A Gotinha De Amor Que Faltava escrita por Sill Carvalho, Sill


Capítulo 4
Capítulo 4 - Um Papai Ranzinza


Notas iniciais do capítulo

O capítulo de hoje é dedicado a quatro pessoas em especial: Laura Moreira Galvão, Lili Swan, Stefani Alves e twilight. MUITOOO OBRIGADAA vocês me deixaram muito feliz com cada recomendação. Todas muito fofas ♥ ameii muito ♥ Valeu gente o/
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Boa leitura pessoal :)



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No momento em que Esme cuidava de sua neta Julia, seu esposo Carlisle e sua filha Alice entraram na suíte principal, a qual elas estavam. Alice se apoiava ao braço do pai que, por conseguinte, ajudou-a subir as escadas.


Esme olhou brevemente para ambos, estendendo uma pergunta a sua filha Alice.


– Como está esse pé, filha?


– Está bem melhor, mamãe – confessou Alice. – Mas não vejo a hora de poder voltar pro ballet – resmungou fazendo beicinho. – Não aguento mais ficar sem a dança...


– Já, já isso passa, é só uma fase amor. Tenha paciência que logo você estará dançando novamente – tranquilizou Esme.


– E essa bonequinha do vovô como está? – brincou Carlisle, sentando-se a cama ao lado da neta.


Tanto Carlisle quanto Alice olharam assustados para Esme, tão logo notaram a presença de tantos machucados espalhados por todo frágil corpo da pequena Julia. Como poderia alguém fazer tanto mal a uma criança indefesa, praticamente ainda um bebê.


– Violência doméstica – respondeu Esme a pergunta muda do marido e filha, enquanto massageava carinhosamente os bracinhos de Julia.


Apreensivo Carlisle olhou para a esposa, e nessa troca de olhares, ele entendera quem fora o responsável por tamanha crueldade. No entanto, sua filha Alice passou longe da compreensão. O que acarretou a pergunta verbal.


– Quem foi o monstro que fez isso com ela, mamãe?


Esme a olhou sugestivamente.


– Depois conversamos sobre isso, filha. Em outro momento, está bem?


Só então Alice entendera que não era adequado ficar remoendo o mesmo assunto na presença da criança. Por menor que fosse tais insinuações poderiam acarretar em maiores traumas na vida daquela criança. E fora olhando para a pequena Julia que Alice assentiu.


– Ah tudo bem mamãe...


A pequena Julia olhava para Carlisle com curiosidade, desde que se viram pela primeira vez na entrada da mansão que ele se mostrara atencioso para com ela, e isso chamou sua atenção.


– Esse é o meu vovozinho? – perguntou totalmente surpresa, agora olhando para Esme.


– Sim, meu amor. Ele é seu vovô, e essa serelepe aí ao lado, essa manquinha, é sua titia.


– Mamãe... – resmungou Alice, incomodada por ter sido chamada de manca.


– Um vovô e uma titia?! – murmurou Julia, com seu pequeno sorriso de covinhas. – Que bonito isso vovó – animou-se olhando para os novos integrantes da suíte.


– Ei bonequinha, você parece muito com aquele grandão chato ali – brincou Alice, apontando o dedo indicador em direção ao irmão. – Principalmente quando sorrir sabia?! – completou.


A pequena Julia achou divertida a forma com a qual Alice mencionou Emmett, o que a fez sorrir, mas ao olhar para o pai, ele estava sério, então rapidamente o sorriso de Julia se desfez, como o sol se escondendo atrás de uma nuvem de chuva, temporariamente cinza bloqueando a luz, exatamente o efeito que Emmett causava no pequeno sorriso de covinhas de sua própria filha. Julia abaixou a cabeça, mexendo as mãozinhas uma na outra, com receio de uma possível bronca.


– Vem cá Julinha – disse Carlisle. – Vem cá para vovô te dar um beijo – pediu afetuosamente, lhe estendendo os braços.


Incerta Julia olhou para Esme, que a incentivou.


– Vai lá – sugeriu com uma piscadela.


Ainda usando apenas a calcinha de estampas em tons de rosa, Julia saiu do colo da avó, engatinhando atravessou o curto espaço de uma extremidade a outra da cama, sendo recebida pelo abraço carinhoso do avô que ela mal conhecia, recebendo um beijo em ambas as bochechas.


Quando Carlisle finalizou o abraço carinhoso ambos se olharam, e sorriram um para o outro. Era visível a olhos nu o quanto a chegada àquela família estava fazendo um bem enorme aquela criança sofrida.


