Missão A Dois escrita por Sarah Colins


Capítulo 37
Capítulo 36 - Rendição


Notas iniciais do capítulo

(ps: é a terceira vez que tento editar pra ver se aparece as notas, vamos ver se agora vai ¬¬')
Oi amigos, tudo bem?
Capí­tulo cheio de romantismo pra vcs ;) Espero que gostem!!



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– Sim eu sei, estão surpresos ao me ver aqui - continuou a deusa do amor assim que ficou evidente que todos nós estávamos chocados demais para dizer qualquer coisa. - Nem mesmo você, Annabeth, com toda essa sabedoria herdada de sua adorável mãe, poderia chegar à conclusão de que eu estava por trás disso tudo. Coisas cruéis demais aconteceram a vocês, eu sei, e não pensem que estou orgulhosa disso. Realmente não queria ter de usar métodos tão baixos. Mas vocês tem que compreender que eu não tive outra escolha. Uma história de amor tão bonita quanto a de vocês não poderia jamais ser desperdiçada da maneira que estava sendo. Vocês dois convivendo em paz naquele apartamento decadente, levando uma vidinha medíocre como se fossem mortais comuns. Argh, só de falar disso já me dá arrepios!

“O amor de vocês é forte o suficiente para sobreviver a coisas muito maiores. Já sobreviveu a duas grandes guerras, afinal. De certa forma eu entendi a intenção de vocês. Queriam se adequar a modernidade, viver como jovens comuns. E não podem dizer que não respeitei isso, afinal até mesmo os problemas que coloquei em seu caminho estavam de acordo com sua nova forma de vida. Traições, mentiras, brigas, tudo relacionado ao dia-a-dia monótono de vocês. Assim como vemos nos filmes e novelas produzidos pelos mortais. Vocês podem escolher ficar longe das batalhas e das tragédias do “universo semideus”. Mas realmente acharam que poderiam ficar longe das minhas intervenções? Já disse diversas vezes, vocês são de longe o meu casal de semideuses favorito da atualidade!”

– Já chega! Já ouvi o suficiente - reagi depois que aquelas palavras enfim haviam sido digeridas e eu deixei a raiva que sentia daquela mulher me consumir. Parti para cima dela e teria começado uma luta ali mesmo se Percy e Frank não tivessem me segurado - Você não pode brincar com nossas vidas e com nossos sentimentos dessa maneira. Não somos seus fantoches! Não somos nenhuma novela ou filme, não temos que ser “interessantes” para entreter as pessoas! Por que não nos deixa em paz!!!

– Não há motivo para exaltações, queria Annabeth - a voz doce e compreensiva de Afrodite só conseguiu me deixar ainda mais irritada - Não vê que eu fiz um favor a vocês? Apesar de nem tudo ter saído como eu planejei, no fim das contas acabou dando tudo certo. Vocês estão aqui juntos, se aproximando de novo, lutando juntos por um objetivo em comum. Isso não é lindo? Mal vejo a hora de que ocorra a reconciliação!

– Certo, você é oficialmente a deusa mais estranha de todo o Olimpo - afirmou Percy bem humorado mas com uma ponta de ressentimento, enquanto literalmente me impedia de pular no pescoço da deusa - E é também uma das mais antigas e poderosas criaturas na face da terra. Não seriamos loucos o bastante para tentar travar um combate com você - ele me lançava um olhar de censura. Eu então parei de querer avançar e tentei engolir meu orgulho junto com a raiva. Estava colocando todos em perigo com aquele ataque de loucura, era melhor eu tentar me controlar - Mas estamos no direito de pelo menos exigir que nos explique detalhadamente tudo o que fez!

– Ahhh claro - Afrodite riu colocando uma das mãos sobre o colo como se aquilo a deixasse encantada - Como pude me esquecer. Agora é aquela parte que vocês escutam atentamente enquanto eu descrevo como arquitetei cada parte de meu plano - enquanto falava a deusa do amor e da beleza se sentou em um banco invisível e fez uma pose pensativa enquanto ainda flutuava a alguns palmos do chão - Deixe-me ver se eu me lembro exatamente quando tudo isso começou… Claro porque vocês podem ser meus preferidos, mas não são o único casal que precisa de atenção. Seus amigos aqui mesmo, já foram os protagonistas de alguns dos dramas amorosos preferidos da minha versão romana, Vênus.

