As Long As You Love Me escrita por Natyh Chase Jackson


Capítulo 18
Décimo Sexto - Parte II


Notas iniciais do capítulo

E como prometido a segunda parte.
Boa leitura.



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A única certeza que eu tinha era a de que aquele homem, não era o tão falado Tritão.

– Recentemente, descobri que tive um filho com o grande amor da minha adolescência e como já disse, fui privado de tal acontecimento. Perdi vinte e três anos da vida do meu primeiro filho, e hoje, que sei da sua existência e tenho a certeza de que ele não me odeia, quero afirmar que esse será o nascimento de uma relação. Uma relação de pai e filho, a qual eu espero que seja para sempre. E quem sabe, hoje também não seja o dia do renascimento de algumas outras relações, afinal, estamos no Natal, uma data de esperança, até mesmo para aqueles que a deixaram partir há muito tempo. - dizer que eu estava pasma era quase que um eufemismo. Eu estava em estado de choque, e aquelas últimas palavras de Poseidon tinham um destinatário com nome, sobrenome e endereço. Esse que respondia por Annabeth Chase. Eu mesma.

O homem mais velho olhou na minha direção e levantou a sua taça como se brindasse comigo, esse ato fez com que seu recém descoberto filho me olhasse. E mais uma vez parecia que o mundo tinha parado. Quantas milhares de vezes, durante todo esse tempo que tínhamos sido separados, eu havia desejado que aqueles olhos recaíssem sobre a minha pessoa uma última vez?

– Perseu Jackson seja bem-vindo à família Murray. - Poseidon levantou a sua taça mais um pouco e todos o imitaram. - Um brinde à esperança e aos novos começos.

Todos brindaram, mas eu estava pouco me importando com todas aquelas pessoas ao meu redor. Eu só tinha olhos para ele, e ele parecia estar no mesmo estado que eu, pois nem por um segundo tirou os olhos de mim.

Poseidon olhou para ele e riu. Disse algo em seu ouvido e isso pareceu tirá-lo do transe em que se encontrava. Percy assentiu e riu em seguida, fazendo com que o pai, isso soa estranho, o acompanhasse e desse dois tapinhas em suas costas.

Percy voltou a me olhar, e de repente meu coração começou a bater mais rápido com o simples passo que ele deu na minha direção. Aquilo só poderia ser um sonho.

Ele terminou de descer as escadas, e antes que pudesse pedir licença para o aglomerado que se formara na ponta da escadaria, as pessoas começaram a abrir caminho, como se ele fosse algo intocável, ou até mesmo inatingível, algo que ele passara a ser para mim quando nos separaram.

Mas antes que Percy chegasse a mim, ele estagnou em seu lugar e fitou algo por cima do meu ombro. Me virei e percebi que Nico ainda tinha um de seus braços envolto ao meu corpo, soltei um risinho e me livrei, educadamente, do aperto de Nico, este que percebeu que o Jackson parecia estar com ciúmes e cedeu mais do que rapidamente.

Voltei-me para Percy e sorri com a pergunta muda que ele tinha em seus olhos. E para confirmar que Nico e eu não tínhamos nada levantei minha mão direita, e mostrei a aliança que ele me dera com um ano de namoro.

Aquele foi com toda a certeza do mundo, o sorriso mais bonito que eu já vira na minha vida. Era um misto de alívio e nervosismo, e saber que ele se sentia da mesma forma que eu era arrebatador. Aquilo só poderia ser um sonho. De repente, tudo se transformou em um borrão, e eu só voltei a mim quando senti seus braços me envolvendo, e aquele característico odor de maresia, especifico dele, chegar ao meu nariz, fazendo-o coçar levemente e um sorriso genuíno estampar minha boca. Aquilo tinha de ser um sonho.

– É você? – perguntei ainda incrédula, e ele riu com a cabeça escondida no meu pescoço. Às vezes, eu o sentia respirar mais fundo, da mesma forma que eu fazia para me certificar de que seu cheiro não havia mudado.

– Você não acredita? – ele questionou, e céus, como era bom ouvir a voz dele de novo, apesar das pequenas alterações que ela tinha sofrido, como por exemplo, ter engrossado mais dando a ele uma voz mais máscula e sexy.

– Eu acho que vou acordar a qualquer momento no apartamento perto da faculdade. – segredei temente, e minha voz falhou ao final da frase revelando a ele o quanto eu tinha medo.

