Missão A Dois escrita por Sarah Colins


Capítulo 57
Capítulo 56 - Dois


Notas iniciais do capítulo

Oi amigos, tudo bem?!
Vou deixar o discurso para as notas finais... por enquanto, aproveitem o último capítulo da fic ;)



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Era uma manhã de sábado quando a notícia chegou. Percy recebeu uma ligação de um de seus professores do curso de biologia marinha. Eu estava ao lado dele e ouvi quando disse o nome da pessoa com quem falava. Arthur Rivers ensinava microbiologia e eu já tinha ouvido muito falar dele, pois era o professor favorito de Percy. Eles começaram a conversa de forma descontraída. Percy lhe contara sobre o casamento e depois perguntou sobre a família dele. Estávamos já no começo de agosto e nossas aulas na Cornell ainda iam demorar para voltar. Logo imaginei que talvez o biólogo apenas estivesse lingando para saber as novidades, não devia haver nenhum assunto pertinente as aulas para falar ainda. Me distraí olhando a televisão enquanto Percy continuava em sua animada conversa. Até que ele se endireitou no sofá e perguntou ainda ao telefone: “O que disse? Acho que não entendi direito!”. O semideus parecia surpreso e eu voltei a prestar atenção nele. Ao ver sua expressão de espanto, milhões de coisas ruins começaram a passar pela minha cabeça.

Ele havia perdido a bolsa, o curso seria cancelado, Percy fora reprovado em alguma matéria. Acho que meu cérebro já era programado para sempre pensar o pior nesse tipo de situação. Talvez fosse uma forma de se defender. De tentar se preparar para mais uma bomba que estava por vir. Entretanto, naquele caso, eu havia me enganado. Não era uma má notícia que havia acabado de chegar. Aparentemente a maré de azar, leia-se: intervenção de Hera, havia mesmo passado. Percy sorriu e pareceu empolgado ao se levantar do sofá e começar a andar de um lado para o outro da sala enquanto ainda falava com o professor. Ele voltou a perguntar: “O senhor tem certeza do que está dizendo? Porque se for mesmo verdade acho que vou ter um ataque do coração”. Enruguei a testa sem entender absolutamente nada e comecei a ir atrás de Percy pela casa enquanto lhe perguntava o que estava acontecendo. Ele apenas me mandava ficar quieta e dizia que não estava conseguindo ouvir o que Arthur dizia. Parei de falar mas continuei seguindo-o. Não consegui entender muito do que pude ouvir ele dizendo em resposta. Algo como: “Mas é claro que eu vou!” e “Aonde é o lugar? A que horas tenho que estar lá?”. E terminou mais ou menos assim: “Isso é incrível, muito obrigada por ter lembrado de mim, professor. Não vou decepcionar!”.

— Ok, agora pode me contar o que é tão incrível? - perguntei com as mãos na cintura assim que ele desligou e deixou o telefone da mesinha de centro da sala.

— Só a melhor notícia que poderíamos ter recebido na vida! - exclamou ele. Estava soltando faíscas de tanta felicidade - O senhor Rivers me conseguiu um trabalho. E não é qualquer trabalho, é um posto no setor de pesquisa de criaturas aquáticas da Marinha dos Estados Unidos!

— Oh meus deuses! - falei fazendo pausas excessivas entre as palavras para exaltar minha emoção. Era realmente a melhor notícia que poderíamos ter recebido.

— Pois é… Ele me disse que pediram a ele uma recomendação para o cargo e que ele imediatamente pensou em mim, não só por causa das minhas notas, mas pelo meu bom desempenho no curso, principalmente nas aulas práticas - ele parou para tomar fôlego pois havia dito aquilo tudo de uma vez sem nenhuma pausa - E agora tudo o que eu preciso fazer é me apresentar para o serviço dentro de dois dias e fazer alguns testes físicos e psicotécnicos. Mas com a recomendação do senhor Rivers já é quase 100% certo que me aceitem para trabalhar!

— Percy, isso é maravilhoso! Estou tão feliz por você, meu amor!

Pulei em cima de Percy e ele agilmente me segurou no colo enquanto eu o envolvia com braços e pernas. Ele deu alguns giros em torno de si mesmo até ficar tonto e nos fazer cair, por sorte, em cima do sofá. Estávamos rindo instantes depois de constatar que havíamos saído ilesos da queda. Começamos a nos beijar. E desde o nosso casamento e da nossa lua de mel em Londres eu não me sentira tão feliz e realizada. Percy agora tinha um emprego, um emprego excelente, aliás. Nossa vida iria começar a mudar para melhor. Eu mal podia acreditar. Era o que estava faltando para completar nossa felicidade. Bem, ainda faltavam outras coisas, mas por hora era o que estávamos mais precisando. Essa estabilidade de estarmos os dois em bons empregos era essencial para podermos construir nossa vida juntos, fazer outros planos. Sonhar cada vez mais alto. Tínhamos um futuro todo a nossa frente e enfim eu podia sentir que o solo era firme e seguro o bastante para suportar nossa jornada.

