Eu tinha que admitir que estava muito bonita. O vestido rosa claro que minha mãe escolhera era muito bonito, e combinava, perfeitamente, com o meu tom de pele. Meus olhos cinza iguais a nuvens em um dia nublado estavam realçados pela maquiagem forte, e nos meus lábios era possível encontrar um leve resquício de brilho labial, já que toda a atenção da minha maquiagem era direcionada para os meus olhos.

Enquanto me admirava no espelho, vi outra silhueta tomar forma, e segundos depois uma mulher idêntica a mim, estava com suas mãos sobre os meus ombros, e com um lindo sorriso nos lábios vermelhos, disse:

-Minha filha, você está maravilhosa! – Atena, ou melhor, minha mãe aparentava estar com uma genuína felicidade e por instinto lhe direcionei um sorriso sincero.

- A senhora também está fabulosa. – disse e a mulher a minha frente sorriu.

- Daqui a pouco chegará os convidados, quero que fique ao lado de seu pai na hora dos cumprimentos, tudo bem? – ela perguntou e meu sorriso murchou.

Além, de ter que aturar essa festa, tenho que ficar distribuindo sorrisos falsos? Isso é demais para mim.

- Mas, e a senhora? – perguntei tentando disfarçar meu desespero.

- Eu estarei junto de vocês, até porque temos que mostrar que somos uma família feliz. – minha mãe disse, ajeitando a barra de seu longo vestido cinza.

Quando ela terminou sua frase, uma enorme vontade de rir se apossou do meu corpo. Família feliz? A nossa família? Com certeza, isso era uma piada. E apesar de querer mostrar para a minha mãe, que de feliz a nossa família não tinha nada, apenas assenti com a cabeça seguindo-a para sair do meu quarto.

A festa estava marcada para começar as oito em ponto, mas já tinha algumas pessoas andando pela sala do meu apartamento. Meu pai, Frederick, conversava com dois homens de expressões sérias que trajavam ternos pretos e em uma das mãos seguravam uma taça de champagne.

Minha mãe se aproximou do trio com um sorriso que meu pai logo retribui ao vê-la. Eles podiam ser distantes de mim, mas o amor que sentiam um pelo outro era palpável e isso era o que eu mais admirava nos dois.

- Vejam só, se não são os irmãos Murray! – Atena disse quando estava próxima do trio.

- Atena! Continua belíssima. – o homem de barba e cabelos brancos e olhos azuis elétricos que contrastava com sua pele branca, disse abrindo um sorriso.

- E você Zeus, continua um galanteador. – minha mãe disse e o tal Zeus deu um sorriso de lado. – Hades? O que faz nos Estados Unidos, segundo algumas fontes você prefere o Velho Mundo.

- Que prazer em reencontrá-la. E respondendo a sua pergunta, a Inglaterra estava muito parada, estou em busca de novos desafios. – o homem disse em um leve tom de sarcasmo.

- Novos desafios são sempre ótimos. – Frederick disse e os irmãos Murray concordaram.

Uma dúvida instalou-se em meu subconsciente. Se eles eram ingleses, o que era notável devido o sotaque, por que tinham o nome de deuses gregos? Talvez sejam descendentes de gregos, ou a mãe deles seja maluca.

Minha pequena batalha por respostas teve de ser interrompida, pois o meu nome fora citado, sendo assim eu tinha que estar prestando atenção.

- Annabeth, esses são os irmãos Murray, Zeus e Hades. Eles são de uma linhagem de duques da Inglaterra. – Frederick disse os apresentando – Zeus, Hades, essa é minha filha Annabeth Chase.

- Prazer, senhores. – disse, educadamente e os mesmo apertaram a minha mão e assentiram com a cabeça.

- O prazer é nosso, Senhorita. – Zeus disse e eu lhe direcionei um sorriso tímido.

- Onde está Poseidon? – minha mãe perguntou e eu franzi o cenho. Quem era Poseidon?