– Eu também tenho a mesma sensação. – ele me respondeu e ameaçou se afastar, mas meus braços foram mais rápidos e o capturaram de volta, antes que ele pudesse deixá-los. – Acalme-se não irei fugir e nem você vai acordar. Isso é real, minha Sabidinha. Eu estou aqui, só preciso olhar nos seus olhos de novo. – Percy sussurrou em meu ouvido e meu coração falhou em uma batida, pois estava feliz demais para se lembrar que tinha de manter o ritmo e consequentemente manter-me viva.

Percy se afastou com os olhos fechados e ao parar na minha frente os abriu novamente, ofegando ao encarar-me nos olhos. Aqueles orbes lindas que eu tanto amava brilhavam de saudades e eu não duvida nada de que meus olhos cinza tempestade estavam exatamente da mesma forma. Antes que eu pudesse abrir a boca, ele segurou a minha nuca e me puxou para um beijo repleto de saudades, alivio e amor. Tudo junto e misturado, o que era melhor ainda.

Retribui na mesma intensidade, nos teletransportando para uma das inúmeras vezes que havíamos nos beijado de forma semelhante, de repente éramos adolescentes novamente, onde nada nem ninguém poderia nos separar. Nunca.

Infelizmente, o ar se fez necessário, e com calma nos afastamos com singelos selinhos, e sorrisos bobos na cara. Aquilo era mais que um sonho. Era a concretização de um.

Ficamos nos encarando igual retardados e de repente começamos a rir igual a idiotas. Meus olhos lacrimejaram e eu o abracei novamente cessando por hora o ataque de risos.

– Achei que nunca mais fosse te ver. – resmunguei contra seu peito, e ele riu de forma descontraída, fazendo-me relaxar em seus braços.

– Eu te caçaria no Tártaro se fosse preciso, minha Sabidinha. – ele debochou e eu sorri com a sua declaração disfarçada.

E embora, aquela bolha de felicidade a qual estávamos envoltos fosse bem espessa, alguns penetras conseguiram furá-la trazendo-nos de volta a realidade.

– Ai, meus deuses, quanta açúcar. Isso, definitivamente, não é bom para o meu diabetes. – posso afirmar com certeza que naquele momento uma enorme vontade de matar a Thalia me possuiu e eu o teria feito, se a risada descontraída de Percy não tivesse me impedido.

– Fala a garota que proporcionou todo esse açúcar.

Opa! Como assim?

– Eu acho que perdi alguma coisa. – externei meu pensamento com um olhar inquisitivo em direção a Thalia, esta que apenas deu de ombros e abriu um sorriso amarelo.

– Vamos dizer que fui quem descobriu que o Percyto ai, era filho do Tio Popo. – Thalia deu de ombros, fingindo-se de modesta, e antes que eu pudesse questionar como aquilo havia acontecido, Percy sussurrou no meu ouvido:

– Depois eu te explico com calma. – assenti com a cabeça, e sorri por tê-lo tão perto de mim, novamente.

– Como disse o Tio Popo... Seja bem-vindo a família, Percy. – Nico se pronunciou estendendo a mão para que, o agora primo, a apertasse.

– Valeu, Nico. – Percy retribuiu o aperto, e os dois riram, como se já possuíssem uma piada interna.

– Você sabia que ele estava aqui, não é mesmo? – questionei irritada, e meu melhor amigo riu assentindo.

– Até parece que eu não ia desconfiar de um ser de um metro e oitenta desfilando debaixo do meu teto. – o Di Ângelo resmungou irônico e eu o soquei.

– Poderia ter me avisado que ele estava aqui.

– E estragar a surpresa? Não, obrigado. Gosto do meu pescoço abaixo da minha cabeça. – ele murmurou e mandou um olhar acusatório na direção de Thalia e de Percy, esses que trocaram olhares cúmplices e em seguida fizeram um toque estranho, deixando-me perceber o quanto a relação familiar tinha aflorado entre os três.

– E você, Tyson, como recebeu a notícia de que esse Cabeça de Algas é seu irmão? – perguntei sabendo que o mais novo dos Murray nem sonhava com a existência de Percy, muito menos de que ele era seu irmão, então seria bom saber como ele estava lidando com aquela descoberta.

– É estranho saber que tenho um outro irmão além do Tritão, tanto é que eu meio que me confundi quando meu pai disse que você seria o par da noite de um filho dele. É muito confuso, mas é legal. O Percy é bem legal. – apesar de ter dezessete anos, às vezes Tyson aparentava ter menos, mas não por fazer brincadeirinhas infantis ou coisas parecidas, mas pelo simples fato dele ser muito fofo, ainda mais quando estava confuso com algo.

Percy sorriu para o irmão mais novo, que retribui o gesto e se levantou.

– Seja bem-vindo, cara. – Tyson o abraçou e eu tive a pequena impressão de que eles já tinham passado por aquilo antes. – E só para te deixar informado, essa linda ruiva que está ao meu lado, é sua cunhada. Ella, Percy. Percy, Ella.