A noite saímos para comemorar, é claro. Pegamos o carro e fomos jantar fora. A maioria dos nossos presentes de casamento havia ficado na casa de Sally e Paul, já que não cabia tudo em nosso minúsculo apartamento. Mas mesmo assim ele ainda estava abarrotado de coisas e eu sinceramente não sabia o que faria com elas. Por isso, raramente estávamos comendo em casa naquelas férias de verão. Naquela noite, porém, fomos a um lugar especial. Comemos, brindamos e bebemos algumas taças de vinho em homenagem a conquista do meu marido. Cada vez que eu dizia ou pensava que ele agora era meu marido, melhor aquilo soava. Nós ainda éramos os mesmos, é claro. O mesmo casal jovem e apaixonado de antes. Apenas com alguns móveis e eletrodomésticos a mais. Agora também levávamos uma grossa aliança dourada na mão esquerda. Eu tinha um sobrenome a mais. Mas nada daquilo mudara a nossa relação. Para os outros talvez parecesse que nosso compromisso era mais sério e formal agora. Mas para nós continuava como sempre fora: eterno e verdadeiro.

Voltamos para casa não muito tarde e Percy sugeriu que fossemos fazer um piquenique no domingo de manhã. Perguntei se seria no Central Park, como de costume, e ele disse que tinha uma ideia melhor. Claro que ele não quis me dizer onde era e preferiu fazer mistério. Um de seus passatempos preferidos ainda era me deixar ansiosa e frustrada. Pelo menos, quando isso acontecia, a recompensa era sempre boa. Não achava que dessa vez ele fosse me decepcionar, mas mesmo assim foi difícil dormir naquela noite com tanta curiosidade. Acordei mais cedo do que o normal para um domingo e sacudi Percy para que ele acordasse também e me ajudasse a preparar as coisas para o piquenique. Ele resmungou um pouco para levantar, pois queria dormir mais, mas no fim acabou cedendo. Fizemos alguns sanduiches de pasta de amendoim, geleia de amora e frios. Colocamos algumas caixas de suco, pacotes de bolachas doces, torradas salgadas e um bolo de coco. Percy pegou um vinho e deu um sorrisinho travesso ao guardá-lo na cesta também. Peguei uma toalha grande e alguns guardanapos e achei que era o suficiente. Guardamos tudo no carro e partimos.

Ele dirigiu por alguns quilômetros até que eu pudesse ter uma ideia de onde estávamos indo. Cheguei a pensar que ele estava me levando ao acampamento meio-sangue, mas quando começamos a chegar perto da entrada ele fez um desvio por uma trilha quase oculta em meio as árvores. Eu nem sequer sabia da existência daquela passagem no meio da floresta. Fomos beirando os limites do acampamento até eu não conseguir mais distinguir se estávamos dentro ou fora dele. Por mais que eu perguntasse, Percy não queria me contar onde estava indo. Só disse que era um lugar especial. Coloquei a cabeça para pensar, mas só fui me dar conta da resposta quando já podia ouvir o som da queda d’água há alguns metros de distância. Sim, ele estava me levando até a cachoeira. À nossa cachoeira. Lugar que fora nosso santuário de amor por muito tempo. Nem me lembrava quando havia sido a última vez em que estivéramos ali. Mas só de ouvir aquele barulho e ver a água cristalina já me bateu um sentimento gostoso de nostalgia e saudade. Aquilo estava longe de ser um piquenique comum. Fazia bastante calor e seria ótimo dar um mergulho. Não comentei o fato de Percy não ter sugerido que levássemos roupa de banho.

Eu estava muito feliz com a surpresa então apenas sorri e lhe dei um abraço e um beijo antes de descermos do carro e andarmos até as pedras. Coloquei a cesta no chão e então comecei preparar o nosso piquenique. Estendi a toalha sobre a pedra, tirei as comidas, servi o suco e dividi os sanduiches. Comemos calmamente, sem pressa. Tínhamos o dia todo pela frente e tenho certeza que ambos estavam cheios de ideias na cabeça de como aproveitar aquela dia da melhor forma possível. Depois que havíamos comido o suficiente para um bom café da manhã, deixamos a cesta de lado e nos sentamos lado a lado sobre a toalha. Olhávamos em direção a cachoeira. A mão de Percy estava sobre a minha perna e eu me segurava para parecer alheia àquilo. Sabia que não duraria muito, mas me mantive firme fazendo de conta que apenas prestava atenção a paisagem a minha frente. Como qualquer homem, Percy não gostava de ser ignorado, então começou a se empenhar mais em chamar minha atenção. Primeiro colocou o braço em volta de meus ombros e me puxou para si. Não resisti e encostei meu corpo no dele, mas continuei olhando para frente como se a vista fosse realmente muito interessante.

