Missão A Dois escrita por Sarah Colins


Capítulo 30
Capítulo 29 - Decisão


Notas iniciais do capítulo

Olá amigos, tudo bem? ^^
Mais um domingo gostoso pra aproveitar com a família :D Espero que estejam tendo um ótimo fds como o meu!
Boa leitura ;)
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PS: Capítulo de hoje é dedicado ao Victor Savieto pela linda recomendação! *-*



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O pânico começou a se apoderar de mim assim que coloquei os pés dentro da casa de Nathan. O que diabos eu fazia ali? O que eu tinha na cabeça para ter aceitado o convite dele? Não ia conseguir fazer aquilo de jeito nenhum! Isso é, se ele realmente estivesse pensando em fazer o que eu achava que estava. Não, não ia rolar, definitivamente não! Nathan parecia ser um cara compreensivo o bastante para entender aquilo, certo? Bom, se não fosse eu infelizmente teria que quebrar seu pescoço. E agora que eu já estava curada daquela tal doença divina, sabia que podia fazer isso de olhos fechados. De qualquer forma eu já estava ali e obviamente o garoto já devia estar achando que eu toparia qualquer coisa.

Como se toda aquela situação já não me deixasse intimidada o bastante, comecei a reparar na luxuosa e imensa residência em que me encontrava. Depois que Nathan estacionou o seu porsche prata na garagem nós subimos por uma escada monumental até a porta de entrada. Ao entrarmos me deparei com um singelo hall de entrada que era maior e mais bem decorado do que meu apartamento inteiro. Fiquei de queixo caído enquanto era puxada para dentro da casa. Nathan me convidou a sentar e disse para eu ficar à vontade enquanto ele ia pegar alguma coisa na cozinha. Ficar ali esperando sozinha só teria me deixado mais apreensiva, entretanto eu aproveitei para conferir melhor o ambiente. Não era todo dia que eu visitava uma casa daquelas.

Todas as paredes eram brancas, exceto uma com tom de vinho onde ficava uma imensa televisão de tela plana. Agora eu sabia porque Nate havia nos dado aquela outra de presente, ele tinha praticamente uma tela de cinema em sua sala. Ao lado da parede colorida havia uma janela que ia do teto até o chão e pegava quase toda a extensão do cômodo. Estava escuro lá fora e quase não podia ver nada através dela. Os sofás onde eu estava sentada eram de uma tonalidade linda de marrom, sem falar que eram tão confortáveis que eu estava começando a sentir sono. Por sorte Nathan voltou naquele instante para sala. Ele trazia uma garrafa de vinho e duas taças. Algo me dizia que aquele menino estava com más intenções.

– É impressão minha ou está querendo me embebedar? - perguntei de forma bem humorada, o que fez ele rir.

– De forma alguma - respondeu ele também com bom humor, mas parecendo ser sincero - Só achei que você ia gostar de provar isso. Só um gole pra experimentar, eu prometo.

– Está bem...

Nathan tinha um encanto próprio que eu simplesmente não conseguia resistir. O que me fazia perceber que estava cada vez mais entrando em terreno perigoso. E se eu continuasse sem conseguir resistir a ele? E se eu não conseguisse dizer não, quando tivesse que dizer? Aquilo me apavorava, mas ao mesmo tempo me deixava com um frio na barriga delicioso. Tinha que dar um jeito de refrear aqueles pensamentos rapidinho. Felizmente Nathan estava dizendo a verdade, porque colocou apenas um dedo de vinho na taça para mim, a sua ele encheu um pouco mais. Antes de bebermos ele propôs um brinde a nós, e eu inclinei minha taça para tocar a dele. Quando o liquido vermelho tocou minha língua eu cheguei a suspirar de prazer. Era realmente muito bom. Deuses o que aquele garoto estava fazendo comigo?

– Não disse que você ia gostar? - ela me deu um sorriso triunfante que eu teria achado extremamente presunçoso se não estivesse completamente encantada por ele.

– Tinha razão, é maravilhoso - confirmei. Eu jamais teria dado o braço a torcer tão fácil se fosse com Percy. Droga! Por que eu estava pensando nele bem agora? Tratei de afugentar esses pensamentos.

– Agora vem aqui que vou pedir algo pra gente comer, estou faminto! - ele me estendeu a mão me ajudando a levantar do sofá e então me puxou até a cozinha.