– Prazer, cunhado. – a ruiva disse corando ao estender a mão para Percy, este que apenas deu um sorriso de lado, e retribuiu o gesto.

– Prazer, cunhadinha. – o Jackson enfatizou o diminutivo, fazendo a ruiva corar ainda mais.

Antes que a Bianca pudesse se manifestar, um pigarro se fez ouvido atrás de mim, e a morena de pele pálida fechou a boca com os olhos levemente arregalados. Quando me virei, entendi o porquê da expressão da Di Ângelo. Dali não sairia boa coisa, mas dessa vez eu defenderia o meu querer com unhas e dentes, e isso seria na base do custe o que custar.

– Percy? – meu pai se fingiu de incrédulo, e minha mãe foi ainda mais cara de pau ao abraçá-lo com, falso, entusiasmo.

Eu estava pronta para pular no pescoço de um dos dois quando, para a minha surpresa e a de todos a nossa volta, Percy retribuiu o abraço de forma apertada, como se realmente tivesse sentindo a falta da minha mãe. Algo que estava fora de cogitação.

– Sr. e Srª Chase, é um prazer revê-los. – Percy disse apertando a mão do meu pai com um sorriso de orelha a orelha.

Só eu tinha a sensação de algo estava extremamente errado ali?

– Rapaz, como você cresceu. Se tornou um homem muito bonito. - Atena elogiou voltando para o lado do meu pai, e sorrindo abertamente, como há tempos não fazia.

– Desculpe-me a falta de modéstia, mas os tropeços da vida me transformaram em uma pessoa melhor. Vejo que o mesmo aconteceu com os dois, parecem até mesmo mais novos. – Percy gracejou, e eu tinha um gigantesco ponto de interrogação no meio da minha cara. Eu sinceramente espero que ele esteja sendo irônico.

Antes que um dos meus pais pudessem responder, Poseidon chegou até nós, e rapidamente chamou a atenção para si.

– Filhão, vejo que já encontrou a minha norinha. – o homem de olhos verdes disse e me direcionou um sorriso convencido, mostrando claramente que tinha vencido. – Não falei que você era minha nora, querida Annabeth?

– Nunca me senti tão bem por estar errada em algo, querido sogrinho. – retruquei com um genuíno sorriso em meus lábios, e aliviada por ele ter me tirado daquele momento estranho, que mais parecia algo de uma realidade distante e paralela.

– Hum... – Percy meio que resmungou e meio que chamou a atenção. – Po... Pai. – ele rapidamente se consertou quando Poseidon lhe direcionou um olhar de advertência. – Então, pai, sei que o senhor já deve conhecê-los, mas esses daqui são os pais da Annie, e obviamente os meus sogros. – Percy os apresentou de uma forma encabulada e extremamente fofa.

– São os sogros dele? – o homem de olhos verdes questionou com uma carranca séria, e meus pais assentiram sorrindo. – Nenhuma objeção ao namoro dos dois? – ele perguntou, fazendo com que Atena e Frederick negassem rapidamente. – Isso é maravilhoso, pois eu não admitiria que vocês agissem da mesma forma covarde que agiram quando meu filho era um mero nova-iorquino sem dinheiro. Ainda bem que agora ele pertence a uma família de Duques, não é mesmo? – Poseidon resmungou irônico, e meus pais se sentiram intimidados, isso era visível a metros de distância.

– Poseidon, que horror. O que fizemos no passado não deveria intervir no nosso presente, muito menos no nosso futuro, aonde podemos ver claramente algo brilhante esperando pelos nossos filhos. – meu pai se defendeu da forma que sempre fazia, sem caráter, e Poseidon deu uma risada seca.

– Vocês são dois hipócritas. Espancaram e humilharam o meu filho por ele ser pobre, e assim que descobriram que ele tinha dinheiro o trataram como um filho que nunca tiveram. Sinceramente? Eu não sei como a Annabeth pode ter saído de uma família como a de vocês...

– Isso é simples, Poseidon. Nunca vivi de fato com os dois, posso até dizer que ser criada com algum valor moral foi fácil. Agradeço todos os dias por ter sido educada por babás e não pelos meus próprios pais. Isso foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. – sei que peguei pesado, mas naquele momento eu estava lavando a minha alma. Estava colocando para fora tudo que ficará guardado por anos dentro de mim.

– Annabeth... – Atena ia dizer alguma coisa, mas eu a interrompi com um aceno de mão.

