— Então você gosta de mim, né? — Perguntou Charles com a voz forçada.

— Gosto. — O gato azul também forçou a voz a sair.

— D-digamos assim que... Eu também goste de você. — Falou Charles de braços cruzados. — Isso seria algo bom, certo?

— Aye... Seria sim... — Assentiu o gato e engoliu em seco.

Os dois de repente deram as costas um para o outro.

— Legal. — Disse Charles.

— L-legal... — Disse Happy. — Ahh! — Falou o gato tendo uma ideia.

— O que foi, Happy? Está passando bem, gato? — Falou ela estranhando.

— Não, não... Quer dizer...! Estou bem sim. É que... Eu tive uma ideia!

— Uma ideia? — Perguntou ela se virando de frente para o pequeno azulado, curiosa.

— Sim.

— Não me diga que você quer fazer uma aposta? — Disse ela revirando os olhos. Sim, Charles tinha ouvido a conversa entre Lucy e Natsu de agora há pouco.

— Não... Mas, Aye! Isso será uma boa ideia depois! — Disse animado.

Charles bufou.

— Conte logo sua ideia! — Disse ela.

O gato riu maliciosamente com uma aura demoníaca ao seu redor e a pata segurando a sua boca — Ou ‘focinho’.

— Vamos brincar com o Natsu? — Perguntou ele ainda rindo de um jeito demoníaco.

— Huh? Brincar com o Natsu? Não entendi o porquê dessa sua ideia tão idiota...

— Não brincar do jeito normal... HiuHiuHiuHiu... — Continuou ele com o riso maldoso.

— De que jeito então?

— Vamos enganá-lo. Dizer para ele fazer uma coisa super-idiota!

— E você acha que ele vai fazer uma coisa super-idiota só porque você simplesmente disse para ele fazer? — Revirou os olhos novamente.

— Sim... Se a gente disser para ele que isso dará um resultado diferente do que na verdade vai dar... — Ele ainda sorria com aquele jeito estranhamente maldoso.

— Huh? Ainda não entendi direito... Me explique.

Happy cochichou algo no ouvido de Charles.

— Nossa, que maldade! — Disse ela e depois riu. — Vamos fazer isso!

Enquanto isso, na mesma guilda...

— E-então você gosta de mim? — Perguntou Levy sozinha com Gajeel. Jet e Droy encontravam-se encolhidos sob uma nuvem de pensamentos negativos no fundo da guilda.

— É-é. — Respondeu Gajeel.

— E-e eu também gosto de você? — Confirmou ela.

— É-é.

—E-e-e isso é b-bom, certo? — Perguntou a pequena de cabelos azuis.

— É-é...! — Repetiu mais uma vez por um impulso.

— Q-que b-b-om! — Balbuciou.

— É-é...! — Falou Gajeel abrindo as mãos sem saber que a pequena logo iria lhe abraçar.

O Dragonslayer do ferro corou com o pequeno abraço da baixinha.

— E-espere, Cana! — Interrompeu o Sasato. — Não beba ainda!

— Hã? — Falou ela com a garrafa de vinho já prestes a derramar seu conteúdo na boca da maga. — Mas você de novo, coisa fofa? O que foi dessa vez? — Ela abaixou a garrafa.

— E-eu só queria saber se... Se você gosta mesmo de mim. — Akihiko corou.

— Claro que gosto... — Disse ela e instantaneamente bebeu o vinho e mudou de personalidade. — Com esse corpinho, He, He... — Já começou ela.

— Oh, não! De novo não! — Falou ele dando alguns passos para trás e já correndo em direção ao banheiro.

— Ah, me espere, querido! — Disse Cana indo atrás do garoto.

— Por queee? — Lastimou correndo.

— Ei, Natsu. — Chamaram Charles e Happy com olhares maldosos imperceptíveis para o mago babaquinha na qual chamavam.

— Happy, Charles! O que foi? — Natsu inclinou a cabeça.

― Ne, Natsu... ― Disse o gato azul puxando o foguetinho para não muito longe dali, porém manteve uma distância considerável em relação á Lucy.

― O que foi, Happy?

― Nada demais, porém... Natsu, Você sabia que se você... ― O gato cochichou algo no ouvido de Natsu. ― Daí ela vai dizer a primeira palavra sobre o que ela realmente pensa de você?

