Quero Ser Um Cavaleiro escrita por Maia Sorovar


Capítulo 37
Covarde? Baleia!


Notas iniciais do capítulo

Saint Seiya é propriedade de Masami Kurumada e Toei Company Animation.
É tão bom poder atualizar aqui. ^^ Esse foi um dos capítulos que mais gostei de escrever até agora. Eu sei quando gosto de um capítulo quando fico lendo e relendo várias vezes, como se não fosse eu a autora. Só que, pra variar, saiu totalmente do planejado. XD Começou com um tom dramático e descambou para a comédia. Mas não resisti e ficou hilário. O pior foi o título. Nada servia. Daí coloque esse mesmo, que jeito... Espero que gostem. Beijos.



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Charo estava aterrorizada. O que via à sua frente não era um aprendiz; era um demônio. Os cabelos longos voando revoltos sem que houvesse vento, os olhos injetados de sangue, os dentes trincados e aquele brilho em torno do corpo, dando-lhe um aspecto fantasmagórico.

- Da-Daniel...?

- Vai pagar por isso, sua... - Vociferou avançando um passo para ela.

- E-espere... Vamos conversar... - Tentou a moça, colocando-se de pé e recuando devagar.

Entretanto a aprendiz não estava disposta a isso e um segundo depois desferia uma série de socos contra sua adversária, não dando-lhe tempo para revidar. A mascarada tornou a cair, espirrando sangue pelo nariz.

- Quem era mesmo o maricas? - Perguntou com uma voz ao mesmo tempo suave e gelada. Charo só teve tempo de rolar para o lado, antes que o punho de da morena abrisse uma cratera no chão. - Ora, onde pensa que vai?

- Você está louco! - Gritou horrorizada com o estrago.

- Eu? Não, só um pouco... Bravo! - E pisou com força na barriga dela, fazendo-a cuspir ainda mais sangue.

A brasileira sorria insanamente. Sabia que os golpes faziam efeito, pois o líquido vermelho escorria sob a máscara. Mas não era o queria, oh não... Queria ver dor! Sem a proteção prateada...

Esticou a mão para o rosto da combatente que aprecia ter se rendido quando foi surpreendida por um chute no estômago; recuou alguns passos com o tronco dobrado.

- Não pense que vai me levar assim tão fácil, “florzinha”. - Ironizou a última palavra. - Eu sou aprendiz da amazona mais forte do Santuário. E ela é um pouco rigorosa com seus pupilos, sabe? - Sem mais delongas, Charo contra atacou, obrigando a brasileira a se defender como podia. Mesmo não gostando de admitir, sua adversária sabia lutar, enquanto ela só sabia se defender. Distraiu-se por um momento e a loira acertou-lhe um murro bem aplicado no queixo, jogando-a direto no solo. - Você me parecia mais forte... Será que era aquela fita inútil que te dava forças, Sansão? - Chacoteou maldosa.

A simples menção do presente fez com que o cosmo da libriana se erguesse a ponto de levantar pedras próximas e esmigalhar as mesmas ao menor contato com a cortina de luz que lhe envolvia.

Charo não se abalou dessa vez. Conhecia o poder do cosmo, já vira a mestra usá-lo e percebeu que, apesar do de Sara ser extremamente elevado, ela não sabia manipulá-lo, valendo-se apenas da força física no combate.

- Vem... Covarde! - Chamou com a mão.

A aprendiz avançou, desferindo-lhe socos e chutes a esmo; sua adversária defendia-se com alguma dificuldade e também aplicava os golpes que podia. Sentiu contudo que estava em desvantagem; a energia da garota a estava impulsionando-a para trás. Em dado momento suas costas bateram numa parede, fazendo-a perder a concentração. O que veio a seguir foi uma saraivada de murros no rosto, a ponto da superfície prateada ficar amassada.

- Vai aprender a não brincar comigo... - E, segurando-a pelo colarinho, deixou o punho cerrado cair mais uma vez sobre a máscara, que saltou para longe. Charo abriu os olhos horrorizada.

Verdes... Lindas íris esverdeadas miraram as negras. Por um tempo que pareceu uma eternidade as duas garotas ficaram se estudando, os pensamentos sintonizados em apenas uma frase: “Deve amá-lo... Ou matá-lo.”.