O queixo de Frank e Hazel caíram simultaneamente enquanto eles olhavam incrédulos para a deusa. Eu também não pude deixar de ficar surpresa e até indignada com a revelação. Quer dizer então que como Vênus ela também aprontava das suas com os casais de semideuses romanos? Não podia nem imaginar então o que ela faria com os pobres Jason e Piper já que um era romano e a outra grega. De qualquer forma, eu tinha certeza de que nenhum deles havia sofrido mais na mão da deusa do amor do que nós. Eu e Percy éramos seus párias definitivamente. Não entendia qual era a graça de ela nos causar tantos transtornos. Mas não era só isso que me incomodava. Ela havia passados dos limites, por sua culpa um humano inocente saíra gravemente ferido. Não havia como ela explicar isso.

– Bom, como eu ia dizendo, antes de vocês fazerem essas caras de abobalhados - continuou a deusa - Tudo começou quando Percy e Annabeth decidiram ir morar sozinhos em Manhattan. Vou pular essa parte chata onde tudo parecia ser um mar de rosas. Eu percebi que vocês necessitavam de mais aventura em seu relacionamento. O que melhor para isso do que adicionar umas mentirinhas e talvez uma terceira pessoa entre vocês? Comecei com a proposta de trabalhar como modelo para Annabeth e o conseguinte assalto ao apartamento e vocês. Tinha certeza que Annabeth não iria desperdiçar a chance de colocar toda a situação em ordem o mais rápido possível. Infelizmente Percy não era inteligente o bastante para descobrir a mentira de Annabeth logo então eu tive que adicionar mais um fator a equação.

– Nathan - acabei pensando em voz alta, mas ninguém nem olhou para mim. Era tão óbvio aquela dedução que nem mesmo Afrodite precisava confirmar.

– Exato, Nathan! - confirmou a deusa de qualquer forma - Esse tremendo galã, digno de novela das 9h. Perfeito para o papel que eu queria acrescentar a história de vocês. A terceira parte em um triângulo amoro que confesso que até eu fiquei dividida. Quase achei que seria melhor que Annabeth ficasse de uma vez com Nathan. Imaginem um romance proibido entre uma semideusa e um mortal? Tinha tudo para ser algo de tirar o fôlego, paixão que incendiaria uma cidade inteira. Infelizmente não foi nada disso, a relação de Nathan e Annabeth não provocou nem sequer uma pequena faísca. Chegava a ser pior do que a forma como Percy e Annabeth estavam a princípio. Bom, mas depois eu chego lá. É claro que vocês já devem imaginar que eu provoquei o encontro entre Nate e Annie e também entre Nate e Percy! - a forma como ela nos chamava por apelidos me dava nos nervos, mas fiz um grande esforço para manter a boca fechada, queria muito saber os detalhes daquela história.

– Não foi muito fácil fazer Nathan ir parar na espelunca onde Percy trabalhava com seu carro importado. Mas pelo menos depois que chegou lá, não tive muitos problemas em fazer eles ficarem amigos. Agora o que me deu trabalho de verdade foi fazer o mortal se interessar por Annabeth. Tive que criar diversas ilusões para mexer com a mente do garoto e também tive que interferir bastante para que Annabeth cedesse e aceitasse sair com ele. Talvez Nathan só tenha chamado você por causa da aposta que fez com Percy, mas isso não importa. No final das contas tudo acabou sendo revelado e virou um dos motivos da briga de vocês, assim como eu planejara!

– Espera, volte um pouco, o que acabou de dizer? - eu tive que interromper. Havia algo naquela história que não batia com o que eu me lembrava, será que tinha perdido alguma coisa?

– Que tudo foi revelado, da pior forma possível é claro, você descobrindo que Percy conhecia Nathan e depois se sentindo tão culpada que acabou confessando…

– Não não, antes disso, alguma coisa sobre uma aposta?

– Ahhh isso? Quando Percy contou a Nathan que tinha uma namorada, Nate disse que ela ficaria caidinha por ele e largaria Percy na hora. Então Percy disse que apostava que isso jamais aconteceria, e Nathan disse que apostava seu carro que conseguia levar ela para sair - ela contou aquilo como se fosse a coisa mais sem importância do mundo - Não me diga que você não sabia disso?! - a deusa parecia realmente estar se divertindo com aquilo.

