Missão A Dois escrita por Sarah Colins


Capítulo 3
Capítulo 2 – Surpresa


Notas iniciais do capítulo

Olá amigos, tudo bem? ^^
Domingo é dia de capítulo novo, eba! o/
Espero que gostem, boa leitura ;)



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Percy me viu e então veio em direção a mim enquanto eu continuava paralisada. Eu só era consciente do meu coração que batia acelerado e das minhas pernas que pareciam não querer mais me obedecer. Eu nem sentia o vento frio da noite que batia no meu rosto e balançava meus cabelos. Nem imaginava qual era a expressão em meu rosto naquele momento, mas podia apostar que havia um sorriso bobo em meus lábios. Tirei as mãos dos bolsos do meu casaco para pegar as flores que ele me oferecia. Meu sorriso aumentou gradativamente conforme eu sentia o perfume suave das rosas e suas mãos envolviam minha cintura. Com o buquê entre nós Percy teve que se inclinar ligeiramente para se aproximar e deixar um singelo beijo em meus lábios. Fechei os olhos nesse breve momento e depois voltei a abri-los lentamente. Mesmo na escuridão da noite os olhos do meu namorado continuavam de um tom verde-mar intenso e brilhante. De tirar o folego como sempre.

- Meus parabéns pelo seu primeiro dia como estudante universitária, Srta. Chase – disse ele com uma expressão exageradamente séria. Era óbvio que ele estava fazendo todo um teatro naquele momento. Eu tive que fazer um grande esforço para não rir.

- Obrigada Sr. Jackson – devolvi seu olhar intenso e penetrante e me mantive séria para fazer o jogo dele. Eu queria ver até onde isso iria.

- Se me permite – ele então se posicionou ao meu lado e me ofereceu o braço para que eu segurasse. Assim que eu o fiz ele começou a caminhar em direção a rua – Nosso taxi está nos esperando.

- Deixe-me adivinhar, você não vai me dar nenhuma dica de onde estamos indo – perguntei antes de entrar no veículo.

- Acertou – respondeu ele impassível, sem deixar transparecer nenhum vestígio de excitação ou entusiasmo, o que me deixava frustrada. Queria descobrir logo onde ele estava me levando.

Percy segurou a porta do banco traseiro pacientemente até que eu resolvi entrar. Depois ele contornou o veículo e se sentou ao meu lado. O motorista deu a partida e seguiu em frente sem que tivéssemos dado nenhuma orientação. Certamente o meu astuto namorado já havia cuidado disso. Só me restava tentar prestar atenção no caminho para descobrir aonde iríamos. Mas nem mesmo isso eu consegui fazer direito. Os vidros do carro eram escuros e o garoto ao meu lado conseguia acabar completamente com a minha concentração. Ele segurou meu rosto com uma das mãos enquanto a outra me envolvia trazendo-me para junto do seu peito. Eu também o abraçava com uma das mãos enquanto a outra estava repousada em seu joelho. Deixei que ele me beijasse longamente, ainda que eu não me sentisse totalmente confortável para aquela demonstração pública de carinho. Mas o motorista parecia estar alheio a nós enquanto dirigia.

Quando Percy me soltou encostei a cabeça em seu ombro e apenas disfrutei de seus dedos que se entrelaçavam nos meus cabelos. Pude reparar melhor na roupa que ele vestia nesse momento. Calça jeans, camisa branca, um casaco longo e preto, sapatos. Não estava extremamente social, o que já me deu um bom alivio. Eu não estava nem de longe preparada para ir a algum lugar muito chique. Entretanto era preciso uma desculpa muito boa para fazer Percy usar camisa e sapatos. Logo eu sabia que não iriamos a nenhum dos lugares mais descontraídos que estávamos acostumados a frequentar em Manhatthan. Enfim o taxista diminuiu a velocidade e fez uma curva fechada para a esquerda entrando em um estacionamento de um restaurante. Nunca tinha estado ali antes, mas só pela primeira olhada já dava para saber que devia ser no mínimo caro.