A loira empurrou a morena com toda a força que lhe restava, lágrimas orlando seus orbes. Tapou a face com as mãos, numa tentativa inútil de esconder o que já fora em plenitude revelado. Aquela atitude fez algo estalar no peito de Sara que se acalmou. Suspirou longamente, como se algo ruim estivesse deixando-a e seu cosmo simplesmente desapareceu.

- Parece que já teve seu castigo. - Comentou, fazendo pouco caso. A moça olhou-a com ódio.

- Você... - Parou de súbito, ambas ouvindo sons de cães e vozes que se aproximavam. Algumas conhecidas.

- Nos vemos depois, até logo! - Despediu-se a brasileira apressada, correndo para fora da arena por uma saída lateral. Gesto imitado pela amazona, que pegou a máscara caída e sumiu em direção ao seu alojamento.

- Tenho certeza que foi por aqui! - Disse Kanon a Saga.

- Concordo! - Era Shaka, que vinha acompanhado de Mu e Aldebaran.

- Mas o que diabos está acontecendo? - Quis saber o Grande Mestre.

- Olhe você mesmo! - Mostrou-lhe o irmão uma enorme cratera na terra.

- Zeus... Quem foi o responsável?

- Alguém com muita raiva... - Concluiu o Touro.

Em seus quartos, duas mentes não conseguiam conciliar o sono.

Amá-lo... Ou matá-lo?”.

Uma semana depois...

Os treinos vinham progredindo com relativa rapidez. Marin era uma mestra excelente e Sara conseguiu em poucas horas dominar as técnicas básicas de ataque e mais algumas de defesa. Nesse meio tempo a aprendiz de Cobra mantinha-se o mais afastada possível, aproximando-se apenas quando lhe era solicitado. Nem a palavra dirigia à companheira de treino. Tanta mudança causou estranheza nos aprendizes que questionaram a colega. Ela respondia com um simples levantar de ombros. O que não lembrava era que a vingança é um prato que se come frio.

- Ai Kiki, estou quebrada... - Disse ao menino entrando no quarto apenas de toalha.

- Daniel! - Gritou fechando os olhos com as mãos, envergonhado.

- Ah, que é isso, até parece que nunca me viu sem roupa... - Sorriu enquanto se trocava.

- E mesmo daquela vez você ficou brava!

- Nem fiquei viu? Pode virar, já acabei. - Ele suspirou de alívio, vendo que a menina já havia se vestido com a habitual roupa de treino.

- Por que nunca usa pijama?

- Não me agrada a idéia de que algum de meus queridos colegas resolva vir xeretar meu sono à noite. O que quer jantar?

- Hum, frango! - Rindo feliz.

- Tá, vamos lá. - Pegando a mão dele e saindo do quarto. Assim que fechou a porta contudo sentiu algo passar rasante ao rosto, indo se fincar na madeira atrás de si. Uma faca!

- Kiki, entra! E NÃO SAI! - Exigiu a garota, empurrando-o de volta. - Quem está aí?

-Ah, ele é preocupado... Que bonitinho... - Sorria maquiavelicamente Charo, surgindo da escuridão com várias lâminas nas mãos. Estava sem a máscara. - Pronto pra morrer?

- Sua doida, pra que isso?

- É que como te amar está fora de questão, só me resta... MATAR! - E atirou com toda a força as adagas de segurava. A brasileira se desviou com dificuldade, ganhando vários cortes pequenos nos braços e rosto. - Você poderia ser bonzinho e acabaríamos logo com isso...

- Vamos ver! - Disse estreitando os olhos.

Iniciaram então uma disputa de golpes pelos corredores da casa, passando para a cozinha, depois a sala e terminando na passagem da Casa de Libra, as colunas como espectadoras. Afastaram-se por um momento, uma tentando ver a outra apesar da escuridão local, pois a Lua fora coberta por grossas nuvens. Sara tinha uma bochecha arroxeada e Charo as gengivas sangrando.

- Covarde... - Xingou a loira entre dentes.

- Baleia! - Retorquiu a morena.