– Não fizemos aposta alguma! - exclamou Percy parecendo ofendido - Estávamos só brincando, falamos essas coisas por falar, como os amigos fazem - ele olhou para mim como se estivesse se explicando. Eu ainda estava sem saber o que pensar sobre aquela nova informação. Deveria acreditar nele ou na deusa do amor que queria transformar nosso relacionamento em uma novela dramática?

– Ahhh mas todos sabemos que toda brincadeira tem um fundo de verdade - disse Afrodite maliciosa - Nathan podia não ter consciência de que Annabeth era a namorada do Percy, mas como eu estava manipulando-o para gostar dela, talvez ele tenha feito de propósito. O que importa é que isso já passou meus caros, e a trama continuou se desenrolando da forma como eu queria. Percy deixou Annabeth quando deu de cara com aquele outdoor com a foto dela, como eu esperava - não gostava nada de lembrar daquele dia, ainda mais sabendo que Afrodite arquitetou tudo para que aquilo acontecesse, mas continuei ouvindo - Não contava com a aparição de Thalia para ajudar Annabeth, essa garota insiste sempre em ir contra meus planos para seu romance. Mas afinal ela acabou sendo de grande ajuda, levando Annie para o acampamento para tentar curá-la do vírus que eu instrui Hanna a te transmitir.

Não acreditava na forma tranquila com que ela confessava todos aqueles delitos a nós. Ela havia comprometido a minha saúde só para que seu plano doentio desse certo. O que havia acontecido com as regras que existiam para que Deuses não passassem dos limites com seus poderes?

– E com isso, vocês voltaram a se encontrar. Foi só colocar Dean novamente no jogo para elevar a raiva e o ciúme de Percy as alturas. Depois disso não precisei fazer mais nada, a sede de vingança tomou conta dele e o resto vocês já sabem como ocorreu. A briga do século, de disparar o coração e fazer as lágrimas rolarem solta! Fico com o coração apertado só de lembrar - se eu não soubesse que aquela mulher era na verdade maluca, eu teria acreditado que ficara realmente comovida com nosso término - Mas então, tudo começou a dar errado quando Emily e Hanna saíram do meu controle. Primeiro elas se descuidaram e deixaram Percy se aproximar delas em seus sonhos. Pois é, aquilo não era parte do plano, eu tive que concertar a burrada delas. Inventei o sequestro de Nathan para assustá-los e para unir novamente Percy e Annabeth, mas de novo as coisas não saíram bem. Eu jamais pretendia que o humano saísse ferido. Vejam bem, sou a deusa do amor e da beleza, é claro que não gosto de machucar inocentes, muito menos um tão bonito e charmoso como Nathan…

– Então porque não impediu aquelas criaturas de machucarem eles?! - indaguei revoltada.

– Minha querida não foram as minhas lacaias que machucaram seu ex-namorado - explicou ela para mim como se estivesse falando com uma criança teimosa - Bem, a culpa pode ter sido delas sim que o deixaram lá abandonado. Mas quem feriu Nathan foram uns bandidos que entraram lá no casarão e o roubaram. Pobre Nathan, tenho que lembrar de pedir a Apolo que dê uma passada no hospital para tentar ajudar a curá-lo. Sabe, nós deuses não podemos fazer mal aos mortais, mas podemos ajudá-los se quisermos. Assim como eu estou ajudando vocês dois!

– Ajudando?!! - exclamei voltando a me adiantar em direção a deusa. Percy e Frank logo já se colocaram no meu caminho, mas dessa vez eu não pretendia tentar atacá-la ou coisa do tipo. Só queria encará-la mais de perto. Confrontá-la. - O que te faz pensar que nós iriamos querer a “ajuda” de uma deusa maluca para transformar nossa vida em um inferno e acabar com nosso relacionamento?

– Quem disse que quero acabar com o relacionamento de vocês? - Afrodite não mudava o tom da voz em momento algum, o tempo todo parecia feliz e satisfeita, o que estava me dando nos nervos - Não ouviu quando eu disse que são meu casal preferido do milênio? Só o que eu quero é tornar a história de vocês mais emocionante, mais épica! Não se preocupem, a parte da tempestade já está passando, logo vem a bonança. Estou preparando um desfecho incrível para vocês! Vai ser a reconciliação mais empolgante e calorosa que o olimpo já viu! Vocês com certeza irão adorar!

