— É isso...! Uma ilusão! — A loira Heartfillia disse num feixe de razão. — Só funciona enquanto consideramos que tudo ao nosso redor é real! Pessoal...!— Ela suspirou feliz, enxergando o verdadeiro ambiente. Olhavam para os seus amigos que ainda pensavam estar num cômodo totalmente sem luz e com as pupilas dilatadas, não percebendo o seu arredor. — Se esqueçam de tudo o que achamos que estamos vendo e vivendo! Fechem os olhos e apenas o abram quando perceber a realidade!

Todos fecharam os olhos e se esforçaram para desconsiderar o que antes fora real para eles. Após alguns segundos então, lentamente abriram os olhos e Gray olhou para trás, vendo a todos novamente e o mais importante: sua Juvia. Correu até ela e a abraçou com força, levantando-a, automaticamente tirando os pés da azulada do chão e girando-a de tanto alívio e felicidade. A Loxar, claro, ficou rosada pela centésima vez naquele dia. Era como um sonho que havia se tornado realidade para ela. Gray... Amando-a tão intensamente quanto ela o amava. Um sentimento amoroso recíproco a fazia sentir-se completa, plenamente alegre, mais feliz como nunca tinha sido. “Pinga, pinga, pinga... Gota por gota. E chuva... Muita chuva... Chuva de felicidade”, ela pensou durante um abraço forte que o Fullbuster a proporcionou enquanto voltava os pés da mesma ao chão.

O mago do Gelo acariciou os cabelos azuis olhando novamente aqueles olhos escuros que pelo jeito sua graça nunca o cansavam.

As garotas presentes: Lucy, Cana, Levy e Mirajane observaram a cena sorrindo... Já Evergreen, segurou a mão de Elfman logo que foi capaz de detectar onde estava. O grandão observou a mão grácil sobre a sua bruta e enorme. Corou no mesmo momento e a maga engoliram em seco, com a garota também corando em seguida.

Gray sentiu-se incomodado ao reparar que estava sendo observado.

— O-o que foi?! — Balbuciou nervoso bufando para os colegas.

Lucy riu e todos seguiram sua deixa.

— Nada... — A loira ironizou ainda rindo e depois respirou fundo, pondo uma expressão séria em sua face. — Agora... Precisamos encontrar Erza. Correto, Fairy Tail?! — Perguntou com a voz forte, levantando o punho cerrado no ar.

— Sim! — Disseram repetindo o gesto da loira.

— Saia! — Uma voz rasgada e birrenta disse num cômodo próximo ao do grupo. Os magos tornaram a ficar atenciosos.

— Sair...? — Indagou Scarlet. Tinha sido empurrada para fora do abraço que compartilhava com o Dragneel.

— Como... Como saberei se você é mesmo a Erza e não uma ilusão.

A ruiva sorriu soltando um riso fraco.

— Jellal me contou que já tem em mente o tal do “prêmio” da aposta que fez com a Lucy...

O Mago Dragonslayer surpreso virou um tomate.

— Ah... — Ela passou a mão no próprio queixo, pensativa. — O que será que o pequeno Natsu planejou? — Ela riu sarcasticamente, o que fez o pobre Dragneel ficar mais corado ainda. — Será... Será que é algo pervertido? — A maga lançou seus olhos de pedra diretamente ao mago.

— Haa? N-não, não! E-eu...! — Começou com os braços para o lado, ainda surpreso. Com o nervosismo a flor da pele, começou a balançar os braços para cima e baixo feito Juvia Loxar em seus momentos de maior constrangimento. — Eu apenas vou...! — Começou.

— O que você vai fazer, Natsu? — Indagou a ruiva com um sorriso travesso.

— É... Segredo. — Disse por fim com a voz num tom mais baixo, de braços cruzados, acriançado como sempre, sem nem olhar nos olhos da maga de armadura.

Ela sorriu solenemente e colocou sua mão no ombro de Natsu.

— Bom... Faça o seu melhor nessa tal coisa, seja lá o que você fará... — A maga suspirou.