Fui uma boa menina e esperei que Percy descesse do carro e desse a volta para abrir a porta pra mim.  Segurei a mão que ele me estendia e desci do carro. Ainda bem que eu resolvi deixar os tênis de lado e colocar uma sapatilha nos pés. Junto com minha blusa estampada e minha calça legging, eu não me sentiria tão deslocada naquele lugar. Fomos até a entrada do restaurante e logo deixamos nossos casacos e bolsas na chapelaria. Percy foi diretamente falar com um homem de terno, super bem arrumado e recepcionava os clientes. Apesar de o local estar cheio nós não tivemos que esperar um segundo sequer. Aparentemente já tínhamos uma mesa já reservada para nós. Senti que Percy parecia mais nervoso e ansioso do que há alguns minutos atrás. Como se ele estivesse preocupado com algo. Se assim como dizia o seu bilhete, ele havia preparado uma surpresa para mim, não era de se admirar que ele estivesse assim. Cheguei a ficar sensibilizada por ele e torci para que tudo desse certo, seja o que for que ele estivesse aprontando.

Percorremos quase o salão inteiro, que não era nada pequeno. Passamos por diversas mesas e eu pude dar uma boa olhada nos pratos que estavam sendo servidos. Eles pareciam bem chiquês e a maioria era de dar água na boca. Percebi nesse instante que estava com fome. Não via a hora de me sentar e fazer o pedido. Aqueles pratos deviam custar uma fortuna. Mas tenho certeza que Percy não se importaria de gastar um pouco mais essa noite que, segundo ele, era tão importante. Mais alguns passos e enfim encontramos nossa mesa. Na hora achei que tinha havido algum engano, porque o garçom indicava uma mesa para quatro pessoas, onde já havia um casal sentado de costas para nós. Eu já estava prestes a reclamar quando chequei mais perto e focalizei o rosto das pessoas sentadas à mesa. Jason e Piper, a melhor combinação de gregos e romanos que eu já tinha visto. O casal sorriu para mim, achando graça da minha cara de perplexidade e surpresa.

- Tomei a liberdade de agregar mais algumas pessoas a comemoração – disse Percy com um sorriso triunfante – Espero que não se importe.

- Tá brincando? – respondi ainda chocada com o que ele fizera – É uma surpresa maravilhosa, obrigada! – Dei um beijo rápido no rosto dele antes de me dirigir aos nossos convidados – Quanto tempo não nos vemos! O que fazem em Nova York? – cumprimentei Jason com um beijo no rosto rápido e depois dei um forte abraço em Piper.

- Como assim, o que estamos fazendo em Nova York? – respondeu-me a semideusa ainda retribuindo meu abraço com a mesma intensidade – Viemos ver vocês dois! Quer motivo melhor do que esse? – a filha de Afrodite estava deslumbrante como sempre. E ela conseguia isso sem fazer nenhum esforço, chegava a ser frustrante.

- Depois queremos conhecer o apartamento de vocês, hein? – disse Jason ao cumprimentar Percy. Eu dei a volta na mesa para me sentar de frente para o lugar onde Piper estava. Sentia falta de uma garota pra conversar.

- Bom, só teremos que fazer isso em turnos, não sei se cabemos os quatro lá de uma vez só! – disse Percy com o bom humor de sempre, mas algo em sua voz me fez perceber que ele realmente temia que nosso minúsculo lar doce lar não comportasse visitas.

Mas pelo jeito fui só eu quem percebeu aquilo porque os dois riram como se fosse apenas mais uma das piadas de Percy. Antes de eu me sentar, é claro que Percy veio puxar a cadeira para mim. Ele estava extremamente cavalheiro, coisa que não era nada comum. Longe de mim estar me queixando. É claro que eu gostava de todo aquele paparico. Ainda que não fosse algo natural dele. Mas apenas por uma noite eu poderia disfrutar daquilo. Fizemos o pedido e enquanto a comida não chegava ficamos conversando sobre diversos assuntos. Dentre eles é claro que os acampamentos meio-sangue e Júpiter estavam incluídos. Ambos os semideuses continuavam com o treinamento, eles decidiram revezar indo um verão para cada um deles. Parecia justo pra mim. E os dois pareciam felizes juntos, o que deixava o clima ainda mais agradável durante aquele jantar.

- Mas então, como vai a vida de “meros mortais” que vocês levam por aqui? – perguntou Jason num tom divertido.

- Por enquanto acho que estamos nos virando bem – respondi olhando para Percy. Ele apenas concordou com a cabeça e colocou a mão sobre a minha em cima da mesa – Faz pouco tempo que nos mudamos então ainda estamos nos adaptando. Mas o fato de estarmos vivendo juntos e tocando nossa vida praticamente sozinhos não tem comparação. É muito bom!

