New Perspective escrita por Brave


Capítulo 17
Epílogo




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Albus quase colocou uma cadeira ao lado da porta para esperar as visitas. Apesar de todos os esforços, Rose e suas filhas eram ainda só visitas, apesar de passaram boa parte do tempo ali. Quando a campainha tocou, ele se levantou num salto para atendê-las. Dany e Lya ficaram sem ar enquanto eram colocadas para dentro com um abraço, já Rose se afastou quando o namorado foi beijá-la, estranhando sua animação.

– O que o senhor está aprontando? – Perguntou desconfiada.

– Não consigo nem fazer uma surpresa, sua chata – Ele reclamou, mas seu humor não foi abalado – Vamos lá para cima, comprei um presente.

– Tenho medo de suas surpresas, Albus – Rose suspirou, mas ele nem ouviu, já está apostando corrida com as meninas para o terraço.

Ao chegar lá, pode jurar que sentiu seu coração parar de bater. Daenerys lutava para desembrulhar sozinha um pacote que tinha aproximadamente o seu tamanho, enquanto Albus entregava à Lyanna um pacote bem maior. As duas já sabiam o que era. A vassoura da mais nova era uma de brinquedo, mas já ficava a uns cinco centímetros do chão, e isso era o bastante para entreter a garota enquanto sua mãe se aproximava dos outros dois ouvindo a conversa.

– Eu... Eu não... – Lyanna tentava formular uma frase, mas estava abobada demais para isso – É um clássico. Uma Nimbus 2000. É um desperdício, devia dar ao Luke ou ao Bran.

– Estou dando a você – Albus respondeu sorrindo, como se soubesse o que a filha ia falar e tivesse ensaiado a cena por horas.

– Mas eu consigo voar.

– Você não vai voar. Eu vou voar, você só vai ser a minha carona.

– Eu... Eu acho

– Vamos, Lya. Só uma carona. - deu-lhe um abraço.

– Voar? A Lyanna? Não, Albus, é muito perigoso. Ela vai ficar com medo e se desesperar lá em cima. E se ela-

Você está desesperada, Rose. - Beijou o rosto da moça à sua frente. Voltou-se para a filha – Então?

– E se... – Respirou fundo – E se eu cair?

– Eu vou te segurar. Ou vou cair junto, mas aí poderemos rir sobre isso depois. – Ele não esperou uma resposta, se posicionou na vassoura – Vem.

– Vamos. - Lya subiu depois de um suspiro. Albus já havia levantado vôo quando Rose o chamou preocupada.

– Toma cuidado com ela? Muito cuidado.

Sorrindo para a mulher, ele se impulsionou mais para cima, sentindo sua filha abraçando-o com força e escondendo o rosto em suas costas. Por um momento, se perguntou sobre o que estava fazendo. Talvez não fosse certo força-la desse jeito, mas tampouco era deixar Lyanna presa ao chão para sempre.

– Está perdendo uma linda vista – Falou sobre o ombro.

– Está muito alto, Albus? - perguntou ainda com o rosto nas costas de Albus.

– Não. Só um pouco. Consigo ver sua mãe daqui.

Lyanna atreveu olha em volta. Ao ver em que altura estava voltou com o rosto para as costas do rapaz soltando um leve grito.

– O que foi? - ele riu ao sentir o braço dela o apertando ainda mais.

– Você disse que não estava muito alto. Você mentiu para mim, pai.

Albus sentiu seu coração parar. Tinha ouvido certo? Aquelas três letras ecoaram em sua mente. Pai. Era assim que um pai se sentia? Quase nunca sabia o que estava fazendo. E depois de fazer, não sabia se era o certo. Mas aquele calor em seu peito o deu toda confiança necessária para fazer exatamente o que queria.

– Filha... – Começou – Eu te amo. Confie em mim. Não vou te deixar cair. Nunca. Abra os olhos.