– Vocês poderiam ter agido com o mínimo de dignidade e ter pedido desculpas ao Percy, mas ao invés disso deram a ele abraços recheados de falsidade, e isso definitivamente foi o cúmulo. Eu, realmente, sinto muito pelos monstros que se tornaram. E sinto ainda mais por carregar o DNA de vocês em mim. – quando terminei puxei Percy pela mão, mas antes de deixá-los, de fato, para trás pude ter um vislumbre de uma lágrima nos olhos prateados da minha mãe e do olhar perdido do meu pai.

De repente, Percy e eu nos encontrávamos do outro lado da enorme sala de estar, ao lado de uma das milhares de portas duplas que dava para o extenso jardim da mansão dos Murray. A minha intenção era sair e tentar entender o que eu tinha acabado de fazer, mas Percy me puxou e eu fui de encontro ao seu corpo, sendo amparada pelos seus braços.

– Você foi muito corajosa. – ele resmungou contra a minha testa, e eu sorri contra o seu terno com os olhos, levemente, marejados.

– O que eu fiz foi impulsivo. – retruquei a base de sussurro, e ele riu assentindo com a cabeça – Faz anos que eu não falo com eles, e agora eu resolvo explodir. Isso foi estúpido.

– Realmente, isso foi bem estúpido. – Percy disse e eu me afastei para olhá-lo nos olhos.

Poxa vida, não era para ele concordar comigo.

– Você achou o fato de eu te defender estúpido? É isso mesmo, Perseu? – perguntei começando a me irritar e ele riu, me puxando para um novo abraço.

– Não, minha Sabidinha, eu acho que o fato de você não falar com os seus pais por anos é estúpido. – voltei a me afastar e com os olhos o questionei por que.

– Querendo ou não, eles são seus pais, e pode não parecer, mas quando eles nos separaram só estavam pensando no seu bem.

– No meu bem? Você está mesmo falando sério? – questionei incrédula com o que saia da boca dele.

– Claro! Ou vai me dizer que tínhamos mesmo a chance de sermos felizes naquelas condições?

– Sim, nós tínhamos. – respondi convicta e ele riu se aproximando. Eu até tentei me afastar para continuar aquela espécie de D.R, mas ele começou a passar o polegar na minha bochecha com toda a delicadeza que existia em si, e eu logo me derreti com as caricias.

– Eu trabalhava em um restaurante meia boca que mal pagava as minhas despesas. Você estava terminado o colegial e tinha ótimas chances de entrar em ótimas faculdades, tanto é que entrou em uma das melhores do mundo e agora está fazendo o que sempre sonhou. Já eu nem sabia se ainda tinha chances de entrar em uma faculdade, e você estava esperando um filho nosso...

– Como você sabe disso? – perguntei espantada com o fato dele ter conhecimento sobre aquilo, afinal eu tinha pedido sigilo.

– Luke não é a melhor pessoa para guardar segredos. – ele soltou uma risada alegre e respondeu simplesmente, voltando a me fitar nos olhos. Eu ainda matava o meu primo. – Enfim, eu estou querendo dizer que com dois meses o peso da responsabilidade nos atingiria, as brigas iriam começar e de repente nos veríamos odiando um ao outro por termos desistido dos nossos sonhos.

Meus olhos lacrimejaram com aquela afirmativa dele.

– Está me dizendo que nunca seremos felizes juntos?

Eu me negava a acreditar no que ele estava fazendo. Ele tinha mesmo vindo de Nova York para me dizer que o que sentia por mim tinha acabado? Mas ele não jurará que era para sempre?

– Hey, eu não estou dizendo isso. Eu apenas quis dizer que se tivéssemos conseguido fugir, não teríamos sido felizes, mas agora que as nossas circunstâncias mudaram.

– É mesmo? – perguntei me afastando irritada. – Então, te espancar até você quase morrer foi o certo naquela ocasião? Fazer com que eu perdesse o meu filho foi certo naquela ocasião? Você está mesmo querendo que eu acredite nisso, Perseu?

– Annabeth, me escuta. Por favor. – Percy pediu tentando se aproximar, e ao ver que eu estava irredutível, agarrou a minha mão e me puxou para o jardim. – Não estou dizendo que o que eles fizeram foi o certo, eles poderiam muito bem ter sentado e nos explicado que o mundo não era cor de rosa com imaginávamos, explicado que se quiséssemos morar sozinhos responsabilidades cairiam sobre nós, explicado que criar um filho não era tão fácil como pensávamos. Ter nos apoiado, já era o suficiente.

”Mas vendo do ponto de vista deles, nós nunca aceitaríamos o que eles iriam propor, e acabaríamos com tudo de bonito que acontecera com nós dois. O amor que sentimos um pelo outro seria modificado com o tempo, e de repente nos veríamos em nossa própria ruína.