Estar de vestido não me ajudou nenhum pouco a resistir as “estratégias de sedução” de Percy. Logo sua mão estava subindo pela minha perna, percorrendo um caminho muito perigoso. Aproveitei que ele estava olhando para o outro lado e mordi o lábio inferior para reprimir possíveis manifestações do prazer que eu já sentia. Estava muito calor, principalmente agora que estávamos nos limites do acampamento. Eu tinha colocado um vestido extremamente curto, então não demorou para ele chegar até minha calcinha depois que sua mão deslizou para debaixo da saia. Eu permanecia sentada na pedra com seu braço em volta de mim segurando minha cintura. Minhas mãos estavam apoiadas sobre meu joelho, mas tive que tirá-las dali quando ele começou a tirar minha lingerie com certa dificuldade. Não fiz nada além de esticar as pernas para que ele pudesse tirar a peça por completo. Depois sua mão voltou para o local onde estava e ele acariciou a parte entre minhas pernas com gentileza enquanto procurava minha boca. Eu o beijei e agarrei seus cabelos com força, sentindo seus dedos firmes a ágeis em mim.

Fomos nos deitando na pedra até que eu estivesse com as costas e cabeça totalmente apoiadas. Percy levantou a parte de baixo do vestido que era um pouco justo me deixando exposta. Estar ao ar livre sempre me deixava com aquela sensação deliciosa de que estávamos fazendo algo errado e de que poderíamos ser pegos a qualquer momento. Como se fossemos dois adolescente de novo. Mesmo já sendo dois adultos casados, era bom me sentir daquele jeito de novo. Percy continuou me acariciando e eu já estava quase chegando lá. O fiz parar e comecei a tirar sua roupa também. Ele se deitou na pedra também e fiquei ao seu lado, devolvendo as carícias da mesma forma, até que ele também chegou perto do limite. Fizemos amor lentamente ao lado daquela cachoeira que parecia não se intimidar com nossa presença e continuava jorrando litros e mais litros de água. Ela já devia estar acostumada a nossa presença e aos “atos sexuais” que sempre ocorriam quando a visitávamos. Depois do sexo Percy terminou de tirar meu vestido que ainda estava cobrindo metade do meu corpo. Também terminou de tirar a própria roupa e em seguida me carregou para dentro da água.

Não tentei resistir, pois sabia que seria inútil. Porém sabia também que iria sofrer ao entrar naquela água fria. Quando ele me soltou achei que não estava tão frio quanto deveria. Nem ao menos parecia que eu havia entrado na água. Olhei para Percy e então entendi que ele estava usando seus poderes para me manter seca. Só não entendi porque fazia isso. Ele normalmente adorava ver eu me contorcendo até me acostumar com a temperatura. Sem me explicar o que estava fazendo ele segurou em minha mão e afundamos. Imediatamente uma bolha de ar começou a se formar a nossa volta e me vi no fundo do lago, conseguindo respirar normalmente. Percy foi me levando cada vez mais para o fundo e fiquei com medo que o oxigênio dentro daquela bolha acabasse e eu morresse sufocada. Ele também estava respirando ar como eu ali dentro, mas tinha a vantagem de poder respirar debaixo d’água se precisasse. Por sorte meu marido tinha plena consciência da minha falta de recursos para sobreviver sob a água e foi rápido. Ele pegou um objeto que não consegui identificar e em seguida nos levou até a superfície. Eu continuava seca quando alcançamos uma pedra próxima a cachoeira e nos sentamos. Então pude ver o que era. Segurei a respiração.

— Mas como você... Eu nem sabia que… Porque isso estava... - Não consegui terminar nenhuma de minhas frases mas Percy sorriu parecendo entender o que eu dizia. Ele também entendia porque eu estava tão chocada ao ver o que ele tirara do fundo do lago.

— A primeira vez que eu deixei o apartamento, quando brigamos, eu levei isso comigo - começou a explicar ele - Estava realmente muito bravo e acabei pegando de volta mesmo sendo um presente meu pra você. Me arrependi disso e iria te devolvê-lo, mas logo em seguida nos brigamos ainda mais e terminamos. Então eu vim aqui e joguei isso no lago - ele parecia um pouco triste de relembrar aquele momento. Mas girou o pequeno objeto nos dedos e depois de uma breve pausa continuou - Tanta coisa aconteceu em seguida que eu simplesmente me esqueci dele. Só me lembrei há poucos minutos quando chegamos aqui. Não foi difícil encontrá-lo, conheço o fundo desse lago como a palma de minha mão. Acho que te pertence e dessa vez quero que o guarde para sempre.

Então ele colocou o broche de metal com a figura de um avião militar desenhado em minha mão. Eu olhei para aquilo e me senti voltar no tempo. Um flashback nítido e incrivelmente real passou pela minha cabeça. Estávamos no acampamento e era nosso primeiro aniversário de namoro:

“- Tá, agora preciso que você feche os olhos.

— Não sei não, tô começando a ficar com medo dessa sua surpresa.

— Não confia em mim?

— Claro que confio, mas é que...

— Mas nada, agora fecha os olhos e seja uma boa menina.

— Já está abusando da sorte. Mas tudo bem, só porque eu quero muito mesmo saber o que é.

Fechei os olhos e cruzei os braços esperando. Percy se soltou de mim e ficou em silêncio. Continuei esperando. Mais silêncio. Ele estava fazendo aquilo de propósito, se queria me pregar alguma peça ia se arrepender. Cansei de esperar e abri os olhos. Ele não estava mais lá na minha frente. Olhei em volta. Nada. Estava sozinha no meio da mata naquela escuridão.