Melhor eu não comentar nada sobre a cozinha da casa de Nathan. Eu não saberia por onde começar nem saberia como descrever tamanha perfeição. Cheguei a me sentir deprimida ao me lembrar do lugar minúsculo onde eu tomava café todas as manhãs. Vou apenas dizer que ela era imensa e deslumbrante. Me sentei num dos banquinhos da bancada que ficava numa ilha no centro onde havia um fogão do tipo “cooktop”. Nate pegou o telefone e perguntou se eu tinha alguma preferência. Disse para ele que podia escolher o que quisesse, que eu não estava com fome. Ainda estava apreensiva demais pra sentir fome, mas não disse isso a ele, é claro. Esperamos enquanto a comida não chegava ali na cozinha mesmo em meio a alguns beijos e carícias. Naquele momento fiquei imaginando se não havia ninguém em casa ou se Nathan morava sozinho. Provavelmente a segunda opção.

Quando eu vi a ótima cara da pizza que Nathan havia pedido, não resisti e acabei comendo um pedaço também. Estava deliciosa, obviamente já que o garoto pedira numa das mais famosas e mais caras pizzarias de Nova York. Por um momento desconfiei que Nathan estava querendo me fazer provar diferentes tipos de prazeres naquela noite. Não queria nem pensar no que estava por vir. Muito menos imaginar quais eram as intenções dele. Só iria me preocupar com isso quando chegasse a hora. Por enquanto eu iria só aproveitar o luxo e as regalias que estava recebendo. Quando Nathan terminou de comer ele segurou minha mão e me conduziu por um extenso corredor.

Como eu suspeitava, ele estava me levando para seu quarto. Abriu a porta e fez um gesto para que eu entrasse primeiro. Depois que nós dois já estávamos lá dentro Nate fechou e passou a chave na porta. Foi nesse momento que meu coração começou a acelerar o batimento e não parou mais. O quarto também devia ser um tremendo arraso em termos de espaço e decoração, mas por algum motivo não conseguia reparar em mais nada além daquela cama king size localizada bem no centro do cômodo. Tentei fingir que estava perfeitamente confortável naquela situação, mas não acho que consegui grandes resultados. Principalmente porque Nathan olhou pra mim e logo perguntou:

– Está tudo bem, Annie? - só me virei em sua direção porque ele havia colocado a mão no meu braço, do contrário não teria nem percebido que estava falando comigo.

– Ahm, o que? - respondi toda enrolada - Ahhh sim, eu estou perfeitamente bem, claro - pela cara que Nate fazia eu não devia ter sido nenhum pouco convincente.

– Ok - disse ele sem questionar mais - Por que é exatamente isso que eu quero. Quero te fazer sentir como se estivesse em casa.

– Hmmm… - murmurei com um sorriso amarelo. Nathan não podia ter sido mais óbvio quanto suas intenções do que agora. Torci para minhas pernas não estarem tremendo tanto quanto eu imaginava.

Nathan foi até uma prateleira que havia na parede ao lado de seu armário e pegou um DVD. Ele então colocou um filme para assistirmos e me chamou para deitar em sua cama com ele. Fiquei feliz ao perceber que ainda conseguia caminhar quando fui até ele e me sentei ao seu lado. Estava com os pés para fora ainda encostando no chão e um pouco distante do garoto. Claro que ele não se deu por satisfeito com aquilo e colocou a mão em volta da minha cintura me puxando para perto dele. Confesso que não foi nenhum pouco ruim me aconchegar naqueles braços grandes e fortes. Pra falar a verdade eu estava sentindo falta daquilo. Depois de namorar tanto tempo com Percy não tinha sido fácil passar as últimas noites sozinha. Acabei ficando tão à vontade que tirei os sapatos e coloquei os pés para cima da cama.

O filme era um romance daqueles bem “água com açúcar”. Totalmente de acordo com o clima do momento. Eu dividia minha atenção entre a tevê e os carinhos que estava recebendo de Nate. Por mais que o filme fosse bom, a cada minuto me prendia menos. Por Zeus, aquele menino estava mesmo querendo me deixar louca. Estava me fazendo sentir coisas que eu não queria sentir. Jamais achei que poderia desejar alguém que eu não amasse, que eu nem ao menos sabia se gostava daquela maneira ainda. Mas lá estava eu, toda derretida por aquela atmosfera de sedução que Nathan havia criado. Se eu não tomasse cuidado, cairia facilmente na armadilha dele. Ainda que uma parte de mim quisesse muito cair e não pensar em mais nada, não podia deixar isso acontecer. Eu iria fazer de tudo para resistir aos encantos de Nathan Scott ou não me chamava Annabeth Chase.