Porém, agora, o destino nos deu uma nova chance de recomeço. Você não vê? Estamos quase formados, emprego não será algo difícil de se encontrar, logo as condições financeiras melhorarão, compraremos um apartamento que você decorará com todo o seu bom gosto, curtiremos a nossa juventude, nos casaremos e depois encheremos a casa de crianças, doze se você quiser, mas para isso teremos de comprar um apartamento ou uma casa maior, obviamente. E por fim, envelheceremos um ao lado do outro, vendo o nosso legado crescer e construir as suas próprias família. Então sim, nós ainda temos a chance de sermos felizes juntos. Basta você querer. ”

Dizer que meus olhos estavam marejados era uma grande mentira, já que lágrimas caiam pelo meu rosto em uma velocidade impressionante, ri tentando disfarçar o quão emocionada eu estava, e para descontrair, perguntei:

– Foi você quem pensou nisso tudo? Porque para mim é algo muito complexo para um simples Cabeça de Algas. - o moreno de olhos verdes fechou a cara indignado, mas segundos depois riu e assentiu com a cabeça.

– Quem pensou nisso tudo foi minha mãe. Quando eu soube que tínhamos perdido um filho, fiquei revoltado e cheguei em casa tentado a quebrar tudo que eu via na minha frente. - Percy começou a contar e seus olhos desfocaram-se por alguns segundos, como se ele estivesse lembrando-se daquele dia. - Minha mãe me fez sentar e ouvir por duas horas e meia que o que tinha acontecido com nós dois poderia ter sido o melhor naquele momento.

– E pelo visto essa visão fez com que você pensasse em um futuro promissor para nós dois, não é mesmo? - questionei aliviada com a possibilidade de tê-lo ao meu lado pelo resto da vida.

– Os sonhos ajudaram bastante nessa parte. - ele me segredou, puxando-me para um beijo de tirar o fôlego.

Os lábios dele ainda tinham o mesmo gosto e maciez, sua língua passeava pela minha boca de forma ágil e lenta, como se tentasse gravar cada milímetro daquele espaço, e eu não estava muito diferente dele. Passei minha mão por sua nuca, agarrando-me aos fios negros que eu tanto amava. Aquilo só poderia ser um sonho.

Infelizmente, o ar se fez necessário e tivemos de nos separar, e embora tenhamos feito isso o mais lentamente possível, senti falta de seus lábios pressionados aos meus no momento em que a sua respiração deixou de bater no meu rosto.

– Vamos sair daqui? - perguntei querendo ao máximo ter mais privacidade ao seu lado.

– Achei que nunca fosse pedir. - ele deu um sorriso enorme e passou a me puxar em direção aos enormes portões da casa de sua família.

– Percy, preciso pegar o meu casaco, está frio. - murmurei ao receber uma forte rajada de vento contra o meu corpo.

– Você não precisará dele para onde estamos indo. - Percy disse me puxando pela mão e me direcionando um sorriso malicioso.

– Nós vamos aonde? - questionei quando vi um táxi estacionado em frente a saída.

– É surpresa! - ele exclamou abrindo a porta para mim e entrando logo em seguida. - Obrigado por esperar, senhor. Leve-nos para esse endereço, por favor. _ Percy entregou um pedaço de papel ao motorista, este que leu rapidamente e assentiu com a cabeça.

– Sim, senhor. - o taxista respondeu e rapidamente deu partida no carro, levando-me para o desconhecido.

– Então, você já tinha planos de me sequestrar, senhor Cabeça de Algas? - perguntei divertida ao perceber que Percy já tinha em mente aquela pequena escapadinha.

– Com certeza, minha Sabidinha. - ele disse maroto e me deu um selinho. - Então, enquanto não chegamos ao nosso destino me conte como anda a sua vida.

– Nada de muito especial. Estou terminando a faculdade de Arquitetura, talvez eu comece um estágio em Londres ou até mesmo em Nova Iorque só preciso da resposta das duas empresas. - respondi brincando com os seus dedos, e ele parecia concentrado no que eu dizia.

– Eu ficaria muito feliz se você aceitasse a oferta de Nova Iorque. - ele disse beijando o meu pescoço, fazendo-me soltar pequenos suspiros.

–Percy! - chamei a sua atenção ao perceber que o taxista nos analisava pelo retrovisor do carro. - Percy, comporte-se! Não estamos sozinhos. - o adverti e o motorista, que aparentava ter sessenta anos, riu como se não se importasse com o que via.