— Tá legal Perseu Jackson, já chega, acabou a brincadeira. – Falava enquanto girava em torno do meu próprio corpo tentando encontra-lo – Não tem a mínima graça ok...

— Não era minha intensão te assustar Annie, mas tenho que dizer que sua expressão de medo é bem engraçada sim – Em um sobressalto me virei na direção de sua voz e o vi saindo do lago, de forma sinistra, com as roupas, cabelo e pele totalmente secos. Ele trazia uma espécie de baú de madeira bem pequeno nas mãos. Aproximou-se com um sorriso que logo se desfez ao ver a minha cara de pura desaprovação.

— Precisava me dar um susto desses? Não achei nenhum pouco engraçado!

— Me desculpe! Eu juro que não tive essa intensão. É que não queria que você visse onde eu tinha escondido seu presente.

— Presente? E porque teve que esconder no fundo do lago?

— É um presente muito especial. Não queria perdê-lo e também não queria que ninguém o visse, não antes de eu te dar.

— Tá ok, eu espero que ele valha mesmo a pena, ou você estará muito encrencado!

— Tenho certeza que vai gostar – Ele abriu o baú que tinha uma espécie de segredo no fecho, alguns movimentos coordenados e pronto. Ele não disse nada, apenas virou o objeto para que eu pudesse ver o que tinha em seu interior. A princípio não reconheci o que era. Parecia apenas um broche simples, desses que as pessoas usam pendurados na roupa. Mas depois de analisar melhor eu percebi. Não era, nem de longe, um broche comum. Nele havia desenhado em alto relevo um avião militar idêntico ao que meu pai dirigiu na vez que nos ajudou em uma de nossas missões. Em baixo havia escrito o nome do modelo e ainda havia um brasão da aeronáutica que provava que aquele era um artifício original.

— Onde conseguiu isso? É... é lindo!”

Senti a mesma sensação que sentira na época de novo. Percy se preocupando com detalhes como aquele, sendo um namorado romântico desde o começo. Não tinha como não amá-lo. Dei uma risada fraca me lembrando que na ocasião eu havia me esquecido completamente que estávamos fazendo um ano de namoro. Provavelmente quando completássemos um ano de casados eu também me esqueceria enquanto ele iria preparar uma nova surpresa incrível. Ainda segurando o broche eu o beijei e o abracei bem forte. Voltamos a margem para deixar o broche em segurança junto com nossas coisas e em seguida voltamos para as pedras mais no fundo. Procuramos um lugar oculto atrás da queda d’água que já conhecíamos e ali fizemos amor novamente. Desde que nos casáramos que não vínhamos usando mais proteção alguma. Nem camisinha nem anticoncepcionais. Agora que Percy tinha um emprego novo então, não havia motivo para aquilo. Não que quiséssemos um bebê imediatamente. Mas decidimos deixar as coisas acontecerem naturalmente. Ele viria quando tivesse que vir.

***

Na segunda-feira eu mal consegui me concentrar nos estudos e no trabalho sabendo que Percy estava indo se apresentar ao serviço militar que ficava um pouco longe da nossa casa. Por sorte tínhamos um carro e ainda estávamos conseguindo mantê-lo. Se Percy tivesse ficado desempregado por mais tempo provavelmente teríamos que ter nos desfeito dele. Seria uma pena porque, apesar de ser um modelo antigo, um Impala Chevy 67, Percy o havia reformado e tinha um carinho especial pelo seu “possante” como costumava chamá-lo. Nunca entendi essa mania que os homens tinham de dar nome aos seus carros, mas tudo bem. Fiquei olhando o celular de cinco em cinco minutos mesmo sabendo que ele não ia me ligar nem me mandar nenhuma mensagem enquanto estivesse lá. Imaginava que tudo devia ser muito rigoroso na Marinha. Então apenas rezei para todos os deuses, pelo menos todos que eu sabia que não nos odiavam, para que os testes corressem bem e ele pudesse ser admitido logo.

Às 18h20, mais ou menos eu cheguei em casa morta de angústia. Percy ainda não havia me ligado e por isso eu imaginava que ainda estivesse lá na Marinha. Mas quanto tempo iam demorar esses exames afinal? Eu estava tão apreensiva que até comecei a roer as unhas, o que não era um hábito normal para mim. Por volta das 20h30, quando eu já havia tomado banho e arrumado todos os cômodos da casa para ocupar minha mente, Percy chegou. Fiquei irritada por ele não ter me ligado assim que saiu de lá, mas minha curiosidade era maior então apenas perguntei como tinha ido e ele começou a me contar. Contou dos testes médicos e físicos que teve que fazer. Nada extraordinário nem além do que qualquer exame admissional comum. Afinal ele estava entrando para a vaga de pesquisador, não seria exatamente um soldado. Por isso a resistência física não seria tão importante. Se bem que eu acho que ele teria passado até mesmo nos testes mais severos. Ser um semideus tinha suas vantagens.