– Eu com certeza vou adorar é te dar uma lição, sua… - devo ter passado pelo menos uns dois minutos insultando Afrodite com todos os xingamentos em grego e em inglês que conhecia. Meus amigos obviamente me seguravam tentando me conter, e Percy gentilmente tentava me fazer calar a boca.

Afrodite, obviamente, não se alterou com o meu segundo ataque de nervos naquele dia. Quando enfim eu consegui me desvencilhar dos braços que me continham, fui na direção da deusa, mas ela desapareceu como num passe de mágica milésimos de segundos antes de eu alcançá-la. Meu nível de raiva e frustração estava crítico. Sentia que ia explodir a qualquer momento. Não precisa ser muito inteligente para saber quem foi que conseguiu me acalmar e me fazer voltar a raciocinar direito. Percy me abraçou e disse palavras de conforto como “Quem liga para aquela deusa pirada?” e “Aposto que ela fica se metendo na relação dos outros porque a sua não está dando certo”. Depois que a raiva passou só restou a tristeza, principalmente por saber que minhas chances de voltar com Percy estavam arruinadas.

Por mais brilhante que fosse o plano de Afrodite para nos unir novamente, eu duvidava que desse certo agora que nós dois já sabíamos de tudo. Percy estava me consolando agora, mas eu sabia que aquela cena toda que havia ocorrido só iria nos distanciar. Eu devia estar brava com ele por aquela brincadeira boba de aposta que ele e Nathan haviam feito. Mas não consegui porque sabia que Percy jamais teria falado aquilo sério. Enquanto ele me abraçava eu senti vontade de parar o mundo e congelar aquela momento para sempre. Não queria nem saber do que viria a seguir. Voltamos para o apartamento em um meio de transporte muito mais seguro e confortável do que aquele que viemos. Ainda cheirávamos a essência “anti-monstros” e estávamos cobertos de geleia roxa, fora os ferimentos pós luta. Mas por algum motivo o taxista resolveu aceitar nosso dinheiro e nos levar para casa.

A primeira coisa que Percy fez ao chegarmos, depois é claro de todos terem tomado banho e colocado roupas limpas, foi dispensar Hazel e Frank. Dispensar no bom sentido, é claro. Por mais que adorássemos a companhia deles, sabíamos que já estávamos abusando. Eles gentilmente se ofereceram para ficar e continuar ajudando em qualquer coisa que precisássemos, mas eu e Percy insistimos que eles podiam voltar para o acampamento Júpiter, pois já haviam ajudado e muito. Hazel chamou Árion para levá-los de volta para São Francisco e eles partiram. Fiquei me perguntando porque ela não pensara em Árion antes de termos que apelar para as parcas? Acabei deixando isso de lado, afinal era um problema ínfimo perto de todo o resto que estava acontecendo.

Me sentei no sofá da sala enquanto Percy ia até a cozinha, ele me trouxe um copo de água com açúcar dizendo que aquilo iria ajudar a me acalmar. Recusei à princípio, mas se tem uma coisa que Percy sabia ser era convincente. De fato a água com açúcar me ajudou. Foi então que por fim eu me dei ao trabalho de olhar para o lado e reparar como ele estava. Não parecia muito melhor do que eu, no entanto estava ali se preocupando só com o meu bem estar. Me senti completamente egoísta por não ter nem perguntado como ele havia recebido aquela bomba de que Afrodite era a grande mentora de todas as desgraças que aconteceram conosco.

– Aposto que também ficou com vontade de partir para cima daquela deusa intrometida - comentei enquanto estávamos recostados no sofá um virado na direção do outro.

– Claro que fiquei - falou ele entre uma risada. Aquele era um dos meus sons favoritos em todo o mundo - Mas alguém tinha que impedir você de acabar se matando ao tentar atacar Afrodite.

– Acha que não daríamos conta dela?

– Acho que estamos fora de forma o bastante para perder feio uma luta contra qualquer deus.

– Mas nós já derrubamos titãs, gigantes e até a própria Gaia. Não devíamos temer a deusa do amor.

– Não a subestime, Annie. Ela pode parecer super pacifica e a favor do amor, mas pode ser muito cruel e sanguinária quando quer. Eu ainda não engoli essa história de que Nathan foi agredido por bandidos.

