Eu, Alvo e Rose continuamos andando. Sinceramente eu não fazia ideia para onde nós estávamos indo, mas eu continuei a andar. Nós passávamos pelos corredores do grande castelo. Rose falava várias coisas, a maioria eu admito que não ouvi. Como poderia? Eu ainda estava em estado de choque.

Para mim tudo aquilo era totalmente diferente. Eu estava em um castelo gigante, no meio do nada, eu cheguei lá através de uma moto voadora que foi dirigida por um gigante. Como eu poderia estar levando aquilo tão fácil? É como se dentro de mim, eu sempre soubesse que magia existia. Voltei a prestar atenção no que Rose falava. Ela me explicava tudo o que eu tinha dúvida. Ela me disse o porquê das pessoas usarem cachecóis de cores diferentes. Era algo sobre cada cor ser de uma casa.

Hogwarts era dividida em 4 casas. Grifinória ( que era a casa dela e do Alvo ), Corvinal, Sonserina e Lufa-Lufa. Ela me explicou que a maioria das pessoas da Sonserina não são as mais "simpáticas". Também me disse como Hogwarts foi formada. Eu, sinceramente, adorei a história de Hogwarts. Sobre a tál Câmara Secreta, que a muitos anos atrás foi achada e agora está completamente vazia, fazendo com que Hogwarts fique segura.

Ela me contou muitas histórias, que eu amei conhecer. Rose continuava a falar e falar, quando olhei para Alvo, que parecia estar triste. Bem talvez não triste, mas também não estava feliz.

–O que foi Alvo? Eu posso não te conhecer não faz muito tempo, na verdade faz quase uma hora, mas sei que você não está bem. - Eu disse, parando no meio do campo e falando com ele, que levantou a cabeça.

–Nada... É só que, todas essas histórias, eu já me cansei de ouvir elas. No começo eu ficava igual a você, fascinado com todos os detalhes, mas agora, eu cansei de ouvir sempre a mesma coisa. - Ele disse, como se tivesse tirando um peso de si mesmo.

–Por que você diz isso? - Perguntei.

–É que Sophia, tecnicamente o Alvo faz parte dessas histórias. - Rose disse, com um pequeno sorriso no rosto.

–O que? - Perguntei, indignada. Como ele poderia fazer parte de histórias que pelo que Rose disse, foi antes dele nascer?

–Eu nao faço parte de nenhuma dessas histórias! - Ele berrou, e se sentou no gramado.

–Mas seu pai sim. - Rose disse, se sentando ao lado dele.

Para não me sentir diferente, eu me sentei junto à eles. Quando eu comecei a entender tudo, as coisas complicam.

–Tá legal, vocês estão complicando tudo. - Eu disse, colocando a mão na cabeça.

–Não é nada Sophia, nada com que você precise se preocupar. - Alvo disse, olhando para todo canto, como se quisesse estar em qualquer outro lugar, menos ali.

–Mas isso faz parte da história de Hogwarts, da história da magia Alvo! Você não pode esconder isso dela, ela vai acabar sabendo. - Rose disse, como se eu não estivesse lá.

–Gente eu estou aqui... - Eu disse, tentando chamar a atenção deles. Acho que não fez muito efeito.

–Rose, depois eu conto pra ela, agora eu tenho aula de História da Magia. - Alvo disse, se levantando.

–Nós temos. - Rose corrigiu - Você gostaria de vir com a gente Sophia? Você já é aluna daqui né? Só falta ter o uniforme e os livros, e bem, tudo. - Rose disse ao se levantar e dar uma pequena risada. Eu sorri.

–Sim, afinal, se eu ficar sozinha aqui é capaz de eu me perder em dois segundos. - Eu disse, me levantando e passando a mão pela minha roupa, para retirar os pedaços de folha que ficaram em mim.