Percy disse que até ai não houve problema algum. Sua única dificuldade foi com os exames teóricos. Claro que não lhe perguntaram apenas sobre biologia, havia matemática e inglês também no teste. Mas nesses quesitos ele conseguiu atingir a média mínima necessária. Na parte psicotécnica, que foi o que mais assustou Percy, ele achou que pudesse falhar. Mas depois lhe explicaram o que eu já sabia. Aqueles testes não eram eliminatórios, serviam apenas para confirmar se você era normal. Se não tinha nenhum distúrbio mental ou coisa parecida. Em outras palavras, era para saber se você não era louco. Sendo assim, Percy passou em todas as etapas. Demorei um pouco para concluir o óbvio. Ele havia sido aprovado, o emprego era dele! Pulamos de alegria em cima do sofá como duas crianças felizes. Não saímos para comemorar de novo, pois a grana ainda estava curta. Mas comemoramos em casa mesmo da forma que mais gostávamos: ficando juntos e curtindo a companhia um do outro.

Mais tarde, quando estávamos indo dormir, Percy me contou mais alguns detalhes da “entrevista de emprego” mais importante de sua vida. Ele disse que, assim como havia imaginado, a recomendação do professor Arthur Rivers fora muito importante. Com isso eles não questionaram em momento algum a capacidade de Percy para o cargo. A única condição que colocaram foi que ele deveria morar mais perto do seu local de trabalho, mesmo possuindo veículo de transporte próprio. Fiquei preocupada, pois não sabia se iríamos conseguir alugar um apartamento semelhante ao nosso a tempo e fazer a mudança. Porém Percy me tranquilizou dizendo que o Governo cobria esse tipo de custo dos funcionários e que iriam nos dar uma casa em Middeltown, cidade onde ficava as instalações da Marinha onde Percy iria trabalhar. Fiquei pasma, iriamos ganhar uma casa. Uma C-A-S-A! Deuses, nem acreditava que iríamos enfim deixar aquele cubículo onde vivíamos. De que tamanho seria? Será que teria jardim? Será que seria térrea ou seria sobrado? E sem nem perceber eu já estava fazendo mil planos de decoração para nossa casa nova.

***

Cerca de um mês e meio depois vivemos o dia mais maluco de todos os tempos. E olha que já tínhamos vivido muitos dias bem insanos. Mas esse foi diferente. Foi uma experiência única e inédita para mim e para Percy também. Sally Jackson me ligou as dez horas da manhã enquanto eu estava na faculdade me dizendo que estava entrando em trabalho de parto. Entrei em desespero mesmo antes de ela me falar que havia tentado de todas as formas falar com Paul e com Percy mas que nenhum dele havia atendido. Ela estava surpreendentemente calma. Falou que a bolsa ainda não havia estourado, por isso ainda tinha tempo. Me orientou a pedir para sair da aula e ir para a casa dela. Eu teria que pegar seu carro e levá-la ao hospital. Parecia uma tarefa simples, mas quando você pensa que a sua sogra está para ter um bebê e que ela depende de você para dar à luz sã e salva no médico, as coisas se tornam um pouquinho mais complicadas. Era muita pressão. Sam e Tasha se ofereceram para ir comigo, mas eu os dispensei da tarefa, já que estávamos em semana de provas na faculdade. Não seria justo fazer eles perderem algum exame para me ajudar. Não era a sogra deles que estava para ter um filho.

Peguei o metro e em pouco mais de cinco minutos já estava desembarcando na estação próxima ao prédio de Sally. Na portaria, nem precisei interfonar, o porteiro já estava avisado da minha chegada. Subi de elevador e corri para a porta do apartamento. Sally parecia bem, fora o fato de suas calças estarem encharcadas, ela parecia tranquila. Quase desmaiei quando ela me disse que sua bolsa havia estourado há menos de dois minutos. Tentei me concentrar para não surtar. A vida de duas pessoas estava dependendo de mim. Ok, talvez eu estivesse exagerando. Mas salvar a vida de pessoas um dia já fora comum para mim, eu podia lidar com aquilo. Então a ajudei a se levantar e desci com ela até o estacionamento. Ela me deu a chave do carro e eu a ajudei a se sentar no banco do carona. Assumi a posição de motorista e tirei o carro da garagem. Enquanto eu atravessava lentamente o congestionado trânsito de Nova York, Sally tentava repetidamente ligar para seu médico, Paul e Percy. Um atrás do outro. O primeiro que atendeu foi o seu obstetra. Graças aos deuses ele estava dando plantão no hospital naquela manhã. Então seria só chegar ao local que Sally já seria encaminhada para o centro cirúrgico.

Claro, se conseguíssemos chegar ao hospital a tempo. Só para me deixar um pouco mais apreensiva, a mãe de Percy começou a ter algumas contrações que a faziam gemer de dor e quase arrancar a alça da porta. Eu dizia para ela tentar relaxar e respirar fundo, que tudo ia ficar bem, como se soubesse o que estava fazendo. Eu tinha que pelo menos aparentar que estava tudo sob controle. Mas por dentro eu estava tendo um ataque de nervos. Na hora que o trânsito deixou de ficar lento para ficar completamente parado, comecei a tentar ligar para Percy também. Por uma intervenção divina, ele finalmente atendeu. Começou a dizer que estava em alto mar, numa área onde não tinha sinal, por isso não tinha visto os recados de voz que deixamos, mas eu o interrompi e lhe contei toda a minha situação. Por um momento achei que ele tivesse desmaiado. Mas dois segundos depois de eu chamar seu nome de novo, ele disse que estava a caminho, que chegaria até nós de alguma forma. Eu sabia que aquilo não era um bom sinal. Não queria Percy fazendo nenhuma loucura.