Não, o Dragneel com certeza não estava a fim de encarar o rosto de Erza naquele momento... ou estado; se encaminhando a porta, ela continuou a falar:

— De qualquer modo... Melhor irmos procurar os outros para darmos logo um fora desse local. — Olhou por mais um segundo o mago do fogo e voltou sua atenção a porta, outra vez — Temos muitas coisas para conversar com o Master e... Várias outras coisas suspeitas que percebi sobre a Dark Brotherhood também. Porque, aliás... A despeito de termos vindo aqui, apenas encontramos alguns guardas, livros e nada mais. Receio que ainda não estamos no local certo... — Ela comprimiu os punhos. — E ainda temos a questão do Akihiko. Pelo que eu soube... Antes dele deixar a guilda, ele foi atacado por algo... Dentro dele. Precisamos tratar dessas coisas o mais cedo possível. — Afirmou.

Natsu assentiu e logo seguiu os passos da Scarlet.

Em meio à neve...

— Papai, papai! Tem dois homens deitados aqui! — Exclamou um garotinho ruivo de olhos azuis ao perceber os corpos dos magos desacordados. Correu para perto deles imediatamente.

— Homens...? — Indagou o pai da criança deixando o que fazia de lado e aproximando-se do filho. —... Nossa. Estão mesmo desacordados. Filho chame seu irmão aqui... Diga que é urgente.

O pequeno ruivo assentiu e saiu com rapidez dali, correndo com suas botas roxas de andar na neve.

Na Fairy Tail...

Gajeel Redfox batia o pé freneticamente fazia um bom tempo. Estava impaciente, perdido em seus próprios pensamentos. Aparentava estar preocupado com algo e com raiva de outra coisa. Fúria e Preocupação habitavam o mesmo corpo Dragonslayer nesse instante. Estava sentado num sofá qualquer com os braços esticados numa expressão péssima. Não era a toa que ninguém arriscava chegar perto dele. Era assustador. Porém...

— Por que tão nervoso Gajeel... Queria tanto mesmo ir à luta? — Perguntou Pather Lily com dois sorvetinhos de laranja em mãos grudados um ao outro. Separou-os e serviu um deles ao filho de Metallicana.

Ele bufou mal-humorado.

— Sim, em parte... Contudo, não é a razão principal. — Explicou deliciando-se com um pouco de seu picolé para aliviar a tensão. Com certeza, somente Lily para melhorar seu humor.

O exceed moreno escalou com cuidado o grande sofá para não soltar o aperitivo que estava em suas mãos e em seguida sentou-se ao lado do Redfox.

— E qual seria essa “razão principal”... Assim como disse? — Quis saber.

Humph... Aquele gatinho nunca deixava de ser fofo e brutal ao mesmo tempo. Era uma qualidade exclusiva de seu gatinho, foi o que pensou Gajeel.

— Sabe, Lily... — Iniciou com o olhar para frente, focado no nada. — Estou preocupado.

— Preocupado...? — Perguntou o gatinho.

Ele passou a mão na cabeleira instintivamente, sua inquietação se expunha. Ele então abaixou a cabeça, focando-se em suas mãos entrelaçadas uma na outra e acarinhando-se por culpa de sua aflição.

—... É a baixinha. — Confessou com os olhos de volta a Lily.

— Levy...chan? — Perguntou.

— Sim... Eu me pergunto se ela está bem... No prédio daquela tal “Dark Brotherhood”.

O gato soltou um riso fraco, sorridente.

— Não se preocupe, Gajeel-san... A minúscula, embora de ser tão verdadeiramente miúda, não é frágil nem fraca. Ela ficará bem... Até porque, os outros estão lá com ela.

O Dragonslayer sorriu, aliviado por causa da afirmação de seu parceiro de batalhas. Deveras... Aquela guria anã não era nada frágil. O que tinha de tamanho insignificante tinha de poder e inteligência. Sim, ela acima de tudo era valente e corajosa. Afinal, se chamava Levy McGarden. Um nome, na opinião do garoto Dragonslayer, tão impactante e forte quanto a garota era. Lily estava certo em confiar nas capacidades dela.