Antes mesmo de o filme acabar senti Nathan inclinando o corpo na cama para ficar mais deitado. Como eu estava envolvida nos braços deles, acabei indo junto involuntariamente. Quando me dei conta o garoto já estava me beijando e colocando o corpo sobre o meu. Eu correspondi mas ao mesmo tempo já fiquei em alerta. Tinha que saber a hora certa de fazê-lo parar. Que Afrodite me ajudasse a escapar daquela, pois não seria nada fácil. Meu corpo me traía ao tentar ceder aos prazerosos estímulos que recebia. Mas naquela batalha minha mente teria que ganhar. Não havia nada que me convencesse a transar com Nate. Não naquele dia, não daquele jeito, não apenas uma semana após terminar com Percy, não sabendo que eu ainda amava outra pessoa.

– Nathan espere… - falei enquanto o veterano beijava meu pescoço. Ele parou no mesmo instante e levantou o rosto, me olhando confuso.

– O que foi? - ele apoiava as mãos no colchão suspendendo o próprio corpo, deixando de se apoiar sobre mim por um momento - Eu não te machuquei, não é? - não entendi por que ele pensaria aquilo, mas foi engraçada sua cara de preocupação enquanto olhava para meu corpo conferindo se estava tudo no lugar certo.

– Não, eu ainda estou perfeitamente bem - respondi logo para tranquilizá-lo. Aproveitei que Nathan havia se afastado um pouco para sair de baixo dele e voltar a me sentar na cama - Eu só acho que é muito cedo pra isso. Sei que vai me achar extremamente careta e infantil por dizer isso, mas ainda não sinto que é a hora de me envolver com alguém até esse ponto. Sei que talvez você não compreenda e vou entender se quiser que eu vá embora agora…

– De jeito nenhum! - falou Nathan me olhando de forma surpreendentemente compreensiva - Annie, não seja boba, é completamente normal você não querer fazer isso. Eu não só entendo como acho que tem razão. Eu é que fui muito precipitado te trazendo até aqui. Já te disse que perco a cabeça quando estou perto de você, não é?

– Ninguém me obrigou a vir até aqui Nate - respondi já bem mais aliviada depois de ver a reação que ele teve - Eu vim porque eu quis e no fundo eu sabia que você poderia querer… você sabe… - pelo sorriso malicioso em seu rosto deduzi que ele sabia bem do que eu estava falando - Não teria vindo se não soubesse que você respeitaria se eu dissesse que não queria, exatamente como está fazendo agora.

– Bom, que bom que sabe disso - ele sorriu agora com bastante ternura - Então isso quer dizer que estamos bem? Não vai sair correndo daqui e ir na delegacia me denunciar por assédio, né?

– Não - ri da forma como ele brincou com a situação.

De repente percebi que já não sentia nenhum pouco da tensão que estava sentindo minutos atrás. Meus desejos e instintos sexuais também haviam ido embora, o que de certa forma era ruim. Afinal eu continuava ali na cama de Nathan e ele não parecia querer que eu fosse embora. E quando eu mencionei que talvez estivesse na hora de eu ir, ele deixou claro que não era o que ele queria mesmo. Insistiu bastante e acabou me convencendo a ficar. Eu tinha uma sessão de fotos na manhã seguinte, mas era só a partir das 11 da manhã, não teria problema dormir ali na casa dele só aquela noite, teria? Já era tão tarde que nem compensava eu pegar um taxi para voltar para meu apartamento. Fora que não tinha nem como competir. Dormir ali ao lado de Nathan ganhava disparado de dormir sozinha em casa. Peguei uma das camisetas dele emprestado para usar como pijama e dormi abraçada com ele debaixo das cobertas. Me senti acolhida e segura como há muito tempo não me sentia.