Alguns minutos depois ele apareceu montado em uma moto dirigida por Nathan. Eu estava feliz em vê-lo, mas a chegada deles não resolveria nosso problema. Não podíamos levar Sally para o hospital em cima de uma moto! Percy foi até a janela do banco do carona e começou a tentar acalmar Sally. A verdade era que ela era a mais calma e controlada entre todos. Nós é que tínhamos que tomar cuidado para não perder a cabeça. Ouvi um barulho da sirene de uma ambulância ao longe e senti que devia ser mais uma ajuda divina a caminho. Não demorou para eu ver pelo espelho retrovisor a fila de carros abrindo caminho para a ambulância passar. Não havíamos acionado a emergência ainda, então aquele socorro não era para nós. Mas isso não queria dizer que não poderíamos usá-lo! Tínhamos uma tremenda de uma emergência, afinal de contas! Falei apressadamente para Percy tentar interceptar o veículo quando ele passasse por nós. Ele me olhou com cara de: “Como espera que eu faça isso?! Me jogando na frente do carro??”. Mas mesmo assim ele foi. Por sorte a ambulância reduziu a velocidade e parou diante de Percy.

Eu desci do carro e fui até o motorista que parecia irritado. Comecei a tentar explicar, o mais resumidamente possível, que tínhamos uma mulher tendo um bebê no carro. Por sorte eles concordaram em nos ajudar. Tiraram uma cadeira de rodas do compartimento traseiro, onde uma jovem ferida estava deitada em uma maca. Não tive tempo de reparar quão grave era seu ferimento. Agilmente os paramédicos tiraram Sally do carro e a levaram para a ambulância. Percy entrou no compartimento com ela e o carro partiu. Ainda com a sirene ligada. Suspirei aliviada antes de me dar conta que eu estava parada no meio do tráfego de Nova York. Impedindo a passagem dos motoristas que tentavam dar uma de espertinhos pegando carona na passagem aberta pela ambulância. Alguns motoristas ao lado me disseram para eu ficar lá e não deixá-los passar, mas acabei voltando ao carro. Nathan perguntou se eu queria ir com ele de moto até o hospital, mas eu não podia largar o carro ali. Ele então foi indo na frente para ver se Percy precisaria de alguma coisa. Eu fiquei com o coração apertado. Queria estar lá naquele momento. Mas cumpri meu papel e conduzi o carro da minha sogra pelo lento trânsito enquanto tentava insistentemente falar com Paul.

Quando ele me atendeu já estava no hospital. Ele disse que Percy havia passado em seu trabalho antes de vir até nós e contado o que tinha acontecido. Ele correu para o hospital com seu carro também, pegando um caminho menos congestionado e acabou chegando lá pouco depois deles. Respirei aliviada sabendo que ele poderia acompanhar o parto do próprio filho. Percy também estava lá. Tudo daria certo. Eu havia cumprido minha missão! Me sentia feliz e satisfeita, mas ao mesmo tempo queria estar lá com eles. Aquele trânsito estava me dando nos nervos. Mas respirei fundo e continuei, devagar e sempre, rumo ao hospital. Até me esqueci que tinha que ligar para o trabalho para avisar que não iria poder ir naquele dia. Fiz isso ainda presa no engarrafamento. Depois de longos 45 minutos eu cheguei ao hospital.

O bebê já havia nascido e Sally estava se recuperando da anestesia. Paul havia conseguido acompanhar o parto, como eu imaginara, e agora estava com Percy esperando nos corredores da maternidade. Como todos já sabiam, era uma menina, mas ainda estavam fazendo toda a limpeza e os exames necessários para só então poderem liberá-la para o berçário, onde poderíamos vê-la, finalmente. Paul era pura ansiedade, mesmo já tendo visto a menina ao nascer. Segundo ele a pequena era linda e muito cabeluda. Percy também estava bastante ansioso para ver sua nova irmã. Os minutos pareciam durar dias durante aquela espera. Mas quando trouxeram Justice Jackson Blofis e a colocaram num dos bercinhos para podermos vê-la atrás do vidro, a espera foi recompensada. Ela era mesmo linda e de fato muito cabeluda. Seus cabelos tinham a mesma cor dos de Percy. Ainda não dava para ver com quem ela se parecia, mas eu tinha certeza de uma coisa: ela já era muito amada.