A amazona faiscou de ódio e avançou, sendo imitada pela adversária. Num salto estavam coladas e no instante seguinte se separaram. Charo dobrou-se de dor pelo chute no estômago, porém Sara caiu arfando no chão, tentando respirar, a mão apertada contra o peito contundido. Sentiu então um pé na barriga.

- Hum, parece que não é tão forte assim... - Sorriu sentando no abdome da brasileira e sacando uma última adaga amarrada na perna. - Não ligue para minhas faquinhas, são de estimação. Eu queria trabalhar no circo quando criança. Agora... - E com um movimento rápido rasgou no meio a camisa da outra. - MORRA! - Levantou a lâmina, pronta para o golpe final quando a Providência novamente interviu a favor da libriana.

Um vento forte soprou e descobriu a Lua, que banhou com sua luz todo o pátio da casa sagrada. Charo ficou parada, mirando os seios da oponente. Deixou a faca cair, tilintando.

- Vo-vo-vo-vo-vo... - Gaguejava sem acreditar no que via.

- EI! O que está acontecendo aí embaixo? - Perguntou Milo, do alto da escadaria.

- Nã-não é nada! - Respondeu a brasileira.

- Estou descendo para verificar. - Avisou.

O som de passos se aproximando associados à voz masculina fez a amazona acordar do transe. Segurou firme o pulso da morena com uma mão e a adaga na outra, levantou ambas num pulo e puxou-a para dentro de casa, batendo a porta atrás de si. Ficaram recostadas na madeira, arfando, quando toques foram ouvidos.

- Daniel, está tudo bem? - Indagou o cavaleiro. - Deixe-me entrar!

- Nã-não posso! - Respondeu Sara, vendo os pedidos silenciosos da moça, que apontava a próprio rosto sem máscara e a camisa rasgada da outra.

- E por que não? - Desconfiado.

- E-eu acabei de sair do banho, tenho que me trocar. - Recebeu sinais de “positivo” da adversária.

- Ora, está com vergonha? - Falou o cavaleiro maliciosamente. - Sou homem também, não tem problema te ver nu.

Charo começou a pular e a imitar um enforcado, segurando uma corda imaginária. “Eu sei”, disse a libriana com os lábios.

- Hã... Espere, a chave está no meu quarto, já volto. - E saiu correndo pela casa, sendo seguida de perto.

- O que vamos fazer? Ele não pode me ver assim... - Sussurrou a loira aflita.

- Você? E eu então? - Devolveu a morena baixo, entrando no quarto.

- Mas que diabos, como pode uma mulher ser aprendiz de cavaleiro?

- Esquece isso agora! - Abrindo o armário, cobrindo os seios com uma faixa e trocando de blusa.

- Dan... Quem é ela? - Só então se lembraram que havia mais alguém com elas. Kiki olhava ambas num misto de espanto e curiosidade.

- Amor, eu explico depois. Por hora, essa é a Charo e...

- Daniel, a porta estava aberta. Estou entrando. - Avisou Milo caminhando pelo corredor.

Sara olhou a garota desesperada e a única idéia que teve foi obrigá-la a se enfiar embaixo da cama. Bem a tempo, pois o cavaleiro acabara de invadir o recinto.

- Interrompo algo? - Olhando à volta.

- Não, não. Só estava me vestindo!

- Ora, eu disse que não precisava. - Sorriu sedutor.

- Também tinha que colocar o Kiki para dormir, NÉ KIKI? - Enfatizou o final da frase; o menino se apressou em concordar. - Vamos pra sua caminha. - Pegando a mãozinha e praticamente o arrastando.

- Não é muito cedo? - Comentou o outro. - Ainda não são nem oito horas.

- Criança dorme cedo! - Falou exasperada.

- Nossa, calma... Hum, bela decoração.... - Vendo as facas fincadas na porta.

“Merda!”, pensou a morena.

- Hã... Estávamos treinando tiro ao alvo. - Mentiu acrescentando em pensamento. “Desculpe mestre, é por uma boa causa!”.

- Tiro ao alvo, hein? - Observando-a deitar e cobrir o menino. Ela teve que se controlar para não dar o beijo de boa noite.

- Bom, já que não tem nada de errado, não precisa se preocupar! Foi um prazer tê-lo em minha humilde casa! - Falava rapidamente enquanto o empurrava para a saída.