― Sério mesmo, Happy? A Lucy...?

― Sim. HiuHiuHiu... ― Happy deu um riso discreto.

― Tem certeza, Happy? Eu não sei não, viu... ― Duvidou.

― Confie em mim! Eu já fiz isso antes! É praticamente automático...! Comigo... Ela disse que eu sou divertido! ― O gato apontou para si mesmo sorrindo com risos maldosos contidos e prosseguiu. ―I-imagine o que ela― O gato nem conseguiu terminar a frase, virou-se de costas por um instante, riu descontroladamente, respirou, virou-se de volta para o Dragneel e depois continuou. ― Imagine o que ela pode falar de você e se por acaso...! ― O gato segurou o riso com dificuldade. ― E se por acaso ela disser “Eu te amo”, hein?

― Aah...! Há, há! Tem razão, Happy! ― Falou ele batendo o punho fechado na palma aberta outra vez, sentia que tirara de letra a situação... Mas não era para esse lado bom que aquilo iria rolar... ― Ei, Lucy! ― Chamou se encaminhando até a loira. Charles já soltava um riso malandro para Happy, que retribuía.

― Que foi, Natsu? ― Perguntou Lucy.

De repente, ao foguentinho dar-se de encontro com a loira, ele apalpou os seios da mesma.

― Natsu, mas o quê...?! S-seu...!

O Dragneel apenas sorria esperando o que a Maga Celestial iria dizer.

― Pervertidoo! ― Ela deu um tapa na cara do Dragon Slayer.

―A-a-ai! ― Sofreu com a mão na bochecha. ― Então é só isso que eu sou para você?! Um... Pervertido? ― Indagou para Lucy, que cobria seus seios com os braços.

Happy e Charles rolavam no chão, morriam de rir.

― E-espere um pouco... ― Falou o de cabelos róseos olhando para os gatinhos rolando no chão.

Os dois Exceeds pausaram.

― Charles, Happyee! Vocês me enganaram?!

― Aye! Eu não conheço nenhum Happy! ― Falou já voando para longe dali.

― Aye! E eu nenhuma Charles! ― Comentou Charles também já voando.

― Charles... ― Wendy riu. ― Aonde ela aprendeu a brincar assim? ― Comentou ainda entre risinhos.

Romeo também riu.

― Com o Happy, com certeza... ― Comentou o mago do fogo.

Os dois riram juntos.

― W-wendy... ― Balbuciou corado.

― Hum?

― N-não me leve a mal, mas... V-você é bem... Bonitinha. ― Corou de verdade.

― A-a-a-ah, é? V-você acha mesmo, Romeo? ― Ela corou e rosou.

― A-acho!

― A-ah...! Q-q-que bom...! V-você também é bonitinho, Romeo!

― O-obrigada! H-hã...! V-vamos passear no parque depois?

― A-ah...! Sim...! V-vamos...!

― L-legal...!

― L-legal...!

Os dois pequenos deram as costas um para o outro e ficaram em silêncio por algum tempo. Porém, nesse mesmo momento...

― E-ei... Laxus... ― Falou Mira corada olhando para os cacos de vidro no chão. ― Eu simplesmente não posso chutar e deixar isso assim.... E-eu tenho que limpar. ― Ela apontou o dedo para a sujeira no chão e o Dreyar ajustou o corpo da albina e o dele de pé. ― A-ah... Me desculpe... ― Coçou seus cabelos loiros. ― E-eu vou te ajudar... ― Ele se abaixou e foi catando pedaços e mais pedaços dos cacos de vidro que estavam no chão.

― N-não...! Não faça assim! Desse jeito você vai― Começou a albina preocupada.

― Aaaai! ― Falou o Dreyar ao sentir um corte nas mãos.

― Oh, Kami-sama! Venha, vamos até o banheiro lavar essas mãos e colocar um esparadrapo nisso ai...!

― O-ok... ― Falou o loiro sendo levado dali pela Strauss.

― Homens... Sempre tentando fazer as coisas do seu próprio jeito... ― Murmurou a barwoman soltando um risinho.

Laxus corou mais uma vez.

― Ne, Lucy... Me desculpe por isso... O Happy me enganou e...