- Nosso irmão, está viajando tentando achar mais alguma espécie de alga marinha. – Hades disse revirando os olhos e Atena assentiu com a cabeça.

Meu pai iniciou um assunto sobre negócios, e em meia hora de conversa fiquei sabendo que Hades e Zeus trabalhavam com meios de transportes na Inglaterra, sendo eles aéreos e terrestres. Já Poseidon era dono de uma grande empresa de Biologia Marinha e estava sempre tentando achar uma nova espécie para estudo.

Também descobri que a família Murray era muito influente, politicamente e economicamente na Inglaterra, sendo assim, eram mais poderosos e ricos do que eu poderia imaginar.

Em um determinado momento, eu revirei os olhos, quando começaram a falar de política e Hades percebeu esse impulso involuntário.

- Vejo que está entediada. – quando o homem disse isso, meus pais me direcionaram olhares reprovadores fazendo com que eu me encolhesse em meu lugar. – Chamarei meus filhos para lhe fazer companhia. Tudo bem? – o homem apesar de expressão carrancuda era gentil, e me direcionou um sorriso ao terminar de falar. E apesar de ainda estar constrangida assenti com a cabeça.

Os olhos negros de Hades começaram a procurar alguém pela ampla sala do meu apartamento, e quando encontrou meneou a cabeça e esperou.

- Nos chamou? – uma voz rouca disse atrás de mim, me arrepiando de susto.

Todos nos viramos na direção da voz e encontramos duas pessoas, um garoto e uma garota possivelmente com a mesma idade que eu.

- Acho que vocês gostariam de fazer companhia a senhorita Chase, não é mesmo? – Hades disse autoritário, e os dois jovens assentiram mecanicamente.

- Onde está a Thalia? – Zeus perguntou, buscando alguém no perímetro da sala.

- Foi buscar uma bebida. – o rapaz respondeu. E Zeus assentiu com uma carranca.

- Licença. – pedi e sai da pequena roda que acabara por se formar no canto da minha sala.

Os dois irmãos me acompanharam e ao ver que estávamos bem afastados dos adultos me voltei para os dois.

- Bom, se não quiserem ficar comigo, não precisa. Tudo bem? – perguntei e os dois se entreolharam.

- Acho que não será tão ruim lhe fazer companhia, além de que estamos um pouco entediados. Será ótimo ter uma companhia da nossa idade. – a menina disse simpática e eu sorri.

- Meu nome é Annabeth. Annabeth Chase. – disse estendendo a minha mão, educadamente, e ambos a apertaram.

- Bianca Murray Di Ângelo, mas prefiro só com o Di Ângelo. – a garota de cabelos negros e pele, extremamente, branca disse e eu lhe direcionei um sorriso.

Então, eu me virei para o rapaz alto com as mesmas características da garota ao seu lado, mas ele parecia ser mais fechado do que sua irmã.

- Nico Di Ângelo. – ele disse, quando percebeu que eu lhe interrogava com o olhar.

- Quem é Thalia? – eu perguntei arqueando a sobrancelha.

- Thalia é nossa prima. – Nico respondeu e eu assenti com a cabeça.

Nós nos sentamos em uma das inúmeras mesas que estavam distribuídas ao redor da piscina da cobertura do meu prédio.

- Então, vocês são ingleses? – perguntei retoricamente, e reprimi a enorme vontade de revirar os olhos. – Já estiveram em Nova York antes? – emendei a pergunta.

- Na verdade uma única vez. – Bianca respondeu simpática.

- Já conheceram algum lugar interessante?

- Pontos turísticos. – Nico disse dando de ombros em um claro sinal de descaso, enquanto intercalava seu olhar entre seu celular e os meus olhos.

- Tipo? – pedi que eles fossem mais específicos. Afinal, Nova York possuía diversos pontos turísticos.

- Times Square. Estátua da Liberdade. A Quinta Avenida. A Broadway. – Bianca disse enumerando nos dedos.

