Marcas Do Passado escrita por Nyah


Capítulo 2
Lembrança


Notas iniciais do capítulo

Yo minna, pra quem tá lendo esta fic, aqui está mais um capítulo *---------------------8
~Nyah



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Assim que a morena elevou seu rosto na direção do amigo, Kouichi pôde ver que a garota estava com os olhos quase marejados. Isso o entristeceu um pouco, afinal, pelo que sabe sobre ela, Analu nunca se deixa levar por sentimentos quando está na presença de outros.

– Não fique assim... – ele falou sereno.

– Eu não consigo – falou baixinho, enquanto baixava a cabeça.

– É claro que consegue. Eu sei que é capaz! – ele abaixou-se e falou próximo a ela. – Ora, vamos, tente. Você sempre conseguiu não expressar esse sentimento quando presenciava qualquer acidente, até mesmo um igual a este. – incentivou.

– Eu sei que sempre escondi isso, mas... – tentava cada vez mais lutar contra as lágrimas – Está cada vez mais difícil de controlar este sentimento, aliás, sentimento não, praga, isso sim. É, isso é uma praga que vem ocorrendo com certa frequência na minha vida desde que aquilo aconteceu, sendo que a cada tempo que passa mais difícil fica de esconder essa cruel realidade que eu vivo.

– Eu sei, mas você tem que superar isto. Você já superou tantas coisas, por que está seria diferente? – conseguiu o que queria: fez com que Analu sorrisse.

– É, você tem razão. – concordou – Apenas... Me dê um pouco de tempo, sim?

– Pode deixar. O tempo que for...

Antes que o professor adentrasse a sala, Analu saiu por um instante e foi até o banheiro feminino. Estava lavando o rosto, por conta de algumas lágrimas que deixara cair durante a conversa que teve com o amigo. Ao sair do banheiro, teve a impressão de ter visto alguém andando pelo corredor. Piscou os olhos umas três vezes, a fim de ter certeza se o que viu era realmente verdade. Na sala de aula, a morena não estava conseguindo, e nem tinha ânimo, prestar atenção na aula que se seguia, então, cutucou Kouichi com a caneta e este se virou para trás, mas de forma moderada, é claro.

– O que foi? – sussurrou.

– Tive a impressão de ter visto alguém no corredor quando estava saindo do banheiro.

– Ah, mas isso é até normal. A escola está cheia de gente, lembra-se?

– Ah, não é isso...

– Então o que é?

– Tive a impressão de tê-lo visto andando pelos corredores da escola.

– Ele quem?

– Ele.

– Mas isso não é possível! Nós dois vimos o que aconteceu naquela época. É impossível que ele esteja aqui.

– Eu também acho isso, mas tenho certeza de que era ele. – falou – Não existe ninguém nesse mundo com a aparência dele.

Kouichi ia falar alguma coisa, mas foi interrompido pelo professor:

– Com licença, mas, se não estiverem falando da aula, poderiam, por favor, prestarem atenção às minhas explicações? – quando viram, perceberam que o professor estava ao lado de ambos.

– S-Sim – o jovem respondeu virando-se para frente e focando suas atenções para o que a professora proferia.

Analu nada respondeu, somente ficou quieta, pensando sobre o que acabara de ver no corredor da escola. Por mais que pensasse, não conseguia ver lógica alguma no fato que ocorreu antes de a mesma retornar à classe.

No fim do dia, Analu estava indo para casa, mas teve uma vaga lembrança de algo que presenciou em seu passado, que tratou de mudar por completo a sua vida. No mesmo instante, ajoelhou-se com força no chão da calçada perto da praça que havia na cidade, sem se importar com os arranhões que esse ato lhe causara.

Quem estava passando nessa hora foi seu amigo, de infância e vizinho, Kouichi. Ao ver a amiga ajoelhada no chão, não pensou duas vezes e correu até sua direção.

– O que aconteceu? – porém, nada foi dito da parte da Analu – Por que está assim, dessa forma? – tornou a perguntar.

– Eu... Eu...

– Fala... Você o que?

– Eu lembrei daquilo! – ela estava atordoada.

– Mas como? – perguntou incrédulo – Como, se você só se lembra daquilo quando vê algum acidente de trânsito?

– Eu... Eu não sei... – continuou mirando o chão, e, não conseguindo mais conter, deixou que lágrimas escorressem por seu alvo rosto.

– A-Acalme-se... – ele tentava deixar a amiga mais calma – Venha, sente-se no banco da praça e me conte como isso aconteceu.

Ela nada disse, apenas levantou-se com a ajuda do amigo e caminhou até encontrar o banco do local, para logo sentar-se junto dele.


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