- Fico muito feliz por vocês – disse Piper olhando de mim para Percy e depois voltando a me olhar – Sério, se existem duas pessoas no mundo que merecem ser felizes, essas pessoas são vocês! Mas afinal estamos aqui para comemorar não é? Que tal um brinde? – ela pegou sua taça de vinho branco que havia sido servido há pouco e a levantou – Ao primeiro dia de Annabeth na faculdade e a felicidade de vocês dois. Sei que vão se sair muito bem em mais essa missão.

 - Missão? – perguntaram Jason e Percy a uníssono – Como assim, missão? – os dois semideuses, que já haviam liderado missões que envolviam monstros, profecias e tudo mais tinham o cérebro treinado. Não podiam ouvir falar nessa palavra que já ficavam em alerta.

- Oh deuses! Mas será que não conseguem entender uma simples metáfora? – perguntei olhando para os garotos com uma expressão de deboche – Piper quis dizer que todo esse desafio de começar uma vida a dois juntos, de forma independente é como se fosse uma missão. Entenderam? – enfatizei a última palavra, como se estivesse falando com crianças.

- Ah claro – respondeu Jason constrangido – Eu já imaginava que era isso – tentou disfarçar o filho de Zeus, sem muito sucesso.

- Pois é, só estávamos brincando, poxa. É claro que não pensamos que estavam falando de algum outro tipo de missão – completou Percy, de forma nenhum pouco inteligente.

Piper e eu não resistimos e caímos na gargalhada. O clima descontraído perdurou durante todo o jantar. Como já era de se esperar, a comida estava maravilhosa. Tentei não passar muito além do ponto de estar satisfeita, afinal eu não sabia o que viria pela frente. Era bem capaz de Percy ter preparado mais surpresas para mim naquela noite. Dividi um pedaço de torta com ele só para não dizer que não comi sobremesa. Quando a conta chegou, Percy não deixou nem que eu desse uma olhada. O jantar devia ter custado uma pequena fortuna e eu sabia que ele não estava precisamente com dinheiro sobrando para ficar pagando tudo sozinho. Mas resolvi não reclamar e nem tentar convencê-lo a dividir, ficaria uma situação um pouco chata ainda mais na frente dos nossos amigos. Mais tarde talvez, quando estivéssemos a sós eu tentasse persuadi-lo. Ou quem podia ser eu a convidá-lo para jantar na próxima vez.

Já estava dando asas a minha imaginação com aquela ideia quando nós deixamos o restaurante. Pegamos nossos casacos e bolsas de volta e nos dirigimos a parte externa do local. Havia uma agradável área de convivência ali fora para as pessoas que aguardavam por uma mesa livre e também para os que já haviam terminado o jantar e queriam dar um tempinho antes de ir embora. O que não era nosso caso, pois Percy segurou minha mão e nos conduziu em direção a calçada. Como eu já havia imaginado ele devia ter mais planos em mente. Ele não fez menção de se despedir de nosso casal de amigos em nenhum momento, logo eles também deviam estar incluídos no “passeio”. Novamente chamamos um taxi e dessa vez Percy se sentou no banco dianteiro ao lado do motorista, enquanto eu fiquei atrás com Jason e Piper ao lado.

- Para o “Aquário Estadual”, por favor? – indicou Percy ao motorista que logo saiu dirigindo pelo transito das movimentadas ruas de Nova York. Dessa vez ele não pode fazer nenhum suspense quanto ao nosso destino. Mas havia alguma coisa errado naquilo.

- Espera aí – disse eu um pouco sobressaltada – Essas horas o Aquário já está fechado, não está?

- Está sim – disse Percy virando o rosto para me olhar com uma expressão travessa.

- Não me diga que está pensando em entrar lá às escondidas?

Não pude deixar de me lembrar da nossa experiência ao invadir um aquário público, alguns anos atrás. As circunstâncias eram completamente diferentes, claro. Estávamos em uma missão. E eu nem tinha começado a suspeitar ainda de que gostava de Percy naquela época. Mas eu sabia que conseguiríamos arrumar confusão da mesma forma que acontecera antes. Parecia que tínhamos um imã para atrair problemas. Por isso eu logo fiquei relutante quanto àquela estranha ideia de ir ao Aquário fora do seu horário de funcionamento.

- Claro que não. Que graça teria trabalhar lá e ter que visitar o lugar no mesmo horário que todo mundo? – defendeu-se o semideus – Deixa-me aproveitar de uma das poucas vantagens que se tem em ser um funcionário público.