Emmett, no entanto, apenas observava. Um tanto incomodado talvez, com tanta atenção direcionada a criança que ele se negava aceitar. Ele parecia bem desassustado ao ambiente em que estava agora.


– Precisa levá-la a clinica para que possa ser examinada. Precisamos ter certeza de que está tudo bem com ela. É preciso maior atenção com esses machucados – disse Carlisle.


– Marcarei uma hora para Emmett levá-la amanhã sem falta. Espero encontrar um horário disponível em uma boa pediatra. Quero que seja uma que vai acompanhá-la por toda a infância. Não é ideal ficar sempre trocando, e é fundamental que seja alguém de confiança.


– Faça isso, querida – respondeu Carlisle, fazendo cafuné nos cabelos castanhos da neta que ainda estavam sem pentear.


– Que pezinho mais bonitinho – disse Alice, mexendo no pezinho de Julia de forma brincalhona. – Você me empresta esse pezinho para dançar ballet? – pediu como se fosse possível.


Julia deu de ombros, disfarçando um pequeno sorriso de covinhas.


– Isso não pode titia. Não tila ó – respondeu, segurando o pezinho. Depois olhou para o pé de Alice que estava imobilizado pela botinha ortopédica.


– Quem fez o dodói no seu pezinho, titia? – seu timbre de voz soou preocupado, seus lábios rosados se projetaram em um beicinho angustiado.


– Oh – murmurou Alice, surpresa. – Não foi ninguém Julinha. Eu me machuquei sozinha, dançando ballet. Exagerei nos treinos...


– Eu goto de bailalina – revelou Julia, encostando sua mãozinha no rosto de Alice.


– Um dia te levo ao estúdio de ballet – olhou para Emmett, que parecia indiferente a conversa. – Se o seu papai deixar – completou. – Aí te vestirei igualzinho a uma bailarina, o que você acha? Ai, você vai ficar lindinha usando tutu cor de rosa – os olhos de Alice brilharam tanto quanto os do gato de Cheshire. Os da pequena Julia brilharam tanto quanto, em expectativa.


De pé em um canto da grande suíte, Emmett bufou irritado com tudo aquilo.


– Mãe... – resmungou ele. – Já estou de saída...


– Está bem filho – respondeu Esme. – Vem Julinha, a vovó vai terminar de te vestir.


Julia saiu do colo do avô refazendo a curta distância novamente até sua avó. Nesse meio tempo, Carlisle direcionou sua atenção ao filho ranzinza.


– Espere seu irmão chegar – pediu. – Ele está trazendo uma cadeirinha de segurança adequada para a idade de sua filha. Você não pode sair por aí sem se preocupar com a integridade física da criança. Você está sendo displicente com relação a muitas coisas Emmett, principalmente com essa criança, e já te avisei que isso eu não irei tolerar.


Emmett maneou a cabeça, desacreditando no que acabara de ouvir.


– Não acredito pai. Não acredito que você ligou para Edward e pediu para que ele passasse no shopping ao voltar para casa somente para comprar uma cadeirinha de segurança para Julia.


– O que há de errado nisso, filho?


– Não há nada pai. Só fiquei surpreso – disse ele, passando uma das mãos sobre a cabeça, um tanto inconformado com o rumo que as coisas estavam tomando.


Enquanto pai e filho se questionavam, Esme vestiu Julia com um vestidinho floral – em tons de branco –, que estava dentro de sua mochila cor de rosa. Nos pezinhos calçou uma sandália branca, e agora lhe penteava os cabelos cuidadosamente.


– Mãe, pai? – a voz de Edward ecoou do corredor, já no segundo piso, onde todos estavam.


– Estamos todos aqui no quarto, filho – respondeu Esme.


Não demorou muito para que Edward aparecesse na porta da suíte, segurando uma cadeirinha de segurança – em tons de rosa e preto. Assim como também segurava um pacote do Mcdonalds.


– OBÁ! – gritou Alice, batendo palmas assim que reconheceu a embalagem. – É pra mim, não é Eddie? Diz que sim, por favor?!


– Como você adivinhou, hein baixinha?! – brincou ele.


Sorrindo Edward entrou na suíte dos pais e foi ao encontro da irmã caçula, lhe entregando o pacote do Mcdonalds. Imediatamente Alice abriu o pacote olhando qual era o pedido.


