(Des)apego escrita por Nina


Capítulo 6
Capítulo 5 - Complicações Matinais


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pela demora, gente. É que tive alguns- muitos- problemas nesse período que fiquei ausente. Espero que não tenham desistido de mim. Vou fazer o possível para voltar a postar no tempo estipulado, mas as coisas ainda não estão tão normais quanto eu gostaria. Peço desculpas novamente, e espero que aproveitem o capitulo.



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Devo dizer que Matthew nunca teve uma idéia tão brilhante quanto a de não deixar que minha teimosia fosse soberana. Aquele colchão parecia conseguir me levar ao paraíso, era como receber um caloroso abraço depois de um dia cansativo.

Aconcheguei-me um pouco mais naquele colchão que mais parecia ter sido um presente dos deuses. Será que eu seria presa se levasse ele sorrateiramente para casa? Se bem que seria meio difícil escapar “sorrateiramente” com um colchão tão grande assim. Droga, nada pior que ter seus sonhos destruídos antes mesmo de acordar.

– Argh... – grunhi assim que senti feixes de luz solar atacarem meu rosto. Eu poderia matar o imbecil que deixou as cortinas abertas. Quem em sã consciência faz isso? Afundei meu rosto um pouco mais no colchão, sentindo um perfume um tanto quanto inebriante. – Droga, isso não está funcionando. – murmurei contra a cama, que num súbito momento pareceu compadecer-se com minha frustração, logo apertando-me um pouco mais contra ela. Espera, desde quando camas abraçam?

Abri os olhos instantaneamente, assustando-me um pouco com a cena que presenciava. Eu me encontrava sobre o tronco de Matthew, enquanto seus braços circundavam minha cintura de modo possessivo. Como tinha chegado ali eu não tinha a mínima idéia. Se me lembro bem, antes de dormir havia me assegurado que estávamos a uma distância muito mais que segura, não tinha como eu ter acordado tão perto assim.

– Droga, por que isso só acontece comigo? – murmurei afundando meu rosto no peito de Matthew e arrependendo-me logo em seguida de tal ato. Knowels movimentou-se para o lado, levando-me junto. Arregalei os olhos ao perceber que, como num passe de mágica, eu me encontrava esmagada pelo corpo de Matthew. – Matthew... – disse baixo, enquanto tentava balançá-lo e forçar a que acordasse. Queria ser capaz que sair daquela situação sem precisar que isso acontecesse, mas a vida não queria me dar um bom dia hoje. – Matthew... – disse novamente, um pouco mais alto. Aquele garoto parecia ter sono de pedra.

Comecei a me remexer insistentemente embaixo dele, na esperança de que, com isso, ele se incomodasse e abrisse logo os olhos. Mas talvez, como em muitas das outras vezes, meu plano não tivesse sido tão bem pensado. Em um dos meus movimentos percebi algo que desejava ser apenas fruto da minha imaginação. E tudo parecia ter se tornado ainda pior quando Matthew escorregou seu corpo sobre o meu encaixando seu rosto no vão do meu pescoço começando a respirar ali. Como aquele brutamontes não conseguia perceber que estava esmagando uma pobre garota com aquele seu corpo gigante?

– MATTHEW! – gritei, a situação estava desconfortável demais para mim.

– Só mais uns minutinhos, mãe. – ele murmurou contra a minha pele, deixando-a arrepiada.

– Você só pode estar de brincadeira. – disse baixo para logo gritar seu nome novamente. – MATTHEW, EU NÃO SOU SUA MÃE, IMBECIL!

– Heather? – ele perguntou confuso assim que levantou seu rosto. – Por que você está embaixo de mim?

– Não faço a mínima idéia, e gostaria muito, mas muito mesmo se você pudesse sair de cima de mim enquanto busca respostas. Não é como se eu conseguisse suportar seu peso por muito tempo.

– Oh! Perdão. – Matthew girou seu corpo para o lado e ficou olhando para cima. – Faz muito tempo que está tentando me acordar? – perguntou sem olhar para o meu rosto. O teto parecia estar tão interessante que fui obrigada a olhar para cima também, mas não encontrei nada demais, a não ser um acabamento de gesso bastante esquisito.

– Acho que não... – aquela parecia ser uma das nossas conversas mais estranhas. Olhei para sua direção e me arrependi, pois meus olhos vagaram pelo seu corpo e logo ficaram fixos em um ponto bastante específico. – Droga, qual o meu problema? – disse baixo, apenas para mim. Mas Matthew parece ter escutado, pois logo direcionou seu olhar para mim.

– Algum problema? – sua sobrancelha estava arqueada, e eu me xinguei mentalmente ao perguntar ao meu interior como era possível ele ficar tão bonito até mesmo quando acordava.

– Comigo não, mas... Está tudo bem com... você? – perguntei já sentindo minhas bochechas esquentarem. Eu deveria estar parecendo um pimentão nesse momento, o Knowels começou a rir.

– Comigo? Mas por que co... – ele interrompeu sua fala, mas não quis olhar em sua direção e ficar ainda mais vermelha. – Minha nossa, é manhã, não é? – ele sequer ouviu minha resposta, logo senti uma movimentação na cama e ouvi seus passos rápidos em direção ao banheiro. Por favor, que ele não tenha ido fazer o que eu acho que foi.


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