– Eu só estou tentando te persuadir a aceitar a proposta de estágio em Nova Iorque. Não pode me culpar por tentar alcançar os meus objetivos. - ele resmungou se afastando e passando a mão pelos cabelos, tentando em vão, fazer com que eles ficassem no lugar. Algo que ele tentava desde que eu o conhecia.

– Sei. - disse com um olhar acusador em sua direção e ele me deu um sorriso amarelo de volta - Mas, e a sua vida como anda? - questionei deixando que ele passasse o braço direito sobre os meus ombros a fim de me aquecer.

– Até que ela está bem. - ele murmurou brincando com um cacho que tinha saído do meu coque. - Esse semestre eu termino a faculdade.

– Biologia Marinha? - perguntei lembrando-me de que aquele era o seu sonho.

– Isso. Biologia Marinha na Columbia. - ele respondeu com um sorriso que mostrava que ele tinha orgulho de seus feitos. - Consegui a bolsa depois que você foi embora.

– Conseguiu uma bolsa na Columbia? Percy isso é... Demais. - disse orgulhosa dele e ele sorriu satisfeito, como se já esperasse essa reação minha.

– Mas só a consegui por sua causa. - ele disse e eu franzi o cenho confusa.

– Por minha causa? - externei minha confusão e ele assentiu sorrindo.

– Eu queria que quando eu te encontrasse de novo, você sentisse orgulho de mim, então tratei de passar em uma boa faculdade. Acho que deu certo. - juro que tentei me segurar, mas não deu. Por isso, tasquei um belo beijo nos lábios dele, que correspondeu com a mesma intensidade.

– Eu tenho muito orgulho de você e isso é desde o dia em que eu te conheci. Você sempre se mostrou uma pessoa leal e isso é algo notório e agora depois de tanto tempo posso ver o quanto amadureceu e se tornou uma pessoa que não guarda rancor daqueles que te fizeram mal e isso é algo muito admirável nos dias de hoje. – disse olhando em seus olhos e posso jurar que ele corou com o meu elogio.

– Hum... Eu também estou fazendo um estágio em um Centro de Pesquisas Marinhas, e é quase certeza de que serei efetivado em uma das principais equipes até o meio do ano. – ele murmurou encabulado tentando tirar a atenção do elogio que eu fiz.

– Isso realmente é demais, a Dona Sally também deve estar muito orgulhosa de você. – disse sorrindo ao ver que as bochechas dele ainda estavam vermelhas. Acho que farei mais elogios para ele, pois é muito fofo vê-lo todo encabulado. – Afinal, como ela está?

– Pode-se dizer que a Dona Sally está orgulhosa, e eu muito mais por ser filho dela. – franzi o cenho com a afirmativa dele – Ela, finalmente, conseguiu lançar um dos milhares de livros que ela já escreveu, e este parece que vai ser um grande sucesso, ainda está na terceira semana de vendas, mais já vendeu mais de cinquenta mil exemplares. Não é muito se comparado com grandes best-sellers, mas já é um grande começo. Você não acha? – ele me questionou e eu assenti com a cabeça feliz por Sally, ela merecia ter o reconhecimento pelo seu talento, este que era enorme.

– Ela ainda está namorando com o Paul? – perguntei lembrando-me do namorado dela.

– Eles se casaram e se mudaram para o apartamento dele. Acabei herdando o nosso velho apartamento. Agora os Sr e a Srª Blofis estão tentando ter um filho, o que eu acho totalmente desnecessário. Afinal, já me têm como filho, pra que mais um?

Dei um tapa em sua nuca, fazendo-o reclamar.

– Deixa de ser idiota, Percy. Sua mãe merece ser feliz e talvez um outro filho complete essa felicidade.

– Mas, sinceramente, pra que outro se já tem um filho de ouro como eu? – ele murmurou convencido e eu revirei os olhos deixando que ele continuasse a falar sozinho.

Embora, eu tenho dado um tratamento de silêncio para ele, não aguentei ficar quieta por muito tempo, e logo perguntei:

– Como foi descobrir que Poseidon era seu pai?

Percy pareceu pensar um pouco, e logo voltou a me abraçar de lado antes de começar a falar:

– Acredito que tenha sido a coisa mais estranha que já aconteceu na minha vida, porque primeiro a Thalia entrou em contato comigo pelo Facebook e me metralhou com perguntas sobre o meu suposto pai, de início eu achei que ela soubesse onde você estava e estava entrando em contato para me falar seu paradeiro, mas ela sempre me dizia que a última vez que tinha te visto fora quando tinha ido para Nova Iorque, isso foi uma espécie de redução da minha esperança de te encontrar... Mas voltando ao assunto paternidade...

