra Marcelina, mas o Paulo mudou muito desde o terceiro ano e eu fiquei caidinha por ele. A Marcelina é irmã dele e acho que ela teria uma super crise de ciúmes se eu contasse. Mas por outro lado ela podia me ajudar...O Paulo não gosta de nenhuma menina, mas eu gosto muito dele e ele está até gente boa. Mas ele é estranho. Não gosta de demonstrar que gosta das pessoas. Quando ele já está conversando de mais com alguém, ele costuma se afastar. Ele já era lindo no terceiro ano. Ele voltou muito mais lindo. Será que ele me acha pelo menos bonitinha? Ou será que ele me acha moleca de mais? Mas a gente tem tudo pra dar certo. Eu gosto de rock igual ele, gosto de esportes, filmes de terror... posso parecer determinada, mas não tenho coragem de assumir pra ele o que sinto.

Narr Paulo

Como é bom voltar à escola Mundial e rever o pessoal. Tá todo mundo tão diferente depois de três anos... até a Maria Joaquina ficou legal, o Jorge melhorou na metidesa... e as meninas estavam todas lindas. Até a Alícia,... mas e o Jorge estava olhando esquisito pra Marcelina. Será que ele está afim da minha irmã? Se estiver ele vai se ver comigo! O único menino que eu deixaria a Marcelina namorar em paz é o Jaime, porque ele é meu melhor amigo, mas mesmo assim não gosto da idéia.

Os dias foram se passando. A situação permaneceu igual até o mês de maio, quando o Jorge veio falar comigo. Até que às vezes ele era gente boa, mas prefiro não falar muito com ele pra não dar em cima da minha irmã na minha frente.

Jorge: Paulo,

Eu: Fala Jorge.

Jorge: Você se importaria se a Marcelina ficasse com alguém?

Eu: Depende de quem seja.

Jorge: Ah, então já que você é um cara gente boa, e tals... você me ajuda com sua irmã?

Eu: O QUE?? Ficou maluco?

Jorge: Por favor Paulo. Fala com a Marce que eu quero ficar com ela...

Eu: Pode parar com essa safadesa, e não chama minha irmã pelo apelido! A Marcelina não vai ficar com você, eu não vou deixar, nunca! Fica longe da minha irmã seu tarado!

Narr Marcelina

A Alícia viu o que o Paulo fez e veio correndo me contar. Eu nem liguei e ela disse:

–-- Puxa você nem se importou! Você não pode deixar seu irmão mandar na sua vida, você fica com o Jorge se quiser.

Eu: Eu achei isso fofo, Alícia, o Paulo quis me proteger. E alem disso foi bom porque eu não gosto do Jorge mesmo...

Alicia: Você também ficaria com ciúmes do Paulo se alguma menina quisesse ficar com ele?

Marcelina: Acho que não...

Nem era preciso a Alícia me falar. Eu vi que ela estava afim do meu irmão. E eu tentaria ajudar a Alicia com o Paulo. Em casa cheguei perto do Paulo e fui conversar com ele. E eu disse:

–-- Eu sei que você falou pro Jorge se afastar de mim.

Paulo: Se você der bola pro Jorge eu conto tudo pro pai e pra mãe.

Eu fiz uma careta e disse:

–-- Eu acho que a Alícia está a fim de você. Mas Já que você dispensou o Jorge sem minha autorização, eu também vou falar pra Alícia ficar longe de você.

O Paulo ficou apreensivo e um pouco nervoso por eu ter dito isso. Ele se virou rapidamente e me pegou pelo braço dizendo:

–-- Nada disso! Não fala nada com ela.

Eu: Você também gosta dela?

Paulo: Tá louca? Eu não perco tempo com essas coisas.

Eu: Então não tem problemas se eu falar com a Alícia pra ela te esquecer.

Paulo: Claro que tem, você vai deixar sua melhor amiga triste.

Eu: Eu não vou falar nada com ela. Eu só vim te testar pra ver se você também gostava dela. Eu acharia legal que vocês ficassem juntos.

O Paulo deu com os ombros. Mas pelo menos agora ele pensa sobre o assunto de ter alguém a fim dele. Quem sabe ele comece a gostar da Alícia?



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Notas finais do capítulo

e aí o que acharam? Me contem nos reviews. bjs a todos, obrigada por lerem!