– Eu também não. Espero que ela ao menos esteja falando sério sobre pedir a Apolo para ajudar a curá-lo. Seria bom também se houvesse alguém para apagar as memórias dele. Seria ótimo se Nate pudesse esquecer de tudo que viveu e viu desde que nos conheceu.

– Não me leve a mal, mas… ele não estaria metido nessa se você não tivesse contado a ele que era uma semideusa e o tivesse envolvido na nossa “missão” em primeiro lugar - suas palavras me atingiram em cheio, ainda mais porque parte do que ele disse não era verdade.

– Quem foi que te disse que simplesmente contei a Nathan que era uma semideusa? - perguntei enrugando a testa e encarando-o.

– Ninguém me disse nada, mas não foi difícil chegar a essa conclusão quando você o arrastou consigo para me encontrar no Café no dia em que começamos a “caçar” Hanna e Emily.

– Percy, acha mesmo que eu iria contar isso a ele assim tão rápido. Mesmo que ainda estivéssemos namorando? Eu não tive escolha a não ser dizer tudo a ele quando Nathan flagrou Grover sem calças. Quase achei que ele estivesse nos espionando. O pobre garoto pensou que estava ficando louco, então eu lhe contei pelo menos uma parte de todo o mistério.

– Entendi… - Percy parecia não saber o que dizer, senti um certo arrependimento em sua expressão. Ele olhava para baixo, fitando as próprias mãos. Devia ter ficado profundamente desapontado comigo quando pensou que eu contara a Nathan sobre esse segredo por vontade própria. Com certeza isso o fez pensar que o mortal era realmente importante e especial para mim.

– Sei que isso não muda nada - Percy levantou o olhar para mim quando falei aquilo - Quer dizer, eu ainda menti e tentei me enganar achando que podia começar uma relação assim tão rápido. Estava pensando apenas em mim, não me importei com o quanto isso poderia magoá-lo.

– Na verdade, isso muda sim, muita coisa - ele continuava me encarando com aqueles olhos verdes intensos e enigmáticos - Annie eu também não sou santo nessa história e não posso ficar te julgando. Também não posso negar que você tenha pisado na bola sim muitas vezes. Mas esse tempo todo o que mais me doía era pensar que você realmente tinha me esquecido. Que tinha conseguido seguir em frente, que havia encontrado um novo amor. Era extremamente egoísta da minha parte, mas eu não suportava a ideia de te ver com outra pessoa, mesmo sabendo que poderia estar feliz. Não queria que estivesse feliz, não longe de mim. Posso ser uma má pessoa por pensar assim, mas fiquei aliviado quando soube que você não o amava, que a relação de vocês não dera certo. Eu realmente não preciso dizer que ainda te amo muito, não é?

– Eu… eu… - eu não sabia se ia conseguir formar uma frase oi ao menos dizer sequer uma palavra completa.

Meu coração estava tão acelerado e eu acho que comecei a transpirar de emoção. Ele havia mesmo dito o que eu acabara de ouvir? Eu provavelmente devia estar sonhando. Era isso. Só podia ser. Eu devia ter adormecido sem perceber novamente e estava tendo um lindo sonho. O toque dos dedos dele em minha mão foi como um despertador que me fez acordar para a realidade e perceber que eu não estava sonhando. Percy não havia dito que me perdoava, nem que iria voltar para mim. Mas eu já estava muito feliz só com o que acabara de ouvir. Ele nunca deixou de me amar. Ele nunca quis que eu fosse feliz com outra pessoa. Sim isso soava extremamente egoísta, mas eu não me importava nenhum pouco. Acho que me sentiria da mesma forma em relação a ele se soubesse que estava com outra pessoa. Sempre iria querê-lo para mim, não importava o quão difícil fosse a nova situação.

– É, acho que eu falei demais… - murmurou Percy enquanto tirava sua mão de cima da minha.

– Não, você falou o suficiente - voltei a pegar a mão dele e a segurei com as minhas duas. Fiquei com medo de falar mais alguma coisa e estragar aquele clima perfeito que havia surgido entre nós.

