-Você já é minha campeã! – Wereo comemora, enquanto eu o ajudo a desfazer o círculo de madeira. Sorrio-lhe. – O único participante que se lembra do velho depois da luta.

Terminamos o serviço em silêncio, e ele só abre a boca novamente quando começamos a nos servir de sopa no sótão escuro. Mal enxergo seu rosto.

-Obrigado, Sarah. – Ele diz. – Muito gentil de sua parte querer ser a favorita do Wereo.

Rio cruelmente.

-Como pode ver não temos muitas meninas, - Ele prossegue. – já que elas conseguem dinheiro de outra forma.

-Obrigada por isso. – Digo sarcástica. Continuamos mastigando. – Você que me encontrou, lembra-se?

-Sem querer. – Ele diz, tentando exibir um sorriso. Algo dá a sua face um ar sinistro. Ele muda de assunto. – Wereo tem ouvidos em todas as partes... E ouviu que você tem um namorado rico.

-Robb não é meu namorado! – Respondo imediatamente.

-Espero que não... Gente rica é fresca e exibida. – Ele comenta. Sinto seu toque morno em meu ombro e ele sussurra em meu ouvido. – E muitos são ligados a Capital. Eu não gosto da Capital... Tiram crianças de suas casas e as cercam como se fossem formigas numa mesa de cozinha, até matá-las sufocadas.

Eu estremeço, tentando não pensar na Colheita que terei de enfrentar sozinha este ano.

-Aonde quer chegar?

-Não quero que ele venha aqui. Nem que mencione este ringue a ele. Está entendendo?! – Ele chacoalha meu braço, e eu posso sentir a dúvida penetrando minha mente. – Cada passo que ele der para dentro, você dará para fora.

Assinto assustada, decidindo obedecer porque devo isso ao velho, mas em minha cabeça eu protesto. Por que não? Não é como se Robb fosse ganhar qualquer coisa.