***

Se você acha que levar Nathan comigo a agência de modelos foi uma boa ideia, está completamente enganado! Agora se você acha que ele fez o maior sucesso mesmo o lugar estando apinhado de modelos super gatos, você está completamente certo! Eu estava acostumada a ser uma das queridinhas de Zach, afinal eu fora chamada para a campanha de mais marcas do que qualquer modelo do seu casting nos últimos meses. Mas naquele sábado, ele só teve olhos para o meu belo acompanhante. Que o produtor gostava de belezas exóticas eu já sabia, mas nunca imaginei que ele ficaria tão encantado com Nate. Ok, tenho que admitir que é realmente muito bonito, aquele tipo de cara que você não encontra todo dia na rua.

Mas a empolgação de Zach estava um tanto exagerada e chegou até a assustar o garoto um pouco. Pela cara dele nunca havia passado por sua cabeça a ideia de virar modelo. E obviamente a situação de Nathan não era nem um pouco parecida com a minha, dinheiro não era problema pra ele. Logo, não achava que encontrariam alguma forma de convencê-lo a assinar um contrato com a agência. A não ser que o chantageassem ou algo do tipo. Porém, por mais que aquele pessoal parecesse louco as vezes, não eram desonestos. Sempre me pagaram meu cachê em dia, disso eu não podia reclamar. Havia desligado meu celular depois de ignorar umas vinte ligações e mensagens de texto de Tasha. Ela com certeza estava doida para saber o que havia rolado com Nathan na noite anterior. Mas não seria agora que eu ia parar para contar tudo a ela.

Tinha muito a fazer até ser liberada. Para meu azar algumas ajudantes dos estilistas eram insuportavelmente irritantes. Especialmente uma que vivia pegando no meu pé. Haley parecia que tinha uma implicância especial comigo. Eu desconfiava que era por que eu sempre deixei claro que não gostava muito daquela profissão, só estava ali pelo dinheiro. E pelo que eu soube, o sonho de Haley era ser modelo, mas ela nunca havia sido notada pelos olheiros nem nunca havia passado em nenhum teste. Não entendia como, já que ela era muito bonita, muito mais bonita do que eu por sinal. Então a garota teve que se contentar em trabalhar nos bastidores. Eu entendia seu descontentamento mas não aceitava que ela descontasse aquilo em mim. Que culpa eu tinha? Cada vez que ela me alfinetava, eu devolvia da mesma forma.

– Annabeth, atrasada como sempre - disse Haley logo que me viu, sem se dar ao trabalho de me cumprimentar - Mas é claro que você sabe que não será mandada embora por isso. Essa é a vantagem de ser a queridinha do chefe…

– Bom dia pra você também, Haley - respondi com um sorrisinho irônico. Já estava tão acostumada àquela hostilidade que nem me dei ao trabalho de discutir com ela.

– Seu figurino já está pronto no trocador, a sessão começa em dez minutos. Apenas tente chegar no horário! - ela falava com uma autoridade desnecessária e eu tentei ignorá-la ao máximo.

– Me desculpa - interveio Nathan - não quero me meter no trabalho de vocês, mas se Annie está atrasada a culpa é minha - ele se dirigia a Haley ao falar.

– Ahm, ok… - respondeu a garota completamente sem jeito. Certamente ela ainda não havia notado o monumento que eu havia trazido comigo para o estúdio, ou então não esperava que ele fosse falar com ela. Quando enfim conseguiu parar de encará-lo, ela continuou - Bom, então acho que os dois foram feitos um para o outro mesmo!

A cara de Nathan ao vê-la sair deixando-o falando sozinho foi impagável. Me segurei para não rir enquanto ia em direção aos camarins. Nate me acompanhou até a porta, mas obviamente teve que aguardar do lado de fora. Não eram todas as modelos que fechavam as cortinas de seus trocadores, e tinha uma leve impressão de que se Nathan estivesse lá elas não iriam fechar de propósito. Um homem heterossexual naquele ambiente era uma coisa muito rara, temia que o atacassem ou coisa do tipo. Terminei de me vestir e fui até o estúdio começar a fazer as fotos. Para meu azar, e principalmente para o azar de Nathan a sessão foi longa, mas ele acompanhou pacientemente sem nem parecer estar ficando entediado. Me lembrei que estávamos em um local repleto de modelos maravilhosas e deduzi que aquilo não deveria ser exatamente um pesadelo para um garoto.