Nós voltamos a andar, agora para dentro do castelo. No caminho eu ouvia Rose e Alvo conversarem, ou discutirem. Eu me sentia deslocado ao lado deles. Tudo o que eles falavam eu não entendia, e quando eu comecei a entender, vem essa do Alvo. Eu queria ser realmente amiga deles. Mas eu não sabia direito como isso de amigos funcionava, não sei se eu entrava na conversa e tentava entender aquilo, ou se simplesmente esperasse a hora que Alvo quisesse falar sobre aquilo. Ou talvez uma hora em que Rose e eu ficássemos sozinha para ela me contar. Mas isso com certeza demoraria...

Entramos no castelo e andamos bastante até encontrarmos uma escadaria. Meus olhos se arregalaram ao ver que as escadas se mechiam sozinhas.

–O-oque é isso? - Gaguejei, piscando descontroladamente ao pensar que estava sonhando.

–Esqueci de te falar isso né? As escadas se movem, como se elas tivessem vida própria. - Rose disse, como se aquilo fosse a coisa mais normal de todas.

Nós continuamos a andar até o primeiro andar, onde ficava a sala de História da Magia. Alvo e Rose entraram na sala como se eu não estivesse lá. Eu parei na porta, chamando a atenção do professor. Ele era um homem velho. Arregalei os olhos mais uma vez ao perceber que ele não estava vivo. O professor que estava dentro daquela sala dando aula da História da Magia era um fantasma. Naquele momento eu percebi que eu arregalaria os olhos muitas vezes naquela escola.

–Senhorita, por que está sem o uniforme? - O professor, com uma voz de aspirador de pó velho pergunta, interrompendo meus pensamentos.

–Ah... É que eu sou uma aluna nova aqui e ainda não tenho nenhum dos materiais nem uniformes da escola. - Eu disse, fazendo o possível para não deixar muito óbvio o meu espanto.

–Então sente-se bem ali, no lugar vago, senhorita... ? - Ele disse, apontando para uma cadeira vazia ao lado de uma garota.

–Carter, Sophia Carter senhor. - Eu disse, andando até a cadeira.

–Eu sou o professor Cuthbert Binns, mas pode me chamar somente de professor Binns. - Ele sorriu e voltou a falar.

No começo eu não prestei muita atenção. Ainda estava indignada com o fato dele ser um fantasma.

–Sou Maya. - Disse a garota que se sentava ao meu lado.

Ela tinha o cabelo liso e escuro, os olhos negros e puxados, óbviamente tinha descendência japonesa. Eu sorri ao perceber que ela podia até ser legal.

–Sophia. - Me apresentei.

Continuamos a aula normalmente. Eu prestava atenção na aula como nunca. Faziam dois anos que eu não tinha uma aula em uma escola, por isso queria fazer de tudo para recuperar minhas notas. Além de que aquela escola era de magia, eu não sabia de nada, a não ser pelo o que a Rose havia me contado.

O professor começou a contar uma história que aconteceu a uns 13 anos atrás. Uma guerra contra o mal. Eu, como sempre fui fascinada por histórias antigas, prestei mais atenção do que nunca. Olhei em volta e vi Rose e Alvo sentados juntos. Rose sorria para o professor, como se amasse ouvir aquela história, diferente de Alvo que estava com a cabeça tacada na mesa olhando para o professor, como se quisesse sair daquela sala o mais rápido possível.

–Há muitos anos atrás - o professor dizia, contando a história - o pai de um de nossos alunos salvou essa escola. Eu já dei aula para esse homem, que na época era um garoto, que nunca será esquecido. Aquela cicatriz em sua testa nunca desaparecerá para lembrar tudo o que ele fez, para lembrar o herói que ele foi. - O professor dizia.

–Eu amo essa história! - Maya sussurrou no meu ouvido. Eu sorri e depois voltei minha atenção para a aula.

–E de quem é o pai? - Eu perguntei, curiosa como nunca.

–Você não sabe? - O professor perguntou, como se aquilo fosse óbvio.

–Não. - Eu respondi, envergonhada.

O professor andou pela sala ( ou vôou, o que você preferir ) e parou ao lado do Alvo. Ele passou a mão pelo cabelo de Alvo e sorriu.

–Harry Potter é o pai de Alvo Severo Potter.