Jason e Piper riram, mas eu continuei insegura quanto àquela brilhante ideia do meu namorado de nos levar a um Aquário completamente vazio e desprotegido. Eu já ficava apreensiva durante o dia em saber que ele estava naquele lugar. Não havia segurança alguma, qualquer possível inimigo poderia encontra-lo facilmente ali. E não era porque o Olimpo estava finalmente em paz que nós devíamos achar que nunca mais teríamos problemas com monstros e afins. Havíamos deixado muita gente infeliz quando impedimos que Gaia despertasse. Eu não acharia estranho se houvesse uma manada de criaturas querendo a nossa cabeça por ai. Mas eu não ia ser a estraga festas. Se eles queriam todos rir na cara do perigo, eu é que não ia impedir. Só me restava então pedir aos deuses que não acontecesse nada.

Descemos do taxi e Percy pagou a corrida mantendo seu posto de “anfitrião” da noite. Ele passou o braço em volta de meus ombros e me puxou para junto de si enquanto íamos andando em direção a entrada do Aquário. Jason e Piper nos seguiram. Obviamente estava tudo escuro e trancado. Porém Percy tirou um molho de chaves do bolso e começou a abrir as diversas trancas que havia no portão, não sem antes desativar o alarme de segurança, é claro. O filho de Poseidon parecia entusiasmado demais para quem vai visitar um Aquário no qual passa mais de sete horas todos os dias. Não podia ser só um passeio qualquer. Eu sentia que vinha mais coisa por ai. Mas nem me dei ao trabalho de perguntar por que sabia que ele não diria nada. Percy fez um gesto para entrarmos e em seguida fechou e trancou os portões novamente. Reparei que ele não reativou o alarme, mas resolvi deixar a paranoia de lado um pouco. Nada ia nos acontecer, ou pelo menos assim eu esperava.

 - Venham, quero mostrar uma coisa a vocês – segurando novamente minha mão Percy foi caminhando à frente nos conduzindo por um extenso corredor.

Então a surpresa não era apenas para mim? Eu ficava mais curiosa a cada instante, e mais receosa também. Sabia que podia esperar qualquer coisa do Cabeça de Alga número um dos oceanos. A maioria dos aquários lá dentro estava com as luzes apagadas ou tapados por panos escuros. Até o momento nada de interessante para se ver. Víamos apenas uma luminosidade azulada vinda do final do corredor, o que deixava a cena ainda mais sinistra. Eu me sentia num daqueles filmes de terror clássicos. O problema é que ao invés de espíritos nos podíamos nos deparar com monstros ou até deuses. Abafei um riso enquanto tentava deixar de lado minha fértil imaginação. Enfim o corredor acabou e nós adentramos um grande salão. Nele havia alguns bancos e um painel de vidro que mostrava o interior de um imenso aquário. À principio parecia apenas um aquário comum, mas depois percebi que não havia nenhum peixe ou qualquer outro ser aquático ali.

- Então... – disse eu quebrando o silêncio que havia se instaurado entre nós quatro desde que entramos no Aquário de Nova York – Você nos trouxe para ver um aquário vazio? Onde estão os seres tão incríveis que vivem aqui?

- Talvez Percy ache que uma quantidade tão grande de água junta já seja o suficiente para se admirar – brincou Jason e logo Piper e eu começamos a rir. Percy por sua vez apenas lançou um sorriso amarelo para o outro semideus mostrando que não havia achado graça na brincadeira.

- Podem rir a vontade. Quero só ver a cara de vocês quando virem o que tem aqui.

Ele então se aproximou do vidro e deu umas batidas com as pontas dos dedos. A estrutura resistente nem ao menos ficou embaçada com o toque de Percy. Mas ele parecia concentrado, como se estivesse invocando a tal criatura com a força do pensamento. No caso de Percy isso não seria nenhuma novidade, afinal ele tinha essa estranha e curiosa habilidade de conversar mentalmente com qualquer criatura aquática. Foi então que eu vi o ser mais singular e absurdamente perigoso nadando de encontro ao vidro que nos separava.

- Bessie!? – exclamei num tom alto e alarmado! 


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Notas finais do capítulo

O que será que a Annabeth vai dizer dessa surpresinha do Percy? rs. Não deixem de comentar ;)
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beijos ;*
@SarahColins_



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