O médico veio alguns minutos depois, quando já tínhamos todos babado muito pela JJ, e disse que Sally já estava sendo encaminhada para o quarto. Eles disseram que Justice ainda precisava ficar um pouco no berçário antes de poder ser levada até a mãe. Então todos subimos para o quarto para esperar. A mãe de Percy estava ótima, nem parecia que tinha acabado de ter um bebê. Mesmo assim preferimos deixá-la descansar e guardar as energias para quando trouxessem Justice para o quarto. Então Percy e eu saímos e ficamos esperando do lado de fora do quarto. Cerca de uma hora depois ela chegou em um bercinho com rodinhas. Toda enrolada em uma manta grossa. Voltamos a entrar, mas ficamos apenas olhando enquanto Paul e Sally mimavam a recém nascida. Era uma cena muito comovente, senti meus olhos lacrimejarem. Então Sally perguntou se Percy queria segurá-la. À princípio ele disse que não, que não tinha jeito com essas coisas. Mas eu o encorajei dizendo que ele precisava começar a treinar desde já para quando tivéssemos os nossos. Ele me olhou com interesse e depois concordou em pegar sua irmãzinha no colo. Todo sem jeito, mas com muito cuidado e carinho. Ele andou um pouco pelo quarto com ela e depois a trouxe para perto de mim para que eu pudesse vê-la melhor.

— Acha que um dia vamos estar prontos para isso? - perguntou Percy em um sussurro.

— Por que? Você acha que ainda não estamos? - devolvi com outra pergunta.

— Não sei. É que ver essa coisinha tão pequena e frágil, saber que ela depende de você pra tudo e que qualquer coisa que aconteça com ela é sua responsabilidade… é assustador. Não me leve a mal, mas é bom saber que não somos nós os pais dessa vez…

— Percy Jackson assustado com alguma coisa? - zombei dele. Percy revirou os olhos e sorriu olhando em direção a Justice - Falando sério agora, eu entendo o que você está sentindo.

— Entende? - perguntou ele surpreso.

— Claro que entendo. Caramba eu acabei de quase ver a sua irmã nascer em um carro no meio de um congestionamento. Eu acho que teria pirado se você não tivesse aparecido lá. Definitivamente ainda não estou pronta para lidar com esse tipo de situação. Quer dizer, que bom que deu tudo certo. Justice é linda e tenho certeza que ela vai trazer muita felicidade para essa família toda. Só acho que ainda não é a nossa hora. Além do mais, estamos casados há pouco mais de dois meses. Ainda temos muito o que aprender, ainda tem muitas experiências malucas e apavorantes para vivermos.

— É... - concordou ele - E acho que essa mocinha aqui vai ter muito a nos ensinar até que chegue a nossa hora.

E ela chegaria, no momento certo. No momento eu realmente não me sentia preparada para ser mãe. Ao mesmo tempo eu via o tamanho da felicidade de Paul e Sally com a mais nova filha. Eu queria aquilo para mim também. Mas sabia que ainda não era a hora. Talvez seria melhor eu voltar a tomar os anticoncepcionais. Mas eu discutiria esse assunto com Percy mais tarde. Agora éramos marido e mulher, tínhamos que tomar esse tipo de decisão juntos. Percy passou a bebê para mim e eu a segurei apenas por alguns minutos, até devolvê-la a Sally. Ela não disse, mas eu imaginei que estivesse louca para tê-la de volta nos braços. Quando a enfermeira chegou no quarto para ajudar Justice a ser amamentada pela primeira vez, Percy e eu saímos de novo para dar privacidade a eles. Do lado de fora Percy e eu conversamos mais um pouco sobre aquela história de não nos sentirmos prontos para sermos pais e de ainda termos muito por ver e viver na vida. Foi um momento agradável e o meu dia maluco acabou terminando calmo e tranquilo.

***

Estávamos sentados na varanda em frente à nossa casa. O possante de Percy estava estacionado de um lado e do outro havia um gramado com algumas flores. Jake, o cachorro que encontramos abandonado dias depois de nos mudarmos e resolvemos adotar, descansava sobre os degraus da escada. Aquele banco de madeira que balançava preso por uma corrente havia sido mesmo uma boa ideia. Era uma das únicas coisas que eu deixara Percy escolher na mobília da casa. Quase todo o resto havia sido mobiliado e decorado por mim. Aquele lugar parecia ter uma magia especial porque nele eu me sentia em casa como nunca havia me sentido em nenhum outro lugar. Nem mesmo no acampamento meio-sangue. E não era por causa dos consideráveis metros quadrados a mais que tínhamos de espaço, do lindo jardim, do porão espaçoso, nem dos vários cômodos e da cozinha enorme. Era porque ali eu me sentia em uma nova vida. E era a garota mais sortuda do mundo por ter ao meu lado o melhor homem do mundo.

Já faziam dois dias que Justice e Sally haviam sido liberadas para voltar para casa. Tudo já estava pronto para recebê-la. Eu sabia que os próximos dias seriam de bastante correria, muita gente querendo visitar a bebê e muitas mudanças na rotina deles. Mas por enquanto eu queria só aproveitar aquele momento de sossego com meu marido. Eu estava sentada ao seu lado, com a cabeça apoiada em seu ombro. Nós não fazíamos nada além de olhar a rua. O único barulho que ouvíamos era o dos grilos, de alguns poucos carros que passavam na rua e da nossa próprio respiração. O silêncio quase total deixava o clima ainda mais ameno. Cheguei a fechar os olhos por um momento para sentir o perfume da noite. Cheirava a flores e a Percy Jackson. Aquele era com certeza o meu cheiro favorito no mundo todo. Não queria ter que interromper aquele momento, nem estraga-lo com palavras. Mas algo me veio à cabeça e tive que perguntar a ele:

— Percy, quais são os seus sonhos?