- Ficarão até quando? Porque se for muito tempo, posso lhes mostrar alguns lugares bem legais. – eu disse, e uma ideia logo surgiu em minha cabeça. E com certeza, seria perfeito se eles aceitassem.

- Ainda não temos certeza, as viagens de negócios são muito rápidas. Só viemos porque estamos de férias. Senão tínhamos ficado na Inglaterra. – Bianca respondeu, e eu senti um pequeno aperto em meu coração.

Nessas últimas férias de verão, meus pais já viajaram oito vezes e nessas oito vezes eu não pude ir. E saber que Hades levava seus filhos, fez com que uma inveja, incomoda, se instalasse em meu coração.

- Como é a Inglaterra? – perguntei, mudando drasticamente de assunto, mas antes que os irmãos Di Ângelo pudessem me responder, uma morena de cabelos pretos e olhos extremamente azuis, parou rente a nossa mesa.

- Thalia do céu, onde você estava? – Bianca parecia preocupada, e eu logo me senti assim ao ver que a garota estava ofegante, e um pouco suada.

- Já falei o quanto eu adoro a América? – a morena perguntou e eu franzi o cenho, tão confusa quanto os primos da garota.

- Do quê você está falando, Thalia? – a morena de olhos negros perguntou, e Nico a olhou ainda mais confuso.

- Acabei de encontrar um loiro que meu Deus! – a tal Thalia disse e eu tive que rir.

Nico revirou os olhos, e Bianca me acompanhou na risada.

- Você só pensa em garotos? – a Di Ângelo perguntou e Thalia revirou os olhos.

- Não. Eu também penso em rock, Green Day, preguiça e comida. – a morena de olhos azuis disse e todos riram. – E você eu não conheço. – disse apontando para mim.

- Annabeth Chase. – eu disse estendendo a mão e a morena fez uma careta e me cumprimentou com dois beijos no rosto.

- Thalia Grace. – disse quando se afastou e me direcionou um sorriso, que fiz questão de retribuir. – Seus pais que estão dando a festa. Não é?

Thalia diferente de seus primos era mais extrovertida, e pelos poucos minutos que passei com ela, deu para perceber que ela era sarcástica e gostava de falar.

- Estão. – respondei simplesmente.

- Então, você conhece os convidados. Certo? – ela perguntou, e eu franzi o cenho. Aonde ela queria chegar?

- Maioria sim. – disse e a morena sorriu, mas antes que outra pergunta saísse de sua boca, eu ouvi meu primo me chamar.

- Annie! Finalmente, eu te achei. – Luke disse caminhando até a mesa aonde eu estava.

- Estava me procurando? Por quê? – perguntei um pouco desconfiada.

- É que a Silena ainda não chegou, e como a minha patricinha preferida não está aqui. Eu vou ficar incomodando a Princesa. – Luke tinha me dado esse apelido horrível, quando tínhamos sete anos, e se você me perguntar o motivo eu não saberei lhe dizer ao certo.

- Fale a verdade, Castellan. – pedi e o moreno deu de ombros, reparando que eu estava acompanhada.

- Luke Castellan, prazer. – o garoto disse dando um beijo na bochecha de Bianca que corou. Cumprimentou Nico com um aperto de mão, e quando fora cumprimentar Thalia ele disse – Essa eu já conheço. – e deu um sorriso malicioso.

Não era necessário ser um gênio para saber que os dois estavam juntos. E se for julgar pelo estado em que Thalia se encontrava ao nos encontrar e as roupas amassadas do meu primo é fácil deduzir que eles utilizavam a boca para outra coisas, além de manter uma conversa civilizada.

- Acho que já nos conhecemos, muito bem. – Thalia disse em um tom mais malicioso que o meu primo, e eu reprimi a vontade de rir.

- Legal. Nós já sabemos que vocês se conhecessem, mas eu acredito que não precisamos saber o quanto se conhecessem. – Nico disse um pouco irritado.

- Nossa. O que se passa com o Rei dos Fantasmas? – Thalia perguntou, formalmente, para Bianca que revirou os olhos.