– Hummm... – murmurou. – Que delicia. Já posso até sentir o sabor – olhou para o irmão com seu estonteante sorriso do gato de Cheshire. – Obrigado Eddie. Eu adorei! – pegou uma batatinha colocando rapidamente na boca. – Você quer uma Julinha? – Julia maneou a cabeça negativamente após uma breve olhada para Emmett.


Edward sorriu amigavelmente para a sobrinha enquanto se dirigia ao pai.


– Está aqui o que me pediu pai – avisou se referindo à cadeirinha de segurança que Carlisle lhe pediu que comprasse.


– Obrigado, filho. Pode entregá-la a seu irmão, ele se encarregara de instalá-la adequadamente.


Edward assentiu e se aproximou do irmão, lhe entregando a cadeirinha.


– Sua filha é linda, cara – disse Edward para o irmão, que recebeu a cadeirinha de má vontade.


– Obrigado... É, digo, pela cadeirinha, não precisava ir até o shopping só para isso.


– Não foi nada. Ficava a caminho de onde eu estava – respondeu Edward, virando-se para olhar Julia. – Então eu tenho uma sobrinha. E ao que tudo indica é essa bonequinha que está bem aqui a minha frente – brincou ele.


Julia olhava para o tio, um tanto tímida, mas havia curiosidade em seu olhar.


– Ele é irmão do seu papai, o que o torna, seu titio Edward – explicou Esme.


– Tenho um titio também? – disse Julia, surpresa. Seus olhinhos azuis extremamente abertos olhando para Esme.


– Sim, meu pedacinho do céu.


– Ei Julia que nome lindo você tem – elogiou Edward.


– Obligada – disse ela, um tanto tímida, mexendo as mãozinhas uma na outra. – Titio você tem nome de plíncipe das histólias.


Edward gargalhou o que fez Julia olhá-lo com curiosidade.


– E você gosta de ouvir histórias? – perguntou Edward, com uma sobrancelha levemente erguida já imaginando a resposta.


– Aham... A moça... – suspirou parecendo cansada. – A moça contava pla mim.


– E quem é a moça? – Esme quis saber.


– A moça te levou eu plo meu papai – os olhos de Julia alcançaram Emmett, que estava afastado em um canto do quarto, indiferente ao que acontecia.


– Ah meu pedacinho do céu – respondeu Esme, abraçando Julia. – Outro dia a vovó te conta historinhas, está bem?! Muitas delas, meu amor. A vovó promete, mas agora o seu papai – olhou para Emmett, que continuava indiferente. – Já está querendo ir embora e você precisa ir com ele.


– Não quelo... – respondeu com os lábios projetados em um beicinho.


– Porque não, meu amor?


– Não sei vovó... – sussurrou, mexendo as mãozinhas. Certamente com receio de falar o que sentia em relação a isso.


Não fora preciso muito para que Esme entendesse que Julia estava com medo de ir com o pai, e que ele se zangasse com ela novamente.


– Seu papai não é mau – tranquilizou-a. – Só está bancando o durão, ranzinza. No fundo ele é um amor de pessoa.


– Não quelo vovó... – choramingou. Em seguida apontou seu dedinho indicador encostando ao braço de Esme. – Quelo você... – sussurrou prestes a chorar.


– Não fica triste, meu pedacinho do céu. Isso me corta o coração – murmurou Esme, segurando a mãozinha de Julia, beijando seus dedinhos. – Eu queria muito ficar com você Julinha. A vovó te quer muito, meu anjinho, mas eu preciso fazer você e o seu papai se conhecerem melhor, e só há um jeito de se fazer isso.


– Eu já conheci o meu papai e não quelo ficá com ele... – choramingou encarando as próprias mãozinhas.


Todos, exceto Emmett, sorriram de sua inocência, porém tão verdadeira.


– A vovó só quer que os dois fiquem amigos, meu amor. Você não quer ficar amiga do seu papai?


Antes que Julia pudesse responder Emmett se exaltou com toda aquela conversa, como se ele não estivesse ali.


– Mãe, por favor – esbravejou irritado, logo Julia se encolheu atrás do braço de Esme, olhando para Emmett assustada.


Esme suspirou fundo ao ficar de pé, se controlando para não dar uma bronca em Emmett na presença da criança. Pegou a pequena Julia em seus braços, enquanto Carlisle pegava a mochila. Um a um todos se retiraram da suíte. Alice se apoiava ao pai por conta de seu pé machucado. Edward se despediu de Julia com um beijo na bochecha e a promessa de lhe contar uma historinha, e foi para seu quarto tomar um banho para depois jantar.