— O que? - disse ele. Eu sabia que ele tinha ouvido perfeitamente e que só queria saber porque eu estava fazendo aquela pergunta assim do nada.

— Quero saber quais são seus sonhos, baby - repeti. Eu havia me rendido e também estava chamando ele daquela maneira agora.

— Você é meu sonho, Annie.

— Não, não é isso. O que eu quero saber é o que você ainda planeja fazer. Quais são suas metas, seus planos para o futuro? O que quer realizar que ainda não realizou?

— Por que está perguntando isso agora? - retrucou Percy ainda sem entender onde eu queria chegar.

— Porque sim, ué. Porque sou sua esposa.

— E ser minha esposa quer dizer que tenho que responder a qualquer pergunta doida que você faça na mesma hora?

— Não é uma pergunta doida! - reclamei. E logo ele estava rindo. Lhe dei um empurrão me afastando dele e fechando a cara - Pare de rir de mim!

— Me desculpa, baby. É que eu adoro te ver bravinha - então ele se aproximou e me deu um beijo.

— A minha pergunta era séria. Mas se não quiser responder, tudo bem...

— Eu vou responder. Mas primeiro me diga porque quer saber isso.

— Nós somos um só agora Percy. Não importa o que aconteça. Não importa qual seja a missão, nós iremos juntos. Como Atena disse, sabiamente, uma “Missão A Dois”. O que quer que seja, sou eu e você, pra sempre. Por isso quero saber o que almeja, quais são os seus sonhos. Porque a partir de agora eles serão os meus também. Não serão mais os seus objetivos e os meus, serão os nossos objetivos. O que foi? - parei de me explicar quando vi ele me olhando com um sorriso bobo no rosto.

— Nada. Eu só estava admirando o quão linda e maravilhosa você é.

— Pare com isso...

— É sério - ele me puxou para mais perto, deixando nossos rostos à poucos centímetros um do outro - Mesmo eu já sabendo disso, que você é incrível. Eu ainda me surpreendo quando me diz essas coisas. Sou o cara mais sortudo do mundo por ter você ao meu lado.

— Seria muita presunção não discordar disso?! - perguntei com um sorrisinho sarcástico.

—Eu te amo, Annabeth Jackson.

— Eu te amo, Cabeça de Alga.

E nos beijamos por alguns minutos. Depois ele me contou sobre os seus sonhos. E eu lhe contei sobre os meus. Ficamos ambos surpresos ao perceber que não conhecíamos muitas das ambições um do outro. E cada palavra que ele dizia me interessava. Cada vontade dele realmente virava uma vontade minha. Era algo absolutamente natural. Estaríamos mesmo juntos naquela missão para sempre. A partir daquela noite, pelo menos uma vez por semana, nós repetíamos o mesmo ritual. Nos sentávamos naquela varanda e falávamos um para o outro sobre nossos sonhos, nossos medos, nossas dificuldades, nossas experiências, nossas derrotas e nossas vitórias. E dávamos suporte um ao outro em tudo. E assim nos sentíamos cada dia mais fortes. Sentíamos que nada poderia nos derrubar. É claro que muitos problemas ainda estavam por vir. Mas eu já não me preocupava tanto com eles...


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Notas finais do capítulo

Só quero dizer que fiquei muito satisfeita com o desfecho dessa 3ª e última temporada da saga "Arquivos da Semideusa". Estou feliz e orgulhosa com meu trabalho. Mas é claro que nada seria o mesmo se não fossem pelos comentários e apoio de vocês. Então por isso quero muito saber sua opinião. Podem soltar o verbo e me dizer se gostaram se não gostaram, se ficaram surpresos, ou decepcionados. Podem falar o que quiser. Desde que me deixem saber o que acharam. Todos sabem que eu escrevo por e para mim e não para os outros. Mas é claro que é ótimo ter leitores que admiram minhas histórias :D Ela pode ter começado a ser feita para mim, mas terminou feita para todos vocês!
Volto a frisar que é o final dessa saga, mas estou longe de pensar em parar de escrever. Tanto que não irei nem dar uma folga. Já tenho uma nova fanfic em processo de produção que começarei a postar esse fim de semana mesmo muito provavelmente. Quem quiser acompanhar entre aqui: http://aquatromaaos.blogspot.com.br/ ;) E tenho muitos outros projetos de novas fanfic's para escrever. Por isso, àqueles que quiserem continuar me acompanhando, peço que curtam minha página no facebook (link abaixo) pois lá é onde eu os manterei informados sobre tudo ;)
Obrigada por me acompanharem até aqui e espero ver vocês mais vezes por aqui em breve.
PS: não esqueçam que ainda tem o Epílogo!!
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Curtam minha página no Facebook para acompanhar os capítulos novos:
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beijos ;*
@SarahColins_



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