Haley continuou implicando comigo e Nathan continuou tentando me defender, mesmo eu dizendo que já não ligava mais para as provocações da menina. Notei que ela não tirava os olhos dele enquanto eu estava longe. Aquela garota irritante não me enganava, estava caidinha pelo meu… meu… afinal o que Nathan era meu? Não era meu namorado, mas definitivamente era mais que meu amigo. Não sabia como definir, só sabia que ele estava ali comigo e eu não gostava de vê-lo sendo cobiçado por tantas outras garotas. Quando a sessão acabou eu estava exausta e faminta e não achei nenhum pouco ruim ter Nate pra me levar para almoçar em um restaurante caro naquele momento.

[...]

Voo de helicóptero, passeio de barco, carona de porsche, presentes caros… É, eu podia me acostumar com essa vida. Seria fácil demais dizer que eu estava completamente feliz e satisfeita com Nathan e simplesmente achar que ficaríamos o resto da vida juntos. Pois é, mas não era bem isso que estava acontecendo. Por mais que eu disfrutasse imensamente da companhia do garoto e estivesse deslumbrada com a vida de rei que ele levava, algo ainda estava faltando. Eu não estava apaixonada por Nathan. Por mais que tentasse me convencer do contrário, eu sabia que não o amava. À princípio eu achei que isso não era problema. Estava apenas curtindo o momento. Me divertindo e aproveitando a solteirice como Tasha havia aconselhado. Mas com o passar das semanas acabei percebendo que as coisas foram ficando mais sérias.

Nathan começou a deixar claro que não estava apenas afim de “curtição”. Os programas que ele inventava eram cada vez mais formais e frequentes. Até para conhecer seus pais ele me levou uma vez. Já ficara desesperada achando que ele iria querer conhecer os meus também, mas felizmente ainda não havia mencionado nada. O que será que Atena acharia se soubesse que estou com um mortal? Melhor ela não saber disso. Ela não devia nem saber que eu havia terminado com Percy, do contrário já teria tentado entrar em contato comigo para me dar os parabéns. O fato era que minha relação com Nate ainda estava indefinida. Nós não éramos namorados, bom pelo menos não formalmente, porque nada foi oficializado. Mas definitivamente estavam nos comportando como tal. Chegava a sentir arrepios imaginando onde essa história ia dar. Não queria magoá-lo, e também não queria enganar a mim mesma. A lembrança de Percy seguia bem viva em mim, por mais que eu não soubesse nada dele há um tempo. Não podia negar que não havia superado a nossa separação ainda.

Foi então que aconteceu. Algo que eu vinha temendo já há algum tempo. Era uma calorosa tarde de julho, quando as férias da faculdade já haviam começado. Eu agora tinha bem mais tempo livre durante a semana e estava aproveitando para descansar e passar o tempo com meus amigos e claro, com Nathan. O veterano ocupava boa parte da minha agenda diária. Naquele dia ele havia me levado ao Central Park. Sempre que ele queria me levar lá eu dava alguma desculpa para não ir ou sugeria outro lugar. Afinal era lá que Percy me levava quase toda semana quando namorávamos. Não queria ficar me lembrando dele. Mas, depois de muitas tentativas, Nathan enfim havia me vencido, e como eu não podia dizer o real motivo, acabei aceitando por falta de desculpa.

– Eu adoro esse lugar - exclamou ele respirando fundo enquanto caminhávamos de mãos dadas por entre as árvores - Uma pequena floresta dentro de uma cidade grande. Nem parece que estamos em Manhattan quando entramos aqui…

– Pois é… - respondi só pra não deixar ele no vácuo. Eu na verdade não achava o Central Park lá grande coisa. A floresta do acampamento meio-sangue era com certeza muito maior e melhor que aquilo.

– O que foi? - perguntou Nate olhando pra mim com os olhos semicerrados por causa da forte luminosidade daquela tarde. Seus olhos azuis estavam divinos sob a luz do sol - Não parece assim tão feliz de estar aqui. Você não queria ter vindo, não é?

– Não, Nate, não é nada disso - disfarcei tentando parecer despreocupada - Só estava viajando aqui nos meus pensamentos, nada de mais.

