— O-o que está havendo, Erza? — Perguntou Lucy.

— Sinto em informar que... O maior problema não é onde o Natsu está preso e sim como chegar lá. Pelo que eu consegui saber de um “informante”... — Ela olhou para um pobre homem desmaiado que nem ao menos era um mago e tampouco aliado da Dark Brotherhood. Apenas um humano nada mais que normal na qual morava pelas redondezas. Pobre homem azarado... Mais um na lista dos que sofreram dos questionários nervosos da Scarlet. — Existe um tipo de barreira anti-magia que teremos que conseguir ultrapassá-la antes de golpear alguns guardas e o pior é que... Sobre os guardas, a maioria deles... Parecem ser Dark Slayers. Ainda não analisei o perímetro, mas logo o farei. Encontrarei alguma entrada não tão vigiada para darmos o bote, prometo.

— Certo. E como chegamos aí? — Perguntou Cana.

— De onde vocês estão conseguem avistar uma floresta? — Indagou Erza.

— Flo...resta? — Disse Cana olhando para os lados.

— Ah! Encontrei! — Avisou a Heartfilia logo apontando para uma floresta que se situava logo atrás de uma colina.

Todos olharam para onde Lucy apontava.

— Ah, tem razão... Ali está. — Falou Jet com um mini binóculo.

— Assim até eu. — Comentou Cana com uma aura de azul de indignação.

— Realmente... Parece ser um pouco longe. — Observou Happy forçando um pouco a vista.

—COMO? Até você gato?! — Indagou a Alberona.

— Verdade. — Disseram Elfman, Warren e Jet.

— Eu sou a única que não conseguiu ver?! — Gritou a garota-vinho incrédula.

Na montanha...

— Me curou? — Seu sorriso era tão largo quanto jamais foi. Lágrimas quentes se derramavam dos olhos dele e sua respiração falhava.

Inacreditável... Aquilo era inacreditável! “Isso é mesmo sério?!”, pensava Akihiko.

Jellal engoliu em seco e sorriu falsamente.

— Mas é claro.

Akihiko correu até Jellal e o abraçou. O Fernandez percebeu algo sendo derramado em suas vestes. Era sangue. A ferida ainda estava aberta.

— Sasato. Você ainda está sangrando... E muito. — Notou.

— Verdade. — Disse o aparentemente “ex-possuído” colocando sua mão sob o ferimento. Ela ficou repleta de sangue. — Na verdade, está doendo bastante, mas... Eu estou tão feliz que não estou ligando muito para isso. — Ele riu fraco. — Muito obrigado Je...

O garoto fechou os olhos num segundo, perdendo a consciência e caindo nos braços de Jellal.

— Opa...! — Disse ele ao segurar Sasato.

O menino de mechas azuis colocou Akihiko sobre o seu ombro.

— Ele perdeu muito sangue... Acho que já imaginava que isso aconteceria. — Ele deu um riso leve e começou a caminhar.

Levar o moreno nas costas até um lugar habitado não seria fácil e disso Jellal sabia muito bem. Toda aquela neve e fortes ventanias não eram decorativas, fazia realmente muito frio naquele lugar. Jellal sentia que seus músculos iriam atrofiar, mesmo que pelo jeito não fossem, já que em alguns minutos ele não estaria mais tão na ponta da montanha quanto estava. Entretanto, apesar de tudo, era bom ter o consentimento de que Akihiko não estaria por aí, matando sem ao menos ter consciência. Tudo por causa daquele inseto com fama de verme. Aquele manipulador de mentes... Jellal já tinha adquirido ódio daquele ser repugnante. Porém... Não era só isso que se passava na mente dele no momento.

— Não posso... Realmente, não posso acabar com o completo estado de alegria atual dele... Receio que ele tenha sofrido por muito tempo com a maldição desse inseto infame e... Falar dessa incompetência minha, das dúvidas que tenho em mente... Acabará com tudo, deixará sua felicidade em ruínas e ele... Com um pouco de falta de sorte, cairá nas Trevas novamente. — Ele suspira. — Espero que essa minha dúvida seja apenas um vacilo, um blefe e que tudo que eu fiz tenha dado certo... Assim espero.

Em algum lugar escuro da Dark Brotherhood...

— Mas como... Como planeja selar Zeref e controlá-lo?

— Sabe... Deu muito trabalho criar esse pequeno inseto Implantador das Trevas... Ele requer o sangue do próprio Zeref. Três de nós morreram para que obtivéssemos um pouco de tal “elixir”. — Ela riu.

— E daí? O que mais há escondido por trás desse inseto idiota?! Já cansei de ouvir você falar dele! — Falou Natsu mostrando seus caninos.

— Ora, o que há de mais? Nada... Quando chegar a hora, tudo acontecerá naturalmente e nós daremos o nosso jeito para obter o que queremos.

Voltando a montanha...

— Não acredito... Uma nevasca logo agora? — Disse Jellal com o braço protegendo os olhos de fortes ventanias repletas de flocos de neve.

O Fernandez caminhava com dificuldade, a neve no chão dificultava muito o seu andar, sem contar que ele carregava uma pessoa nos ombros.

Após percorrer quilômetros, ele ainda não avistava nenhum sinal de estar perto de alguma cidade. Ele já não sabia mais onde estava. Seu arredor estava completamente coberto pela neve, inclusive as árvores, pelos menos as poucas que havia ali.

Tomado pelo cansaço, Jellal encostou Akihiko numa das árvores e colocou sua mao sobre a testa do garoto.

— Você está começando a gelar, amigo... — Ele analisou a ferida. — Mas... Pelo menos seu sangramento diminuiu. — Ele sentou ao lado de Akihiko por um momento, tomando certo ar.

O azulado levantou-se novamente e se alongou um pouco, colocando o Sasato novamente sobre os seus ombros.

— Bom, agora vamos novamente!... Não podemos perder muito tempo aqui, até porque... Nenhum de nós quer congelar e morrer agora, certo? — Falou sozinho e riu com o silêncio, continuando a caminhada.