O rapaz riu, consciente que o queria fora dali, mas não tinha nenhuma intenção de deixar o local. Fazia tempo que ansiava por uma chance de estar sozinho com a garota esclarecer o mistério que a cercava. Quem sabe até divertir-se um pouco?

Ao passarem pelo quarto, derrubou-a facilmente na cama, subindo nela de gatinhas.

“Ai, e agora?”, pensava Sara completamente transtornada.

- O gato comeu sua língua? - Perguntou sensualmente em seu ouvido. A aprendiz sentiu que fosse derreter. Arquejou de leve, os olhos fechados e as faces coradas. O Escorpião sorriu. - O que foi, Daniel? - Escorregando uma mão pela cintura dela. A libriana arrepiou-se com o contato e afundou ainda mais no colchão, assustada. - Tem medo?

- Nã-não... Ma-mas... So-sou homem... - Gaguejou tentando arrumar os pensamentos.

- Não tem problema... - Retorquiu, o tom morno quase acabando com as defesas dela.

Estava a ponto de se entregar quando sentiu uma pontada nas nádegas. Num reflexo levantou o joelho, acertando em cheio as partes baixas o escorpionino. Este soltou um urro de dor e caiu rolando no chão, as mãos sobre a área contundida.

- Oh, foi sem querer... - Desculpou-se a morena na maior cara de pau. Vendo-o se levantar, puxou-o para a cozinha, enquanto fazia sinais para Charo sair dali. - Vem que eu te sirvo uma água.

Milo se refez rapidamente e nem tomou a água que lhe foi oferecida. Já partia para uma nova investida no corredor quando viu um vulto vestido de branco saindo do quarto.

- Ei, quem é? - Perguntou surpreso. A figura se virou e a garota deu um tapa na testa. Charo havia se enrolado num lençol, deixando apenas os orbes verdes à mostra.

- É... Ela é... - Iniciou a morena.

- Sou a criada do Mestre Dohko. - Cortou a loira com uma voz de falsete.

- Criada? Nunca tinha te visto antes... - Disse desconfiado.

- Estava de férias! - Mentiu.

- Ahã! - Assentiu sem acreditar.

- Senhor Daniel, não precisa mãos de mim não é? Até loguinho! - Escapulindo por uma das portas.

O Escorpião fez menção de segui-la só que foi impedido pela brasileira, que tornou a empurrá-lo para a saída. Já haviam chegado à porta quando ele segurou firme em seus braços, prendendo-a contra a madeira.

- Não vai fugir dessa vez... - Sorriu aproximando os lábios dos dela. Sentiu então algo cortar-lhe a bochecha. Olhou e viu uma faca fincada a seu lado; nela escorria uma gota de sangue. - Mas o que... - Virou-se e se deparou com as adagas flutuando, sendo Kiki a comandá-las.

- Solta ele... - Vociferou entre dentes.

- Seu pirralho... - Devolveu o homem com raiva.

O menino apenas fez um leve manear com a cabeça e todas as lâminas avançaram em direção a seu oponente. Milo só teve tempo de abrir a porta e sair aos tropeços da casa.

Sara mirou espantada seu amigo que permanecia paralisado de fúria. Ouviu então uma gargalhada.

- HAHAHAHAHA! Boa pontaria, guri! - Ria-se Charo, rolando no chão.

 A brasileira não agüentou e começou a rir também, logo acompanhada pelo garoto. Quando conseguiu se controlar, pegou-o no colo e levou para a cama, deitando e cobrindo-o.

- Boa noite, amor... - Ao tentar sair contudo sentiu algo a segurando.

- Fica comigo? - Pedia Kiki com os olhos marejados e os dedinhos trêmulos junto aos seus.

- Claro, claro... - Sentando-se e aninhando-o entre as pernas, a cabeça repousando no peito.

- Você tem realmente jeito pra mãe. - Comentou Charo entrando no quarto e se sentando na ponta do leito.

- Por que não fugiu quando mandei? - Perguntou exasperada.

- Não resisti em ver o que aquele aracnídeo ia aprontar. - Sorriu. - Agora, que tal esclarecermos aquele assunto?