Ele pareceu satisfeito pela minha resposta pois me puxou e me deu um beijo rápido nos lábios. Logo em seguida Nathan começou a andar um pouco mais rápido me puxando pela mão e me levando em direção a uma fonte de água. Ao chegar lá ele pediu que eu subisse na beirada da fonte que tinha cerca de trinta centímetros de altura. Fiquei um pouco desconfiada mas subi. Nathan não era do tipo que fazia brincadeiras de mal gosto como me jogar dentro da água por exemplo. Já não podia dizer o mesmo no meu ex-namorado. Deuses, que estranho é me referir a Percy dessa maneira. Mas afinal era isso que ele era e ponto. Já estava mais do que na hora de eu me acostumar com a ideia!

– Annabeth Chase - começou a dizer Nathan enquanto se abaixava apoiando um dos joelhos no chão. Na mesma hora eu saquei o que ele estava fazendo e comecei a entrar em pânico! - Sei que talvez possa achar precipitado mas, não tem mais ninguém com quem eu quero estar além de você, então... Quer ser minha namorada?

Pelo menos ele não veio com uma aliança pra colocar no meu dedo. Isso com certeza me teria feito cair dura ali mesmo. Pensando bem, talvez fosse melhor eu desmaiar ou coisa do tipo, porque minha reação foi muito pior. Simplesmente fiquei calada olhando para ele sem saber o que dizer. Nathan me olhava com uma cara de expectativa e eu só queria sumir dali o mais rápido possível. A reposta era não, eu não queria namorar com ele. Não mesmo! Estava tudo tão bem do jeito que estava, porque ele queria namorar? Ele ainda nem sabia que eu era uma semideusa!

– Nathan eu... - enfim disse com a voz tremula - Não sei o que dizer - foi o melhor que eu consegui e ainda assim foi péssimo. Mas o contrário do que imaginei o garoto ajoelhado a minha frente não ficou bravo nem mesmo triste.

– Tudo bem Annie, não precisa me responder agora - falou Nathan enquanto se colocava de pé novamente - Sei que terminou um relacionamento a pouco tempo e que ainda deva estar se sentindo confusa com tudo que aconteceu. Use o tempo que achar necessário pra pensar e depois me diga, ok? Enquanto isso tentarei fazer cada segundo que passamos juntos uma razão para responder que sim.

É isso, eu agora certamente iria para os campos de punição do Mundo Inferior direto, sem nem passar pelo julgamento! Aquele garoto era lindo, atencioso, gentil, amável e ainda por cima rico! Em outras palavras era o garoto perfeito, e estava pedindo para namorar comigo! E eu, a garota mais estúpida da fase da terra estava ali, sem saber o que responder. Completamente amedrontada e insegura. Mas não tinha outro jeito. Não podia namorar alguém que não conhecia o lado “divino” da minha vida. E também não podia ser tão injusta em ficar com ele sendo que ainda pensava em Percy, demais até pro meu gosto.

Sem clima para continuar o nosso passeio romântico pelo parque eu inventei alguma desculpa para voltar para casa. Compreensivo como sempre, Nathan não discutiu e até me deu carona até meu apartamento. Quando entrei em casa fui surpreendida com uma ligação de alguém que eu jamais poderia imaginar. Era Clarisse, ela queria me contar que vira Percy no acampamento acompanhado de outra garota, uma filha de Afrodite, provavelmente Caroline. Ela, assim como a maioria dos meus amigos, ainda não sabia que Percy e eu tínhamos terminado. Depois da nossa épica briga eu havia ido embora de lá com Thalia e pedira a ela que não contasse nada a ninguém, nem mesmo a Leo. Não queria que ninguém ficasse comentando sobre a minha vida por ai.

O fato é que eu não estava esperando saber notícias de Percy tão cedo, muito menos essas notícias. Fui pega de surpresa e me odiei ao perceber que saber daquilo me doía fundo no coração. Mesmo que eu já imaginasse que Percy também deveria já ter ficado com mais alguém, ter a informação verídica era muito pior! E eu não pude deixar de também sentir uma raiva imensa daquele Cabeça de Alga por estar justamente com a menina com quem ele havia se vingado de mim. Senti meus olhos começarem a marejar. Não podia dar a Percy o gosto de saber que ainda estava sofrendo por ele. Então respirei fundo, agradeci a Clarisse pela informação e desliguei. Logo em seguida peguei o telefone no gancho novamente e liguei para Nathan. O convidei para vir a noite me ver. Disse que já tinha uma resposta para a pedido dele.


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Notas finais do capítulo

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