- A namorada dele ainda não ligou hoje. – a morena de olhos negros disse.

- Ah. Lembrei-me, o motivo de eu estar te procurando. – Luke disse sentando-se na cadeira ao meu lado esquerdo, ficando assim frente a frente com Thalia.

- Seu namorado é um chato. Sabia? – Luke disse e eu arregalei os olhos. Ele estava louco? – Calma priminha, seus pais estão lá dentro e eu acredito que ninguém vai espalhar que... Você namora escondido.  – o idiota disse, murmurando o final como se fosse um grande segredo. O que na verdade era.

- Você namora escondido? – Bianca perguntou alarmada, e eu assenti freneticamente tentando impedi-la de continuar a gritar.

- Bianca, se ela namora escondido. Eu te garanto que ela não quer que saiam gritando isso para os quatro ventos. Ainda mais em um lugar onde os pais dela estão. – Nico disse sarcástico e a morena revirou os olhos.

- Desculpa. – Bianca pediu corada e eu lhe dei um sorriso tentando acalmá-la.

- Mas por que você namora escondido? – Thalia perguntou ajeitando-se na cadeira e eu, pacientemente lhe contei o motivo.

Depois de explicar a minha história com Percy, eu ouço um pequeno suspirar e logo depois a voz melodiosa da minha prima, Silena.

- A história deles não é linda? – a morena de olhos amêndoas e cabelos chocolates, disse sentando-se na mesa e ao seu lado estava seu namorado, Beckendorf, ou simplesmente, Charles.

- Parece até um Conto de Fadas. – Luke disse irônico e imitou uma voz menina ao falar e todos da mesa riram.

- Nossa Castellan como você é engraçado. Haha. – Silena disse e meu primo revirou os olhos.

Silena era filha da minha tia Afrodite, irmã da minha mãe. Sendo assim, ela também era prima de Luke já que Hermes também era irmão de Afrodite.

- Gente essa daqui é a Silena e esse e o Charles, mas todos o chamam de Beckendorf. – eu disse apontando para o casal. – Silena, Beckendorf, esse daqui são Nico e Bianca Di Ângelo e essa e a Thalia Grace.

- Vocês não são daqui, são? – Silena perguntou com seus olhos, levemente, arregalados. Ela, simplesmente, adorava conhecer pessoas novas.

Antes que os primos Murray pudessem responder, o celular de Luke vibrou avisando que uma nova mensagem acabara de chegar.

- Eu ainda mato o Percy. Garoto chato. – o loiro disse me dando seu celular.

Desbloqueei o Iphone 5 de Luke que no papel de parede tinha a foto de uma mulher seminua. Revirei os olhos para a imagem e abri a mensagem de Percy.

Já achou a Sabidinha?  - a mensagem perguntava e eu sorri.

Sou eu, Cabeça de Algas. - escrevi com um enorme sorriso no rosto.

Em menos de um minuto a resposta chegara.

 Até que fim aquele imprestável te achou. Como você está? – Percy perguntou e eu ri.

Estou triste. - mandei e esperei a resposta.

Por que minha pequena? – Percy tinha diversos apelidos para mim e eu adorava isso.

 Porque eu não estou com você.  – respondi e ao meu lado esquerdo ouviu um bufar.

- Isso é muito açúcar para o meu diabetes. – Luke disse fazendo com que todos rissem e eu revirar os olhos.

- Então, não leia as mensagens. Seu enxerido. – disse puxando o celular para mais perto do meu corpo.

- Eu tenho a obrigação de ler. Pois sou seu primo, e tenho que saber se esse engraçadinho não está poluindo sua cabeça com coisas indevidas. – Luke disse e eu gargalhei junto dos demais presentes.

- Metade das coisas indevidas que eu sei, eu aprendi com você. – eu disse e Thalia arregalou os olhos. – Não, não desse jeito que você está pensando. – me apresei a dizer.