Ela se afastou mais devagar da segunda vez. O vento a atingiu em cheio no rosto, bagunçando seus cabelos. Toda memória que tinha sobre estar nas nuvens eram falsas. Nada que lembrava era tão bom quanto aquilo. O ar ficava mais rarefeito cada vez que inspirava, mas o oxigênio que enchia os seus pulmões ali em cima era tão revigorante quanto paradoxal.

Finalmente resolveu abrir os olhos. O azul a abraçava por todos os lados e ela sentiu sua coragem se esvaís por uma fração de segundo. Albus notou isso pelos braços ao seu redor e soltou uma das mãos do cabo para segurar na mão da filha.

Rose andava de um lado para o outro preocupada e correndo atrás da menos que não para com aquela vassoura pequena. Pensou subir para ver como a mais velha estava, mas resolveu ficar e esperar. Ainda devia esse voto de confiança a Albus.Por isso, durante aquele –interminável – período desafiou-se a ocupar seus pensamentos apenas em cuidar de Dany, que já devaneava sobre ser uma jogadora de quadribol famosa como o “Papei Albus Potter”, como sempre chamava o homem.

– Eu vou voar bem altão assim, mamãe. Ai vou fazer assim - mostrou com a vassoura - e assim. Aí vou ganhar todos os jogos e ser famosa.

– Eu sei que vai, meu anjo. - Sorriu para a mais nova que continuou dar voltinhas. Rose olhou para cima receosa e pode ver os dois nas alturas. Sorriu mais ainda ao ver Lyanna com os braços abertos.

Sabia como era aquela sensação, aquela segurança que Albus exalava quando estava em cima de uma vassoura. Teve que se controlar para não pular no lugar da filha quando so dois pousaram.

– Viu? Ninguém caiu? – Albus falou orgulhoso.

Olhou de canto para a vassoura nas mãos de Albus. Depois subiu o olhar para o mesmo que lhe ofereceu com um sorriso incentivador. Rose negou fitando o homem.

– Tá com medinho mãe?

– Fica de olho na sua irmã – Rose respondeu sem desviar os olhos dele.

Hesitou ao pegar a vassoura, mas quando o fez partiu sem olhar para trás. Sentiu o vento nos cabelos trazerem de volta a juventude há muito perdida. Nunca foi uma das melhores em cima da vassoura, mas sabia aproveitar como poucos a sensação por ela causada.

– Sabia que não ia resistir – Albus surgiu ao seu lado montado em sua própria vassoura.

– Qual a parte de cuidar das minhas pequenas não ouviu?

– Minhas filhas sabem se cuidar. Não podia perder isso por nada. - sorriu para a mulher.

– Como eu sentia falta disso. – ultrapassou-o.

Ele não demorou a alcança-la outra vez, colocando-se a sua frente.

– Precisamos conversar.

– Aqui em cima?

– Aqui em cima. – Aproximou-se o máximo que os cabos deixaram – Cheguei à conclusão que já perdemos muito tempo da nossa vida separados.

– E? - Rose sorriu de canto.

– E eu acho que já deixamos bem claro que nos amamos e que vamos passar o resto de nossas vidas juntos. E ainda temos duas filhas, sabe?

– Al...

– Posso falar? Obrigado. Vem pra cá. Digo, aqui pra casa. Podemos comprar um cachorro... – Brincou, arrumando o cabelo dela.

– Podíamos comprar uma casa no campo... Com árvores, um campo aberto. Ou uma praia. Sempre falamos sobre morar em praias.

– Isso é um sim?

– Por que não? - sorriu de canto.

Sem se importar com os riscos, Albus a beijou habilidosamente. Sabendo que não podia pedir por nada mais, que não queria pedir. Tinha tudo que precisava. Podia dizer com todas as palavras talvez pela primeira vez na vida que estava completo. Tinha sua mulher e suas filhas e as amava, mas o melhor de tudo: era amado por elas.

Não tinha muitas certezas na vida, mas isso já não importava mais, pois estava ansioso pela dúvida do amanhã. Não importava se fosse cair, sabia que tinha três pessoas que iam levantá-lo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham aproveitado tanto quanto eu ^^
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Beijocas



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