Não falei e nem pensei em mais nada, apenas agi. Segurei o rosto de Percy e depois de admirá-lo por alguns segundos eu o beijei. Fiquei feliz e extremamente aliviada ao ver que ele não hesitou nem um segundo em corresponder e me envolver com seus braços. Ah como senti falta daquilo. Conforme senti seus lábios, sua língua e seu toque tão suave e ao mesmo tempo tão intenso, percebi que voltava a me sentir viva. Não havia me dado conta até aquele momento, mas era como se nos últimos meses eu estivera em coma. Eu respirava, me alimentava, fazia tudo dentro de minha rotina, mas apenas sobrevivia. Havia me esquecido como era realmente me sentir viva. E com apenas alguns segundos Percy estava me mostrando tudo isso novamente. Com ele eu sabia exatamente quem era e o que queria.

Os beijos eram lentos e carinhosos. Percebi que estávamos os dois tentando manter o controle, para que não deixássemos tudo acontecer rápido demais. Se não nos refreássemos com certeza estaríamos na cama em menos de meio minuto. Mas eu sentia que ambos queríamos matar as saudades aos poucos. Queríamos aproveitar ao máximo cada momento e cada sensação. Acariciava o rosto dele com os dedos e com os lábios. Deixava uma trilha de beijos que ia da sua testa até a sua orelha. Eu me lembrava bem como ele gostava quando eu a lambia lhe causando arrepios. Eu já estava sentada sobre as pernas dele enquanto ele ainda apoiava as costas no sofá. Tirei sua camiseta para poder explorar seus ombros e seu peitoral. Era impressão minha ou ele estava mais forte do que antes?

Antes que continuássemos a nos despir ali na sala, Percy me levantou em seus braços e me levou até o quarto. Ele me colocou na cama e começou a tirar a própria roupa com toda calma do mundo enquanto eu o observava. Aquela era definitivamente a melhor visão do mundo. Percy em minha cama sem roupa. Não contive um sorriso ao pensar nisso. Em seguida, ele veio até mim e começou tirando minha blusa. Ele movia a peça com uma lentidão torturante. Mas deixei que fizesse do seu jeito. Levantei um pouco as costas da cama para que ele conseguisse chegar ao fecho do meu sutiã, e depois deslizar as alças pelos meus braços. Seu olhar estava fixo na parte do meu corpo que fora descoberta e era quase como se ele já estivesse me tocando. Porém Percy estava realmente querendo me torturar. Ele levou as mãos até o botão de minha calça e começou a tirá-la, o que não demorou muito porque eu já havia me livrado de meus tênis.

Houve um suspense e uma demora ainda mais exagerada quando o semideus enfim tirou a minha calcinha. Eu achei que ia explodir de tanto desejo conforme seus dedos iam descendo por minhas pernas, empurrando o fino tecido. Quando terminou, Percy veio para cima de mim e começamos a nos beijar de novo. O contato de nossos corpos nus era inebriante. Estava em chamas por toda a extensão de pele que o tocava. Ele devorava minha boca com a sua e fazia movimentos singelos sobre mim, que me faziam enlouquecer ainda mais. Percorri os músculos de seus braços e suas costas com as mãos enquanto ele descia em direção aos meus seios. Sua mão acariciada um enquanto sua boca se apoderava do outro. Afundei os dedos em seu cabelo e inclinei as costas aos suspiros.

Percy não economizou nos beijos e não deixou nenhuma parte de meu corpo sem atenção. Ao chegar até minha região mais íntima ele me mostrou uma “massagem” que foi, com o perdão do trocadilho, divina! Não pude fazer outra coisa senão retribuir da mesma forma, botando literalmente as mãos à obra. Só desse jeito eu já conseguiria chegar ao ápice do prazer. No entanto, Percy, com toda a sua experiência, interrompeu os estímulos antes que eu chegasse lá. Se colocou entre minha pernas e investiu lentamente, com firmeza porém de forma cuidadosa. Emitíamos sons baixos e constantes de satisfação. Me desfiz em seus braços enquanto ele me deleitava com toda a potência de sua masculinidade. Enfim atingimos o ponto mais alto e mais desejado, então ambos relaxamos e respiramos fundo para retomar o fôlego. Percy continuou em cima de mim e não me senti nenhum pouco incomodada. Poderia ficar ali com ele daquele jeito para o resto da vida.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?
Qualquer semelhança entre mim e Afrodite é mera coincidência KKKK =x
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beijos ;*
@SarahColins_