“Ela voltou a falar comigo depois de um tempo e disse que sabia quem era o meu pai. Eu achei que aquilo era coisa da cabeça dela, até porque meu pai não estaria na Inglaterra, e muito menos a conheceria, pois eu acreditava que ele era pobre como a minha mãe, e não um duque, mas essa parte a gente pula.

Nesse dia eu estava em casa e ela pediu que eu chamasse a minha mãe, que também estava em casa, de repente um homem de olhos verdes e cabelos negros apareceu na tela no mesmo momento em que minha sentava-se em frente ao computador, naquele dia a Dona Sally quase teve um infarto. Ela quis desligar o computador, mas eu a impedi perguntando se aquele homem era ou não o meu pai, e quando ela assentiu eu me senti muito estranho. Me deu uma vontade de gritar com ele e dizer poucas e boas, mas eu apenas me limitei a perguntar o por que dele ter abandonado minha mãe e eu quando mais precisávamos dele.

E por mais incrível que pareça, ele disse que nunca tinha chegado a saber que minha mãe estava grávida, ela negou e disse que havia mandado milhões de cartas contando que estava à minha espera e nunca tinha obtido respostas.

Foi então que a Thalia tomou partido e disse que ao fuçar algumas coisas do avô achou algumas cartas de uma tal de Sally Jackson todas direcionadas a Poseidon."

– Então, quer dizer que Cronos escondeu isso do seu pai? - Percy assentiu com a cabeça.

– Se eu não tivesse vivido na pele algo semelhante, eu juraria que aquilo era história de algum filme de comédia romântica, mas tinha muitas semelhanças como a nossa história. Entende? - Percy perguntou cabisbaixo e eu assenti com a cabeça, vendo claramente um amor de verão gerar frutos e os pais de uma dessas partes, impedindo-o de florescer. - Então, eu resolvi dar uma chance a ele, e até agora ele está se mostrando um excelente pai.

– Poseidon já te colocou de castigo por ter sido um menino mal? - perguntei tentando descontrair, ele riu negando com a cabeça.

– Ainda não fiz nada de errado, sem contar que eu sou um filho de ouro, nunca precisei de castigo.

– Convencido. - murmurei batendo de leve em seu peito, e ele riu beijando-me na testa enquanto o carro parava em frente a um prédio.

– Vamos descer aqui? - questionei de forma débil, já que era óbvio que ficaríamos por ali.

Percy apenas assentiu e tirou alguns euros do bolso interno de seu paletó, deu ao motorista, direcionou-lhe um sorriso e desceu do carro, abrindo a porta em seguida e me ajudando a descer também.

O taxista logo nos deixou para trás e seguiu seu rumo. Voltei-me para Percy e questionei:

– O que viemos fazer aqui?

– Você queria um pouco de privacidade, não é mesmo? Então, Poseidon achou que precisaríamos desse tempo para nós dois, e acabou me emprestando um apartamento dele. – o meu moreno disse tirando um molho de chaves do bolso da calça social. – Vamos? – assenti agarrando a mão que ele me ofereceu.

O porteiro pareceu reconhecer Percy, pois assim que ele mostrou as chaves que tinha, o homem de meia idade assentiu e deixou que passássemos para o elevador.

Um silêncio confortável se estabeleceu entre nós dois, enquanto o elevador subia lentamente, e somente foi quebrado por ele e sua risada baixa, quando estávamos chegando na cobertura, onde deveria ser o apartamento de Poseidon.

– Está rindo do que?

– Só estava me lembrando da vez que nos agarramos no elevador do meu prédio, e a minha vizinha, a Srª Pearl, nos flagrou. – ele disse e voltou a rir, fazendo-me imitá-lo ao me lembrar da expressão de horror que a velha senhora vez.

– Poderíamos repetir aquilo, não é? – questionei, quando parei de rir, e Percy me fitou com os olhos verdes escurecendo gradativamente atingindo o verde musgo que eu vira em nossa primeira vez.

Ele não disse mais nada apenas levou a sua mão direita até a minha nuca, e com a esquerda agarrou-me pela cintura, puxando o meu corpo para mais perto do seu. O beijo não era calmo. Era sedento, feroz, voraz. Devolvi na mesma intensidade, levando minhas mãos para a sua nuca e agarrando seus cabelos negros. De vez em quando eu mordia seu lábio inferior, e ele apertava a minha coxa por cima do vestido, fazendo com que eu gemesse em sua boca.

Um tilintar suave ecoou pela caixa metálica, e mais do que rapidamente, Percy começou a me empurrar para fora do elevador, levando-nos para a única porta daquele andar. Ainda me beijando ele tentou abrir a porta e não conseguiu. Ri do seu desespero e tomei as chaves da sua mão, virando-me de costas para ele.