- Está bem... - Respondeu cansada. Iniciou então uma longa narrativa contando o treinamento do irmão, sua doença, a vinda para o Santuário, as mentiras, os castigos, a desconfiança de Shion e de alguns de seus colegas, o estranho treinamento de Dohko, a escola, os cavaleiros de prata, a ida a Jamiel. Quando chegou na parte do banho com Shura, a loira interrompeu.

- Você viu Capricórnio pelado? - Tendo resposta afirmativa, completou: - QUE SORTE!

- Porque não foi contigo... - Disse corando.

- Algo me diz que você é virgem... - A morena ficou escarlate e a outra riu. - Acertei. Agora continue.

Terminando seu relato, afagou a cabeça do ruivinho adormecido, suspirando.

- Hoje foi quase...

- Melhor manter o aracnídeo longe, ele está bem interessado em descobrir que você é mulher.

- Mas por que essa fixação toda?

- Bom, além de curiosidade, deve ser porque Athena proibiu servas para os Cavaleiros de Ouro e uma garota assim tão perto seria de muito agrado. - Ponderou pegando Kiki dos braços da outra e colocando-o em seu colo carinhosamente; ele nem sequer se mexeu, aninhado entre os seios da moça. Sara sentiu uma pontada imediata de ciúmes.

- Vai...? - E fez um gesto com o dedo cortando a garganta.

- De jeito nenhum, é muito pirralho para isso! E ele me lembra meu irmãozinho... - Sorriu beijando as pintas na testa. Kiki riu sonolento e a libriana amarrou a cara.

- E as criadas? - Indagou.

- Ah sim. Não é à toa que ele desconfiou. Faz uns três meses que a Deusa substituiu as servas por servos. Parece que algumas estavam sofrendo abusos dos chefes. Daí, para evitar mais problemas, só homens podem trabalhar nas casas sagradas agora. Pelo que me contou como esteve sempre sozinha aqui, é fácil entender porque estranhou meu disfarce. Ele é quem ficou chocado! - Sorriu.

 - Parece que desistiu de me matar... - Comentou.

- Você não é homem! Que graça teria? - Essa resposta fez com que a morena risse.

- É louca... Ah, por que me espetou? Doeu pra caramba!

- Você estava me esmagando! - Defendeu-se.

- Tá bom, pelo menos aquilo me salvou. - Respirou aliviada, lembrando de como quase caíra nas garras do Escorpião.

 - Sabe, até que tu é bem legal quando não está brava...

- Aquela fita era presente do meu pai. E ele já morreu... - Falou triste.

- Oh! Desculpe... Sinto muito mesmo. - Disse sinceramente arrependida.

- Tudo bem, exagerei mesmo. Não sei o que me deu aquela hora, só queria saber de...

- Me matar. - Sara olhou-a surpresa. - Eu sei, quando vim aqui hoje senti a mesma coisa. Estava com inveja... - Murmurou envergonhada.

 - Ué, por quê?

- Minha mestra me deserdou naquele dia. Disse que o único treino que vou ter será o que Marin lhe aplicar. Quer dizer, sou apenas um saco de pancadas até que fique bastante forte e eu seja finalmente descartada. - Concluiu com lágrimas rolando pelo rosto.

- Calma, a gente dá um jeito. - Sorriu a aprendiz para confortá-la.

- Obrigada... Qual seu nome, afinal?

- Sara. Mas por favor, só me chame de Daniel!

- Tá bom, DAN! - Riu-se. - Pode pegar ele de volta. - Entregando-lhe o menino. Sara o pegou quase possessivamente, beijando-lhe o topo da cabeça. - Sabe, você é bem ciumenta, sabia?

- Sou? - Surpresa. - Desculpe... - Corando.

- Relaxe, não ligo. Mas agora já chega, se não voltar ao alojamento vão dar pela minha falta e aí sim estamos perdidas! - Se levantando e indo em direção à janela do quarto. Quando estava sentada no parapeito, com as pernas do lado de fora, virou o rosto e questionou: - Sabe guardar segredo?

- Sei.

- Eu também. Nos vemos amanhã, covarde! - Desaparecendo na escuridão.

- Até logo... Baleia. - Sorrindo.

 

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