- Quem disse que eu te ensino coisas indevidas, Annabeth Chase? – o Castellan perguntou colocando a mão sob o coração fingindo-se de ofendido.

- Faça-me rir, Castellan. A Silena é uma prova que você só te merda na cabeça. – eu disse e a minha prima concordou com a cabeça.

- A Silena não vale, porque desde pequenos vocês fazem complôs para me deixar para baixo. – Luke disse fazendo um biquinho e eu o olhei, cética.

- Não vou falar nada. – e então eu voltei minha atenção para o celular que estava em minhas mãos, que piscava por ter uma nova mensagem.

Sabe o que eu mais quero nesse exato momento?  - Percy perguntou.

 Estar comigo? – perguntei mesmo sabendo da resposta. E isso era algo inexplicável, pois da mesma forma que nos completávamos, completávamos também nossas vontades, nossos pensamentos, nossos desejos.

Acertou em cheio. Sinal que você também quer estar comigo. Certo? -.

Pergunta idiota a sua, Cabeça de Algas. – mandei a resposta.

Faz um favor? – franzi o cenho com a mensagem.

 Que tipo de favor? – perguntei tentando sanar a minha dúvida.

Pega o seu celular. Por favor. – ele pediu e eu ainda achei tal pedido estranho.

Por quê?

Você não sabe o quanto é difícil ser um bom namorado, quando você que vê está mandando isso para o Luke. – ele mandou e eu ri fazendo com que todos me olhassem confusos.

Mas você sabe que está mandando para mim, ou seja, não faz a mínima diferença. – eu disse quando controlei minhas risadas.

É fácil para você falar, já que seu celular não mostra: “Luke diz: Porque eu não estou com você!”. Isso é muito gay, até mesmo para o Luke. Kkkkk.

Dessa vez a minha risada foi maior e mais alta, o que fez com que Luke tomasse o celular da minha mão e eu não o impedi, pois queria muito ver a sua cara quando lesse a mensagem.

- Isso já e sacanagem! – Luke disse revoltado, e os pontos de interrogações nos nossos acompanhantes se tornaram maiores do que já estavam.

- Esse seu namorado, por acaso é um palhaço? – Thalia perguntou irônica.

- Não. – disse me recuperando. – Luke me devolva o celular, por favor.

- Não. Eu tento ser um primo e um amigo legal, mas só levo apunhaladas pelas costas. Esse mundo é ingrato. Vocês são ingratos. – Luke disse dramático e todos riram.

- Você não vai me devolver o celular? – perguntei e o loiro negou com a cabeça. – Então, se me dão licença eu vou pegar o meu celular para continuar apunhalando o Luke pelas costas. – eu disse e todos riram.

Voltei para dentro do meu apartamento e pude ver que estava mais cheio que antes, garçons e mais garçons andavam pelos convidados com pequenas bandejas de prata com taças de champagne e outros serviam petiscos.

Subia as escadas, tentando passar despercebidos pelos demais convidados, coisa que eu não obtive êxito, mas para a minha sorte, nem meu pai, ou a minha mãe me viram subir. O que já era um alívio.

Já no corredor que dava na minha suíte, eu senti meu coração bater mais acelerado que o normal, minhas mãos começaram a suar e eu não conseguia mais controlar as minhas próprias pernas. Talvez seja pelo corredor estar, totalmente, escuro ou eu estava com um pressentimento só não sabia se esse era ruim ou bom.

Girei a maçaneta da porta do meu quarto e pude ver o mesmo impecável, já que algum empregado deve o ter arrumado depois da bagunça que o maquiador e o cabeleireiro tinham deixado. Somente a luz da lua iluminava meu quarto e quando eu peguei meu celular na cabeceira da minha cama, pude vislumbrar um vulto alguns centímetros mais alto que eu, e com toda a certeza mais forte.

Quando eu abri a boca para gritar por socorro uma mão de homem cobriu a minha boca impedindo que o grito saísse e no pé da minha orelha sussurrou.

- Isso é um seqüestro.