O restante da família acompanhou Emmett até a saída. Alice deixou seu lanche na mesinha do hall de entrada enquanto se despedia do irmão mais velho.


Lá fora, Emmett instalou a cadeirinha de segurança ao assento traseiro de seu veículo. Assim que ele deu “ok” Esme colocou Julia sentadinha confortavelmente, e bem segura no carro do pai, lhe deu um beijinho de despedida, colocou a mochila ao lado dela, só então fechou a porta do veículo.


Emmett se despediu do pai com um aperto de mão. Porém sentia-se envergonhado e evitava ao máximo o contato visual. Beijou mãe e irmã, ambas na testa. Assim que se virou para entrar no veículo, Esme o chamou.


– Filho? – Emmett a olhou. – Dê comida para Julia, algo que ela goste. Escove seus dentinhos e a ponha na cama – Emmett bufou irritado. – Tenha paciência, filho. Ela é só uma criança. Está assustada e precisa de você. Não cause ainda mais traumas a essa criança, por favor – pediu.


Alice estava abraçada ao pai, na calçada ambos acenavam para a pequena Julia, que os observava com olhinhos tristes através do vidro da janela.


– Boa noite – fora tudo o que Emmett dissera antes de entrar no veículo e bater a porta.


Julia estava com os lábios projetados em um beicinho, prestes a chorar, enquanto acenava para os avós e a tia através do vidro da janela. Os olhos de Esme se encheram de lágrimas ao acenar de volta. O range rover – branco com detalhes em preto –, se afastava, e Esme sabia que aquela seria uma noite longa para ambos. Temia que Emmett fosse hostil com a própria filha mais uma vez, entretanto, tinha que deixá-los sozinhos para que assim Emmett se adaptasse ao papel de pai.


– Ah mamãe porque não deixou que ela ficasse com a gente? – questionou Alice assim que entraram novamente do jardim, seguindo em direção a grande casa.


– Seu irmão precisa aprender a ser pai, filha. Emmett anda impossível ultimamente. Adoraria ficar com a Julia, mas se eu fizer isso ele nunca vai aprender amá-la como ela merece e precisa. Essa criança já sofreu muito por não ter amor materno. Não vou contribuir para que ela cresça sem amor paterno também. A Rose saiu de casa para que Emmett revesse o seu ato egoísta contra adoção de uma criança, no entanto, vejam só o que o destino o reservou. Encarregou-se te trazer de volta a filha que um dia ele desejou que não viesse ao mundo. Tenho certeza de que quando seu irmão amolecer o coração com relação a essa criança, Rosalie vai voltar para casa e a Julia vai ganhar uma mãe. Uma mãe que vai amá-la como nenhuma outra seria capaz de amar. Julia precisa de amor materno e a Rose deseja uma criança, a qual possa amar e chamá-la de filha. Tenho certeza de que essas duas irão se apaixonar assim que uma puser os olhos na outra. Acreditem no que estou falando, muito em breve veremos os três juntos e felizes.


– É uma profecia, mamãe? – Alice brincou.


– Não, filha. É a realidade – Esme justificou.


– Sua mãe tem razão. Isso acontecera quando menos esperarmos – confirmou Carlisle. –E algo me diz que não irá demorar muito.


– A Rose realizará o sonho de uma vida assim que conhecer a Julinha, não vai mamãe?


– Vai sim, filha. Ser mãe é tudo o que a Rose deseja para o futuro ao lado do cabeça-dura que é o seu irmão.


– É. Emmett está com a gotinha de amor que faltava e ainda não se deu conta disso – divagou Alice.


– Seu irmão vem evitando enxergar o que está diante de seus olhos – ressaltou Carlisle. Está tão obcecado em ter Rosalie de volta que não percebeu ainda que a própria filha é o atalho que levará a isso.


– O destino se encarregara... – profetizou Esme, com sua sabedoria materna.


A família sorriu cumplice ao entrar novamente no interior da mansão.






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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam?
Concordam com o que Alice falou?
Coitadinha da minha gotinha. Conheceu o seu papai, mas nem queria mais ficar com ele. Quem mandou ser malvado, depois fica invocado que a filha não quer ficar mais com ele u_u
Acham que ele vai se comportar durante o trajeto até o apartamento?
Vejo vocês nos reviews
Beijo, beijo
Sill