Percy me prensou contra a porta e passou a beijar o meu pescoço de forma lenta e tortuosa, eu ainda tentava abrir a porta, e quando finalmente consegui, Percy me pegou no colo estilo noiva e me levou para dentro do apartamento, para ser mais exata, para uma imensa suíte com uma cama coberta de pétalas de rosas.

Ele me colocou no chão, deixando que eu absorvesse tudo ao meu redor.

– Isso tudo é para mim? - perguntei um tanto quanto abismada e Percy assentiu indo para trás de mim.

Lentamente, ele passou a distribuir pequenos beijinhos da minha mandíbula até o início do vestido, ou seja, até um pouco antes do meu ombro, ele repetiu o ato do outro lado, e enquanto me venerava através de beijos, passou a abrir o zíper do vestido. Quando chegou ao final de sua trilha de beijos e do fecho da minha roupa colocou as suas duas mãos em meus ombros e levou as alças até as minhas mãos, segurando-as no final do processo.

Quando o vestido já se encontrava no chão e eu trajava apenas minhas peças intimas e o salto alto, ele me virou com um giro e me olhou nos olhos.

– Eu te amo. – ele disse e me puxou para um beijo, onde os seus sentimentos estavam claros como a água. – Você não tem noção do quanto eu senti a sua falta, Annabeth. – Percy disse tudo aquilo olhando em meus olhos.

– Sim, Percy, eu tenho noção sim. Pois, durante todo esse tempo, eu nunca deixei de te amar e a cada dia que se passava o amor que eu sentia por você ia aumentando em proporções gigantesca, de forma que eu cheguei a pensar que morreria sem você ao meu lado. – murmurei contornando os seus traços com as pontas dos dedos, como medo de que ele se transformasse em fumaça se eu fosse um pouco mais evasiva com os meus toques.

– Isso é uma promessa: Nunca mais nos separaremos. – ele disse e eu assenti com os olhos lacrimejando e colocando minhas mãos em seu peitoral e começando a tirar o seu paletó.

– Nunca mais. – concordei puxando-o para um beijo, este que se intensificou e nos fez parar em cima da cama coberta com pétalas de rosa.

Definitivamente, aquilo era um sonho. Ou melhor, era bom demais para ser um simples sonho. Aquilo era a minha nova realidade.

Realidade que duraria, enquanto ele me amasse.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram?


Bom, pessoal esse foi o último capítulo de ALAYLM. Sim, acabou.
Mas como eu sou uma pessoa muito legal, nós ainda teremos alguns capítulo bônus - ainda não me decidi se será só um ou dois, verei isso depois - e um epílogo.


AGRADECIMENTO
Desde já, eu gostaria de agradecer a todos os leitores que leram a fic, desde aqueles que tenham parado no meio do caminho, a aqueles que chegaram depois, até, principalmente, aqueles que me acompanham desde o inicio, só pelo simples fato de vocês terem dado uma oportunidade a fic já é o bastante para mim.
Sem contar que o apoio de vocês foi mega importante para o meu crescimento como autora. Eu, sinceramente, não tenho como agradecê-los, muito menos pôr em palavras o quão especial cada um de vocês é para mim, seja aquele que deixou reviews em todos os capítulos, ou aquele que torcia intimamente para que eu postasse algo novo, e até mesmo aqueles fantasminhas que não quisera aparecer, lembrando que ainda dá tempo kkkk.
MUITÍSSIMO OBRIGADA À TODOS.

E PARA NÃO PERDEMOS OS HÁBITO:


Se odiaram detonem a fic nos comentários,
Se acharam algum erro, comentem, me avisem, pois eu não revisei.
Se acharam que estava bom, mas dava para melhorar, me avisem, se AMARAM recomendem.
QUERO A OPINIÃO DE TODOS PARA ESSE FINAL.
MEU ÚLTIMO PEDIDO. OKAY?

Bom, acho que vou ficando por aqui, e se vocês querem me ver de novo na semana que vem COM OS BÔNUS, já sabem a fórmula, não é mesmo? Se não aqui segue, anotem que é muito importante, cai na prova - encarnei um professora agora, Credo capeta, sai de mim -brincadeira- REVIEWS+RECOMENDAÇÕES=CAPÍTULOS MAIS RÁPIDOS. Entenderam? Espero que sim.

AGORA UMA PROPAGANDA BÁSICA:

Passem nas minhas outras fics, leiam e as aproveitem, pois eu fiz especialmente para vocês.


Beijos e obrigada por todo carinho e paciência que vocês tiveram comigo.


P.S.: Acho que eu vou chorar. :´(