― O-ok, Natsu... Mas me diz: O QUE DIABOS O HAPPY FALOU PARA VOCÊ?

― Ele disse que...

MEMÓRIA DE NATSU DRAGNEEL (FLASH BACK)

― Porém Natsu... Você sabia que reza a lenda que se você apalpar os seios da Lucy, ela é tão carente que daí ela vai dizer a primeira palavra sobre o que ela realmente pensa de você?

― Sério mesmo, Happy?

FIM DO FLASH BACK.

― E VOCÊ FOI TÃO IDIOTA AO PONTO DE ACREDITAR NISSO?

― Siim... ― Lastimou choroso.

A Heartfilia revirou os olhos.

― Ok, mas... ―

― Ei, crianças! Eu fiquei sabendo de uma aposta entre vocês... ― Falou a ruiva surgindo por trás dos ombros dos dois. ― Eu vou ajuda-los! ― Acrescentou com os braços cruzados e um olhar orgulhoso e uma estrela brilhante sobre a face.

― O quêe?! ― Exaltaram-se.

― Isso mesmo que vocês ouviram. Jellal, traga a minha lousa!

― Sim, sim... ― Disse o azulado trazendo uma lousa verde com rodinhas.

Erza logo escreveu duas palavras á giz sob a tela. “Gostar” e “Beijar”. Gotas desceram sob as cabeças de Lucy e de Natsu. A Scarlet deu duas tossidas antes de começar a sua “aula”.

― Bom, primeiramente precisamos descobrir o porquê de vocês não conseguirem dizer tais palavras e―

Natsu levantou a mão.

― A minha palavra é.... ― Ele olhou para os lados envergonhado. ― É pervertida...

― Então para você o problema é ser “pervertido”, é? Hum... ― Erza fez uma expressão pensativa.

Lucy levantou a mão timidamente.

― Sim, Lucy? ― Atendeu a ruiva.

A loira abriu a boca por um instante, mas não conseguiu dizer nada. Seu rosto estava sob um tom rosado, assim como o de Natsu ficou mais uma vez ao observar a expressão da Heartfilia.

― Ok... Agora, crianças... Observem e aprendam! ― Ela jogou a lousa para o lado e puxo Jellal para si. ― E-eu gosto muito de você, Jellal... ― Ela fechou os olhos com uma expressão terna.

― E-eu também gosto muito de você, Erza... ― Correspondeu ele fechando os olhos e já aproximando seus lábios dos de Scarlet.

― E-eeeei! P-parem com essa safadeza, aí! S-seus...! Seus dois pervertidos...! C-coitadinho do Natsu...! ― Balbuciou Lucy cobrindo os olhos da criança Dragon Slayer de cabelos rosa nos seus braços.

― A-aye! Pervertidos! ― Disse Natsu.

― Vocês falam como se nunca tivessem se beijado... ― Comentou Jellal soltando um sorriso para Erza, que também correspondeu o sorriso.

― P-pervertidos... ― Repetiu Lucy.

― Sim, eles são mesmo... Mas, Lucy...

― Esses perver―

― Lucy... ― Chamou Natsu.

― Não param de se beijar e... ―

― Lucyee... ― Chamou Natsu outra vez, sendo apertado mais e mais pela Maga Celestial sem a mesma nem perceber.

― Acham que podem fazer isso á qualquer hora na frente de todo mundo e―

― Lucyeee! ― Exclamou o Dragneel mais uma vez, com a cabeça entre os seios da maga á foça. ― M-me tira daqui, Lucyee!

― H-hã? ― Lucy percebeu o que estava fazendo e soltou o Dragneel, que finalmente pôde respirar, porém ele fungou um pouco, limpando o buço, pois estava com uma leve hemorragia nasal. ― A-ah! M-me desculpe!

― A-aye... ― Disse ele ainda fungando e limpando o nariz que um pouco sangrava.

Erza riu com as mão na cintura.

― Crianças...

Jellal também soltou um risinho.

― M-mas só para ressaltar... Eu que vou ganhar a aposta. ― Afirmou Lucy com os braços cruzados.

― Tsc. Duvido. Esse serei eu. ― Natsu bufou.

― Isso nós vamos ver. ― Retrucou a loira.