Lifeless escrita por Radiaction


Capítulo 3
Do outro lado da porta




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Rick dá boa noite para sua irmã e entra no seu quarto, tranca a porta e  deita em sua cama de um jeito que parecia mais que um cadáver estava caindo sobre ela, enquanto está deitado ele pensa sobre o torneio e que apesar de dizer que o quinto lugar havia sido o suficiente, ele sabia que não bastavam de palavras bobas que ele invetara para a irmã não se chatear com ele.

– Se eu tivesse me esforçado mais, praticado mais. – Rick fala tão baixo que ele mesmo mal consegue ouvir a própria voz.

Ao virar sua cabeça para o lado enquanto estava pensando, vê onde deixou sua mochila, em cima da cadeira que ficava em frente a uma mesa de trabalho que usava uma vez ou outra quando criava coragem para resolver alguma lição para casa, olhou-a bem, e viu que os patins não estavam onde costumavam ficar, que era amarrados a ela, ele se levantou e começou a vasculhar seu quarto, mas não os achou e sabia que não os tinha deixado na parte debaixo, ele entra em desespero e começa a caminhar vagarosamente até sua janela, quase chorando ele olha para o céu.

– Porque isso acontece comigo? O que eu fiz pra esses patins sumirem? – Rick fala sozinho, mas age como se estivesse falando com alguém que pudesse estar acima das nuvens.

–Tudo que eu queria era eles de vol... – Rick fala, mas olha para baixo e acaba não terminando de falar.

Ele vê uma pessoa com uma roupa com capuz, sem poder ver a face da pessoa ele se esconde ao lado da janela e começa a olhar pelas beiradas dos olhos.

– O que aquela pessoa está fazendo olhando tanto pra cá? – ele se pergunta enquanto continua a olhar com o canto dos olhos e acaba vendo o que menos esperava, a pessoa tira as mãos que estavam em suas costas e quando as põe para frente, ele vê seus patins.

– Como ele pegou meus patins? – Rick diz com tantas lágrimas nos olhos apesar de sempre tentar ser forte, mas aqueles patins eram tão especiais para ele, a coragem para descer e pegá-los de volta não vinha.

Ele então ouve um barulho vindo do quarto de seus pais e alguns segundos com a fala de sua irmã:

– Rick, abre essa porta, abre essa porta agora! – Rick não teve a coragem de abrir a porta, aquele desespero de sua irmã e logo depois um silêncio só lhe deixou com mais medo, ele logo pensou que algo poderia estar acontecer dentro de casa.

Ele então pegou um taco de beisebol que tinha ganhando de seu pai, mas que sempre ficava ali, embaixo de sua cama pois nunca o tivera usado, pegou também sua mochila e abriu a janela, a pessoa continuava ali com os patins nas mãos, ele desceu, mas só conseguiu porque sua casa pelo lado traseiro havia aquelas cercas onde as flores se enroscavam, mas a descida ainda foi um verdadeiro pesadelo pois algumas daquelas plantas eram espinhentas e outras caraquentas, chegando ao solo ele correu em direção a pessoa, mas ela começou a correr também.

– O que ele tá querendo? – Rick pensou, mas de um jeito ruim, aquela pessoa que não dava para identificar como criança, adulto, homem ou mulher estava o levando para algum lugar.

A perseguição, se assim podia ser chamada, estava durando demais, vinte minutos já haviam se passado, quanto mais tempo essa pessoa o faria de tolo? Mas o que posso dizer é que o que Rick pensou estava certo, aquela pessoa certamente estava lhe levando a algum lugar, seria melhor se Rick tivesse ido encontrar Stevie e solicitado sua ajuda, mas em momentos de pânico pessoas começam a pensar muito e agir pouco, e muitas vezes as levam a cometer ações idiotas, já o que ajudou Rick a chegar uma única vez perto daquela pessoa encapuzada, foi a única coisa que as pessoas falavam que seria inútil para ele, a sua habilidade de movimentar-se livremente por meio do Le Parkour.

Algo de estranho começou a acontecer, de um momento para o outro a pessoa começou a correr mais rápido, mas muito mais rápido, chegava a ser meio paranormal, mas sabemos que coisas paranormais não existem, ou melhor, que não deveriam existir. A pessoa corria tanto que era como se, enquanto ela corresse, Rick só estivesse dando passos, aquela velocidade poderia ser comparada a de um carro, a pessoa avançou tanto que Rick já estava limitado a ver a pessoa do tamanho de um pássaro no máximo.

Rick demorou quatro minutos para percorrer o mesmo que o outro percorreu em alguns poucos segundos, aquela pessoa não era normal, isso eu afirmo a vocês, mas Rick estava confiante demais, até pensou que a pessoa só tinha duas ótimas pernas de corredor.

A pessoa havia parado em frente a uma ponte que ficava em cima a rua bastante larga e que naquela madrugada a mesma estava com um interior muito escuro que parecia que se passasse ali por baixo talvez nunca fosse capaz de voltar, Rick chegou mais perto daquela pessoa.

– Devolva os meus patins! – Rick dizia enquanto segurava aquele bastão de beisebol mas com os olhos tão caídos como se fossem a mistura de alguém que estivesse com muito sono e com muito medo.

Rick então se aproximava tão lentamente que não sabia mais dizer se ainda queria aqueles patins.

– Isso na sua cara é medo? – A pessoa encapuzada finalmente mostrou sua voz, que era levemente fina e ecoava bastante.

– Pode pegar. – A pessoa falava novamente enquanto colocava os patins a frente dela, mas logo depois começava a mexer sigilosamente na parte de trás de sua calça.

Rick aproximava-se mais uma vez daquela pessoa enquanto começava a lebrinar naquela noite, tudo parecia estar combinado para lhe causar medo, ele estava com muito mais medo que antes, quando chega perto dos patins, a pessoa saca uma adaga e tenta acertar em seu coração, aquilo foi tão repentino que ele até deixou o bastão de beisebol cair no chão, mas mesmo com essa perca ele conseguiu desviar em uma velocidade que nunca tivera conseguido usar antes, a adaga lhe acertou no ombro, mas foi um golpe extremamente forte, ele teve sorte, mas não tanta quanto eu gostaria, ele estava tão fraco que nem conseguia fugir direto para um hospital, tão fraco que nem conseguia pensar nisso, mas ele começa a desmaiar, mas consegue puxar o capuz da pessoa, era só um garoto, no máximo um ano mais velho que ele, mas o garoto tinha o tom de pele que não podia chamar de clara, pois a pele era literalmente branca, como uma folha de papel, e seus olhos, pareciam ter as cores inversas, a íris era totalmente branca e ao redor era totalmente negro, ele caía e via que mais cincos pessoas encapuzadas saíam daquela escuridão que havia abaixo da ponte, ele finalmente fechou seus olhos e caiu no chão, mal sabia que nesse momento havia apostado sua vida e boa parte das memórias dela.


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